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20/08/2020
Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Naum 1:3-6
3 O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.
4 Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano se murcha.
5 Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença, sim, o mundo e todos os que nele habitam.
6 Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derribadas. (ARC)
Naum 3:1-2,4-7
1 Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo.
2 Estrépito de açoite há, e o estrondo do ruído das rodas; e os cavalos atropelam, e carros vão saltando.
4 por causa da multidão dos pecados da mui graciosa meretriz, da mestra das feitiçarias, que vendeu os povos com os seus deleites e as gerações com as suas feitiçarias.
5 Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos, e te descobrirei na tua face, e às nações mostrarei a tua nudez e aos reinos, a tua vergonha.
6 E lançarei sobre ti coisas abomináveis, e te envergonharei, e pôr-te-ei como espetáculo.
7 E há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? Donde buscarei consoladores para ti? (ARC)
Naum 1:7
7 O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. (ARC)
Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.
O profeta Naum viveu na mesma época em que viveram os profetas Habacuque e Sofonias. O Livro de Naum é uma poesia sobre a queda de Nínive, a capital da Assíria.
Durante cento e cinquenta anos, a Assíria havia dominado os países do Oriente Médio, mas no ano 612 a.C. os babilônios conquistaram Nínive.
O profeta Naum vê a queda de Nínive como o castigo que Deus manda sobre um povo perseguidor e cruel.
A linguagem do profeta é brilhante, e por meio de várias figuras ele descreve a queda da grande e poderosa capital da Assíria.
Donald Stamps detalha que este breve livro sobre a destruição de Nínive foi escrito por um profeta cujo nome significa “consolo”. Nada se sabe a respeito de Naum, a não ser que era proveniente de Elcós (Na 1.1), cuja localização é incerta. Jerônimo acreditava que esta cidade ficava perto de Ramá, na Galileia. Sugere-se ainda a vizinhança de Cafarnaum, e também o sul da Judéia. O mais provável é que Naum fosse profeta de Judá, pois o Reino do Norte (Israel) já fora dissolvido quando este livro foi escrito.
A data em que foi escrito o livro de Naum é um campo de muitas discussões. Norman Russell Champlin destaca que ao se debruçar sobre em qual data este livro foi escrito, o nosso raciocínio pode ser influenciado tanto por fatores históricos quanto por fatores psicológicos, a saber:
Primeiro – Com base em uma suposição a priori, alguns eruditos liberais defendem que o livro de Naum é uma história poética, e não uma verdadeira profecia, insistindo então em uma data posterior a 612 a.C., o ano da queda de Nínive. Presumivelmente, a jubilosa explosão que há no livro, diante da queda de um poderoso inimigo, trai um poeta que observou, e não um profeta que previu. Entretanto, após exame do livro, vê-se que as qualidades éticas e religiosas do profeta Naum foram subestimadas por esses especialistas.
Segundo – Alguns eruditos supõem que parte do livro de Naum consista em profecia, e outra parte, em história; e, consoante a isso, sugerem datas imediatamente antes e depois de 612 a.C. Isso nos envolve em raciocínios subjetivos que não podem ser comprovados objetivamente. A questão é tremendamente controvertida, e todas as discussões a respeito não têm servido para iluminar a questão da data da composição do livro.
Terceiro – A maioria dos eruditos do A.T. data o livro de Naum entre 664 e 612 a.C. Esse ponto de vista alicerça-se sobre o fato de que o trecho de Naum 3.8-12 menciona a destruição de Tebas (a No-Amom desse texto), durante os dias de Assurbanipal (664—663 a.C.), como um acontecimento que já teria ocorrido. Naum, pois, deve ter escrito seu livro após esse evento. E, no caso de o livro ser uma profecia, deve ter sido escrito antes de 612 a.C., a data da queda de Nínive, um evento predito na obra. Todavia, não há como provar exatamente quando, entre essas duas datas, a composição foi escrita. A maioria dos intérpretes, contudo, supõe que se deve pensar em uma data mais próxima da destruição de Nínive, do que uma data mais distante dessa destruição. Nada melhor do que isso alguém conseguiu propor.
Quarto – O pregador e comentarista irlandês da igreja anglicana Andrew Robert Fausset, insatisfeito com uma data imprecisa, apresentou uma série de comparações históricas entre as ideias de Naum e as ideias de outros profetas, relacionando esses dados com os livros de Reis e de Crônicas. Ele via Senaqueribe ainda assediando Jerusalém, em Naum 1.9-12. E supôs que Naum aludiu a isso em parte como história e em parte como profecia, naquele trecho. Com base em todas as suas conjecturas, ele extraiu 713—710 A.C. como a data da escrita do livro de Naum. Mas tudo isso entra em conflito com a história descrita no terceiro ponto.
