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12/02/2018
Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar,
Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote,
Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível.
Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
(Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb 7.1-19).
TEXTO ÁUREO
“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26).
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
INTRODUÇÃO
Olá irmãos (ãs), Paz seja convosco.
Excepcionalmente nesta lição o comentarista será o irmão Leonardo Novais de Oliveira.
A lição de número sete nos traz o estudo a respeito do capítulo sete da carta aos Hebreus, que revela um assunto de extrema importância, A ORIGEM DO SACERDÓCIO DE JESUS, O CRISTO, que é pautado em outra perspectiva, fugindo completamente do que fora prescrito pelo Senhor a Arão e seus filhos, descentes da tribo de Levi.
Leiamos o que o livro de Números nos traz no capítulo 18:
“Então disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio.
E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do testemunho” (Nm 18.1,2 – ACRF – grifo nosso).
Leiamos também o capítulo 25 e versículo 13:
“E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel” (Nm 25.13 – ACRF).
Lendo e interpretando estes textos, nos fica claro que todos os sacerdotes deveriam ser descendentes de Levi, porém Jesus é descendente de Judá e é descrito como o Leão da Tribo de Judá (Ap 5.5).
Vejamos o que Lucas escreve no capítulo 3 sobre a genealogia de Jesus.
“E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli, E Heli de Matã, e Matã de Levi, e Levi de Melqui, e Melqui de Janai, e Janai de José, E José de Matatias, e Matatias de Amós, e Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagaí, E Nagaí de Máate, e Máate de Matatias, e Matatias de Semei, e Semei de José, e José de Jodá, E Jodá de Joanã, e Joanã de Resá, e Resá de Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri, E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de Cosã, e Cosã de Elmadã, e Elmadã de Er, E Er de Josué, e Josué de Eliézer, e Eliézer de Jorim, e Jorim de Matã, e Matã de Levi, E Levi de Simeão, e Simeão de Judá, e Judá de José, e José de Jonã, e Jonã de Eliaquim, E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e Mená de Matatá, e Matatá de Natã, e Natã de Davi, E Davi de Jessé, e Jessé de Obede, e Obede de Boaz, e Boaz de Salá, e Salá de Naassom, E Naassom de Aminadabe, e Aminadabe de Arão, e Arão de Esrom, e Esrom Perez, e Perez de Judá” (Lc 3.23-33 – ACRF – grifo nosso).
Desta forma, Jesus, o Sumo Sacerdote Eterno não tem NENHUMA LIGAÇÃO COM LEVI.
Veremos nesta lição o ensino que nos traz o autor aos Hebreus, mostrando que Jesus é sacerdote segundo outra perspectiva, ou seja, segundo a ordem de Melquisedeque, cumprindo a profecia que o salmista escreveu no Sl 110.4.
“Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4 – ACRF).
Leiamos o que Russel N. Champlin, teólogo americano, diz sobre este assunto:
“O autor sagrado admite que, segundo os padrões judaicos, Jesus não estava qualificado para o sumo sacerdócio levítico, porquanto não pertencia à tribo de Levi, o que era um pré-requisito absoluto. Apesar de que, no primeiro século de nossa era, havia muitas exceções à regra vetorestamentária, pois havia sacerdotes que não podiam comprovar sua ascendência levítica, o autor sagrado não estava interessado em apresentar a Jesus como sacerdote levítico, como se a ele tivesse sido permitido ocupar tal posição, como caso excepcional. Antes, Jesus cumpre todas as exigências de qualquer sacerdócio, por ser ele a fruição do que está implícito no termo «sacerdócio», no que concerne à posição de mediador e de intercessor em favor do povo. Outrossim, Cristo pertence a uma categoria sacerdotal superior à de Levi, a saber, a ordem de Melquisedeque” (grifo nosso).
Precisamos reforçar que no A.T. não existe nenhuma passagem sobre a atuação de Melquisedeque como sacerdote, salvo as passagens que estão no livro do Gênesis, capítulo quatorze e no Salmo 110.
Champlin, tem uma posição interessante sobre tal assunto:
A menção do sacerdócio de Melquisedeque, em Sal. 110.4 (citado em Heb. 5:6), mostra que havia alguma tradição sobre a questão; mas o próprio tema nunca é desenvolvido no A .T ., havendo também muito pouco nos escritos rabínicos a respeito, pelo simples fato que não havia, em operação, qualquer sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. Jesus é o cumprimento do ideal desse sumo sacerdócio, mas o que pode ser dito sobre isso forçosamente é dito fora do A.T. O autor sagrado, após afirmar a sua tese, que identifica com Melquisedeque, deixa-o para trás e desenvolve a ideia inteira do sumo sacerdócio de Jesus, tal como já deixara para trás anjos e a pessoa de Moisés, a quem Cristo ultrapassou. Em Melquisedeque o autor sagrado encontra a validade e a autoridade do sumo sacerdócio de Jesus, mas a sua função é descrita em comparação com o sacerdócio levítico, e em simples assertivas de como Jesus cumpriu e ultrapassou as noções do sacerdócio no A.T. Depois do décimo sétimo versículo deste capítulo Melquisedeque não é mais mencionado. Por essa altura, já serviu a seu propósito, e dai por diante é considerada apenas a pessoa de Jesus” (grifo nosso).
