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Central Gospel – 1º Trimestre 2020 – 23-02-2020 – Lição 8 – O Espírito Santo e o Cristão

20/02/2020

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 Coríntios 6:12-20

12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.

13 Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.

14 Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.

16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.

17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18 Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.

19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20 Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. (ARC)

TEXTO ÁUREO

Romanos 8:15

15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Dar ênfase ao relacionamento do cristão com o Espírito Santo;
  • Verificar a importância da experiência pessoal com o Espírito na vida do cristão e na igreja;
  • Conhecer as doutrinas bíblicas sobre a comunhão com o Espírito Santo.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.

Nesta série de estudo sobre a pessoa do Espírito Santo, examinamos os seus atributos, sua divindade, seu relacionamento com os homens, destacamos o fato do privilégio que possuem os regenerados em Cristo pelo poder do Espírito em participar de um vínculo tão íntimo e ao mesmo tempo tão nobre com o próprio Deus através da habitação do Espírito Santo.

O homem natural, portanto, não nascido da água e do espírito, não poderá jamais desfrutar da oportunidade de comungar com o Criador os sentimentos mais profundos de uma relação tão maravilhosa. Tal união é uma prerrogativa exclusiva do homem espiritual, refeito em Deus e para Deus (2Co 5.17).

Vamos atentar nas próximas linhas sobre como o Espírito Santo atua na vida do cristão que se submete a Sua ação e domínio.

1 – O RELACIONAMENTO INTENSO

Um relacionamento somente pode ser estabelecido entre duas ou mais pessoas, logo, como já foi visto, o Espírito Santo é Deus e que de forma íntima se relaciona com o homem convertido.

Os atributos que lhe garantem pessoalidade podem ser elencados conforme abaixo:

1 – O Espírito Santo pensa – “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” (Rm 8:27);

2 – O Espírito Santo deseja – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (1Co 12:11);

3 – O Espírito Santo ama – “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus,” (Rm 15:30);

4 – O Espírito Santo consola – “Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.” (At 9:31);

5 – O Espírito Santo se comunica – “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto,” (Hb 3:7-8);

6 – O Espírito Santo ensina – “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” (1Co 2:13);

7 – O Espírito Santo se entristece – “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção.” (Ef 4:30);

8 – O Espírito Santo pode ser ofendido – “Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça?” (Hb 10:29);

9 – O Espírito Santo pode ser resistido – “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais.” (At 7:51);

Há ainda outras características que denotam a sua pessoalidade, mas o que enfatizamos aqui, é a distinção ilustre e notável que dispomos quando nos associamos e passamos a conviver com o Espírito Santo. É dEle que advém todo o dinamismo que necessitamos para o exercício da obra do Senhor, mas principalmente, gozamos de grande satisfação por tê-lo como nosso amigo especial e particular.

1.1 – O nosso intercessor

Interessante saber que em praticamente todas as relações existem uma interdependência que classificamos como a necessidade de termos alguém que fale alguma coisa por nós, que execute alguma coisa por nós, que interceda por nós a outros. Não há ninguém totalmente soberano ou independente. Somente Deus é completamente Soberano, livre para operar como quer e quando quer.

A principal dependência do homem não está em depender de outro, mas depender de Deus. Quando o crente dobra os seus joelhos, é o Espírito Santo que intervém quando mais precisamos do auxílio divino. Nossas palavras, nossos sentimentos, nossas limitações e fraquezas, nossas incapacidades e pequenez são completamente compreendidas por aquele que nos ajuda a orar.

Paulo escreveu aos Romanos no esforço de nos fazer compreender quão importante é o papel do Espírito Santo quando nos encontramos confusos, extremamente fragilizados e acuados pelos problemas e dificuldades impostos pela vida. Paulo trata o incômodo do sofrimento e da dor, no entanto, mesmo diante de tão grandes infortúnios, o Espírito Santo não somente se faz presente, mas especialmente colabora de forma essencial no bom resultado que obteremos.

Romanos 8:26

26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. (ARC)

Sobre o texto acima, Warren W. Wiesber afirma que Deus se preocupa com as provações de seu povo.

Quando ministrava na Terra, Jesus gemeu ao ver o que o pecado fazia com a humanidade (Mc 7:34; Jo 11:33, 38). Hoje, o Espírito continua a gemer conosco e sente o peso de nossas fraquezas e sofrimentos. Mas o Espírito não se atém a gemer. Ele ora por nós por meio desses gemidos, a fim de que sejamos conduzidos para a vontade de Deus. Nem sempre sabemos qual é a vontade de Deus. Nem sempre sabemos orar, mas o Espírito intercede por nós para que vivamos dentro da vontade de Deus, apesar do sofrimento. O Espírito “nos assiste em nossa fraqueza”.

