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19/09/2018
Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
João 1:11-12
11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, (ARC)
Isaías 53:5-7
5 Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7 Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. (ARC)
Paz seja convosco!
O povo de Israel, seus personagens icônicos e os elementos que envolveram este povo, protagonizaram a história bíblica Veterotestamentária.
Os eventos e principalmente a forma de devoção, os utensílios, objetos e disposição dos ritos e liturgia com a qual cultuavam a Deus, revelavam ou apontavam para uma manifestação mais elevada, isto é, superior e consumadora daquilo que fora apresentado anteriormente.
Tudo que dantes está disposto e que apontava para Cristo, é chamado na teologia de Tipologia Bíblica.
Abraão de Almeida diz que o tipo bíblico é uma representação pré-ordenada, pela qual pessoas, eventos e instituições do Antigo Testamento prefiguram pessoas, eventos e instituições do Novo Testamento.
São figuras, ou lições, pelas quais Deus tem ensinado seu povo acerca do seu plano redentor e de seus elevados propósitos para a vida cristã. São uma mostra de coisas vindouras e não a verdadeira imagem dessas coisas (Cl 2.17; Hb 8.5; 10.1).
Todo o sistema mosaico, por exemplo, foi como um jardim de infância no qual o povo de Deus foi educado nas coisas divinas e ensinado a ver assim a realidade das coisas futuras.
A Bíblia usa diversas palavras para tipos, tais como: sinal (Jo 20.25); figura (At 7.43; Rm 5.14; 1Co 10.11); forma (Rm 6.17); parábola, alegoria (Hb 9.9); modelo (At 7.44; Hb 8.4-5); sombra (Cl 2.14; Hb 8.5), e exemplo (Fl 3.17; 1T 4.12; 1Pe 5.3; 2Pe 2.6).
O tipo é o objeto da lição, a revelação temporária de uma pessoa, um acontecimento ou uma instituição vindoura. O antítipo é o cumprimento daquilo que havia sido predito.
Alguns dos nomes para os antítipos: verdadeira figura (1Pe 3.21); mesma imagem (Hb 10.1); coisas celestiais (Hb 9.23); verdadeiro (Hb 9.24), e Espírito (2Co 3.6).
São necessários um ou mais pontos de afinidade entre o tipo e o antítipo (Cl 2.14-17; Hb 10.1). O tipo precisa ser profético em todos os pontos de semelhança com o antítipo, e precisa verdadeiramente prefigurar as coisas vindouras (Jo 3.14; Rm 5.14; Hb 8.5; 9.23,24; 1Pe 3.21).
O tipo é sempre terrestre, enquanto o antítipo pode ser tanto terrestre como celestial (Hb 8.5; 9.24; 1Pe 3.21).
Desde que tipo e antítipo, ou seja, figura e cumprimento, necessitam ser pré-ordenados como parte de um mesmo plano divino, eles não podem ser escolhidos pelo homem (2Tm 3.16). Por isso, a autoridade dos tipos e sua aplicação provêm da Bíblia, que exige o endosso de pelo menos três testemunhos para confirmar uma verdade (2Co 13.1).
No A.T., Israel e tudo aquilo que se relacionava a este povo, prefigurava o advento daquele que de fato seria o principal personagem histórico – bíblico – O Messias, encarnado em Jesus, a dádiva de Deus ao homem (Jo 3.16).
Um dos ensinos fundamentais do N.T. é que Jesus Cristo (o Messias), é o cumprimento do A.T. O livro de Hebreus revela esta verdade, quando afirma que Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus falou através dos profetas (Hb 1.1-2). O próprio Jesus assegurou que viera cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17).
As profecias do A.T. fazem alusão a reis e a reinos, previsões circunstanciais, mas principalmente, as profecias referenciavam a vinda do messias.
Wycliffe diz em seu dicionário sob o termo MESSIAS: A palavra “Messias”, como uma transliteração da palavra hebraica “mashiach” vem do aramaico “mashicha” e do grego messias. Sua origem hebraica e encontrada no verbo “mashach”, isto e, “ungir”, que foi traduzido muitas vezes como “o ungido”.
Na versão da Bíblia KJV em inglês, o termo “Messias” só aparece como uma transliteração em Daniel 9.25,26 e em João 1.31; 4.25.
A palavra “Mashiach” ocorre 37 vezes como “o ungido”
na versão KJV em inglês. Dessas 37 ocorrências, 4 referem-se ao sumo sacerdote como sendo um ungido de Deus (Lv 4.3,5,16; 6.22), porque o óleo da unção era derramado sobre o sumo sacerdote em sua consagração, e 33 vezes se referem ao rei.
A maior parte das primeiras ocorrências dessa palavra vem das referências feitas por Davi a Saul e as demais ao próprio Davi e não a qualquer outra pessoa, embora ela tenha sido usada para outros reis, até para o rei Ciro da Pérsia (Is 45.1) e para os patriarcas em retrospecto (Sl 105.15; 1Cr 16.22).
No NT, a palavra grega “Chrisios” tem o mesmo significado de “ungido”, assim como e transmitido pela palavra hebraica “mashiach”.
A ideia messiânica do A.T. não está especialmente associada ao rei que está temporariamente no trono, embora a palavra seja usada muitas vezes dessa maneira, mas a um rei escatológico e a um reinado de caráter futurístico.
A ideia do Messias e de seu papel messiânico é muito mais ampla do que o uso desses termos, embora ela esteja certamente centrada em torno do conceito de um reinado davídico como sendo o ideal em termos de um futuro rei e reinado maiores e mais perfeitos.
Após a sua gloriosa ressureição, Jesus demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moisés, os profetas e os Salmos (as três principais divisões do A.T. – hebraico) que Deus predissera, há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido (Lc 24.25-27,44-46).
É por isso que para compreendermos as profecias do A.T. a respeito de Jesus, precisamos entender algo da tipologia bíblica, referenciado na introdução deste esboço. Vamos entender um pouco mais sobre a tipologia bíblica com ênfase a “messianidade” de Cristo nas profecias no A.T.
Donald Stamps quando diz que o estudo cuidadoso do A.T. revela elementos chamados tipos, (do grego typos) que têm seu cumprimento na vinda do Messias (que é o antítipo); noutras palavras, há uma correspondência entre certas pessoas, eventos, ou coisas do A.T. e Jesus Cristo no N.T.
Note-se dois princípios básicos concernentes a essa forma de profecia e seu cumprimento:
(1) Para um trecho do A.T. prenunciar a Cristo, é preciso sempre analisar o referido trecho como um acontecimento na história divina da redenção, ou seja, devemos primeiramente analisar o trecho do A.T. sob o aspecto histórico, e então ver de que modo ele prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o Messias prometido;
(2) É preciso reconhecer que o cumprimento messiânico de um trecho do A.T. está geralmente num plano espiritual mais elevado do que o evento registrado no A.T.
Na realidade, os personagens de determinado acontecimento bíblico por certo não perceberam que o que estavam vivenciando era um prenúncio profético sobre o Filho de Deus que um dia viria aqui. Por exemplo, Davi sem dúvida não percebeu que, ao escrever o Salmo 22, seu sofrimento era uma forma de profecia do sofrimento de Cristo na cruz.
Nem os judeus expatriados e chorosos que passavam pelo túmulo de Raquel em Ramá (Jr 31.15) sabiam que um dia o seu pranto teria cumprimento profético na morte de todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém (Mt 2.18).
Quase sempre, só à luz do N.T. é que se percebe que um trecho do A.T. é uma profecia a respeito de nosso Senhor Jesus.
Por Cláudio Roberto de Souza
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