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03/04/2017
Este post é assinado por: Pastor Eliel Goulart
Texto Áureo
“Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11.4)
Verdade Prática
O cristão deve viver de forma que agrade a Deus, ainda que sofra por causa disso.
Leitura Bíblica em Classe
Gênesis 4.8 a 16
8 E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e (1 Jo 3.12) o matou.
9 E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
11 E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
12 Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.
13 Então, disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.
14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará.
15 O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.
16 E saiu Caim de diante da face do Senhor e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden.
INTRODUÇÃO
Comentário do Blog
O nome Abel, significa “sopro, vapor”, o que nos lembra a sua curta existência. Anota-se também que pode significar “alimentador de ovelhas”.
O nome Caim, segundo o Dicionário da Bíblia de John D. Davis, significaria ´forjador´, cuja palavra tem duas acepções: a de ferreiro e a figurativa de alguém que forja algo contrário a realidade. Acrescente ainda o significado de ´fabricante de instrumento´. O mais comumente aceito é que significaria ´adquirido´. Para avaliarem o quanto o significado de nomes tão antigos é problemático, há ainda o registro de que significaria “um servo da terra”.
Ambos nasceram após a Queda, e certamente cresceram ensinados por seus pais, de todos os acontecimentos anteriores, inclusive da forma de cultuar ao Senhor.
I – A OFERTA DE ABEL
1 – Uma oferta agradável a Deus
Comentário do Blog
A questão essencial aqui não é a oferta em si mesma. Ainda que esta também esteja qualificada, como veremos adiante.
Entendemos pelas Escrituras, que o Senhor atenta para a intenção do coração. Apocalipse 2.23 – “…Eu sou aquele que sonda as mentes e os corações…” – Em I Samuel 16.7, – o profeta Samuel bem discerniu este princípio: “Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração“. – Daniel 2.29 – O profeta Daniel conhecia esta verdade: “Aquele,pois, que revela os segredos te fez saber o que há de ser”. – Atos 1.24 – Os crentes da Igreja Primitiva oravam sobre este princípio: “Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos…” – O rei Davi ensinou, por experiência, tal princípio ao seu filho Salomão: “Porque esquadrinha o Senhor todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos”. Em Romanos 8.27 aprendemos que o Senhor é ´aquele que examina os corações´. Finalmente convém citar Jeremias 17.10 – “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”.
A questão da intenção no coração é seríssima. E muitos ofertantes não tem percepção disso.
Ilustremos com o rei Davi. Ele sempre desejou construir um templo, onde a Arca da Aliança fosse guardada em definitivo, um lugar de adoração para o Senhor Deus. I Crônicas 22.7 – “E disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o edificar casa ao nome do Senhor, meu Deus”. A decisão de Deus foi que Davi não construiria, pois derramara muito sangue em guerra. E que seu filho faria tal obra. I Crônicas 22.7 a 10.
A intenção do rei Davi era tão forte que ele adquiriu o terreno, comprando-o do jebuseu Araúna, localizado no Monte Moriá, onde se construiria o templo – II Samuel 24.24 e 25.
A intenção do rei Davi era tão ardente que ele entregou a Salomão o projeto arquitetônico, os riscos de toda a construção – I Crônicas 28. 11 a 19.
A intenção do rei Davi era tão extraordinária que ele levantou ofertas, os recursos de custeio financeiro da grande obra – I Crônicas 22.14 e I Crônicas 29. 3 a 7.
Salomão relembrou toda esta intenção, este elevado propósito do coração do rei Davi, quando da inauguração – II Crônicas 6.7 e 8 – “Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edificar uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel. Porém o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto tiveste no teu coração o edificar uma casa ao meu nome, bem fizeste, de ter isso no teu coração”.
Para Deus foi como se Davi o tivesse construído!
A lição afirma com propriedade que Abel era de caráter justo. O que é ser justo?
Em resumo, ser justo é agir como Deus manda, como Lhe agrada.
