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22/04/2021
Este post é assinado por Eliel Goulart
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” – I Coríntios 2.4 e 5.
Os dons de poder são capacitações especiais em situações que demandam a ação sobrenatural do Espírito Santo na vida do crente.
I Coríntios 12.4, 9 a 11
4 – Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
9 – e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 – e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 – Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
Se os dons de revelação – Palavra da Sabedoria, Palavra da Ciência e o Discernimento dos espíritos – manifestam entre nós a Onisciência de Deus, os dons de poder – o Dom da Fé, os Dons de Curar e o Dom de Operação de Maravilhas – tem a finalidade de manifestar a Onipotência de Deus.
Para pregarmos o Evangelho com poder e graça, muito necessitamos dos dons de poder. Se o irmão ou a irmã desejam ter experiências com estes dons espirituais, evangelize! Lucas 18.5: “O semeador saiu a semear.” Ao ser diligente e zeloso em sair pregando o Evangelho, verá que Deus o usará, conforme Sua soberana vontade, com os dons de poder, porque estará servindo a Deus e ao próximo. Quer ver milagres? Evangelize! Marcos 16.17: “Estes sinais seguirão aos que crerem…”
Nós vemos nas Escrituras Sagradas tipos distintos de fé: a fé comum, a fé salvífica e a fé como dom.
Hebreus 11.1: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem”.
Na Almeida Revista e Atualizada: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.”
“Firme fundamento” ou “certeza” é a tradução em português da palavra hypóstasis, de origem primária muito interessante: título de posse (Strong). Aquele título de propriedade que dá legalidade a ela, dando o direito e a garantia do contrato. No Novo Testamento, é a garantia do Senhor para o cumprimento da fé. É o que dá ao crente o direito, a garantia do que Deus concede.
As coisas que esperam somente virão a existir para nós, desde que estejam relacionadas a nós pela prática. Exemplificamos de uma maneira singela: imagina que a dois homens sejam dadas a cada um uma porção de sementes. Um deles semeia a sua porção. Então, uma colheita está para este entre as coisas que se esperam. Por isso está relacionada a ele de maneira prática. O outro que retém a porção de sementes e não a semeia, não poderá jamais esperar por colheita. Porque o que ele espera não tem firme fundamento. Ele nada fez e a fé é algo prático.
Para o mar se abrir, a fé tem de marchar – Êxodo 14.15. Para o cego ser curado, a fé deve ir até ao tanque de Siloé, e lavar-se – João 9.7.
Se permanecessem inertes, nunca veriam as maravilhas de Deus.
Hebreus capítulo 11 é a ´galeria dos heróis da fé´. Na Europa há variedade de monumentos erguidos em diversas formas, chamados de arcos e colunas de triunfos. É o registro dos feitos de valentia e vitórias de generais e reis. Os crentes temos a ´galeria dos heróis da fé´ em Hebreus capítulo 11 para visitar, e ali nós vemos os feitos dos fiéis do passado, que não foram inertes na fé, mas práticos. E o escritor aos Hebreus ergueu este monumento onde registrou as vitórias da fé em ação.
É um dos dons de poder concedidos à Igreja pelo Espírito Santo.
É uma concessão extraordinária, muito além da fé comum e também da fé salvífica, portanto, especial e transcende a capacidade do homem. Pastor Antônio Gilberto (1927-2018) explanou sobre este dom dizendo que ele capacita ao crente em quem se manifesta, a “superação e eliminação de obstáculos, sejam quais forem, e de impedimentos”. A fé como dom não é concedida a todos, por isso dissemos que se distingue da fé comum e da fé para a salvação. Richard Francis Weymouth (1822-1902), pregador batista da Inglaterra, chamou este dom de fé de ´fé especial´ (Teologia Sistemática).
Tão somente para aprendizado de todos nós, observamos que há além da fé comum, que já tratamos acima, a fé salvífica. É a ação da fé para crer em Jesus Cristo como Salvador de sua alma. É a fé praticada por quem crê e descanso no poder salvador de nosso Deus, através da Pessoa bendita do Senhor Jesus. É a que se refere Efésios 2.8: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Após a conversão pela fé salvífica, esta prossegue como fé mantenedora e, depois, como fé servidora. A fé mantenedora, mantém o crente perseverando em seguir ao Senhor diariamente. E a fé servidora age para perseverar servindo segundo a vontade revelada do Senhor.
Há ainda outras classificações: a fé natural, que decorre da razão humana. Nada há de espiritual nela. A fé como ´crença´, ao qual conhecemos através dos Credos, a descrição do escopo geral de doutrinas, e a fé como fidelidade, uma das porções do Fruto do Espírito – Gálatas 5.22.
Em Atos capítulos 27 e 28 lemos da viagem de Paulo, como prisioneiro, para Roma. Pela determinação do conselho de Deus, Paulo navegava para a Itália.
A certa altura, Paulo, ao perceber que a navegação ia perigosa, advertiu aos que estavam no comando geral do navio, que seria uma viagem difícil e com perdas. Mas o centurião Júlio deu mais crédito ao piloto e ao mestre do navio, e partiram rumo à cidade de Roma.
E quando tudo parecia bonança, deu sobre o navio uma tempestade que tirou do piloto a direção da embarcação, e navegavam à toa, agitados por forte tempestade. Despojaram o navio de cargas e até da madeira interior da armação, para o aliviarem. Por muitos dias, não viram nem o sol nem as estrelas. Navegando sem direção e sem controle do navio, perderam a esperança de salvarem-se. Porém, na vida do crente Paulo manifestou-se o dom da fé. E Paulo assumiu o comando do navio, animando a todos, dizendo palavras fervorosas: “Não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio.” – Atos 27.22.
Declarou que o anjo de Deus lhe revelou que o Senhor lhe havia dado todos quantos navegavam com ele, e cria que Deus faria isso e aconteceria o que lhe foi dito. Depois de catorze dias, Paulo prepara-se para comer, exortando com serenidade de fé que todos também comessem, e declarando a todos que nem um cabelo cairia da cabeça de qualquer das 276 pessoas que estavam no navio. E o capítulo 27 de Atos termina registrando o que Paulo teve segurança pelo dom de fé de testificar a todos: “E assim aconteceu que todos chegaram à terra, a salvo.”
Este é um exemplo do dom da fé manifestado na vida de um crente.
Pastor Eliel Goulart
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