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24/10/2017
Este post é assinado por: Cláudio Roberto
TEXTO ÁUREO
TEXTO DE REFERÊNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos falar sobre o novo nascimento, isto é, abordaremos outra sub-doutrina da Salvação (Soteriologia), que é conhecida como a doutrina da Regeneração.
Atuando em conjunto com o arrependimento que por sua vez, atua em conjunto com a fé em Jesus Cristo, a regeneração é o ato divino que proporciona ao homem arrependido dos seus pecados, experimentar uma mudança interior radical – o novo nascimento.
Abiel Vandyson afirma que a maior evidência do novo nascimento na vida de um homem é que ele agora passa a viver para Deus, Cristo vive nele e por isso ele não sente mais desejo algum de realizar o seu próprio querer. A regeneração faz a alma do homem voltar-se completamente à Deus.
1 – O NOVO NASCIMENTO E SUA ESSÊNCIA
Novo nascimento é a nova vida que Deus concede ao homem – Regeneração.
Etimologicamente ‘regeneração’ significa ‘gerar de novo, ‘nascer outra vez’.
Teologicamente ‘regeneração’ é a obra fundamental e instantânea de Deus; que concede gratuitamente ao pecador uma nova vida espiritual através dos méritos de Cristo. É a natureza divina operando no crente por intermédio da ação do Espirito Santo (II Pe 1.1-5).
O homem que outrora estava morto em seus próprios pecados e delitos (Ef 2.1), é vivificado e assim renascido em Deus; é feito nova criatura (II Co 5.17; Gl 6.15), restabelecendo a comunhão com o Criador, e desta forma, está apto a servi-lo em seu reino.
A imagem e semelhança de Deus corrompida pelo pecado é recriada “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
1.1 – A necessidade do novo nascimento
O termo grego para ‘novo nascimento’ encontrado em João 3.3 vem do grego ‘anothen’ que segundo Strong significa:
1) de cima, de um lugar mais alto;
2) do primeiro, do início;
3) de novo, mais uma vez.
O novo nascimento então:
Repito nesta lição o que disse Carl Boyd Gibbs, quando afirmou que em pelo menos 85 passagens diferentes, o Novo Testamento menciona o novo nascimento que o Espírito comunica ao crente. Esta verdade aparece descrita de várias maneiras, como:
Ao homem é necessário nascer de novo porque:
Logo, entendemos que religiosidade não é suficiente para a Salvação, pois Nicodemos era mestre, portanto doutor da Escritura Veterotestamentária (Jo 3.10), era judeu zeloso e praticante, mas não compreendia que o novo nascimento é mais que uma reforma completa patrocinada pelo Espírito Santo, ela se dá na interiorização do coração, da alma e da vida do homem.
Matthew Henry afirma que não podemos receber o conforto de Cristo, não podemos esperar ou ter qualquer benefício de Cristo e de Seu evangelho sem o novo nascimento. Ele é absolutamente necessário para a nossa felicidade agora e sempre. Considerando o que somos por natureza, nossa corrupção e pecado, precisamos nascer de novo porque é impossível sermos felizes se não formos santos (I Co 6.11).
E como melhor enfatizou o apóstolo João: “Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo“ (Jo 3.7). O Novo nascimento não é uma opção para aqueles que vem a Cristo, mas uma obrigatoriedade!
1.2 – A importância do novo nascimento
Jesus revelou a fórmula da salvação a Nicodemos dizendo-lhe: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” Jo 3.3.
Logo, podemos resumir em três palavras a história do homem, desde o jardim do Éden conforme frisou o saudoso pastor Nels Lawrence Olson:
Geração – Degeneração – Regeneração
O primeiro Adão caiu no pecado e com ele todos nós caímos (Rm 5.12).
Nels Lawrence Olson, também fala que o pecado é um fato na história que ninguém pode contestar. O pecado rebaixa o homem ao nível mais degradante, inutiliza a sua consciência, cega a sua razão, paralisa a sua vontade.
