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28/05/2017
Este post é assinado por: Pastor Eliel Goulart
Texto Áureo
“Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.” – João 12.3
VERDADE PRÁTICA
Maria, de Betânia, é exemplo do crente que dá prioridade a Jesus em sua vida, e lhe oferece o melhor em gratidão por seu amor.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 12.1 a 11
1 Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos.
2 Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3 Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
4 Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?
6 Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
7 Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto.
8 Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.
9 E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos.
10 E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro,
11 porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus.
INTRODUÇÃO
Comentário do Blog
A Bíblia, a inerrante Palavra de Deus, é maravilhosa em registrar atos singelos, que para muitos certamente são sem importância. E a Bíblia trata desses supostos atos tão simples com destaque que perdura pelos séculos. Esta unção dos pés de Jesus, com duração de segundos, feita por Maria, é o ato que o Senhor Jesus determinou como um serviço que nunca seria esquecido.
Pelo ensino de Paulo, em Romanos 13.3, aprendemos que para tal ato, se não tivesse amor, nada disso se aproveitaria. É lamentável constatar que na vida da Igreja, podemos e, muitas vezes somos, ativos demais! E falta-nos escolher ´a melhor parte´, como fez Maria. Em nossos serviços no ministério, nos departamentos da denominação de nossa membresia, no exercício de cargos podemos ser orgulhosos, e ao final, resulta em triste perda de tempo, desperdício da graça e da doçura da comunhão insubstituível com o Senhor. Calculamos o valor de nossos serviços em históricos lidos no templo, em dias de menções honrosas, e desconhecemos o valor da riqueza escondida numa vida quedada aos pés do Senhor Jesus – Lucas 10.42 – “Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.”
Vamos aprender, nesta lição 10, com o caráter humilde e desprendido de Maria.
I – O EXEMPLO DE MARIA DE BETÂNIA
1. Maria “escolheu a boa parte”
Comentário do Blog
Mencionam-se seis Marias na Bíblia:
1ª – Maria, escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus;
2ª – Maria de Betânia, irmã de Lázaro e Marta;
3ª – Maria Madalena, “da qual saíram sete demônios” – Lucas 8.2;
4ª – Maria, mulher de Cleopas – Mateus 28.1 e João 19.25;
5ª – Maria, mãe de João Marcos – Atos 12.12;
6ª – Maria, citada em Romanos 16.6 – “Que trabalhou muito por nós”, segundo Paulo.
Maria, é nome próprio feminino, derivado do hebraico Miriã. ( Strong ).
O significado é curioso: obstinada, rebelde. ( Léxico Grego de Thayer ). No caso, eis um significado de nome que em nada combina com o caráter de Maria de Betânia.
Lucas 10.42 – “…e Maria escolheu a boa parte…”.
O Senhor Jesus menciona que Maria escolheu a boa parte. Aprendemos, de imediato, que devemos escolher o que agrada ao nosso Senhor. Em João 5.30 Ele mesmo diz: “E o meu juízo é justo.”
Em Gênesis 43.34 está escrito que a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer dos demais irmãos de José. Era a melhor parte. E Maria, nessa ocasião contado pelo evangelista Lucas – na única vez que registra a casa de Lázaro e de suas irmãs – também escolheu a boa parte. Em Lucas 15.12 esta mesma palavra grega é usada para descrever a escolha do filho pródigo: ARA – “parte ( gr. meros ) dos bens que me cabe.” Porém, Maria escolheu a ´boa´ ( gr. agathos ) – a que é inerentemente e intrinsecamente boa. É boa por natureza. E o filho pródigo referiu a ´riquezas´ ( gr. ousia ). De natureza terrena, passageira e ilusória. Com as consequências trágicas que Lucas capítulo 15 descreve.
A parte boa é a vida eterna. O dom gratuito de Deus – Romanos 6.23.
A parte boa é a comunhão com o Senhor Jesus. João 15.5: “Sem mim nada podereis fazer.”