O cristão não precisa desanimar em momentos de sofrimento e de provação, pois sabe que Deus trabalha no mundo (Rm 8:28) e que o Senhor tem um plano perfeito (Rm 8:29). Seu plano tem dois objetivos: nosso bem e sua glória. No final, ele nos tornará semelhantes a Jesus Cristo!

O melhor de tudo, porém, é saber que seu plano será bem-sucedido. Esse plano começou na eternidade, quando Deus nos escolheu em Cristo (Ef 1:4,5).

1.2 – O convívio cotidiano

Um dos mais assombrosos fenômenos que existem é o fato de um Deus infinito fazer morada em uma criatura finita. Seria como preencher um copo plástico com todas as águas dos oceanos. Não parece razoável, no entanto, de uma forma maravilhosa e inexplicável é exatamente isto que acontece no processo da regeneração do homem pecador em uma nova criatura, como já dito, refeita em Deus e para Deus. O Espírito Santo passa a fazer morada no interior do homem!

1 Coríntios 6:19

19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (ARC)

Para entendemos o texto acima, precisamos compreender a relação do povo de Israel com o Senhor na Antiga Aliança.

Deus ordenou a Moisés que construísse um Tabernáculo que mais adiante foi substituído pelo Templo erigido pelo rei Salomão. Ambas as estruturas possuíam três principais divisões denominadas: pátio, lugar santo e lugar santíssimo. No lugar santíssimo havia a arca da aliança, objeto considerado sagrado, pois nela continha em seu interior as tábuas da lei, a vara de Arão que floresceu e uma porção do Maná que receberam como provisão divina enquanto peregrinaram no deserto. Os três elementos citados acima, eram a representação do pacto que o Senhor fizera com Israel. As tábuas da Lei apontavam para a instrução, cuja obediência garantia a comunhão com Deus, a vara de Arão que floresceu apontava para o sacerdócio levítico, os cerimoniais dos cultos de adoração ao Senhor e aos sacrifícios que tornavam o povo aceitável, por fim, o Maná apontava para a cuidado e a provisão de Deus para com o povo.

Era a Arca da Aliança, o lugar que o Senhor destinará para o encontro com Israel, em específico com o sumo sacerdote (representante do povo), conforme lemos:

Êxodo 25:22

22 E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel. (ARC)

Portanto, no Tabernáculo e depois no Templo, Deus habitava em meio ao seu povo, na representação da Arca, no entanto, na Nova Aliança, a habitação de Deus passa a ser outro templo, passa a ser o tabernáculo humano, o nosso próprio corpo.

Na manifestação de Cristo, Deus habitou entre os homens, mas na vinda do Consolador, Deus habitou no homem.

A Teologia Pentecostal nos ensina que a habitação do Espírito Santo no homem do Antigo Testamento era temporária, mas na Nova Aliança, se tornou permanente.

Sobre a habitação do Espírito Santo no homem dita pelo apóstolo Paulo aos Coríntios (1Co 6.19), Norman Russell Champlin explica que todos os crentes possuem a presença permanente do Espírito Santo neles. Não pode haver salvação, sob hipótese alguma, nem fé, nem conversão, nem santificação, nem regeneração e nem transformação segundo a imagem de Cristo sem a agência do Espírito Santo e sem o entrelaçamento de sua natureza santa com a natureza humana.

Por causa dessa presença habitadora do Espírito Santo, o crente passa a pertencer inteiramente a Deus, ficando destinado a compartilhar da natureza divina.

O Espírito de Deus e um presente dado aos homens para que se concretize sua total salvação. Ora, o Espírito Santo não pode habitar em um santuário poluído, porquanto não pode realizar ali a sua obra. Assim sendo, a presença permanente do Espírito Santo, o dom de Deus aos homens que visa a sua redenção espiritual, requer que o crente se separe do mal, tal como aprendemos em 2° Coríntios 6:16.

