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15/04/2021
Este post é assinado por Eliel Goulart
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. – I Coríntios 14.26
Os dons de revelação divina são indispensáveis à Igreja da atualidade, pois vivemos em um tempo marcado pelo engano.
1 Coríntios 12.8,10; Atos 6.8-10; Daniel 2.19-22
1 Coríntios 12
8 – Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
10 – e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
Atos 6
8 – E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 – E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamados dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
10 – E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.
Daniel 2
19 – Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
20 – Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força;
21 – ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.
22 – Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
A mais conhecida das listas dos dons espirituais é a lista nove, apresentada pelo apóstolo Paulo em Iª Coríntios 12. Parece-nos, conduto, que nenhuma lista esgota a diversidade dos dons. Para nosso estudo, classificamos aos dons em geral de dons de serviços, dons ministeriais e dons espirituais. Isto é proveitoso, pois tanto nos ensina, quanto faz-nos interdependentes.
Deste modo são listados vinte e um dons no Novo Testamento. Todos inter-relacionados e complementares.
Nas Cartas de Paulo, ele não exaure a lista, e dá-nos o entendimento de que nenhuma é completa em si mesmo.
Para classificação, poderíamos concordar com as listas de dons de serviços, dons ministeriais – listados em Efésios 4.11 – e dons espirituais.
Para esta Lição, usaremos a chamada classificação teológica, apesar de que não há somente uma classificação teológica, pois encontramos listas dos dons divididos em categorias diferentes, mas, em geral, são apenas variações da mesma classe. Vou listar aqui a divisão mais divulgada entre nós, pentecostais da Assembleia de Deus:
1 – Dons de Revelação (outros usam Dons de Elocução – orais, expressão por palavras): palavra da sabedoria, palavra da ciência (ou do conhecimento) e discernimento dos espíritos;
2 – Dons de Poder: fé, dons de curar e operações de maravilhas;
3 – Dons de Inspiração: profecia, variedade de línguas e interpretação. Outros classificam Dons de Elocução (dons orais, que se expressam por palavras): profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas.
Hoje, vamos aprender juntos, sobre os dons de revelação: palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimentos de espíritos.
Concedidos à Igreja para dar-lhe orientação, que manifestam o atributo da Onisciência de Deus, que manifestam entre nós o poder de Deus que tudo sabe – João 21.17 – “Senhor, Tu sabes tudo.”
O primeiro dos dons de revelação é o da palavra da sabedoria.
Paulo emprega o substantivo grego logos, que no Novo Testamento, é a expressão do pensamento de Deus através do Espírito Santo. E o substantivo sophia, ou seja, sabedoria, que em termos bíblicos é o dom que penetra a essência e o propósito das coisas com a maneira reta de alcançar tal propósito.
I Coríntios 12.8 – “Porque a um, pelo Espírito, é dada da palavra da sabedoria.” Não se trata da sabedoria natural. Ainda que devamos sempre agradecer ao Senhor por nossos dons naturais, e muito bem fazemos em submetê-los à direção do Espírito Santo, a favor da expansão do Reino de Deus e da obra santa do ministério. Porém, o dom de sabedoria vai muito mais além da razão humana.
A palavra da sabedoria é um dom muito necessário aos que estão na direção do Povo de Deus, servindo na liderança da igreja local, do campo ministerial ou da congregação. É necessário ao obreiro que está diante do rebanho do Senhor, mas não é exclusivo dele. O Senhor não o limitou impedindo que algum crente o receba. Pela revelação das Escrituras, observamos que qualquer servo fiel do Senhor pode ser usado no dom de sabedoria, para atender frente a um problema urgente ou para cumprir uma responsabilidade emergencial.
Meus amados, não se trata também de ser uma pessoa sagaz, com facilidade de entender alguma coisa mais rápido do que outros, ou ainda não se trata de perspicácia ou esperteza de raciocínio. Há quem se avalie a si mesmo com portador do dom de sabedoria, com inteligência, para quaisquer ocasiões. Nada disso! Não é desta qualidade de dom que Paulo trata.
Palavra da sabedoria é uma enunciação, uma expressão por palavras, de maneira ocasional, por intervenção direta do Espírito Santo, que dá ao crente iluminação e inspiração para orientar algo específico, diante de uma situação real, para bem conduzir a situação difícil.
Observamos que não são todos os crentes que possuem tal dom. Somente aqueles a quem o Senhor, através do Espírito Santo, escolher para ser usado. Alertando que, um crente caído da graça, mesmo se antes foi usado neste dom, pode, devido ao estado atual de soberba ou desviado do temor de Deus, dar conselhos de grande tolice.
No Antigo Testamento o Senhor concedeu este dom a Bezaleel – Êxodo 31.2 e 3 – “Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel […], e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento (inteligência – anotação nossa), e de ciência (conhecimento – anotação nossa)” E sobretudo, a Salomão – I Reis 3.28: “E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.” A nenhum outro na Bíblia foi concedida maior sabedoria do que a Salomão, com exceção do Senhor Jesus, em quem “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” – Colossenses 2.3.
No Novo Testamento, a revista cita o diácono Estevão, conforme Atos 6.9 e 10: “E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estevão, e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.” No Português está: ´não podiam resistir´, mas no original o sentido é mais forte do que o comumente traduzido, significando que não tinham força para contradizer a Estevão. Os opositores da fé não tinham, em si mesmos, capacidade de resistir aos pensamentos mais amplos, à visão tão clara da verdade, diante do crente Estevão, cheio do Espírito Santo.
Estevão é o primeiro obreiro, no Novo Testamento, a quem é dito sobre a concessão do dom de sabedoria. Parece-nos que, no Novo Testamento, sabedoria com dom caminha junto com o poder de Deus. Há uma conexão entre sabedoria e poder, semelhante à dita pelo profeta Miquéias em capítulo 3, versículo 8 de seu livro: “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do Senhor, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado.”
Também Isaías 11.2 – “E o Espírito do Senhor estará sobre ele, o Espírito de sabedoria e de discernimento, o Espírito de conselho e de poder…” – Nova Versão Transformadora. Notem a conexão entre sabedoria e poder.
Parafraseando um ilustre pregador, o dom de sabedoria é concedido ao crente santo em caráter, dando-lhe irresistível discernimento e capacitando-o a dar conselhos úteis além da razão humana.
Pastor Eliel Goulart
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