O meio de voltar ao estado original de comunhão com Deus não é pela moralidade nem pelo intelecto. Há só um caminho: a conversão – O novo nascimento pelo Espírito de Deus.
A única entrada para a vida cristã é pela porta da regeneração. A Bíblia claramente ensina que a regeneração é uma necessidade universal, isto é, se alguém deseja salvar-se, é necessário nascer de novo.
O novo nascimento ou regeneração, é uma renovação que vem pela palavra de Deus (Tg 1.18).
Jesus enfatizou para Nicodemos sobre a importância da regeneração, ou seja, uma transformação geral, uma metamorfose que acontece no âmago do ser humano (Jo 3.7).
Nicodemos aprendeu com Jesus que não é o que nós fazemos pela religião que resolve o problema do pecado, mas o Jesus fez por nós. Foi sua morte na cruz que abriu a porta da salvação e é pelo Seu Espírito que alcançamos gratuitamente a vida eterna.
Nascer de novo é importante pois se o homem não nascer novamente para Deus:
1.3 – O poder do novo nascimento
O novo nascimento ou a regeneração é o ato milagroso pelo qual o Espírito Santo comunica nova vida ao crente, implantando a própria natureza de Cristo na vida do homem convertido.
Gibbs afirma que é vital reconhecer que isto não se trata de um milagre progressivo, realizado aos poucos por esforços humanos. É um milagre instantâneo. Assim como um nenê é uma pessoa, seja no dia em que nasceu, seja 30 anos depois, assim também o crente. Ele é tão regenerado no momento da sua conversão, quanto o será 30 anos depois, quando já terá servido fielmente ao Senhor, por muito tempo.
Através da regeneração, o homem corruptível recebe de Deus uma nova natureza, capacitada pelo Espírito Santo para servir a Deus em seu reino!
Para pertencer ao reino dos homens é necessário o nascimento virginal, natural, mas o novo nascimento é premissa para se pertencer ao reino de Deus. É necessário nascer da água e do Espírito para que o indivíduo possa se vincular ao reino maravilhoso do Senhor Nosso Deus!
O homem nascido somente da carne (homem natural) vive e compreende parcialmente somente as coisas que se desenvolve neste nível (natural e carnal), mas o homem nascido de Deus, nascido do espírito, compreende todos os níveis (espiritual e natural) muito bem – “Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2:15). Nisto encontramos a afirmação: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6) e imediatamente Jesus faz uma aplicação após o versículo 6: “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7). Para que? Para que obtenha a salvação e passe a desfrutar da nova natureza regenerada por Deus.
O homem natural e nascido somente da carne é também um homem morto espiritualmente (Ef 2.5-6). A regeneração opera nele a ressurreição para uma nova vida em Deus e para Deus.
Wayne Grudem afirma que nem Jesus nem Paulo nem João destacam a atividade na igreja ou os milagres como evidência da regeneração. Ao contrário, ressaltam as qualidades do caráter da vida. Profecias, exorcismos ou mesmo muitos milagres e atos poderosos em nome de Jesus não proporcionam evidência convincente de que uma pessoa verdadeiramente nasceu de novo. Aparentemente essas coisas podem ser produzidas pela força do próprio homem natural ou com a ajuda do maligno. Mas o amor genuíno a Deus e ao seu povo, a obediência sincera aos seus mandamentos e as qualidades do caráter semelhante ao de Cristo que Paulo chama de fruto do Espírito, demonstrados firmemente por longo tempo na vida de uma pessoa, não podem simplesmente ser reproduzidos por Satanás ou pelo homem natural trabalhando em sua força. Essas coisas só podem acontecer pelo Espírito de Deus trabalhando interiormente em nós, dando-nos uma nova vida.
O novo nascimento é uma obra sobrenatural, ou seja, não pode ser explicada utilizando conceitos humanistas. Somente a Palavra de Deus possuí o respaldo para esclarecer que tal operação é o divino empregando o seu poder no humano.
