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19/11/2020
Este post é assinado por Eliel Goulart
“E terás confiança, porque haverá esperança; olhando em volta e repousarás seguro”. – Jó 11.18
Segundo as Escrituras, até mesmo o justo passa por tribulação.
Jó 11.1-10; Jó 20.1-10
1 – Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:
2 – Porventura, não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado?
3 – Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?
4 – Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos.
5 – Mas, na verdade, prouvera Deus que ele falasse e abrisse os seus lábios contra ti,
6 – e te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniquidade.
7 – Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso?
8 – Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber?
9 – Mais comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar.
10 – Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o impedirá?
Jó 20
1 – Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:
2 – Visto que os meus pensamentos me fazem responder, eu me apresso.
3 – Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responderá por mim.
4 – Porventura, não sabes tu que desde a antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,
5 – o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas, apenas de um momento?
6 – Ainda que a sua altura suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até às nuvens,
7 – como o seu próprio esterco perecerá para sempre; e os que o viam dirão: Onde está?
8 – Como um sonho, voa, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite.
9 – O olho que o viu jamais o verá, nem olhará mais para ele o seu lugar.
10 – Os seus filhos procurarão agradar aos pobres, e as suas mãos restaurarão a sua fazenda.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Zofar significa, segundo Strong, “pardal”, com o que concorda o Dicionário Ilustrado da Bíblia. Segundo o Dicionário da Bíblia de John D. Davis, significa ´gorjeador´. Habitante de Naamate um lugar incerto e desconhecido geograficamente.
Os dois discursos de Zofar estão nos capítulos 11 e 20.
O terceiro amigo a falar fez um discurso cáustico. Mordaz, ou seja, como mordidas. Talvez agiu assim por ter ouvido os dois primeiros amigos e as respostas de Jó contradizendo e confrontando as teologias expostas deles, e defendendo sua inocência com firmeza, fé e convicção. Com este contexto em mente, Zofar fala com irritação.
Enfim, os três amigos visitantes de Jó defendem a mesma doutrina, isto é, que o sofrimento é sempre por consequência direta do pecado e que a prosperidade material é sempre sinal da bênção de Deus e a adversidade é sempre resultado do desfavor divino. E os três estão tão convictos dessa teologia retributiva que avaliam a resistência a ela como resistência ao próprio Deus.
Para Zofar o sofrimento de Jó é repreensão de Deus contra suas maldades.
Se Jó fosse um homem bom, não estaria submetido a tantas perdas e misérias, segundo pensava este amigo naamatita.
O primeiro discurso de Zofar registra-se no capítulo 11.
Zofar diz que nenhuma pessoa é inocentada somente por falar muito. Os orientais davam valor à brevidade no falar e que falar pouco era uma virtude.
Versículo 2 – “Porventura, não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado?”
Zofar é o mais duro dos três amigos. Ele acusa Jó de:
1 – Falador – portanto, assim como uma árvore com muitas folhas geralmente é a que tem menos fruto, o falador, geralmente, também é um homem vazio.
2 – Falsidade – “Às tuas mentiras se hão de calar os homens?“ – Jó 11.3a. Zofar quer dizer que muito da resposta de Jó é invenção fantasiosa da sua mente, e não está de acordo com a verdade e com os fatos.
3 – Irreverência – “E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?” – Jó 11.3b.
4 – Hipocrisia – Jó 11.4 – “Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos”.
Vamos nos deter mais neste versículo no próximo subtópico.
Nem se tais acusações fossem verdadeiras, não se justificaria a maneira cruel das reprovações. Jó era de caráter irrepreensível, e ouvir estas palavras de Zofar contra ele causa indignação.
Meus amados, não existe grosseria na fé cristã. Nunca o desprezo a quem está sofrendo é de inspiração divina. A reprovação que tem valor cristão é dada com amor, com mansidão e brandura. Nunca confunda franqueza com honestidade, pois podemos estar honestamente errados. Nunca confunda atrevimento com sinceridade, pois podemos ser sinceramente insolentes. Até as palavras de repreensão de um justo não caem contra o próximo como uma tempestade de granizo, mas caem no coração do próximo como orvalho de esperança, como bálsamo de cura.
Jó 11.4 – “Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos”.
Jó não disse isso. Antes, Jó mesmo admitira que nenhum homem poderia ser justo para com Deus.
Jó 9.2 – “Na verdade sei que assim é; porque como se justificaria o homem para com Deus?“
Zofar acusa a Jó de reivindicar pureza absoluta. Ou seja, como se nunca tivesse cometido pecados, como se fosse de perfeição completa. Porém, Jó em nenhuma das respostas anteriores, aplicou pureza ou perfeição absolutas a si mesmo.
Aqui está a chave do conflito de Jó contra os argumentos de seus amigos: Jó examinava a si mesmo, a sua consciência não lhe acusava, ao contrário, dava-lhe testemunho favorável, mas os seus amigos insistiam que o sofrimento e as calamidades eram as testemunhas de seus pecados.
Jó nunca se disse impecável. Apenas, afirmou que não vivia em estado de pecado, que não vivia na prática constante e deliberada de pecado, e não vivia como um pecador que merecesse tão severos castigos.
A resposta de Jó está nos capítulos 12 a 14. Do capítulo 13.20 adiante, Jó passa a falar com Deus. É uma oração.
Contrasta com os seus três amigos que falaram de Deus, mas nunca oraram a Deus por Jó e menos ainda, nunca falaram com Deus de qualquer forma.
Jó replica com ironia, inicialmente. Mas esta é uma observação secundária, pois o principal da réplica é justificar suas declarações anteriores.
Jó afirma que a doutrina deles não se ajusta aos fatos.
Desde aqueles tempos, Jó diz algo interessante da conduta do homem carnal: aquele que está bem, inclina-se a desprezar a desgraça dos outros, e não se interessa pelo tropeçar do próximo. Jó 12.5 – “Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado, aquele que está pronto a tropeçar com os pés.” O sentido é que uma lâmpada é desprezada no pensamento de quem se sente seguro, mas é muito valiosa para quem pode tropeçar a qualquer movimento.
Jó refuta as acusações dizendo que seus amigos são como ´médicos que não valem nada´ – Jó 13.4. Lembra aos seus amigos que ele tem o mesmo conhecimento que os três, e os admoesta a ficarem calados, pois suas doutrinas não têm valor, e que sua teologia é parcial, pois sempre acusando a Jó de ter cometido pecados. Na teologia retributiva dos três amigos, Jó não poderia ser inocente, pois estava sofrendo, e somente os pecadores sofrem.
Do capítulo 13.20 até o capítulo 14.22, Jó fala a Deus e faz duas petições:
1 – Uma pausa nos seus sofrimentos – Jó 13.21 – “Desvia a tua mão para longe de mim…”;
2 – Que Deus fale com ele – Jó 13.22 – “Chama-me e eu responderei”.
Pastor Eliel Goulart
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