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29/08/2017
Este post é assinado por: Cláudio Roberto
TEXTO ÁUREO
Gálatas 4:19
19 Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós; (ARC)
TEXTO DE REFERÊNCIA
Mateus 28:18-20
18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (ARC)
Marcos 16:15-16
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (ARC)
NOTA
A paz do Senhor estimados professores e vocacionados da EBD!
Aproveito mais uma vez para solicitar a você irmão professor da Escola Bíblica Dominical ou mesmo aqueles que são vocacionados para tal e acessam o nosso blog, que aproveitem para responder a nossa enquete na página principal com a pergunta: Você recomendaria a EBD Comentada? Sua opinião é bastante importante para nós.
INTRODUÇÃO
É natural que todo líder, além de se caracterizar pela realização de uma obra marcante, ter o seu nome lembrado e associado a tal obra, ele também forme pessoas para dar continuidade àquilo que ele iniciou. Logo, o prestígio de um líder pode ser mensurado pela durabilidade da sua ideia e pela propagação desta ideia por seus discípulos.
A multifacetada obra de Jesus em seu ministério terreno, tinha como fim principal, a anunciação de um novo Reino (o Reino dos céus) e a formação de discípulos para viverem fundamentados pelas leis deste Reino, bem como também e não menos importante, que os mesmos o proclamasse aos outros.
Homens e mulheres que viram suas obras e ouviram suas palavras, deveriam imitá-lo sob a ordenança que Ele deixou antes de ascender aos céus, registrada nas passagens contidas nos textos de referência desta lição (Mt 28.18-20; Mc 16.15 – O discípulo e o discipulado).
1 – IR E FAZER DISCÍPULOS DE TODAS AS NAÇÕES
O plano de Jesus foi reunir um povo com a missão de realizar uma obra. Que obra? Ir e anunciar o evangelho as nações nos mesmos moldes que Ele anunciou. Não teriam que inovar a metodologia, mas apenas repetir aquilo que viram o seu Mestre realizar.
Desta forma, a igreja que prega o arrependimento e ganha almas para Cristo, terá imediatamente após a obra de evangelização, uma outra atividade tão importante como a primeira – A tarefa de fazer discípulos; que em suma é o catequismo do neoconverso nas doutrinas basilares do cristianismo.
1.1 – O que significa se tornar um discípulo
Jesus fez discípulos. Isso demandou 3 anos e meio de convívio diário, próximo, íntimo. Jesus conheceu suas particularidades e se fez conhecido por cada um deles (Jo 1.18; 15.15; 17.26; Rm 1.19). Jesus os ensinou TUDO que precisavam conhecer ao seu respeito.
A próxima fase do plano de ação missionário de Jesus foi instruí-los para que gerassem outros discípulos, tendo como fundamento tudo o que aprenderam “aos seus pés”.
Acrescenta-se como fundamento de ensino da igreja, a doutrina dos apóstolos, pois elas também são baseadas nos ensinos de Jesus e na própria revelação de Deus a cada um deles (I Co 11.23; 15.3; Gl 1.12).
Jesus não tinha a preocupação somente com a conversão dos pecadores, mas também com a sua formação cristã. Por isso a ordenança de Cristo não se baseia apenas em pregar o evangelho, mas igualmente em ensinar os novos convertidos.
As duas atividades (Pregar e Ensinar) não podem ser separadas, pois uma complementa a outra. A primeira abre a porta do coração e a segunda deposita nele os valores preciosíssimos das doutrinas de Cristo.
Strong afirma: “discípulo” vem da palavra grega “mathetes” e quer dizer “aprendiz, pupilo, aluno, discípulo”.
Não existe discípulo isolado do seu mestre e todos eles estão sob a influência do seu pedagogo.
O discípulo cristão é aquele que se assenta no banco de escola, se submete de forma espontânea ao domínio do Senhor Jesus e passa a aprender o bastante até se tornar discipulador e assim também fazer discípulos (I Co 11.1). Portanto ser discípulo de Jesus é aderir a Ele e aos seus ensinos. Aderir no sentido de viver com Ele e para Ele. É estar a seus pés e dEle retirar ensinos e exemplos a serem seguidos. Este é o sentido de discípulo no Novo Testamento.
