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Betel Adultos – 4º Trimestre 2022 – 30-10-2022 – Lição 5 – Os dons de revelação

29/10/2022

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”. (1 Co 12.4)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Co 12.1,7-10 

1.Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 

7.Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. 

8.Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 

9.e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 

10.e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar que os dons são atuais e bíblicos. 

Pontuar a importância dos dons na Igreja de Cristo. 

Evidenciar a atualidade dos dons entre os crentes.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos. Paz do Senhor.

Conforme aprendemos na lição número 3, existem basicamente três tipos de dons relacionados à Igreja e TODOS são presentes de Deus para os seres humanos.

  • Dons naturais
  • Dons espirituais
  • Dons ministeriais

Os dons espirituais e ministeriais só podem ser recebidos por cristãos e o principal propósito é a edificação da Igreja.

Parece-nos que o batismo no Espírito Santo é a “porta de entrada” para tais dons e aqueles que recebem a plenitude de Deus possuem maior evidenciação destes.

O apóstolo Paulo fala sobre 9 tipos de dons espirituais em sua primeira carta à igreja que estava em Corinto e deixa claro que a distribuição destes é efetuada pelo Espírito Santo a quem quiser.

“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. (1 Co 12.1-11 – ARC)

Ainda que não seja consenso entre os estudiosos, a  Pneumatologia, doutrina que estudo o Espírito Santo, divide estes dons da seguinte forma:

  • Dons de conhecimento ou revelação (discernimento de espíritos, palavra da sabedoria, palavra da ciência, etc.).
  • Dons de poder (operação de maravilhas, curas, fé, etc.).
  • Dons de falar ou de inspiração (variedade de línguas, interpretação, profecia, etc.).

O teólogo inglês Gordon Chown, escritor do livro “Os dons do Espírito Santo”, lançado pela Editora Vida coaduna com esta classificação.

É importante mencionarmos que no mesmo capítulo da carta aos Corintos, Paulo fala sobre outros dons que não são classificados como espirituais.

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. (1 Co 12.28 – ARC)

Alguns associam estes dons aos dons ministeriais descritos em Ef 4.11-13, porém, são citados milagres, socorros e governos que não foram incluídos no texto anterior.

Nesta lição, aprenderemos sobre os dons de revelação.

1 – OS DONS DE REVELAÇÃO DIVINA

Conforme mencionamos, os dons de revelação ou conhecimento são:

  • Palavra da sabedoria
  • Palavra do conhecimento
  • Discernimento de espíritos

Estes três dons são de extrema importância para a Igreja e estão relacionados à capacitação sobrenatural que os cristãos recebem para serem arautos do céu.

Um ponto importante a respeito dos dons espirituais é que Paulo nos exorta a buscá-los com diligência e deixa claro que existe algo mais importante que os dons espirituais que é o amor e escreve o capítulo 13 de sua carta aos coríntios para falar sobre isto.

“Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente”. (1 Co 12.31 – ARC)

Em outra tradução:

“Não, mas façam o máximo para ter os dons mais importantes desses todos. Porém, primeiramente eu quero falar-lhes sobre uma outra coisa que é melhor do que qualquer um deles!” (BV)

Paulo escreve sobre este assunto, pois os cristãos de Corinto se gabavam por ter recebido do Senhor muitos dons e isto lhes deixou prepotentes.

O teólogo americano Norman Champlim aborda este assunto de uma forma interessante.