A presença do Espírito Santo no templo do corpo faz deste último, propriedade exclusiva de Deus. É sua residência, lugar onde ele manifesta a sua glória. E assim o crente individual deixou de ser mera entidade humana. O indivíduo, ao entregar ao controle do Espírito de Deus, o santuário de seu ser físico, na realidade cessou de exercer controle pessoal sobre o mesmo, deixando de ser seu próprio senhor. Daí por diante, tudo quanto Deus planeja para a humanidade, na redenção que há no sangue de Cristo, torna-se potencialmente possível, e eventualmente se tornara uma radiosa realidade. Porém, nenhum individuo poderá atingir a esse elevadíssimo alvo enquanto quiser ser o capitão da sua própria alma. O crente, pois, em sua personalidade inteira, torna-se propriedade de Deus.

Vivendo ou morrendo, vivemos ou morremos para o Senhor (Fp 1.21).

1.3 – A assistência do Espírito Santo

Costumo dizer que ser cristão é estar em vantagem neste mundo. A afirmação é singela, porém verdadeira, já que possuirmos a companhia do próprio Deus nos garante muitos benefícios. Mas o que a companhia do Espírito Santo pode nos proporcionar de fato?

1 – Nos santifica;

2 – Nos dá instrução (Jo 16.13;

3 – Promove o caráter de Cristo em nós;

4 – Concede-nos poder (At 1.8);

5 – Intercede (Rm 8.16);

6 – Nos ajuda (Jo 15.26);

7 – Distribui dons (1Co 12.4-11);

8 – Produz frutos em nós (Gl 5.22,23);

9 – Garante a nossa salvação (2Co 1.21,22);

10 – Nos assiste em nossas fraquezas (Rm 8.26,27), dentre outros.

Este último é o destaque deste tópico (A assistência do Espírito Santo)

“Assistir” significa acompanhar, assessorar, atender, auxiliar, colaborar, cooperar. O Espírito Santo é o nosso acompanhante de luxo e sua presença é notável, pois nas diversas situações de desconforto e tormento que o cristão vem a padecer pelo anúncio das boas-novas, é o Espírito Santo quem atual poderosamente, a fim, de nos conceder graça suficiente para transpormos as barreiras que se levantam.

Sofrimentos e perseguições, ou quaisquer outras coisas não serão suficientes para deter o crente em Jesus Cristo, pois o Espírito Santo é a sua fortaleza (Ef 6.10).

Ser cristão nos tempos dos apóstolos eram um desafio que incorria em risco de vida altíssimo, já que a religião predominante nas províncias romanas em Israel era o judaísmo.

O advento de Cristo rompeu com esse sistema religioso e Sua mensagem (e posteriormente a dos apóstolos), causou alvoroço na comunidade da época. Estarem diante de autoridades civis e religiosas para defender a fé era algo comum. No entanto, tais apresentações traziam consigo a garantia de que não estariam sozinhos diante dos poderosos, pois o Espírito Santo prestaria grande auxílio em suas defesas, ajudando-os naquilo que deveriam falar, conforme se lê nas palavras ditas por Cristo:

Marcos 13:11

11 Quando, pois, vos conduzirem para vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer; mas o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. (ARC)

Seria de se esperar que, especialmente no meio dos judeus, as famílias fossem leais. Mas, tanto para judeus quanto para gentios, a fé cristã parecia heresia e blasfêmia. Duas vezes por dia, os judeus ortodoxos declaravam: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” (Dt 6:4). O judeu que dizia “Jesus é o Senhor” estava blasfemando e era passível da pena de morte. Roma esperava que seus cidadãos declarassem “César é senhor!” ou sofressem as consequências.

Warren W. Wiersbe afirma que a perseguição começaria nos tribunais judeus, mas passaria aos tribunais superiores, envolvendo governadores e reis. Vemos uma sequência semelhante no Livro de Atos (At 4 – 5; 7; 12; 16; 21 – 28). No entanto, a perseguição redundaria em proclamação! Os seguidores de Cristo sofreriam por amor a ele e, desse modo, proclamariam seu evangelho. “Onde vocês nos exterminam, nós nos multiplicamos”, disse Tertuliano a seus perseguidores. “O sangue dos cristãos é uma semente!”

Não seria fácil para gente comum do povo enfrentar tribunais, governantes e reis; mas Jesus lhes garantiu que o Espírito Santo ministraria por intermédio de cada um sempre que houvesse a oportunidade de testemunhar (Mc 13:11). Esta passagem não deve ser usada como uma desculpa nem muleta a pregadores despreparados. Trata-se de um estímulo a todos os cristãos que desejam testemunhar de Cristo e honrar seu nome (Jo 14:26; At 4:8). Se estamos andando no Espírito, não teremos dificuldade em testemunhar de Cristo quando surgirem as oportunidades (Jo 15:26, 27).

2 – A COMUNHÃO COM O ESPÍRITO

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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