Nesta atual Dispensação da Graça, por primeiro, justo é a pessoa que crê e aceita ao Senhor Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador. Leia:
Romanos 3.21 a 26
“Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo Seu sangue, demonstrando a Sua justiça. Em Sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a Sua justiça, a fim de ser Justo e Justificador daquele que tem fé em Jesus. ”
E por segundo, justo é aquele que após aceitar a Cristo como único Senhor e Salvador, persevera na prática da justiça, fazendo o que agrada a Deus. O princípio é o mesmo desde Abel!
Iª João 3. 7 a 10
“Filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo. Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus. Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não procede de Deus, tampouco quem não ama seu irmão.”
Neste versículo ilustra-se a intenção do caráter de um como Abel e de um como Caim.
A lição cita também outra característica do caráter de Abel, a qual Deus dá muito valor: integridade.
Em hebraico, esta palavra tem em sua origem, o significado de ´estar completo´, ´concluído´, ´terminado´. Traz a ideia de um caráter irrepreensível na sua conduta.
Jó 1.8 – ARA – “Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.”
Gênesis 6.9 – “Noé era homem justo e íntegro“.
Provérbios 10.29 – “O caminho do Senhor é fortaleza para os íntegros“.
Iª Tessalonicenses 5.23 – ( ARA ) – “E o mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Abel era homem. Noé era homem. Jó era homem. Não eram super-homens! Eram limitados como eu e você!
A Bíblia destaca a condição de homem de cada um a quem adjetiva como íntegro.
O que os diferenciava, então? Homens que expressavam desde o coração, um caráter agradável a Deus. De temor e adoração em todos os seus atos.
2 – Uma oferta profética
Comentário do Blog
Donald Gray Barnhouse, em seu livro Gênesis, 1º volume, página 31, descreve esta oferta profética e como ela cresce na questão da expiação do sacrifício de cordeiros ao longa da história bíblica:
“A estrada até a cruz estava agora firmemente estabelecida.
Eis o primeiro cordeiro, um cordeiro por um homem.
Mais tarde, na Páscoa, haverá um cordeiro por cada uma das casas e por suas famílias – Êxodo 12.
Depois, no Dia da Expiação, haverá um sacrifício por uma nação inteira – Levítico 16.
Finalmente, é Cristo quem leva embora o pecado do mundo – João 1.29.”
3 – Uma oferta valiosa
Comentário do Blog
No capítulo 4 de Gênesis Adão e Eva tem a Caim e Abel.
Eis uma família que creu no evangelho, pois certamente os pais desses ainda meninos lhes narraram a promessa, o chamado proto-evangelho de Gênesis 3.15. E que o Senhor Deus fez túnicas de peles para eles, cobrindo a nudez de ambos – Gênesis 3.21. Deduz-se que animal inocente foi sacrificado para cobrir os culpados.
Caim e Abel trouxeram sacrifícios ao Senhor. Caim trouxe do fruto da terra. E Abel trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura.
Porém, observemos que não se comia carne nesse período da história. Conforme Gênesis 1.30 as verduras e os frutos serviam para o mantimento. Somente a partir de Noé é que Deus deu autorização para se comer carne – Gênesis 9.3.
Portanto, pergunta-se por que Abel criava ovelhas, se não serviam para mantimento? Um dos significados de seu nome seria o de ´alimentador de ovelhas´. Vivia para agradar a Deus. Não era como Caim, cujo um dos significados do nome é ´um servo da terra´, que vivia para o mundo.
Caim quis inventar a sua própria maneira de cultuar. Os mundanos fazem isso. Mas é Deus quem estabelece a maneira Dele receber culto. E os pais de Caim e Abel lhes pregaram o evangelho com o sacrifício do animal inocente. Sangue foi derramado. Sacrifício vicário, substitutivo.
Eis outros aspectos do valor da oferta de Abel, que denota seu caráter de adorador. Por isso, muito bem observa o comentário da lição – “Notemos que Deus atentou primeiro ´para Abel´ e, depois, ´para a sua oferta´.”