É a experiência que faz da pessoa uma nova criatura – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17). Trata-se de uma mudança radical e completa proporcionada única e exclusivamente pelo próprio Deus!
2 – OS MEIOS DO NOVO NASCIMENTO
Apesar da impossibilidade de a mente humana finita compreender um Deus infinito, a Bíblia nos concede orientações suficientes e que nos permitem saber que a regeneração operada por Ele é real, experimental, divina e miraculosa!
2.1 – Ação do Espírito Santo
A milagrosa, porém, real ação divina na vida do homem arrependido, opera nele o novo nascimento que o apóstolo João registra nas palavras de Jesus como sendo “… do espírito”.
O agente deste processo espiritual é o Espirito Santo de Deus cuja obra não pode ser equiparada ou substituída por obras humanas – “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo“ (Tt 3.5).
Tão pouco, o novo nascimento pode ser definido como uma conta aritmética ou fórmula científica, pois como um vento que assopra onde quer e que podemos ouvir o a sua voz (o seu som), mas não sabemos de onde vem ou mesmo para onde vai (Jo 3.8), o novo nascimento é um fato, uma verdade que talvez não conseguimos explicar satisfatoriamente com raciocínio e vocabulário humano, mas que pode ser comprovado pela mudança provocada na vida de todos aqueles que uma vez nasceram de novo!
Ser nascido de novo é ter o próprio Deus habitando dentro do ser humano (Ez 37.14; I Co 3.16), produzindo no crente a própria vida de Deus em seu interior, pois Ele é o Espirito de Vida (Rm 8.2) que concede esta nova vida, superior e de caráter espiritual.
2.2 – Ação da Palavra de Deus
A Palavra de Deus age também como um instrumento da regeneração operada por Deus na vida do homem.
A Sua Palavra foi o expediente usado para a criação do mundo (Gn 1.1,3,6,9,11,14,20,22).
O primeiro passo para o homem ser regenerado é ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). O Evangelho não é uma mensagem morta, mas, sim, uma semente viva. Uma vez plantada no coração, convence o homem do pecado da justiça e do juízo (Jo 16.8), fazendo-o sentir a necessidade de um Salvador (Rm 1.16; Hb 4.12,13).
A Palavra é como semente que germina na terra, assim ela brota no coração produzindo uma nova vida (Mc 4.3,14,20).
A Palavra ainda pode ser comparada a água que provoca o novo nascimento no homem.
Jesus disse a Nicodemos que o novo nascimento se dava também pelo nascer da água – “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).
A operação do novo nascimento que o apóstolo João registra nas palavras de Jesus como sendo “… da água” pode ser compreendida…
Os nascidos pela Palavra possuem uma vida pura (I Jo 3.3) e regenerada pela ação e o poder que emana do livro de Deus, a Bíblia (Js 1.7-8; Sl 1.1-3).
Simbolicamente esta água também é:
Paulo fez menção da água como responsável da purificação no homem para a sua santificação – “para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Ef 5.26).
Myer Pearlman afirma que Deus nos salvou pela “lavagem” (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração. A alma foi lavada completamente das imundices da vida de outrora, recebendo novidade de vida, experiência simbolicamente expressa no ato do batismo (At 22.16) que não é a regeneração em si, mas como foi exposto, trata-se apenas de um símbolo do arrependimento!
Portanto, note você, quão importante é a Palavra de Deus no processo de regeneração na vida do crente!
2.3 – Vontade de Deus e ressurreição de Jesus
Deus possui vários atributos morais que destaco aqui a Bondade. Isto quer dizer que podemos afirmar que Deus é essencialmente bom e que a bondade faz parte de sua natureza divina.
Essa bondade é expressa de diversas formas como por exemplo, as dádivas concedidas a todos os homens indistintamente (Mt 5.45).
Esta dádiva é chamada de graça comum e foi vista mais detalhadamente na lição 3 deste trimestre – A maravilhosa e inefável graça de Deus.