A mesma escolha fez Asafe, em Salmo 73.25: “A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti.” Na dimensão celestial, a escolha é Cristo. Na dimensão terrena, a escolha é Cristo! E Asafe prossegue no próximo versículo 26, dizendo que Deus é a “minha porção para sempre.”
a ) Jesus na casa de Maria
Lucas 10.38 – “E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa.”
A aldeia, sem dúvidas, é Betânia. Marta, é nome de origem aramaica, significando ´senhora´, e não há citação similar no Antigo Testamento.
É curioso observar que os nomes desta família são omitidos em Mateus e Marcos. Em alguns comentários, especula-se que Marta seria viúva de Simão, o leproso – Mateus 26.6. Porém, deixo claro aqui, sem comprovação fundamentada e histórica.
Em Marcos 11.1, Betânia é citada conjuntamente com Betfagé, e diz-se perto de Jerusalém e junto ao monte das Oliveiras.
O essencial a se comentar neste tópico é a íntima comunhão do Senhor Jesus com a família de Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria. Nos anos do ministério público do Senhor Jesus, eles participam de Sua amizade. O Senhor Jesus visitava a casa deles com frequência.
Salmo 106.4 – “Visita-me com a tua salvação.”
Em Gênesis 19.1 a 3, dois anjos foram a Sodoma, e Ló os convidou a hospedarem-se na sua casa. A resposta deles é chocante: “Não! Antes, na rua passaremos a noite.” Ló muito insistiu para que eles entrassem em seu lar.
Mas, nessa casa piedosa de Lázaro, Marta e Maria, o Senhor Jesus hospedava-se.
O Novo Testamento registra doze casas as quais o Senhor Jesus visitou:
1 – Casa de Caifás – Mateus 26.27;
2 – Casa de Pedro – Lucas 4.38 e 39;
3 – Casa em Cafarnaum – Lucas 5.17 a 24;
4 – Casa de Levi – Lucas 5.29 a 32;
5 – Casa de Simão – Lucas 7.36 e 44 a 46;
6 – Casa de Jairo – Lucas 8.41 e 42, 51 a 56;
7 – Casa da Marta – Lucas 10.38 a 42;
8 – Casa de Zaqueu – Lucas 19. 1 a 10;
9 – Casa no Cenáculo – Lucas 22.10 a 14;
10 – Casa em Emaús – Lucas 24.13 a 30;
11 – Casa do casamento em Caná – João 2.1 a 11;
12 – Casa onde se trancaram os discípulos – João 20.19 a 23, 26 a 29.
Apocalipse 3.20 – “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.”
b ) Maria prefere ficar aos pés de Jesus
Lucas 10.40 – “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude.”
A resposta amorosa do Senhor Jesus não significa desaprovação aos serviços domésticos. Ele não repreende os serviços que ela fazia. Repreende a distração, a ansiedade e prioridade que ela dava a eles.
Certamente para a hospedagem de Jesus e seus discípulos, muitos alimentos foram preparados. Ela agiu com preocupação em servir bem, e demonstrou bons cuidados na hospedagem. E o Senhor Jesus ensinou que, comparada com tantas coisas de suas ansiedades e que lhe trazia fadiga, uma só é necessária.
Em outras palavras, a nossa verdadeira vida depende de uma só coisa. Empreender toda a energia para alcançar a ´boa parte´ é essencial.
W. Baxendale, comentando este versículo especificamente, conta-nos rápida história do ´Livro dos Mártires´:
“Uma mulher crente, veio para ser julgada, por causa de sua crença em Cristo Jesus. E diante da autoridade, ouviu a ameaça de que ele lhe tiraria o marido. E ela respondeu: ´Cristo é meu marido´. Então, ameaçou de tirar-lhe seu filho. ´Cristo é melhor para mim do que dez filhos´. Por fim, ele ameaçou de tirar-lhe todos seus bens: ´Sim, mas Cristo é meu! E você não pode me tirar Dele!”
