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01/05/2020
Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Deuteronômio 5:1-3
1 E chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis e guardá-los-eis, para os cumprir.
2 O SENHOR, nosso Deus, fez conosco concerto, em Horebe.
3 Não foi com nossos pais que fez o SENHOR este concerto, senão conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos.
12 Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus.
13 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.
14 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu;
15 porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado. (ARC)
Êxodo 20:8
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. (ARC)
Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.
Iremos estudar o quarto mandamento ordenado pelo Senhor ao seu povo Israel.
Êxodo 20:8-11
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra,
10 mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou. (ARC)
Não podemos deixar de mencionar que este é um ponto de bastante controversa, porém este estudo visa desfazer os pontos de desalinho quanto a questão da guarda do sábado por nós cristãos.
Precisamos enfatizar que o pacto Mosaico foi firmado com Israel no Sinai e que segundo Norman Russell Champlin era composto de três divisões:
(a) Os mandamentos, que expressavam a vontade justa de Deus (Êx 20.1-26);
(b) Os estatutos, que governavam a vida social de Israel (Êx 21.1 – 24.11);
(c) As ordenanças, que governavam a vida religiosa de Israel (Êx 24.12 – 31.18).
A Bíblia afirma que o sinal do pacto com Noé, foi o arco íris (Gn 9.12-17), o sinal do pacto Abraâmico foi a circuncisão (Gn 17.9-14) e o sinal do pacto Mosaico foi o sábado, conforme se lê abaixo:
Êxodo 31:13,16,17
13 Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.
16 Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo.
17 Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e restaurou-se. (ARC – grifo meu)
Perceba que os destaques do texto acima colaboram para o entendimento de que a guarda do sábado foi um sinal entre Deus e os filhos de Israel. Nenhum outro mandamento há referência aproximada ou similar a este que destacamos.
A lei mosaica não formava um pacto permanente, embora continue sendo adotada pela fé judaica, (judaísmo) sem falar em vários grupos cristãos, como os Adventistas do Sétimo Dia. Mas quanto ao ser cristão, em o N.T. não encontramos nenhuma alusão que evidencie a obrigação daqueles que estão sob a Nova Aliança, guardarem o sábado. Jesus não afirmou e tão pouco os apóstolos fizeram qualquer menção, no entanto, entre os cristãos do primeiro século convencionou-se separar o domingo como sendo o “Dia do Senhor”. Nele reservamos para descansar e para nos dedicarmos a Deus através do serviço, culto e obras que glorifiquem o Criador.
A palavra hebraica “shabbath” significa descanso ou cessação; provavelmente está relacionada à forma verbal “sbt” que significa “trazer a um fim”.
Champlin afirma que o sétimo dia da semana era chamado de “sábado” e apenas esse dia tinha um nome. Os outros eram designados por números.
Como visto na introdução deste capítulo de estudos sobre o Decálogo, observar o sábado tornou-se o próprio sinal do Pacto Mosaico.
Na teologia hebraica, esse dia sagrado comemorava a criação original e a redenção de Israel do Egito (Gn 2.2; Êx 20.8,11; Dt 5.15). No início era um dia de descanso, mas gradativamente assumiu outro significado relativo à devoção e piedade.
O descanso oferecia a oportunidade de engajamento em louvor, estudo e, especialmente, na leitura das Escrituras. A sinagoga transformou o sábado em seu dia sagrado mais importante. Ele se inicia na sexta-feira às 18h00 e perdura até o sábado, às 18h00.
Em tempos modernos, a comemoração de modo geral inicia-se mais tarde, para permitir às pessoas que trabalham uma chance para chegar à casa de reuniões. As Escrituras são lidas, são pregados sermões e oferecidas orações. Embora haja teorias diversas quanto às origens parece que essa era urna instituição exclusiva aos hebreus antes de a ideia propagar-se a outros povos.
O próprio Deus deu origem ao sábado, o dia de descanso, para comemorar seu descanso da atividade de criação (Gn 2.2). Champlin explica que os conservadores consideram a afirmação de Gênesis como o fim de todos os argumentos sobre a origem do sábado. Os liberais e os críticos, contudo, acreditam que essa é uma afirmação ultrapassada que de fato repousava em eventos posteriores ocorridos na época de Moisés. Nesse caso, a doutrina de que o próprio Deus deu origem ao sábado, imediatamente após a criação, é “idealista” e “teológica”, não uma doutrina histórica. Os críticos destacam que o sábado não era observado na época patriarcal.
Visto que o sábado foi feito para o descanso. Este dia serviria também para se relacionar mais intimamente com Deus.