Outra forma de Deus expressar a sua bondade é através dos seus bons sentimentos em relação ao homem.
A Bíblia afirma que ele não tem absolutamente nenhuma satisfação na morte do ímpio (Ez 18.23; 33.11). A Bíblia afirma mais que isso, ela diz que a Sua vontade particular e pessoal é querer “… que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm 2.4). Este talvez seja o “sonho impossível” de Deus, como certa vez pregou o amigo e pastor da cidade de Perdizes, Carlos Soares.
Deus, por sua deliberada vontade, proporcionou salvação aos homens e enviou o Seu Único Filho para cumprir o plano salvífico. Aos que creem, é efetuada a regeneração, isto é, a transformação da vida!
Tanto João como Tiago (versículos acima), enfatizam que o verdadeiro cristão é uma nova criatura segundo a vontade de Deus. É de Sua própria vontade e não da força ou habilidades humanas que fomos gerados de novo.
Matthew Henry, sobre Tiago 1.18 afirma que as ‘primícias’ citadas no versículo significam: “para que sejamos a porção e o tesouro de Deus como as primícias foram, e para que nos tornemos santos para o Senhor como as primícias eram consagradas a Ele”. (Leia Lv 23.9-14 – grifo meu).
A soberana vontade de Deus age no coração humano, porém não sem resistência do próprio homem e por isso se faz necessária a intervenção divina para revelar, elucidar, esclarecer e abrir o coração para a verdade do evangelho e assim, se converter e ser regenerado.
Tanto para os discípulos como para Lídia, o Senhor abriu o entendimento para que pudessem entender o plano da salvação. A palavra ‘abrir’ nos dois textos acima, segundo Strong, vem da palavra grega ‘dianoigo’ e pode significar:
1) abrir pela divisão ou fragmentação, abrir completamente (o que estava fechado);
1a) bebê que abre o ventre (o útero fechado), i.e., o primogênito;
1b) dos olhos e ouvidos;
1c) abrir a mente de alguém, i.e., fazer com que compreenda algo;
1c1) abrir a alma de alguém, i.e., despertar em alguém a faculdade de entender ou o desejo de aprender.
Esta compreensão revelada ao homem é ato soberano da vontade de Deus!
A nossa regeneração merece a nossa gratidão e o nosso louvor a Deus. Principalmente porque a nossa esperança possui um fundamento sólido como a ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Matthew Henry afirma que a regeneração produz na vida do crente, uma viva esperança de vida eterna. Aqueles que nascem para uma nova vida espiritual, também nascem para uma esperança espiritual.
A esperança do cristão possui essa excelência, ela é uma esperança viva porque Jesus ressuscitou e está vivo – Aleluia!
A esperança da vida eterna em um verdadeiro cristão é a esperança que o mantém vivo, vivifica-o, o apoia, e o leva para o céu.
3 – OS RESULTADOS DO NOVO NASCIMENTO
O homem que passou pela experiência de conversão a Cristo e por Ele foi regenerado, recebeu uma nova roupagem espiritual (Is 61.10). Ele passa a desfrutar de uma vida espiritual que não possuía antes.
Agora, o homem regenerado tem a comunhão com Deus reatada e passa gozar dos benefícios desta união. Vejamos alguns deles…
3.1 – Filiação divina
A adoção é na Soteriologia a terceira bênção da salvação. A primeira é a justificação e a segunda a regeneração.
Na adoção, o nascido de novo, torna-se filho de Deus – o privilégio mais alto que o céu pode conceder a qualquer ser criado.
Gibbs, afirma que humanamente falando, adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta transação legal resulta em a criança tornar-se um filho; um novo membro da família com plenos direitos sobre o patrimônio da família.
A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidade. O homem que por natureza é filho da ira (Ef 2.3), ao crer em Cristo, é feito filho de Deus, e passa a ter os direitos e privilégios inerente àquela posição. O privilégio da filiação, o privilégio de ser um membro da família de Deus, e o direito de ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8.15-17).