2. Maria deu prioridade a Jesus
Comentário do Blog
Lucas 10.41 e 42
O Senhor Jesus repete o nome de Marta, no versículo 41 – “Marta, Marta”.
Sempre que se chama duas vezes o nome, como aqui, é porque a mensagem a seguir é por demais importante.
Sete pessoas têm seus nomes repetidos duas vezes na Bíblia:
1 – Abraão, Abraão – Gênesis 22.11;
2 – Jacó, Jacó – Gênesis 46.12;
3 – Moisés, Moisés – Êxodo 3.4;
4 – Samuel, Samuel – I Samuel 3.10;
5 – Simão, Simão – Lucas 22.31;
6 – Marta, Marta – Lucas 10.41;
7 – Saulo, Saulo – Atos 9.4.
A ansiedade interior de Marta era expressada pela sua agitação exterior.
Haviam muitos pratos a serem servidos, como é costume do Oriente. E Marta se preocupa com a variedade deles.
Spurgeon pregou que Maria escolheu a melhor porção que lhe proporcionou, o que nenhum outro alimento natural lhe daria:
1 – Plena alegria;
2 – Completa satisfação;
3 – Inteira garantia.
3. Mais “Martas” do que “Marias”
Comentário do Blog
Nestes últimos dias, chamados de pós modernidade, temos excesso de informações, de tecnologias, de coisas a ver e a fazer.
Estamos convivendo com uma geração escrava das redes sociais?
Nas raras reuniões familiares de nossos dias, há mais ´Martas´ do que ´Marias´. O diabo odeia as famílias. O Senhor ama as famílias. Deus honra as famílias. Desde o livro de Gênesis está explicito os princípios de Deus sobre a família: Em Gênesis 2 – Deus cria a família; em Gênesis 8 – Deus salva a família; em Gênesis 12 – Deus abençoa a todas as famílias; em Gênesis 17 – Deus opera promessa de milagre numa família; em Gênesis 30 – Deus escolhe uma família para prosperar; em Gênesis 46 – Deus cuida de uma família.
Edward Gibbon, escreveu “A História do Declínio e da Queda do Império Romano”, em seis volumes, publicados entre 1776 e 1788. Ele cita cinco razões para o fim desse Império:
1 – A instituição familiar foi minada pelo aumento dramático de divórcios;
2 – Impostos cada vez mais elevados, tanto para cobrir os gastos deficitários do governo romano, quanto para ´distrair´ o povo;
3 – A busca obsessiva pelo prazer, cada vez mais brutos e imorais;
4 – Gastos exagerados com armamentos para defesa exterior – quando o verdadeiro adversário está dentro dos cidadãos: a decadência da responsabilidade individual;
5 – A desvalorização gradual da virtude.
Esta síntese não nos lembra de nosso contexto atual? Há entretenimento demais, e pouca profundidade espiritual. Há recreação demais, e busca do Senhor de menos. Há atividades demais na igreja, e desvalorização da vida de oração.
Leiamos o que escreve Devi Titus, em seu livro “A Experiência do Lar”:
“O lar não é uma atividade, como também não é uma estrutura física onde a família habita. Ele foi projetado para ser o lugar dos relacionamentos pessoais entre os membros da família. O lar é a base da sociedade humana, e poucos discordarão de que precisamos melhorar a situação atual da sociedade. Portanto, podemos concluir que também devemos melhorar a condição de nossas casas.”
“Uma casa se torna um lar quando as pessoas passam um tempo juntas dentro dela.”
O comentarista da revista deste trimestre, pastor Elinaldo Renovato, neste tópico I – 3 – Mais “Martas” do que “Marias”, alerta para a escravidão das redes sociais.
John Piper, pregador batista norte americano, disse que “Uma das maiores utilidades da internet será a de provar, no Juízo Final, que a falta de oração não era por falta de tempo.”
II – MARIA, A MULHER QUE UNGIU O SENHOR
1.Maria ungiu os pés de Jesus
Comentário do Blog
João 12.1 – “Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos.”