O sábado tinha por finalidade portanto, manter um dia especial na imitação do Criador. Assim como Deus trabalhou por seis dias na ocasião da criação e no sétimo descansou, do mesmo modo o povo de Israel também deveria guardar o sábado para descansar, a fim de recuperar o corpo físico dos trabalhos da semana. Logo, o sábado era de fato, um dia para descanso, reflexão e de observâncias espirituais visando o relacionamento mais íntimo com o Senhor.
O Decálogo, ou as “Dez Palavras” ditas por Deus no monte Sinai a todo o Israel através do seu servo Moisés, tinha como pano de fundo a saída deles das terras egípcias. Mais que isso, eles deixavam de ser escravos e passavam a ser livres, portanto, a vida sob o feroz jugo de Faraó estaria para trás, porque Deus interveio em favor deles.
Relembramos que Israel, chegou no Egito através de José e depois a família foi trazida para lá, um total de 70 almas. Eles se multiplicaram conforme a Palavra do Senhor e a terra do Egito se encheu deles.
Êxodo 1:11-14
11 E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés.
12 Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel.
13 E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza;
14 assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza. (ARC)
Levantou-se um Faraó que não conheceu a José e sequer os seus feitos (Êx 1.8). Tal Faraó, passou então a escravizá-los (Êx 1.9-11).
A liberdade e os privilégios dos Hebreus foram retirados. Não tinham direitos, mas apenas deveres. Não tinha vontade própria, identidade e nem pátria. Os hebreus não tinham terra, bandeira, hino, absolutamente nada.
Gerações inteiras nasceram sob o julgo egípcio e assim um entendimento servil ia sendo cristalizado na mente de cada novo judeu que nascia. criou-se uma mentalidade escrava, vassala e que não sabiam o significado de liberdade. Eram pessoas acostumadas a escuridão e não a claridade.
A mentalidade que os hebreus tinham da vida era que ela se resumia a trabalho sem folga, sem descanso. Fisicamente estavam livres do Egito, mas o Egito ainda estava dominando o coração e as atitudes de cada um deles.
As atividades que estavam acostumados a desempenhar eram acompanhadas pelos animais, logo, estes também se exauriam devido ao volume de trabalho e a continuidade dele. Homens e animais precisavam repousar!
O quarto mandamento era um freio ao trabalho desumano, excessivo e a exemplo do próprio Deus que trabalhou por seis dias e no sétimo descansou (mesmo não necessitando), o homem e seus animais deveriam pausar por um dia de todas as suas labutas.
Os mandamentos, além de mencionarem o que aquele povo deveria fazer em obediência a Deus, frisava a lembrança de Quem os tirara da escravidão egípcia sob a expressão – “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” (Êx 20.2).
O Deus libertador também era o legislador. O povo de Israel entrava em um novo pacto, o pacto mosaico, mas estavam cientes que aquele que entregava as suas Leis era o mesmo que havia efetuado os milagres no Egito, a fim de torná-los livres e uma vez livres, deveriam atentar para o descanso físico de si próprios e dos animais que possuíam.
Benjamin Gross, filósofo e mestre judeu já falecido, afirmou: “Ao contrário, de todos os mandamentos, é precisamente aquele que contém a revolução política mais radical que já foi anunciada: no dia de Sábado, de fato, a obrigação do repouso e da celebração investe igualmente sobre homens e mulheres, pais e filhos, patrões e servos, seres humanos e animais domésticos.”
Êxodo 20:8
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. (ARC)
O dia do sábado era um descanso santificado (Êx 16.23), em que os israelitas deveriam aproveitar a oportunidade para dedicarem-se ao culto e ao serviço religioso espiritual. A provisão principal era o descanso, e podemos presumir que eles deveriam aproveitar o ensejo para finalidades de cunho espirituais.
Champlin afirma que o sábado, embora originalmente fosse apenas um dia de descanso, o sábado tornou-se dia sagrado:
Êxodo 16:23
23 E ele disse-lhes: Isto é o que o SENHOR tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o; e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar ponde em guarda para vós até amanhã. (ARC)
Ele passou a ser associado a festas solenes, especialmente aquelas em dia de lua cheia (Am 8.5; Os 2.13; Is 1.13). O dia era comemorado, provavelmente, como um dia de louvor, adoração e oração (Lv 23.1-3). Aqueles que se recusavam a observar o dia arriscavam possível apedrejamento até a morte (Nm 15.32.36).
