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04/09/2018
Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Lamentações 5:16
16 Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós, porque pecamos. (ARC)
2 Crônicas 36:15-17
15 E o SENHOR, Deus de seus pais, lhes enviou a sua palavra pelos seus mensageiros, madrugando e enviando-lhos, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.
16 Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
17 Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens, nem das moças, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos os deu nas suas mãos. (ARC)
Paz seja convosco amados(as) professores(as) e vocacionados(as)!
Vimos na última lição, como Israel se desenvolveu tendo sob a sua liderança um rei. Eles preferiram ser governados por um homem (monarquia) a despeito de serem governados por Deus (teocracia).
O rei posto no trono deveria estar sujeito as leis do Rei dos Reis, porém o que se viu, foram sucessivos tropeços e por fim o abandono da fé nAquele que os tirara do Egito.
A tão sonhada monarquia pretendida por Israel se mostrou um verdadeiro desastre (Sl 33.12).
Devemos lembrar que neste período, Israel estava dividida em Reino do Norte e Reino do Sul (visto na lição passada) e que primeiramente o Reino do Norte, por certo, devido as sucessivas atitudes de impiedade dos 19 reis que se assentaram no trono, foram enviados para o cativeiro assírio (722 a.C.) antes do Reino de Judá ser enviado para o cativeiro Babilônico.
Judá ou o Reino do Sul, permaneceu soberano por cerca de 136 anos após o cativeiro do Reino do Norte, mas os seus pecados eram prevalecentes.
Deus enviou profetas a fim de alertar o povo para que abandonassem os maus caminhos, as atitudes incorretas, a idolatria e se convertessem ao Senhor e a Sua Lei novamente, mas não deram ouvidos e assim provocaram a ira do Criador (Jr 7.13,23-26; 11.6-7; 25.3-7).
Jeremias é posto como o principal profeta a anunciar derradeiramente e com voz de extrema advertência quanto a rebeldia de Judá e as consequências da sua desobediência.
A mensagem de Jeremias foi a última tentativa de reconciliar um povo insubmisso a vontade de Deus, porém sem sucesso.
O castigo divino iniciaria e teria duração de 70 anos (Jr 25.11).
Depois da morte do piedoso rei Josias, o Reino de Judá declinou-se moralmente e espiritualmente de forma rápida.
Eugene Merrill, aponta que a morte de Josias deve ter abalado as aspirações dos piedosos de Judá, que esperavam a continuidade da paz, prosperidade e devoção religiosa que haviam sido introduzidas. Mas esta preocupação era o triste reflexo da superficialidade com que o povo guardava a aliança. De fato, não tardou
para que a nação se envolvesse com a iniquidade.
Em 25 anos, após a morte de Josias, quatro reis governaram a nação até a sua completa queda: Jeocaz; Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.
O mundo político daquela época estava fervilhando. Quando Jeremias começou seu ministério, a potência dominante do Oriente era a Assíria e não a Babilônia, e sem dúvida muitos dos especialistas políticos acharam que Jeremias era um tolo por se preocupar com a Babilônia ao norte (Jr 1.13).
Jeremias 1:14
14 E disse-me o SENHOR: Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra. (ARC)
Norman Champlin esclarece que outros adversários vinham de outras direções, mas era do Norte que vinha a devastação (Jr 1.14).
O território de Judá ficava entre o Egito (ao Sul) e a Assíria e Babilônia (ao Norte). A temida Assíria (a quem já havia levado o reino do Norte cativo (Israel por volta de 721 ou 722 a.C. – 2Re 17), perdeu o seu domínio para a Babilônia e foi destruída por Nabucodonosor.
O Egito, sete anos depois, também fora humilhado pelos Babilônicos na famosa batalha de Carquemis (Jr 46.2).
Desta forma o domínio Egípcio em Judá foi substituído pelo da Babilônia.
Jerusalém do rei Jeoaquim, foi tomada de assalto, o que resultou na primeira invasão da cidade pela Babilônia (Dn 1.1).
A primeira vez que Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia foi no ano 609 a.C., o marco inicial para a contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias. Um período encerrado com a queda e rendição da cidade de Babilônia por vota de 539 a.C.
