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19/11/2018
Esse post é assinado por Eliel Goulart
“E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.” – Marcos 12.33
Amar ao próximo inclui amar até mesmo aqueles que nos aborrecem, pois encontramos em Deus o maior exemplo de que tal amor é possível.
Lucas 10. 25 a 37
25 E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
27 E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.
28 E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás.
29 Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
30 E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32 E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
33 Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele;
35 E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
36 Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
A Parábola do Bom Samaritano ensina-nos que a igreja deve preocupar-se com os problemas da sociedade. Nela, também o atributo divino da compaixão está ilustrado.
Esta Parábola pertence a todos os tempos.
Gerhard Ludwig Goebel (1933-2006) entende que “temos aqui a primeira parábola representativa que faz contraste com as simbólicas, porque ilustra o seu ponto, e não usa de símbolos, como a maioria das outras parábolas de Jesus, mas simplesmente utiliza exemplos.”
Ou seja, é tão simples que até uma criança pode captar o seu significado.
Esta parábola é uma das dezenove registradas no ministério de Jesus na região da Peréia.
Este mundo em que vivemos pode-se compará-lo à estrada de Jericó, com tantos viajantes feridos. É impossível prosseguir por ele sem ver estes viajantes tão machucados. Os que vivem no mundo, mas não são do mundo, antes, seguidores do Senhor Jesus, diferenciam-se pelo espírito de compaixão, provindos de um coração onde está derramado o amor de Deus.
A falta de compaixão pelo próximo denunciaria a contradição entre o que o crente diz crer e professar, e o que ele vive e pratica.
Em síntese, esta Parábola do Bom Samaritano nos ensina que não há limites à lei de amor, por quaisquer obstáculos.
“E quem é o meu próximo?” – Lucas 10.29. A resposta é que o próximo é qualquer pessoa que ajudamos.
Dentre os diversos métodos de interpretação, há um princípio que se põe acima de todos os métodos: a parábola precisa ser considerada no todo. A parábola sempre ilustra uma verdade central.
Há as más interpretações, ou seja, as que forçam a interpretação e dão interpretação artificial.
E houve interpretações extremistas, alegorizando as parábolas. Inclusive a esta. E isto feito por categorizados Pais da Igreja.
Agostinho (354-430), assim interpretava esta Parábola do Bom Samaritano, que estamos a estudar:
O homem que descia de Jerusalém para Jericó, ilustra a Adão.
Jerusalém é a cidade celestial, perdida por Adão.
Jericó é a Lua, representando a nossa mortalidade, haja vista que nasce, cresce, míngua e morre.
Os salteadores são o diabo e seus anjos, que despojaram “o homem que descia” (Adão), retirando-lhe a imortalidade e o persuadindo ao pecado.
Deixando-o meio morto, significa que o homem caído que ouve, conhece e compreende a Deus, tem vida.
Mas, entregando à dissolução do pecado, está morto. Portanto, é considerado meio morto aqui na Parábola.
O sacerdote e o levita representam o sacerdócio e o ministério do Antigo Testamento, sem a riqueza da salvação.
O samaritano é o próprio Senhor Jesus.
As feridas atadas é o resgate pelo pecado.
O óleo derramado é a consolação da esperança.
O vinho derramado é exortação para fazer tudo com alegria.
A cavalgadura simboliza a carne, por meio da qual Jesus veio ao mundo a nosso favor.
Pondo-o sobre a cavalgadura, ilustra a crença na encarnação de Jesus Cristo.
A hospedaria é a Igreja, lugar de cura, de refrigério e de retorno à pátria que está nos Céus.
O “outro dia” significa o período posterior após a ressurreição de Cristo.
Os dois denários tem dois significados: os dois mandamentos de amor repetidos na Parábola ou 1 – a promessa desta vida e 2 – da que há de vir.
O hospedeiro é o apóstolo Paulo.
Malgrado a beleza alegórica deste tipo de interpretação, vemos como interpretação não autorizada, sobre a qual Jerônimo (347-420) bem disse sobre os que “torcem, para satisfazer vontades próprias, aquelas passagens que os contrariem.”
As parábolas apresentam apenas um ponto de comparação.
Não há intenção de que detalhes tenham significações independentes. É sempre indispensável estudar a real finalidade da parábola.
Lucas 10.25 diz-nos que um doutor da Lei apresenta uma questão como teste para avaliar se o Mestre era saudável na sua visão das obrigações éticas da Lei.
Claro que há um tom de superioridade consciente por parte do doutor da Lei. E isto então requer um tratamento diferente ao dado ao Jovem de Mateus 19.16, que também fez pergunta ao Senhor Jesus, mas com ansiedade, sobre como herdar a vida eterna.
O Senhor Jesus rejeita a pergunta fazendo outra pergunta.
É surpreendente o modo como o Senhor Jesus anda calmamente pela armadilha, como se nem a visse. A pergunta é para averiguar a capacidade e se Cristo seguia rigorosamente as normas da Lei.
“Tentando-o” – grego ekpeirazó. Com o significado de “eu o coloco à prova”. Julgar, testar minuciosamente, tentar. (Strong).
Tem o sentido de pôr à prova o caráter de Deus e o poder de Deus, como em Mateus 4.7:
“Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.” (Léxico Grego de Thayer).
Lucas 10.26 – “E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?”
Jesus o conduziu para a regra segura da lei, perguntando-o o que está escrito lá. O doutor estava, sem dúvidas, tentando justificar-se na obediência à lei.
Quem assim age é porque põe sua confiança em suas obras próprias. Para tirá-lo desta posição fatal, para tirá-lo da fragilidade deste argumento tão inseguro – a autojustiça – Jesus o conduz a raciocinar que a lei exige mais e que ele necessitava de uma justiça mais excelente e melhor do que a sua própria.
Ao ver nossos defeitos, então estamos preparados à superior justiça de nosso Senhor Jesus.
É neste sentido, inclusive, que a lei se torna um guia, um condutor até a pessoa bendito do Senhor Jesus – Gálatas 3.24:
“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.”
Pastor Eliel Goulart
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