Champlin afirma que muitas vezes a celebração do sábado tornou-se uma formalidade sem que estivesse associada a isso qualquer fé religiosa sentida no coração. Tal degeneração foi denunciada pelos profetas (Is 1.12,13). Houve abusos do dia e de suas exigências, abusos que foram combatidos pelos profetas (Jr 17.21, 22; Ez 22.8). A assembleia sagrada do sábado exigia que as ofertas diárias fossem dobradas (Nm 28.9 ss.). A manutenção do dia tornou-se um sinal da lealdade de Israel a Yahweh (o Deus Eterno), como vemos em Isaías 56.2; 58.13; Ez 20.12,21. O dia deveria ser de deleito e felicidade, não um dia de obrigações infelizes (Nm 10.10; Is 58.13; Os 2.11).
Para compreendermos como Deus pensou em si mesmo quando estabeleceu o quarto mandamento, Benjamin Gross afirma que o “shabbat” quando traduzido com o termo “festa” é extremamente redutivo: não é uma festa, mas “a” festa no sentido mais amplo. De fato, ele celebra o cumprimento divino do maior milagre humanamente imaginável: a existência do mundo.
Nesse dia, faz-se memória conjunta de dois eventos distintos, mas paralelos, um natural e universal, e um histórico e particular, inseparáveis na economia do relato bíblico: a criação do mundo e a saída de Israel do Egito. Duas memórias que convergem no único dia que Deus quis “santo”, isto é, que separou dos outros elevando-o a memorial vivo.
Portanto, a observação de guardar o sábado pelo povo de Israel arremete a ideia do Deus Criador, digno de reverência e ao Deus libertador, digno de louvor e adoração.
O quarto mandamento pode ser melhor compreendido quando atentamos para os detalhes apresentados no ano sabático e no ano do Jubileu, vistos adiante.
De acordo com Levítico 25, o princípio do sábado era estendido à legislação sobre o “ano sabático”, que acontecia a cada sete anos. Logo, Levítico 25.1-7 apresentam a lei do ano sabático.
Champlin explica que de modo geral, as várias leis baixadas neste capítulo tinham o propósito de controlar a exploração de terras e em favor de várias classes de pessoas. A possessão de terras é uma benção dada por Deus e os abusos contra as terras deviam ser evitados.
Tal como os israelitas deviam trabalhar seis dias por semana e descansar no sétimo dia, assim também a terra podia ser lavrada por seis anos e então descansar no sétimo ano.
A produção espontânea de terras podia ser consumida por qualquer um, e não somente pelos proprietários, visto que isso era um caso de provisão divina universal.
O ano sabático fazia cessar todas as atividades agrícolas normais. Por isso, era necessário prover algo para o sétimo ano, com base na produção agrícola dos anos anteriores. Por esse motivo, o sexto ano de plantio foi abençoado de modo especial por Deus, para que a terra pudesse descansar no sétimo ano, sem que houvesse escassez de alimentos, para que naquele ano as plantações pudessem produzir o equivalente a três anos (Lv 25.21). Desta forma, Israel recebeu uma promessa de benção e prosperidade especial, embora isso não deixasse de requerer responsabilidade da parte dos filhos de Israel.
Cientificamente, cessar as atividades agrícolas por um período, permitia que a terra recuperasse seus poderes produtivos. Não sabemos dizer se naquele tempo, os hebreus compreendiam o valor desse método, ou não. Mas essa lei também era uma questão teológica, pois aplicava o descanso tanto as pessoas quanto as terras de plantio, visando a honra de Yahweh, o Criador, que também “descansou” de Sua criação (Gn 2.2,3).
O propósito de Deus ao instituir esse ano especial era garantir a justiça, impedir os ricos de acumular riquezas e adquirir terras às custas dos pobres, bem como descansar a própria terra para futuros plantios.
Deus fez Israel peregrinar no deserto por 40 anos devido a sua desobediência e falta de fé. Sendo que os espias espiaram a terra por 40 dias, assim Deus fez que para cada dia, Israel ficasse no deserto um ano.
O termo hebraico para semanas é SHÁBUA, que significa sete.
Os judeus violaram a lei divina do ano sabático. Isto é, deveriam trabalhar na terra por 6 anos e no sétimo ano a terra descansaria. Da monarquia ao cativeiro, passou-se um período de 500 anos em que os judeus não cumpriram a determinação divina. Como não obedeceram, Deus os manteve fora da terra, cativos na Babilônia por um período de 70 anos, correspondente a 490 anos sabáticos.
2 Crônicas 36:21
21 para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. (ARC)
Evangelista Cláudio Roberto de Souza
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