Portanto, seis dias antes da celebração da Páscoa, o Senhor Jesus e seus discípulos, saem do local perto do deserto da Judéia e dirigem-se a Betânia, no limiar do Monte das Oliveira, a três quilômetros de Jerusalém. E andam pela estrada de Jericó. Na cidade de Betânia, foram a casa de Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Ele sempre foi bem-vindo e ilustre hóspede. Nesse dia, além de bem-vindo é especialmente honrado.
Seis dias antes da Páscoa, é provavelmente após o pôr do sol de sexta feira à noite, ou o começo do sábado judaico que precedia a Páscoa.
Betânia – haviam duas cidades com este nome na Palestina. Nome de origem aramaica, significando ‘casa da aflição´ ou ´casa das tâmaras verdes´ ou ´lugar dos figos imaturos´ ( Livro ´Todos os Lugares da Bíblia´, também Strong e Davis ). Hoje ainda existe, e chama-se em árabe el-´Azir, que é o nome de Lázaro em árabe.
A outra citada na Bíblia, trata-se de um lugar ao oriente do rio Jordão, onde João Batista batizava ( John D. Davis ). E não mais existe. Ainda que, pela ordem cronológica, Orígenes ( 185 d.C., 254 d.C.), juntamente com Eusébio de Cesaréia ( 263 d.C., 339 d.C.) e Jerônimo de Estridão ( 347 d.C., 420 d.C.), por estarem familiarizados com a região, afirmarem que esta outra Betânia, nos tempos dos apóstolos desaparecera. Mas, foi restaurada com outro nome, Bethabara.
a ) Uma ceia para Jesus
João 12.2 – “Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.”
Lázaro era um dos que estavam junto à mesa. Prova de mais um milagre extraordinário do Senhor Jesus, pois ele era “o que falecera e a quem ( Jesus ) ressuscitara dos mortos.” – João 12.1.
Os Evangelhos registram três milagres de ressurreição operados por nosso Senhor:
1 – A filha de Jairo – Lucas 8.40 a 56 – dentro de casa;
2 – O filho da viúva de Naim – Lucas 7.11 a 17 – entre a entrada e saída da cidade;
3 – A de Lázaro – João 11.1 a 45 – sepultado já a quatro dias.
O poder de ressurreição do Senhor Jesus ainda é o mesmo! Ele é poderoso para trazer à vida novamente:
– Os que estejam sem vida dentro da Casa do Senhor;
– Para os que estejam coxeando na fronteira entre o mundo e a Casa do Senhor;
– E para os que estão mortos em seus delitos e pecados, amando o mundo e as coisas que no mundo há. Cujos atos cheiram mal…
Salmo 29.4a – “A voz do Senhor é poderosa.”
Somente o apóstolo João, escritor deste Evangelho de João, anota que Marta servia e Lázaro estava presente. E este é prova física do milagre da ressurreição. Ele era a realidade da restauração da vida. A palavra milagre no grego é ´dunamis´, e é termo geral.
O escritor evangelista João cita os atos poderosos do Senhor Jesus como ´sinal´, ou seja, do grego ´semeion´, como provas didáticas, para ensinar lições.
E Lázaro era um dos que estavam a mesa assentados com o Senhor Jesus sendo honrado. E Marta servia, não apenas por que era anfitriã. Mas, sobretudo, manifestando zelosa afeição. Manifestando gratidão num sentido. E Maria manifestaria em outro sentido.
b ) Maria unge os pés de Jesus
João 12.3 – “Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.”
Mateus e Lucas a chamam somente de ´mulher´( Ellicott ). Mas João diz-nos seu nome.
Uma libra – uma medida romana, correspondendo a aproximadamente em 3,5 litros. Somente João nos informa a quantidade.
Unguento – uma especiaria aromática, oleoso e próprio para unção. Esta mesma palavra grega ´muron´ ocorre 14 vezes no N.T. ( Strong ) e é palavra de origem oriental, também usada para pomada, gordura, óleo, porém, sempre com o sentido de perfumoso ( Léxico Grego de Thayer ).