Quinto – Outras Ideias. O livro de Naum, segundo alguns eruditos, pode ser datado dentro de uma variação de meio século. A fixação da data de sua escrita tomar-se-ia possível por meio de dois eventos principais: a queda de Tebas, que ocorreu por volta de 668 a.C., e a queda de Nínive em 612 a.C. Por igual modo, no tocante à autoria do livro de Naum, há muitas posições diversas, quanto à data desse poema.
Para Robert Pfeiffer, a iminência da queda de Nínive parece argumentar em favor de o livro de Naum ter sido escrito pouco antes da destruição dessa cidade.
Visto que Nínive mais uma vez está em destaque na seção dos livros dos Profetas Menores, é interessante recordarmos que o Senhor demonstrou o seu amor por uma nação impiedosa, quando enviou o profeta Jonas a comparecer a opulenta capital dos Assírios com a finalidade de apregoar o arrependimento. Naquele período, Nínive se arrependeu dos seus atos pecaminosos e o Senhor os poupou de uma destruição prometida (Jn 1.1-2; 3.1-2,4-10).
Desta vez, o profeta é Naum e a mensagem não cabe arrependimento, mas juízo severo e eminente.
Segundo Donald Stamps, o livro de Naum por ser assim resumido:
I. A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15)
Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7);
A Ruína Iminente de Nínive (1.8–11.14);
Consolo para Judá (1.12,13, 15).
II. Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)
Introdução (2.1,2);
O Combate Armado (2.3-5);
A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12);
A Voz do Senhor (2.13).
III. Razões da Queda de Nínive (3.1-19)
Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4);
A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19).
A introdução do livro de Naum é muito rígida e vigorosa; uma sentença estava preste a ser lançada e não havia o menor indício que pudesse ser revogada como ocorreu na ocasião em que o profeta Jonas foi até Nínive condenar os seus pecados. Leiamos a introdução do profeta Naum:
Naum 1:1-2
1 Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita.
2 O SENHOR é um Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR toma vingança e é cheio de furor; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos. (ARC)
Champlin explica que este oráculo foi chamado, literalmente, de “sentença” ou “peso”, visto ser uma mensagem pesada e difícil, mas que devia ser suportada pelos Ímpios. Era uma mensagem difícil contra Nínive, pois o tempo da queda do império assírio tinha finalmente chegado. Nínive não seria capaz de carregar esse peso!
“O Senhor é Deus zeloso e que toma vingança”; Champlin diz que temos aqui uma série de afirmações assustadoras. Um Poder vingativo atacava. Esse Poder é um “Deus zeloso” (Dt 4.24; 5.9; 6.15; 32.16,21)! Ele estava ofendido pelo que a Assíria fizera contra o Seu povo. Seu povo era Seu filho (Êx 4.22), que aqueles réprobos estavam maltratando. Esse Deus zeloso também era o Deus vingativo, e foi por essa razão que a Assíria terminou tão mal. Esse Deus também estava cheio de ira, e isso O levou a ferir e esmagar os ofensores. Os inimigos de Deus são objetos de Seu ódio e de Seu poder demolidor. Os assírios deviam ter parado de aniquilar outras vítimas. Quando eles puseram suas mãos imundas sobre Israel, isso era ir longe demais na ousadia.
Houve ocasião em que 185.000 invasores assírios foram aniquilados diante dos portões de Jerusalém (II Reis 19.35-37). Mas isso nada foi, em comparação com o que aconteceu mais tarde, quando os babilônios e seus aliados puseram fim ao poder opressor dos assírios. Esse foi um ato de Yahweh, que defendeu a honra de Seu povo.
Nínive estava em plena ascensão. Seu governo imperialista avançava e ampliava as fronteiras. Judá estava na alça de mira da Assíria e na fila para se tornar mais uma nação sob o seu controle, mas o profeta Naum, a despeito de todos os prognósticos traz uma mensagem consoladora. Leiamos:
Naum 3:5-7
5 Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos, e te descobrirei na tua face, e às nações mostrarei a tua nudez e aos reinos, a tua vergonha.