Lembrado a cronologia bíblica deste tempo é um terreno difícil de palmilhar, pois as datas podem variar um pouco de estudo para estudo.
Ainda em 609 a.C. vieram as primeiras invasões. Alguns prisioneiros judeus foram deportados, incluindo os nobres; indivíduos selecionados a dedo para compor a corte babilônica (Dn 1.4). Entre eles, aquele que se destacaria como profeta e estadista, Daniel e seus três amigos fieis a Deus, Hananias, Misael e Azarias (Dn 1.6).
Champlin explica que Jeoaquim não ofereceu resistência e permitiu que Judá se tornasse vassalo da Babilônia, sem luta. Esse ato, por algum tempo, preservou Jerusalém da destruição. Mas a futura rebelião desse rei de Judá garantiu o cumprimento de todas as profecias de condenação contra o lugar (2Re 24.1).
O cativeiro babilônico logo ocorreria. Jeoaquim tornou-se prisioneiro na Babilônia (2 Cr 36.6) e quando morto, foi enterrado sem honras alguma conforme se lê em Jeremias 22.18-19.
A Bíblia afirma que foi também nesta primeira invasão que os babilônicos, liderados por Nabucodonosor entraram no Templo erigido por Salomão e o saqueou parcialmente, porém não o destruiu (2Cr 36.7; Dn 1.2).
Parte dos utensílios pertencentes ao culto de adoração e sacrifícios ao Senhor, foram levados e depositados diante do seu deus Bel, o deus maior da Babilônia, conforme podemos ler em Daniel 4.8 (deus de Nabucodonosor), ou ainda, Marduque, o deus da cidade da Babilônia, cabeça do panteão babilônico da época.
O significado desta atitude era humilhar não somente a nação conquistada, mas também o Deus que ela servia e representava.
Sabemos que o Senhor não é vaidoso e que tais ofensas em nada lhe atinge, pois Ele contempla algo muito maior, a disciplina e a correção do seu povo, mas precisamos também citar que ao tempo certo, e do mesmo modo que os filisteus inseriram a arca da aliança do templo de Dagom a fim de blasfemarem do Deus de Israel, e assim sofreram a sua punição (1Sm 5.2-12), a Babilônia também seria punida por profanar os utensílios sagrados de culto ao verdadeiro Deus (Dn 5).
A causa principal da invasão, além da idolatria e apostasia espiritual do povo foram os terríveis pecados praticados pelo rei Manasses, o sangue inocente que este derramou em Jerusalém (2Re 24.3-4). Este é por muitos considerado um dos piores homens que já existiu na terra, em face de ter queimado os próprios filhos em sacrifício a Moloque no vale de Hinom (2Cr 33.6), praticou feitiçaria, idolatria e tudo quanto aborrece ao Senhor!
Elicot explica que “Os pecados de Manasses foram considerados o clímax no longo curso de provações de Judá. Agora, o seu cálice estava cheio. O julgamento tinha de sobrevir. Fora apenas suspenso por algum tempo, e não revogado, durante o reinado do bom rei Josias. O sangue inocente, derramado por Manasses, clamava ao céu pedindo vingança, e a ruina do reino foi a resposta do Juiz Todo-justo”.
A sentença sobre o povo veio, porque a Sua repreensão até pode ser desprezada pelo homem, porém a execução da sua ira não!
A desobediência de Israel que culminou em sua apostasia foi duramente cobrada por Deus com uma severa punição – o cativeiro!
Ressaltamos que Judá não caiu, ela foi entregue. Nabucodonosor não prendeu o rei, Deus o entregou.
A panela fervente do primeiro capítulo do livro de Jeremias (Jr 1.13), tornou-se uma dura realidade no último capítulo do seu livro – Judá foi levado ao cativeiro da Babilônia (Jr 52.27).
Não ignoremos a forma como o Senhor trabalha para ajustar os caminhos daqueles a quem escolheu, pois, a sua correção está sob aqueles a quem ama (Jr 6.8; Hb 12.6).
Por Cláudio Roberto de Souza
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