Nardo – nome científico: Nardostachys jatamansi – grego ´nardos´. Perfume produzido a partir de planta que cresce na Índia, no Himalaia. Usado para preparação de perfumes, unguentos, pomadas, para aromatizar vinhos. Conhecida desde tempos antigos. Salomão a citou por duas vezes: Cantares 1.12 e Cantares 4.13. E aqui a palavra nardo quer realçar ser genuíno. Porque haviam falsificações naquela época. Como hoje também há perfumes falsificados… a palavra para os adulterados era pseudonardus ( Comentário do Novo Testamento de Meyer ). O óleo feito com esta planta é mencionado 24 vezes na Bíblia.
Alabastro – “(às vezes chamado espato acetinado) é uma designação aplicada a dois minerais distintos: gesso (sulfato de cálcio hidratado) e calcite (um carbonato de cálcio). O primeiro é o alabastro dos dias atuais; o segundo é geralmente o alabastro dos antigos.” ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Alabastro – 24 de maio de 2017 ). Champlin nos informa que era encontrado numa aldeia do Egito quase com este mesmo nome.
Originalmente, vaso ou frasco de alabastro, é uma caixa onde os unguentos eram preservados. Alabastro, é, portanto, o nome de uma pedra.
E Maria quebrou a cilindro estreito do topo do frasco, derramando o líquido sobre o Senhor Jesus. Mateus e Marcos escreveram que foi derramado sobre a cabeça. João, testemunha ocular, escreveu que foi derramado sobre os pés. E João é o único que deixou registrado que os enxugou com os seus cabelos. Os três evangelistas enfatizam que era muito caro.
Matthew Henry, pastor presbiteriano inglês, como sempre em seu comentário secular, faz fervoroso escrito sobre esta cena:
“Maria deu um sinal de amor a Cristo, que lhe dera verdadeiros sinais de seu amor para com ela e para com a sua família. O Ungido de Deus é o nosso Ungido. Assim como Deus derramou o óleo de alegria sobre Jesus, mais do que sobre os seus companheiros, assim nós devemos derramar o unguento de nossos melhores afetos sobre Ele.”
João 12.4 – “Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:”
Mateus 26.8 – “E os seus discípulos, vendo isso, indignaram-se, dizendo: Por que este desperdício?”
Marcos 14.4 nos diz “E alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento?”
Não há contradições: Mateus apenas diz que a frase veio dos discípulos, e Marcos tão somente que a pergunta foi feita.
Portanto, somente João identifica diretamente ao registrar que foi Judas Iscariotes quem falou tal frase.
João 12.5 – a própria revista esclarece que o valor era elevado – trezentos denários, que correspondiam a aproximadamente ao salário de um trabalhador por um ano todo. Com um denário comprava-se 18 quilos de pães. Denário era moeda de prata de ampla circulação e aceitação no Império Romano.
A palavra latina denarius ´ – denário´, teve tanta influência em outros idiomas, que mesmo após a sua extinção, originou o dinar utilizado nos países árabes, o dinero espanhol, o denaro italiano, e o nosso português ´dinheiro´.
Observe a diferença entre a frasco de alabastro de Maria quebrado e derramado, e a caixa de dinheiro que Judas carregava. Entre as trinta moedas de prata de Judas, e os trezentos denários ( também de prata ) que, em valor de perfume, Maria ungiu a Jesus. Observe a diferença entre o amor ao dinheiro de Judas, e o desprendimento e liberalidade de Maria.
Observe a diferença entre a hipocrisia de Judas para com os pobres, e a pureza de sinceridade de Maria em sua inesquecível ação para Cristo.
Observe a diferença entre o fim trágico de Judas, e a escolha superior que Maria fez pelo Senhor Jesus.
Quando o Senhor Jesus disse em João 12.8 – “Porque os pobres, sempre os tendes convosco…” não queria exaltar a pobreza, mas constatar que o fenômeno social da pobreza sempre estaria na sociedade, ou seja, entre nós por todas os séculos de nossa história e na nossa geração.
c ) Jesus aprova o gesto de Maria
João 12.7 – “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isso.”