“Era estranho o  paradoxo  que  aquilo  que os  crentes  de Corinto imaginavam  que  os  distinguia, acima  de  tudo,  como  uma  comunidade  espiritual  de elevada  qualidade,  era  a  sua  abundante  possessão e uso  dos  dons  espirituais.  No  entanto,  é  valendo-se justamente  disso  que  Paulo  mostra  a  carnalidade deles,  visto  que  abusavam  dos  seus  poderes.  É  bem possível que naqueles primeiros anos da igreja cristã a posse de  tais  dons era mais um  lugar comum  do que uma  raridade,  e,  portanto,  que  não  demonstrasse necessariamente, qualquer evidência de espiritualidade  superior,  ou  mesmo  de  qualquer  busca  espiritual mais   intensa.   Precisamos   supor,   com   base   na passagem  de  I  Cor.  12:1-14:40,  que  crentes  carnais tanto possuíam como usavam os dons espirituais,  se é que os mesmos eram genuínos.  Com base nos eventos modernos,  sabemos  que  os  mesmos  eram  genuínos. Experiência  moderna  também  demonstra  que  nem toda a manifestação de poder sobrenatural procede do Espírito Santo”.

1.1 – Os dons e o Corpo de Cristo

Assim como Paulo falou aos crentes da cidade de Corinto, precisamos alertar os alunos sobre os perigos de nos tornarmos prepotentes por causa da magnitude dos dons espirituais.

A Bíblia nos mostra que o Senhor permitiu que Paulo tivesse um “espinho na carne”, que não sabemos exatamente o que era, para que ele se lembrasse de quão pequeno e falho era e não se tornasse soberbo e prepotente, pois, ele havia recebido revelações inigualáveis da parte do Senhor.

“Uma coisa eu digo: em vista de serem tão extraordinárias estas experiências que eu tive, Deus ficou receoso de que eu me inchasse com elas: por isso foi-me dado uma doença que tem sido um verdadeiro espinho em minha carne, um mensageiro de Satanás, para me ferir e me atormentar, e para esvaziar meu orgulho, Em três ocasiões diferentes Implorei a Deus que me fizesse ficar bom de novo. E cada vez Ele disse: “Não. Mas Eu estou com você; isso é tudo que você precisa. Meu poder revela-se melhor nos fracos”. Agora, sinto-me feliz em me gloriar de ser tão fraco; estou feliz em ser uma demonstração viva do poder de Cristo, em vez de alardear meu próprio poder e meus talentos”. (2 Co 12.7-9 – BV)

Paulo não se tornou arrogante e prepotente, pois aquele espinho o lembrava de sua fraqueza e isto lhe fazia muito mal.

Infelizmente, existem “cristãos” que se acham extremamente importantes pelo fato de serem usados por Deus através dos dons espirituais.

Para este tipo de pessoa, o capítulo 13 da primeira carta de Paulo aos coríntios serve como uma luva.

A distribuição dos dons espirituais é feita pelo Espírito Santo com o propósito de contribuir com o crescimento da Igreja e não faz nenhum sentido nos enchermos de arrogância por termos sido escolhidos por Ele.

Outro ponto importante é que muitos que se perderam na arrogância podem não ter recebido dons espirituais do Senhor, haja vista, muitas manifestações supostamente espirituais serem oriundas de emocionalismos e até mesmo de demônios.

Por este motivo, o dom de discernimento de espíritos é de grande valia.

1.2 – Palavra de sabedoria

O primeiro dom espiritual mencionado por Paulo é a Palavra da sabedoria.

Este dom expressa uma habilidade sobrenatural de compreender e de transmitir as coisas mais profundas do Espírito de Deus,  de compreender os mistérios cristãos,  como  também  a capacidade  de transmitir  a  outros  esse  conhecimento.

O dom da Palavra da sabedoria envolve a capacidade de falar algo que aparentemente não está no domínio da pessoa de forma a demonstrar que foi uma manifestação espiritual.

De forma prática é a capacidade sobrenatural de aplicar verdades espirituais a situações específicas.

A  sabedoria humana pode ser adquirida através do conhecimento associado a experiência e a sabedoria de Deus é adquirida através da oração (Tg 1.5,6), porém, o dom espiritual mencionado é algo diferente e aparece em ocasiões especiais com propósitos específicos.

É importante mencionarmos que a essência da sabedoria está em Deus e foi expressa em Jesus, sendo assim, nenhum ser humano pode ser sábio como Deus.