Bispo Abner, apresenta uma frase muito utilizada pelos homens e que cai muito bem nesta cultura do ‘politicamente correto’: “Todo mundo é filho de Deus”. Quanto engano há nesta afirmação!
Todos querem ser chamados de filhos de Deus, mas não nem todos querem se submeter a Sua vontade. O versículo que mais esclarece esta dura realidade se encontra em João e as palavras são do próprio Jesus.
O texto é claro como o meio dia ensolarado; a condição bíblica para que o homem adquira a filiação de Deus é recebê-lo como Senhor e Salvador. Este poder que confere a filiação divina é no grego ‘exousion‘, isto é, ‘autoridade’. Cristo, através da Sua autoridade concedeu o direito de nos tornarmos Filhos de Deus.
Ainda vale ressaltar que o homem nasce na condição e status de ser criado por Deus, nisto ele é conhecido e chamado de criatura de Deus, pois sua natureza não comunga com a natureza do Divino, logo Deus não é seu Pai, mas somente o seu Criador.
A natureza do homem segundo Adão é degenerada. Para que ele passe ou se torne filho de Deus, é fundamental que ele se converta e assim, possua a natureza segundo Cristo, recriada na miraculosa obra da regeneração.
Enfatizamos que mesmo sob a condição de criatura de Deus e não de filho, o homem não deixa de ser amado pelo Seu Criador (Jo 3.16). O amor de Deus move-se em sua direção com a intenção de resgatá-lo e aos que correspondem positivamente, se unem a Deus através de Cristo (I Co 15.22).
Segundo a tradição da época, ao empregar a expressão “adoção” (Ef 1.5; Rm 8.14,17 e Gl 4.5-7), Paulo tinha em mente o que conhecia do processo legal de adoção, que era muito comum na Roma antiga. Naqueles dias, uma família de posses podia resgatar uma criança da escravidão e integrá-la noutra família.
Numa cerimônia, o pai adotivo comparecia diante de um juiz e de uma testemunha, mantendo o preço da criança numa das mãos e a própria criança na outra. Dizia à criança: “– Você quer ser meu filho?” Se a criança respondesse afirmativamente, o homem diria às testemunhas: “Declaro esta criança meu filho (filha), de acordo com a Lei Romana. Ela foi comprada com este dinheiro.” Daquele momento em diante, a criança tornava-se membro legítimo da nova família, tomava o nome do pai da família e tornava-se herdeiro do patrimônio daquela família.
Os atos do pai adotivo nos lembram duas expressões do grande amor de Deus para com o mundo. Primeiramente, Deus enviou seu Filho como preço de resgate espiritual do homem (Jo 3.16) o qual, por amor, deu Sua vida pela humanidade. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (Jo 15.13).
Este é o maior privilégio da adoção – tornarmos filhos de Deus!
3.2 – Vida vitoriosa
Jesus Cristo se dirigindo aos discípulos disse:
Mundo aqui é ‘kosmos’ e tem a mesma conotação da palavra ‘mundo’ que encontramos em I João 5.4-5 que diz: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?“; isto é, nos textos citados, mundo se refere ao sistema corrupto, corrompido, dominado por Satanás como também frisou o apóstolo João: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno“ (I Jo 5.19).
O homem nascido de Deus, também se torna participante da vitória de Cristo sobre o mundo, pois assim como Ele venceu, nós (agora possuindo também a sua natureza) também venceremos, pois nos espelhamos em Jesus que venceu por nós.
O novo nascimento também nos faz vencedores:
O crente caminha nesta terra como um vencedor que triunfou sobre os piores inimigos que possa existir e que por último, assim como Cristo, triunfará também sob a morte na ocasião da ressureição:
3.3 – Nova criatura
Não podemos de forma alguma, admitir que alguém que passou pela experiência da regeneração continue com a mesma vida velha; trata-se de uma impossibilidade, porque conforme já vimos, a Bíblia afirma que “se alguém está em Cristo, nova criatura é…” (I Co 5.17).