Marcos diz-nos em 14.5 que “bramavam contra ela”. Não bastasse a repreensão de sua irmã Marta, queixando-se de sua suposta falta de ação, como a dizer – Lucas 10.38 a 42 – que Maria perdia tempo ao ficar assentada aos pés de Jesus.
Myer Pearlman comenta que “Cristo viu a preciosidade do ato e não do perfume.” I Samuel 16.7b – “Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” – Apocalipse 2.23 – “…. Eu sou aquele que sonda as mentes e os corações…”
“Para o dia da minha sepultura” – quando assim falou, o Senhor Jesus remeteu ao grande significado de seu sepultamento, porque a morte na cruz estava se aproximando. Antes que aquela semana terminasse, Ele seria sepultado.
O Comentário de Cambridge diz-nos assim sobre este versículo:
“A interpretação mais simples disso é: “Que Maria preserve o que resta do unguento. No entanto, não para ser vendido aos pobres. Mas, para ser usado para o meu sepultamento que está próximo.” Uma unção daquele momento como uma unção para o sepultamento por antecipação. Esta palavra em grego – sepultamento – ocorre somente duas vezes no Novo Testamento – aqui em João 12.7 e em Marcos 14.8.”
2. Maria ungiu a cabeça de Jesus
Comentário do Blog
Longe de ser uma exibição, com a intenção vaidosa de exaltar seu ato e sua pessoa, Maria derrama a unção de unguento sobre a cabeça de Jesus, e este ato exterior expressa o que primeiro transborda de sua consagração a Cristo Jesus. Profeticamente ela traz a cena do Calvário, e Cristo sendo sepultado, e separado deles pela morte. Eis o espírito do ato! Adoração, consagração e gratidão.
É a mesma Maria que ungiu a cabeça e que ungiu os pés.
3. Devemos oferecer o melhor a Jesus
Comentário do Blog
Ao derramar o nardo puro de “muito preço” – registrado assim por João e Marcos, e “unguento de grande valor” – e assim por Mateus, foi dito ali naquele jantar: “Por que tanto desperdício?”
Quando se gasta milhões com a festa da carnalidade do Carnaval, com suas consequências trágicas. Quando se anuncia um jogador de futebol ´comprado / vendido´ por milhões de dólares. Há apenas admiração, comentários por horas nas redes com exaltações. Poucos ou ninguém fala em desperdício. Mas, basta qualquer que crente que conhecemos, ao fazer algo extraordinário pelo Reino de Deus, ao consagrar seu tempo, seus recursos, suas forças físicas, sempre haverá quem censure isso: “Por que tanto desperdício?”.
Myer Pearlman observou com graça: “Se nossa ação tem a aprovação do Mestre, não nos importa o que o mundo disser.”
Compare o que os inimigos do Senhor Jesus “buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam” – Marcos 14.1 – seus amigos lhe preparam jantar com honrosa hospedagem.
Enquanto Judas dá o seu pior contra o Mestre, traindo-O, Maria dá o seu melhor, ungindo-O.
Oferecer religião ao invés de comunhão, é ver as obras queimadas – I Coríntios 3.15. O nosso melhor dado ao Senhor perdura pela eternidade. O ato de Maria de Betânia, perduraria mais do que o perfume que “encheu-se a casa do cheiro do unguento”. O cheiro suave desse ato chegou até nós! E é pregado em todo em o mundo – Mateus 26.13.
Três bênçãos da adoração: promessa, presença e providência.
Promessa – o único e verdadeiro Deus que garante a Sua presença nos lugares de adoração a Ele, é o nosso! Mateus 18.20 – “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”;
Presença – eis a estratégia da adoração – II Crônicas 20.21 e 22 – “E aconselhou com o povo e ordenou cantores para o Senhor, que louvassem a majestade santa, saindo diante dos armados e dizendo: Louvai o Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre. E, ao tempo em que começaram com júbilo e louvor, o Senhor pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e dos das montanhas de Seir, que vieram contra Judá e foram desbaratados.” Comparação: Amom – o mundo; Moabe – a carne; montanhas de Seir – o diabo. Na adoração, a presença de Deus nos garante vitória;
Providência – Atos 16.25 e 26 – “Perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam. E, de repetente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.” – Adoração antes da libertação, durante a aflição, depois da provação.