6 E lançarei sobre ti coisas abomináveis, e te envergonharei, e pôr-te-ei como espetáculo.
7 E há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? Donde buscarei consoladores para ti? (ARC)
A cidade ensanguentada (Na 3.1), teria o seu próprio sangue derramado. Não subsistiria a investida do Senhor contra ela e a subversão anunciada por Jonas, apenas teve os seus dias abreviados pelo arrependimento, mas agora não escaparia da ira do Todo Poderoso!
Naum 1:13
13 Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços. (ARC)
Champlin explica que Judá estava sob o jugo da Assíria, por causa do pesado tributo que tinha de pagar (II Cr 33.11; II Re 7.14) e também por causa da constante ameaça de invasão e destruição. Mas o povo oprimido teria esse jugo desintegrado em pedaços e ficaria completamente livre — até que surgisse no horizonte o exército da Babilônia!
Mesmo em situações de opressão gigantesca, teremos no Senhor e em Sua Palavra o conforto e o consolo necessários para crermos que ao final receberemos o livramento e sairemos vitoriosos.
O caráter de Deus não é revelado somente nas características conhecidas como sendo afáveis ou amigáveis, tais como amor, bondade, misericórdia, verdade, sabedoria, fidelidade, santidade e outros, mas existe um atributo que conhecemos por justiça e este atributo pode revelar a indignação de Deus contra os inimigos do Seu povo ou contra aqueles que atentam contra a Sua santidade, que resistem as Suas advertências.
Uma das formas de Deus demonstrar a sua justiça está evidenciada quando Ele livra seu povo dos seus pecados e de seus inimigos, e o resultado é a retidão de coração (Is 51.6; 54.13; 60.21; 61.10).
Deuteronômio 4:24
24 Porque o SENHOR, teu Deus, é um fogo que consome, um Deus zeloso. (ARC)
O zelo do Senhor está associado à sua justiça, isto é, Ele aplica à justiça contra os impiedosos baseado no seu cuidado para com o seu povo e para consigo mesmo baseando-se exclusivamente em sua equidade (Sl 98.9; 99.4; Hb 1.8).
Apesar de os homens tomarem para si a atitude de vingança, esta deveria ser um ato exclusivo de Deus. O homem ultraja ao Senhor quando, por suas mãos, vai a forra contra o seu semelhante como fez Moisés ao vingar o seu irmão hebreu que foi ferido por um egípcio (Êx 2.11-12). Posteriormente, o Senhor vingou o seu povo castigado e humilhado por Faraó, desbaratando a nação inteira através das dez pragas.
Como em um tabuleiro, a Assíria se posicionou como inimigo do povo do Senhor, havia sido cruel com todas as nações que conquistaram e o Senhor denunciou a sua culpa. A hora da vingança havia chegado.
Os profetas, muitas vezes se utilizaram de alegorias que evidenciavam a glória, a majestade, a grandeza de Deus.
Naum, emprega o testemunho da natureza para retratar o magnífico poder de Deus. Ele faz lembrar os feitos do Senhor em favor do seu povo. Leiamos:
Naum 1:4-6
4 Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano se murcha.
5 Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença, sim, o mundo e todos os que nele habitam.
6 Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derribadas. (ARC)
Champlin, explica que estes versículos prosseguem com a descrição do poder de Deus sobre a natureza, dando a entender que Ele pode fazer qualquer coisa que Lhe agrade, no caso do mero homem. Deus pode repreender o mar e fazê-lo secar-se, como sucedeu quando Israel ficou entalado entre o exército egípcio e o mar Vermelho (Êx 14.21; Sl 66.6; 106.9; Is 50.2; 51.10). O Senhor resseca os rios ou desvia-os de seu leito normal, como fez com o rio Jordão, quando este servia de empecilho para que o povo de Israel chegasse à Terra Prometida. As áreas férteis de Basã e Carmelo se ressecaram diante de Sua palavra; Deus enviou a seca e ventos quentes da parte do oriente. Basã era regada pelo rio larmuque, e o Carmelo ficava à beira-mar, onde obtinha grande abundância de chuvas. Mas Deus reverteu o curso normal da natureza e ressecou aqueles lugares. A cadeia do Líbano, ao norte, continua Síria adentro, e era famosa por suas florestas de cedro, mas não estaria isenta da seca, se assim Yahweh o dissesse. Não há inflorescência sobre a terra que o hálito quente de Yahweh não reduza à podridão.
Evangelista Cláudio Roberto de Souza
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Postado por ebd-comentada
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