Por isso, observamos em nossos cultos, cantores com voz chamada califonia, voz bela. Mas, mesmo cantando de maneira extraordinária e agradando aos ouvidos mais exigentes, não há unção, reverência e o discernimento é que o objetivo primeiro não é a glória de Deus e nem a intenção é de adorador.
E outros com voz de menos potencial, canta e a glória de Deus se manifesta entre nós. Porque o Senhor atenta primeiro para o caráter do adorador. Primeiro atenta para o caráter “Abel” e depois “para a sua oferta”.
Que bom seria um cantor com voz bela cantar também com caráter belo!
II – A INJUSTIÇA CONTRA ABEL
1. Abel era um homem justo
Comentário do Blog
“Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo” – Hebreus 11.4.
Na NVI, diz – ´oferta melhor´. Na Tradução Nova Vida, diz ´uma oferta mais aceitável´. Na Bíblia Tradução Literal, diz ´um sacrifício mais excelente´. Na Tradução Douay-Reims diz ´um sacrifício superior´.
De qualquer maneira, compreende-se que a oferta (como é designada no original hebraico) de Abel foi mais do que a de Caim. Mas as duas eram ofertas a Deus!
Certamente a superioridade se explica pela primeira expressão do versículo: Pela fé. Que se expressou em seu modo de se aproximar para adorar a Deus. Fé na promessa do evangelho que seus pais lhe pregaram: que os seus pecados próprios precisavam de sacrifício substitutivo e a esperança do Redentor.
A oferta de Caim não testemunha tal fé. Expressa, antes, o seu mau caráter.
Abel é um exemplo ilustre de fé entre as personagens do Antigo Testamento.
A oferta de Caim, de frutos da terra, não era em si mesmas, impróprias. A questão fundamental descansa no que o escritor aos Hebreus cita: Pela fé. Um se aproxima para cultuar com fé e outro sem fé.
Das cinco vezes que o nome de Abel é citado no Novo Testamento, em três dos cinco versículos, diz-se que ele era justo. Mateus 23.35, onde o próprio Senhor Jesus lhe chama de justo. E também em Hebreus 11.4 e I João 3.12. As outras menções ao nome de Abel estão em Lucas 11.51 e Hebreus 12.24.
Romanos 3.22 – “Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem…”
Assim como nós também, Abel era justo pela justiça da fé – Filipenses 3.9 – “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé”.
Ilustração: “Um cientista sempre estava preocupado com os problemas do mundo, e pensava num método para, ao menos, diminuir tais problemas. Estudava e pensava por dias em seus estudos, isolado em seu laboratório, buscando respostas para tantas dúvidas. Num dia qualquer, seu filhinho pequeno em seu local de trabalho, e ele se sente irritado pela ´invasão´. Propôs ao filho brincar em outro lugar, e por fim tentou algo para distraí-lo. Pegou uma revista e cortou uma das páginas com a tesoura, onde havia uma fotografia do planeta, do mundo todo estampada naquela página. Assim cortou em pedaços, dando ao filhinho para remontar a figura do mundo, impressa na página na revista. Era como um quebra-cabeças. E o pai avaliou que o menino levaria horas tentando remontar o mapa do mundo. Mas em pouco tempo o menino diz com alegria: Papai, papai, já montei tudo e fiz isso sozinho! O pai se surpreendeu e até nem acreditou, a princípio. Era difícil demais, para não dizer impossível, ao menino de sete anos remontar um mapa que ele desconhecia, todo cortado em pedaços. Como podia recompor a foto do mundo tão depressa? E lhe perguntou: ” Meu filho, você sabia como era o mapa do mundo?”. O menino respondeu: “Papai, eu não sabia como, mas quando você recortava a página da revista, eu vi que do outro lado, havia a foto de um homem. Eu até tentei pôr tudo em ordem de novo, mas não conseguia… até que me lembrei da foto do homem na página detrás. Então virei todos os recortes e sabendo como era o homem, pus em ordem. Quando consertei o homem, vi que tinha consertado o mundo também.””