Veremos nos tópicos abaixo porque Jesus está associado a Melquisedeque e não a Levi.
I – QUANTO AO ASPECTO DE SUA TIPOLOGIA
O sacerdócio de Cristo é imutável, perfeito e eterno e não está relacionado aos homens que são mutáveis, imperfeitos e morrem, por isto, não poderia ser baseado no sacerdócio levítico.
Um dos pontos mais importantes sobre o sacerdócio de Cristo está no capítulo cinco da carta aos Hebreus:
“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. E por esta causa deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão. Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.1-6 – ACRF – grifo nosso).
1 – Um sacerdócio com realeza
Um dos pontos que abordaremos sobre a diferença entre o sacerdócio de Jesus, segundo a ordem de Melquisedeque, é a característica da realeza.
Melquisedeque foi rei da cidade de Salém, que segundo Flávio Josefo e vários rabinos, era a cidade que posteriormente teria se tornado a conhecida Jerusalém.
Como o Senhor ainda não havia separado a família de Arão, da casa de Levi, como sacerdotes perpétuos, não vemos nenhum problema em ter um rei que, no passado, antes dos termos da lei, oferecia sacrifícios a Deus e atuava como rei.
A figura de Melquisedeque como rei e sacerdote foi utilizada pelo escritor aos Hebreus como prefigurativo do que Jesus seria.
Quando Abrão voltou da guerra onde cinco reis lutaram contra outros quatro, a Bíblia nos diz que Melquisedeque veio até ele com vinho e pão, como sinal de comunhão com Deus; enquanto que o rei de Sodoma veio até ele com uma proposta estranha dizendo: “Dai-me as pessoas e fique com os bens”.
O Comentário Bíblico Esperança nos mostra o contraste entre Melquisedeque e o rei de Sodoma, leiamos:
“Melquisedeque entra em cena para abençoar Abraão, para oferecer-lhe um fortalecimento após a batalha. Ele lhe traz dádivas celestiais, pão e vinho, como sinal da comunhão com Deus. “Aquilo que este rei de Salém, um sacerdote de Deus, o Altíssimo, surgido inesperadamente, traz a Abraão, representa um refrigério do mundo superior. Como sacerdote de Deus, o Altíssimo, ele também podia conferir poder divino ao pão e ao vinho, refrigério do mundo superior, comunicação de graça e vida sob a forma de pão e vinho”. Em contraposição, o rei de Sodoma vem ao encontro de Abraão com uma proposta tentadora: “Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo” (Gn 14.21). Isto é característico do poder do pecado e do tentador de nossa alma, à sombra do qual o rei de Sodoma se encontra: exige algo a que não tem direito, e promete dar o que não lhe pertence. No entanto, através das dádivas de Melquisedeque Abraão foi fortalecido em sua resistência contra a proposta traiçoeira do rei de Sodoma. A vitória exterior é seguida da vitória interior. Ele afasta de si o tentador”.
Jesus em vida, foi sacerdote, ou seja, aquele que oferece sacrifício a Deus e intercede pelo povo, de certo ponto de vista, rei dos judeus; mas voltará como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
De acordo com a lei, um sacerdote levítico não poderia ser rei, pois tal atribuição não lhes fora dado pelo Senhor, assim, se Jesus fosse descendente da Tribo de Levi, nunca poderia tornar-se rei.
A Bíblia é maravilhosa!
2 – Um sacerdote firmado na justiça
O comentarista da revista da CPAD neste trimestre, Pr. José Gonçalves, fala sobre “os tipos”.
O conceito de tipo é “algo que representa outra coisa” e a Bíblia é recheada dos mesmos.
O Egito no A.T., é um tipo para o mundo (local que está afastado de Deus), Faraó, um tipo de anticristo (governador do mundo que está afastado de Deus).
Melquisedeque é um tipo de Jesus, por ter sido rei e sacerdote e também, para alguns autores, por existir antes da lei.
Leiamos o que o Fritz Laubach, do Comentário Bíblico Esperança, fala sobre este assunto:
“Melquisedeque era o rei de Salém. Na tradução e explicação dos termos evidencia-se o significado salutar dos nomes: rei da justiça e rei da paz. Desde o AT a justiça e a paz já nos são conhecidas como sinais da soberania messiânica. Isaías, por isto, anuncia: “seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre” (Is 9.6,7; cf. Mq 5.3,4; Ml 4.2). Justiça e paz, unificadas na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, são presenteadas por Cristo às pessoas que se tornam seus seguidores pela fé. Simultaneamente, elas são também as características do reino de Deus, que hoje ainda está oculto, mas que um dia irromperá visivelmente. Aquilo a que os nomes de Melquisedeque aludem alcançou consumação plena na pessoa de Jesus”.
Por Leonardo Novais de Oliveira
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