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13/11/2018
Esse post é assinado por Eliel Goulart
“Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”
Assim como Deus nos perdoa graciosamente, precisamos perdoar aqueles que nos ofendem.
Mateus 18.21 a 35
21 Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
22 Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
23 Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;
24 e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos.
25 E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.
26 Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
27 Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.
28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
29 Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
30 Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
31 Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.
32 Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
33 Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
34 E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
35 Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Esta parábola é uma lição de perdão.
Aliás, ela nos ensina duas lições:
1 – o fundamento da misericórdia do homem é o recebimento da misericórdia de Deus;
2 – se esperamos receber tal misericórdia, devemos exercitar a misericórdia para com nosso próximo.
A contenda entre irmãos é algo que pode trazer consequências que impedem o crente de entrar no céu.
Gênesis 13.7 e 8 – “E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; (…) E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti…”
Abraão era um crente com o coração na dispensação da graça. Ele discerniu que a contenda que brotava entre ele e o sobrinho Ló, poderia transformar-se em ofensas, e barrar o crescimento na vida de santidade.
Ele propõe uma solução ao conflito, e ali se separam. Indo Ló para os lados de Sodoma e Abraão para outro lado. Ló andou por vista e não por fé.
II Coríntios 5.7 – “Porque andamos por fé e não por vista.”
Abraão trabalhou a favor da paz e foi bem aventurado.
Mateus 5.9 – “Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”
Conflitar é inevitável nas coisas desta vida. Contender é evitável ao crente que teme a Deus. Trabalhar pela paz é a atitude mais excelente de quem conheceu o perdão de Deus através de Cristo Jesus.
Posteriormente, quando Ló foi levado cativo, Abraão organizou a sua libertação. Não agiu com o coração rancoroso, abandonando ao seu parente. Com riscos próprios, combateu pelo seu livramento.
Abraão é o Pai dos crentes – Gálatas 3.7 – e exemplo de um coração perdoador, que não cria raízes de amarguras.
II Timóteo 2.24 – “E ao servo de Deus não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos…”
Diante de uma pergunta do apóstolo Pedro, o Senhor Jesus responde e ensina que não há limite em se perdoar um irmão. Ou seja, não há um limite em que, a partir dali, não deve mais ser perdoado.
Ninguém apreciaria se o Deus Eterno impusesse também limite em perdoar-nos.
O Senhor Jesus começa no capítulo 18 de Mateus, destacando o coração inocente de uma criança, e que devemos sentir com o mesmo coração, e prossegue ao final do capítulo, exortando a ter um coração perdoador e condenando o coração endurecido contra perdoar.
O capítulo 18 de Mateus, juntamente com os capítulos 19 e 20 seguintes, trata sobre a vida do reino.
O capítulo 18 de Mateus trata também com a prática cristã do Reino. Participar do Reino dos céus significa viver na manifestação do Reino. E permanecer participando na vida do Reino, exige humildade. A humildade nos impede de ofender e de nos sentirmos ofendidos.
Em geral, a ofensa e o sentir-se ofendido vêm do orgulho próprio. Ao lermos o capítulo 18, aprendemos a seriedade de permanecermos em comunhão com o Reino dos céus. E aprendemos o risco de sermos cortados da comunhão da Igreja, de ser posto fora da vida do Reino dos céus.
A nova vida no Reino de Deus, ao qual somos introduzidos através de Cristo Jesus, tem o propósito de conduzir-nos à perfeição de Cristo.
Ester 3.8 – “Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos…”
Além das destacadas nesta Lição 7 pelo comentarista, quais sejam, o diminuído é o verdadeiramente grande, o inferior é o que tem valor, há outras leis do Reino a serem destacadas:
1 – lei da reciprocidade.
Mateus 7.12 – “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim, fazei-o vós também a eles.”
2 – lei do dar e receber.
Mateus 24.45 a 47.
Todos somos súditos (estamos submetidos à vontade do Rei Eterno) e mordomos (administrador de bens) no Reino dos céus. Esta lei do dar e receber abrange a Deus, ao Estado e ao nosso semelhante.
As bênçãos para quem obedece esta lei são:
a) Galardão;
b) Prosperidade, do ponto de vista bíblico;
c) Alegria
3 – lei da semeadura e da colheita.
Gálatas 6.7 – “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”
Junto a estas há outras também, a lei do amor, a lei da intenção / motivação, etc.
E neste Capítulo 18 de Mateus, após a pergunta de Pedro, o Senhor Jesus expõe a mensagem na parábola em apreço, que em síntese, fala-nos da lei do perdão recíproco. E finaliza com séria advertência sobre os desobedientes a esta lei.
Myer Pearlman (1898-1943), propõe que talvez Pedro tenha lembrado alguma diferença com outro apóstolo, e perguntou: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?”
Pedro tinha conhecimento de que no passado o perdão estava baseado em Amós 2.6 – “Por três transgressões de Israel (…) não retirarei o castigo…”
E, agora, seguindo a Cristo como discípulo, influenciado pela superioridade e excelência do caráter de Cristo, aumentou de três para sete. Porém, Cristo lhe ensinou, e também a nós, que o perdão não é questão matemática. É compaixão. É questão de conduta. De imitação de Deus, cuja compaixão não tem limite em perdoar.
Outro comentarista propõe que Pedro perguntou por ser de personalidade rápida, impulsiva, intrépida. E a pergunta se conformava com o que estava nele. Em geral, os de personalidade ligeira e impulsiva ofendem aos outros com mais rapidez. Quanto mais ativo a pessoa, mais o risco de ofender aos outros. Os vagarosos em responder, os prudentes em agir e cautelosos em fazer, raramente ofendem alguém.
Por que não foi João quem fez essa pergunta?
Mateus 18.22 – “Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.”
Setenta e vezes sete é um número que indica completude. Conduziu a mente de Pedro para longe de qualquer padrão numérico. Como não havia tal limite para o perdão de Deus, também não deveria haver nenhum para o homem.
Efésios 4.32 – “…perdoando-vos uns aos outros, cmo também Deus vos perdoou em Cristo.”
Pastor Eliel Goulart
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