2 – Abel, o primeiro mártir
Comentário do Blog
A lição bem destaca diversas primazias de Abel.
Caim também as teve: foi o primeiro assassino e o primeiro a mentir – Gênesis 4.8 e 9. Motivado pelo pecado da inveja.
Quando um caráter é dominado pelos seus próprios desejos carnais, expressa a inveja.
I Coríntios 3.3 – “Porque sois carnais, pois, havendo entre vós inveja…”
Gálatas 5.26 – “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.”
Iª Coríntios 3.4 diz-nos que o ´amor não é invejoso´.
Em Hebreus 13.5 somos exortados a afastarmos do amor ao dinheiro, “contentando-vos com o que tendes”. Quando não se contenta com o que tem, expressa-se o pecado da inveja. Demonstra insatisfação contra Deus. Asafe sentiu-se assim: “Pois eu tinha inveja dos soberbos ao ver a prosperidade dos ímpios” – Salmo 73.3. E isso é desconfiar do amor e dos cuidados do Senhor que diz: “Não te deixarei e nem te desampararei”. Hebreus 13.5.
O que diz a Bíblia sobre a inveja?
Que sai do interior do coração dos homens e o contamina – Marcos 7.21 a 23.
É a podridão dos ossos. Mas dos ossos do invejoso – Provérbios 14.30. Mostra a interioridade desse pecado, que brota de um caráter não convertido.
Isaque foi alvo da inveja dos filisteus – Gênesis 26.14 – “E (Isaque) tinha possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam“.
José sofreu com a inveja de seus irmãos – Gênesis 37.11 – “Seus irmãos, pois, o invejavam”. Atos 7.9 – “E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele”.
O Senhor Jesus sofreu com a inveja de seus opositores – Marcos 15.10 – “Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado“.
Paulo também sofreu com a inveja dos patrícios judeus – Atos 13.45 – “Então, os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo dizia”.
3 – O Sangue de Abel
Comentário do Blog
Caim matou seu irmão Abel traiçoeiramente.
Com as perguntas em Gênesis 4.6 e 7 e depois do assassinato de Abel por seu irmão Caim, o Senhor Deus faz perguntas ao maldoso Caim, em Gênesis 4.9 – “Onde está Abel, teu irmão?”
Por óbvio que o Senhor Deus em Sua Onividência sabia onde estava o morto Abel. A pergunta de Deus é a oportunidade de Caim confessar seu hediondo pecado.
Ele escolheu mentir, respondendo no mesmo versículo 9 – “Não sei.”
A pergunta de Deus é oportunidade ao nosso arrependimento.
Na narrativa da Queda de Adão e Eva no capítulo 3 de Gênesis, após terem pecado pela desobediência ao mandamento ao Senhor, Deus se aproxima e Gênesis 3.9 está a pergunta a Adão: “Onde estás?” Para a mulher o Senhor Deus também fez pergunta: “Por que fizeste isso?” Para ambos, as perguntas de Deus eram oportunidades de confissão e de arrependimento. Na Sua Onisciência, o nosso bendito Criador sabia o que Adão fizera e o porquê Eva fez o ato de desobediência. Não veio com condenação fulminante. Ambos se esconderam com medo. E o Senhor fez-lhes perguntas. As quais eles responderam, terceirizando a culpa.
Em II Reis 5.20 a 27, narra o drama de Geazi, auxiliar de Elizeu, quando lamentou este não aceitara os presentes oferecidos pelo siro Naamã, e indo atrás da grande comitiva do capitão, sem o conhecimento prévio do profeta Elizeu, trouxe consigo, então, os presentes e os depositou na casa. Quando entrou e se pôs diante de Elizeu, este lhe perguntou: “De onde vens, Geazi?”. Não era condenação. Era oportunidade de confissão e arrependimento. Ele escolheu mentir: “Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.”
A pergunta de Deus é oportunidade de confissão e de arrependimento!
Salmo 139.7 – “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face?”
