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20/08/2021
Este post é assinado por Eliel Goulart
“Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino,e ficou purificado”. – II Reis 5.14
Deus não opera milagres necessariamente segundo nossas expectativas. Ele faz da forma e no momento que lhe apraz.
II Reis 5.1-10, 14, 25-27
1 – E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o Senhor dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso.
2 – E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
3 – E disse esta à sua senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
4 – Então, entrou Naamã e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.
5 – Então, disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes.
6 – E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra.
7 – E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.
8 – Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.
9 – Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu.
10 – Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado.
14 – Então, ele entrou e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.
26 – Porém ele lhe disse: Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
27 – Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Em prosseguimento ao estudo de lições nos livros de Iº e IIº Reis, hoje estudaremos o milagre da cura de Naamã, pela instrumentalidade do profeta Eliseu.
Este milagre é um dos mais conhecidos do Antigo Testamento. E pela narrativa deste drama, temos a oportunidade de aprender e relembrar que o nosso Deus opera milagres, que há bem-aventurança na humildade e na obediência, não há bênção na soberba e no orgulho próprio e, ainda, menos bênção há na ambição desmedida. Por fim, firmaremos em nossa mente e em nosso coração, que o Senhor é grande em perdoar e salvar, não fazendo acepção por causa de posição social ou de nacionalidade.
Na Bíblia, há dois homens com o nome de Naamã: um descendente (neto) de Benjamin, fundador da família dos naamanitas – Números 26.40 – e o outro é a personagem desta lição, ou seja, um chefe do exército do rei da Síria.
II Reis 5.1: “E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso”.
O nome Naamã significa ´doçura, agradável, prazer´.
Sua fama de herói da Síria, não foi conquistada por ele mesmo, mas a Bíblia revela que ´por ele o Senhor dera livramento aos siros´. Portanto, sua vitória contra Israel era uma determinação divina.
Naamã era um homem de elevada posição social, rico e com muitos servos a seu serviço, e comandante geral do exército da Síria. “Porém leproso”, diz a Bíblia. A lepra era, então, a doença mais temida do antigo Oriente. Atingia a todas as classes sociais, sendo uma enfermidade lenta, dolorosa e fatal.
A lepra era uma moléstia horrível, e os judeus a chamavam de ´saraath´, que quer dizer ´açoite´. Havia regras referentes à exclusão dos leprosos – por exemplo, as escritas em Números capítulo 5. O leproso não podia relacionar-se com as pessoas sadias, nem entrar no santuário ou, posteriormente, também excluídos do templo. O leproso gritava de longe: “Imundo, sujo”, sempre que alguém desavisado se aproxima dele. Era doença tão temida, que o leproso era considerado, pela sociedade de então, como morto – Números 12.12.
Eis a doença ilustrativa da condição de condenação da humanidade, porque a lepra é, biblicamente, símbolo do pecado. Efésios 2.1: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados.”
Assim como a alta posição, os privilégios, o corpo adornado de vestes finas, não tirava de Naamã a condição de leproso, também nem a fama, a riqueza, o poder que este mundo tenebroso e o diabo oferecem, podem retirar do homem a condição de pecador condenado.
No Evangelho de Marcos 1.40 a 44, o Senhor Jesus curou um leproso que se aproximou dele e, de joelhos, rogou-lhe: Se quiseres, podes limpar-me. O Senhor Jesus é cheio de compaixão e respondeu: “Quero, fica limpo!“ O leproso de Marcos 1.40 creu com confiança que Jesus podia curá-lo, apesar de estar em condenação de uma doença miserável e indizível. Ele se aproximou, prostrou-se aos seus pés e fez mais do que uma oração, antes fez uma constatação: “Se quiseres, podes purificar-me.” Diante do Altíssimo, esta submissão usando a condicional ´se´ é uma petição à última instância, ao supremo juiz de toda a terra! “Se quiseres” dito diante do Senhor Jesus é constatar que é Dele a dignidade de autoridade que ultrapassa a dos profetas.
Porque, por meio dos profetas, também se operavam milagres, porém, não todos que queriam ou que lhes era pedido. Os profetas estavam, eles mesmos, debaixo da temente expressão ´se Deus quiser´. Mas, o Senhor Jesus é a expressa imagem de Deus. Ele é em pessoa a vontade de Deus em salvar da condenação do pecado. A cura da lepra era considerada como uma ressurreição. Porque somente podia ser esperada de Deus. João 5.21 está escrito: “Pois assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.”
Não há vida tão desfeita pela lepra do pecado que não possa ser refeita pela salvação plena do Senhor Jesus!
II Reis 5.2: “E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã”.
Não se trata das tropas regulares do exército da Síria, mas de bando de saqueadores, que invadiam para levar o que pudessem. Os meninos e meninas que eram apreendidos nestas incursões faziam parte do espólio das incursões predatórias, e eram vendidos por dinheiro.
A tradução literal significa ´uma pequena serva´. Há lições na vida desta garota que perduram até hoje, porém, destaco tão somente uma:
Ela não se esqueceu da doutrina de seus pais.
Provérbios 1.8 – “Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina de tua mãe”.
Embora cativa numa terra estrangeira, ela ainda tinha na mente e no coração o Deus de seus pais e o testemunho do profeta Eliseu. Por que isto é tão importante? Sobretudo nestes dias difíceis em que vivemos, quando tantos parecem seguir o ditado mundano, quando dizem através de suas condutas: em Roma como os romanos. Quando em outro ambiente, longe de casa, no local de trabalho, na escola ou faculdade, numa festa, num curso profissional, numa viagem turística, esquecem-se de que são sal da terra e luz do mundo.
Em 1896, Charles Sheldon, filho de um pastor e, depois, também, pastor, escreveu um livro com o título ´Em Seus Passos o Que Faria Jesus? ´, onde conta a história do pastor Henry Maxwell, que vivia honestamente e com muito conforto, até que passou a frequentar a igreja, um homem pobre e com muitas necessidades. Acompanhando a vida desse novo membro, o pastor se questionou quais seriam as prioridades dele como discípulo do Senhor Jesus e fez-se a pergunta: “O que Jesus faria?“ Ele, então, propôs à igreja que se comprometessem a, durante um ano, nada fazer sem antes perguntar o que Jesus faria na mesma situação. O desenrolar do livro descreve esta experiência que a maioria dos crentes experimentou ao aceitar este desafio. Houve um impacto extraordinário naquela congregação.
Seria marcante na nossa vida, se trouxéssemos tal experiência ao nosso dia a dia, pois nosso testemunho se elevaria, nossas conversações se elevariam, nossa vida estaria elevada às regiões celestiais! A menina de II Reis capítulo 5 estava na Síria, longe da casa dos pais. Não importa o lugar onde ela estava então, o mais importante é que Deus ainda estava em seu coração e nos seus pensamentos.
Meu amado irmão e amada irmã, nunca jamais sacrifique o seu testemunho por causa de um lugar. Não sacrifique o favor de Deus por causa do favor do homem. Seu empregador paga pelo seu trabalho, mas não compra a sua consciência. Não receie das consequências, pois temos garantia de que Ele cuida dos fiéis – Hebreus 13.5 e 6: “Não te deixarei e nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem.”
E da boca daquela menina cativa, saíram as palavras que conduziriam Naamã até o milagre da cura! II Reis 5.3: “Se o meu senhor, procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra.”
Pastor Eliel Goulart
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