Salomão é uma exceção a esta regra, pois recebeu de Deus algo que nenhum outro ser humano teve.

A Bíblia menciona um episódio vivenciado por Jesus durante sua juventude que descreve bem como este dom age.

“E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas”. (Lc 2.40,46,47 – ARC)

Por mais que os judeus fossem ensinados desde cedo a respeito da Torah, o menino Jesus possuía um nível de sabedoria surreal, pois deixou os doutores da Lei perplexos.

O  propósito principal deste dom é revelar coisas que não seriam possíveis através do conhecimento e da sabedoria humana.

Champlim nos traz uma informação interessante a respeito deste assunto.

“É provável  que também  esteja  em  foco  a  aplicação  da  sabedoria  a circunstâncias  particulares,  em  que  são  resolvidos problemas difíceis, mediante a aplicação da sabedoria espiritual.  Neste sentido,  Salomão era supremamente possuidor desse  dom.  Não  há  razão  para  pensarmos que  o  «discernimento  intuitivo»,  nos  problemas  da igreja  e  dos  crentes  individuais,  não  esteja  incluso nesse dom da sabedoria. O «discernimento» através de meios   espirituais   está   aqui   em   vista;   e   esse discernimento  pode  ter  muitas  aplicações.  Provavelmente  esse  dom  se  aproxima  e  se  mistura  até  certo ponto  ao  dom  da profecia”. 

O missionário finlandês Eurico Bergstén tem uma visão interessante a respeito deste dom. 

“Esse dom proporciona uma compreensão (Ef 3.4) da profundidade da sabedoria de Deus, que orienta a sua aplicação no trabalho e em decisões no serviço do Senhor. O dom da palavra de sabedoria é uma força na evangelização, visto que transmite conhecimento da salvação (Lc 1.77) com palavras ensinadas pelo Espírito Santo (1 Co 2.13). É uma força na defesa do Evangelho (Fp 1.16). Esse dom esteve presente em Jesus (Mt 22.21,22), Estevão (At 6.10) e em vários outros servos de Deus”. 

Paulo possuía este dom e, através dele, pode ministrar a Palavra de Deus com uma sabedoria extraordinária.

“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”. (1 Co 2.4,5 – ARC)

1.3 – Todos os crentes precisam da sabedoria do alto

Os mistérios de Deus são revelados através deste dom e a Igreja precisa dele para que o nome do Senhor seja exaltado.

Aqueles que exercem cargos de liderança eclesiástica precisam se dedicar à busca por tal dom, haja vista, existirem situações pitorescas no desenrolar do ministério que exige que tenhamos a sabedoria do alto para resolvê-los.

Conselhos, orientações e decisões tomadas por pessoas que possuem este dom tendem a ser extremamente assertivas e abençoadoras.

É importante mencionarmos que uma grande parte dos cristãos pentecostais mostra-se “bitolado” em falar línguas estranhas e profetizar, porém, o primeiro dom mencionado por Paulo é o da Palavra da sabedoria.

No capítulo 14 de sua carta aos coríntios, Paulo fala sobre a superioridade do dom de profecia em comparação ao dom de línguas, porém, o contexto deixa claro que o falar em línguas estranhas só edifica a quem fala e a profecia edifica a todos.

Quando Jesus foi tentado pelo diabo, usou a sabedoria para resisti-lo.

“Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus”. (Mt 4.5-7 – ARC)

O que satanás disse estava correto, pois o texto diz exatamente isto, porém, através da sabedoria, o Senhor respondeu de uma maneira formidável, não dando possibilidade de ser questionado.

Na igreja de Corinto existiam pessoas com muitos dons, porém, lhes faltava o dom da Palavra da sabedoria e isto continua acontecendo em todas as igrejas pentecostais do mundo.

Desta forma, precisamos buscar o dom da Palavra da sabedoria com todo afinco que pudermos.

2 – PALAVRA DA CIÊNCIA

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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