III – O CARÁTER HUMILDE DE MARIA
1. Maria, uma mulher humilde
Comentário do Blog
O espírito de Maria era o de Colossenses 1.17 – “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.”
Deus deu a Cristo primazia em todas as coisas. Não ousaríamos dar-lhe lugar menor. Ele é o primeiro e o último. Primeiro em tudo, quanto ao tempo e quanto a importância: “para que em tudo tenha a preeminência ( primazia ).” – Colossenses 1.18c.
Se esta vida é uma vida de tantas necessidades, como conciliar que “uma só coisa é necessária”? A resposta é que muitas coisas são necessárias realmente nesta dimensão terrena. Mas, esta vida terrena em si mesma é nada se não a vivermos na dimensão celestial.
Comparemos, mais uma vez, o egoísmo de Judas e o humilde desprendimento de Maria.
O egoísta anda de mãos dadas com a hipocrisia. Como Judas ao, com absoluta falta de sinceridade, ressaltar o desperdício argumentando que algo de tão grande valor, poderia socorrer aos pobres.
O humilde anda de mãos dadas com a adoração. O grande valor para o humilde é o Proprietário e não a propriedade. O Oleiro e não o vaso.
O humilde esvazia-se do ´eu´. O egoísta enche-se de ´muitas coisas´, de valores mundanos, que afadigam e causam ansiedades. A própria Bíblia nos afirma que o Senhor Jesus desceu para subir – Efésios 4.10 – “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todas os céus, para cumprir todas as coisas.”
Leia o que escreveu o príncipe dos pregadores, C. H. Spurgeon sobre a humildade:
“Quando um homem é sinceramente humilde e nunca se aventura a ficar impressionado com o mínimo de louvor que possa surgir, quase não há limites para o que Deus pode fazer por ele.”
2. Maria não revidou as críticas da irmã
Comentário do Blog
Sempre haverá quem proteste contra as vidas que se derramam a favor do Reino de Deus. Mais uma vez cito Myer Pearlman quando comenta sobre este tema – “A Crítica e a Consagração Cristã – As críticas provocadas pelo ato de devoção de Maria nos ensinam que todos aqueles que se consagram plenamente ao Senhor e vivem à altura desta dedicação podem saber que os conhecidos, sem discernimento espiritual, lhe perguntarão: “Por que tanto desperdício?”
Três bênçãos para a pessoa humilde:
1 – São olhadas por Deus – Salmo 138.6 – NVI – “Embora esteja nas alturas, o Senhor olha para os humildes, e de longe reconhece os arrogantes.”;
2 – São honradas por Deus – Provérbios 29.23 – “O humilde de espírito obterá honra.”;
3 – São agraciadas por Deus – I Pedro 5.5 – “Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
E a Maria, em seu caráter humilde, veja que estas bênçãos lhe alcançaram: Jesus foi o único a ver além do gesto exterior. Maria foi olhada por Deus. Enquanto muitos “bramavam contra ela” – Marcos 14.5 – Jesus foi o único a aprovar seu ato de amor –Maria foi honrada por Deus. E, finalmente, o Senhor decretou assim: “…em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.” – Marcos 14.9. Maria foi agraciada por Deus!
CONCLUSÃO
“O mais querido ídolo que conheço
Seja ele quem for,
Ajuda-me a derrubá-lo do Teu trono,
E a adorar somente a Ti, Senhor!”
( William Cowper – * 1731 – + 1800 – Inglaterra – poeta e autor de hinos inspiradores ).
No mais, Deus proverá!
Pastor Eliel Goulart
Postado por ebd-comentada
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