Um crente regenerado dá provas da sua nova vida, amando a seus irmãos (I Jo 5.1); amando os seus inimigos (Mt 7.11), amando a Deus (I Jo 5.2), amando a Palavra de Deus (Sl 119.97) e amando as almas perdidas!
Como disse o saudoso pastor Nels Lawrence Olson… Um dos maiores efeitos da regeneração na vida do homem é que ao experimentar nascer de novo, a pessoa passa por uma mudança radical. Muda-se o destino eterno porque a comunhão com Deus foi restabelecida. O fim era o inferno, agora passa a ser o céu!
A nova criatura regenerada em Deus, tem uma mudança de direção, não somente na vida presente, como também no destino eterno. A perspectiva também muda, as coisas antigas desaparecem e as coisas de Deus tomam o seu lugar. As atitudes também se transformam porque o amor de Deus nos constrange. Agora passamos a amar devidamente e corretamente. Antes amávamos o mundo; agora detestamos o mundo.
A nova criatura passa a ter paz com Deus (Rm 5.1); se despojou do velho homem (Ef 4.22) e se tornou amigo de Deus (Jo 15.15)!
O Espírito Santo passa a ser o seu guia e instrutor para uma nova vida repleta de boas coisas, mas a principal delas é de fato, a novidade de vida, isto é, a nova vida que é eterna e que recebemos de Deus gratuitamente (Ef 2.8)!
Mesmo de posse da nova vida ou da nova natureza que testifica que agora somos filhos de Deus, ainda possuímos a velha natureza pecaminosa e que ainda está presente dentro de nós, porém não mais da forma imperiosa de antigamente, pois a força que ela possuía pela ocasião do pecado foi vencida e “o pecado não terá domínio sobre vós” (Rm 6.14).
A nova criatura não fomenta os seus desejos e concupiscência da carne, antes o seu prazer está em agradar ao Senhor. O pecado não é mais um padrão em sua vida regenerada, pois “Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado…” (I Jo 3.9a).
Matthew Henry afirma que a nova criatura não consegue continuar no curso e na prática do pecado, porque:
Dessa forma, aqueles que persistem em uma vida pecaminosa demonstram suficientemente que não são nascidos de novo e tão pouco são novas criaturas recriadas em Deus e para Deus!
CONCLUSÃO
Gibbs afirma que vista da perspectiva “celestial”, a regeneração confere ao homem uma nova vida espiritual, de comunhão com Deus. Vista da perspectiva “terrestre”, ela confere ao homem uma natureza, ou atitude (modo de pensar ou sentir) inteiramente nova, odiando o pecado e amando a justiça.
O “nascimento” desta nova natureza na vida do convertido, é uma experiência tão real e revolucionária que a Bíblia a compara a uma pessoa que se torna totalmente nova. Dá-se um completo rompimento com a velha vida, a fim de ter lugar uma nova vida, superior.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Bíblia Eletrônica Olive Tree – Versão Revista e Corrigida / Revista e Atualizada / NVI;
Dicionário da língua portuguesa;
Dicionário Bíblico Strong – James Strong – Sociedade Bíblica do Brasil;
Coleção Lições Bíblicas – Vol. 3 – 1971 a 1975 – Nels Lawrence Olson – 2° Trimestre de 1974 – Lição 8 – CPAD;
Doutrina da Salvação – Carl Boyd Gibbs – EETAD;
Lições Bíblicas Dominicais – Jandiro A. Silva – 2° Trimestre de 1999 – Lição 8 – Betel;
Bíblia de Estudo Matthew Henry – Versão Revista e Corrigida – Central Gospel;
Manual de Teologia Sistemática – Wayne Grudem – Editora Vida;
Site da internet mencionado quando citado no texto;
Todos os direitos de imagens são de seus respectivos proprietários;
Por Cláudio Roberto
Postado por ebd-comentada
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