Neste tópico, o comentarista se refere, com muita pertinência, ao Juízo Final, quando os “Cains” de todos os tempos serão confrontados.
Apocalipse 20.11 a 15 está a doutrina do Juízo Final – o julgamento do Grande Trono Branco, visto por João, com similaridade ao visto no início do livro, Apocalipse 4. 2 a 6, com a diferença de que este não está na terra. Diferente também do juízo das nações, de Mateus 25.31. E não está no Céu. Ele é Grande e ele é Branco. Poder e Justiça. Aqui se retira da dimensão limitada do tempo e entra-se na eternidade. E o julgamento é individual.
Há a segunda ressurreição, abrangendo desde Adão até o último homem a morrer em seus delitos e pecados.
Armando Chaves Cohen escreve assim em seu livro Estudos Sobre o Apocalipse – CPAD -1983 – 351:
“Cada um, de per si, dará conta de seus mortos. A Morte retinha o corpo e o Inferno ou Hades (o inferno transitório), retinha as almas, porém Jesus já os venceu e tem em seu poder as chaves, Ap 1.18. A Morte e o Inferno foram lançados no lago de fogo. I Co 15.26. “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei”, I Co 15.55,56. Ambos só tiveram existência devido ao pecado, Rm 5.12; 6.23.
´Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as gentes que esquecem de Deus´, Sl 9.17. É tão eterno o sofrimento dos perdidos como é eterna a existência de Deus.
Ó Deus eterno, rico em poder e grande em misericórdia, tem piedade desta pobre humanidade, cega e desviada de ti, Pai! Perdoa-lhes e salva-os.”
I. Scofield assim escreve, resumidamente, sobre o Juízo Final, em seu livreto: Manejando bem a Palavra da verdade, edição 2010, página 28 – Distribuidora de Artigos Evangélicos Holly Bible Ltda:
“O julgamento dos mortos ímpios
Ocasião: Um dia determinado, após o milênio (Atos 17.31; Ap 20.5,7).
Local: Perante o grande trono branco (Ap 20.11).
Resultado: Ap 20.15.
Alguns podem estar perturbados com a palavra “dia” em tais passagens como Atos 17.31 e Romanos 2.16. Veja os seguintes trechos, nos quais “dia” significa um período estendido de tempo: 2 Pe 3.8; 2 Co 6.2; Jo 8.56. A “hora” de João 5.25 já tem durado mais de mil e oitocentos anos. As Escrituras ainda falam sobre um julgamento para os anjos (1 Co 6.3; Jd 6; 2; Pe 2.4). O texto de Lucas 22.30 refere-se, provavelmente, a juize sem um regime teocrático – um ofício administrativo, em vez de judiciário. (Veja Isaías 1.26.)”.
Quando Abel respondeu ao Senhor, com dureza de coração, após cometer o seu pecado horrível: “Sou eu guardador do meu irmão?” – Gênesis 4.9. A resposta é SIM.
Somos responsáveis pelo nosso irmão. Pelo nosso próximo. Quem é o nosso próximo? Todo aquele com quem temos contato.
O sangue de Abel clama por justiça – Gênesis 4.10.
O sangue de Cristo é superior. Hebreus 9.22 – “… e sem derramamento de sangue não há remissão”. O sangue de Cristo derramado é a garantia de podermos receber o perdão pelos nossos pecados e termos acesso a presença de Deus.
Levítico 17.11 – “Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.”
Quando pecamos, merecemos a morte. “O salário do pecado é a morte” – Romanos 6.23. O Senhor Jesus pagou a penalidade por nós, derramando o Seu sangue (morrendo em nosso lugar).
Expiação significa sermos reconciliados com Deus. O Senhor Jesus deu a Sua vida (derramou o Seu sangue) na Cruz para a nossa reconciliação (expiação). Isso possibilitou a nossa reconciliação com Deus. O sangue de Jesus significa que não somos mais Seus inimigos e sim, Seus amigos, Seus filhos. Pela fé, aceitamos a justiça do Senhor Jesus efetuada por nós.
III – UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS
1 – Abel soube agradar a Deus
Comentário do Blog
Gênesis 4.4 – “E Abel trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.”
Caim e Abel nasceram fora do Éden. Eram filhos do Adão culpado, e não do Adão inocente. Os dois eram pecadores. Ambos com natureza caída.
I Coríntios 15.48 – “Qual o terreno, tais são também os terrenos”.
Abel entendeu a verdade do Evangelho que podia aproximar-se de Deus por meio de sacrifício. E o escritor aos Hebreus esclarece: Pela fé – Hebreus 11.4.
Hebreus 11:4
4 Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. (ARC)
Uma vítima sendo oferecida em sacrifício, cumprindo as exigências de Deus, e ao mesmo tempo, suas mais profundas necessidades de pecador.
Eis a doutrina da cruz!
Somente o que é “agradável por Cristo Jesus” – Hebreus 13.21 – pode afastar do pecador a fatalidade da morte e a condenação do juízo.
“E que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho” – II Timóteo 1.10
Somente fazemos o que é “agradável a Sua vista” – I João 3.22 – quando a fazemos através do sacrifício expiatório do Senhor Jesus.
Fora de Cristo o destino do homem é a morte e o juízo.
Em Cristo, somos agradáveis a Deus.
2 – Abel, buscou a Deus
Comentário do Blog
C. H. Mackintosh, no livro Série de Notas Sobre o Pentateuco – Estudos Sobre o Livro de Gênesis, Depósito de Literatura Cristã, 2012, página 61, expressa assim tal busca de Abel:
“Assim, podemos, pois, em certa medida, compreender o significado e poder do relato, “pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim”.
Caim não tinha fé, e, portanto, ofereceu um sacrifício incruento.
Abel tinha fé, e, portanto, ofereceu “o sangue e a gordura”, os quais, em figura, mostram a apresentação da vida, e também a excelência inerente da Pessoa de Cristo.
“O sangue” manifesta a primeira; enquanto que “a gordura” expõe a segunda.
Cristo é a vida. Não há uma centelha de vida fora d´Ele. Fora de Cristo é tudo morte.
“Nele estava a vida”, e em nenhum outro – João 1.4″.
3. Caim agradou ao diabo
Comentário do Blog
Judas versículo 11 – “Porque entraram pelo caminho de Caim”.
A maioria da humanidade anda por esse caminho.
Querem cultuar a Deus conforme a sua própria maneira.
Qual é o caminho de Caim? É o homem querer ser independente de Deus, e avaliar que por seus próprios esforços conseguirá melhorar a si mesmo e a humanidade, em lugar do plano de salvação oferecido por Deus.
Gênesis 4.16 – “E saiu Caim de diante da face do Senhor”. Seguiu seu próprio caminho. Sua geração inventou os instrumentos musicais para, certamente, tornar seus dias e seus ambientes mais agradáveis, fora de Deus – Gênesis 4.21.
Em Gênesis 4.22 tem uma descendente de Caim chamada Naamá, cujo nome significa “fazer-se a si mesma agradável”, com o objetivo das paixões dos homens. Fora de Deus não há vida agradável.
Sua geração inventou as armas de cobre e de ferro, porque não consideravam a Deus como a sua proteção. Fora de Deus, prevalece o medo. – Gênesis 4.22.
Isaías 48.22 – “Mas os ímpios não tem paz, diz o Senhor”.
C. H. Mackintosh bem observa sobre ´o caminho de Caim´:
“Ao ´caminho de Caim´ seguir-se-á “o engano de Balaão”, na sua forma consumada; e então virá ´a contradição de Coré´. E depois ´o abismo´ abrirá a sua boca para receber os ímpios e fechá-lo-á outra vez, para encerrar na ´negrura das trevas´ – Leia Judas versículo 13.
CONCLUSÃO
Comentário do Blog
Sigamos o ´caminho de Abel´, qual seja, o andar pela fé.
No mais, Deus proverá!
Por: Pastor Eliel Goulart
Postado por ebd-comentada
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