Pastor Antônio Gilberto esclarece algo importante sobre o significado de ser discípulo de Jesus: “Nenhum ser humano que já viveu sobre a face da terra conseguiu ser discípulo de Cristo, sem antes passar por uma experiência de conversão com esse próprio Cristo. Do Senhor é que obtermos forças e eficácia do discipulado. Aliás, o padrão de vida que o Senhor estipulou para o discípulo é tão elevado que ninguém pode alcançá-lo baseado em sua condição natural, humana. Precisamos de uma capacitação espiritual, moral e ética que só pode ser obtida pela própria presença de Jesus Cristo. Ele vivendo em nós e através de nós. O discípulo, portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor mesmo”.
Ser discípulo é seguir a Jesus, é pisar em suas pisadas, é imitar o seu comportamento, é deixar o caráter ser ajustado; é ser como Ele é!
1.2 – O discípulo deve se parecer com o Mestre
Olhar para a vida de Jesus e pensar que podemos ser iguais a ele pode parecer utópico, mas não é.
Temos o exemplo de Paulo, Pedro, Estevão, Filipe, João e tantos outros anônimos que deixaram a sua vida ser moldada pelo Espírito Santo de Deus. Além dos piedosos servos de Deus através da história da igreja, que do mesmo modo também se tornaram exemplos para nós, tais como: John Wesley, George Withefield, Spurgeon, Moody, Jerônimo Savonarola, David Brainerd, Carlos Finney, João Bunyan, Hudson Taylor, Aidan Wilson Tozer, John Knox, Calvino, Pastor Hsi, Hudson Taylor, João Paton, David Livingstone, Jorge Muller, Adoniram Hudson, Christmas Evans, Guilherme Carey, Jonatas Edwards, Lutero, Pastor Bernhard Jhonson, Matthey Henry, Gunnar Vingren, Seymour, Daniel Berg, João de Oliveira, Pastor Kolenda, David Wilkerson e tantos outros…
A régua que mede o caráter da vida cristã realmente é elevada, mas não impossível de ser alcançada, pois sempre teremos o auxílio bendito do Espírito Santo nos agraciando para tal.
A conversão é o ponta pé inicial da jornada em direção a nossa semelhança com Cristo.
Lucas 14:27,33
27 E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo.
33 Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. (ARC)
Para isso devemos nos submeter a alguns parâmetros deixados por Jesus em Lc 14.25-33, onde destaquei os versículos 27 e 33. Jesus está a dizer aos que o seguiam que ser verdadeiros discípulos, implicava em amá-Lo supremamente.
Willian MacDonald informa sobre este texto que em vez de viver vidas egocêntricas, temos que viver uma vida centrada em Cristo. Em vez de perguntar como é que afetam cada uma de nossas ações, devemos ter cuidado ao avaliar como isso afetará a Cristo e Sua glória. Considerações de bem-estar e segurança pessoal devem ser subordinados a grande tarefa para glorificar a Cristo e fazê-lo conhecido. As palavras do Salvador são absolutas. Ele disse que se o amamos acima, ao invés de nossa família e de nossas próprias vidas, podemos ser Seus discípulos. Não há meias medidas.
Ele também ensina que um verdadeiro discípulo deve levar a sua cruz. A cruz não é qualquer fraqueza física ou angústia psíquica, mas um caminho de vergonha, sofrimento, solidão e até mesmo a morte, uma pessoa escolhe viver voluntariamente para Cristo. O discípulo tem que seguir em busca de Cristo. Isto significa que você tem que viver a vida que Cristo viveu quando estava aqui na terra, uma vida de auto renúncia, humilhação, perseguição, a vergonha, a tentação e contradições dos pecadores contra si mesmo.
Nos tornamos discípulos de Jesus, quando outras pessoas podem ver Cristo em nós!
Atos 11:26
26 E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. (ARC)
Nesta ocasião, Barnabé e Paulo ensinaram durante o período de um ano uma grande quantidade de gente em Antioquia. O resultado foi que os crentes passaram a imitar de tal forma a Jesus, que pela primeira vez foram chamados de cristãos, ou seja, gente parecida com Cristo ou ainda como alguns pregadores já citaram: “pequenos Cristos”.
Perceba que até este ponto do livro de Atos, Lucas se referia a estes como: discípulos (At 6.1), santos (At 9.13), irmãos (At 1.16; 9.30), fiéis (At 10.45), os que estavam sendo salvos (At 2.47) e os seguidores do Caminho (At 9.2). Agora, Lucas passa a chamá-los de cristãos (At. 11.26), aleluia!
Pastor Antônio Gilberto afirmou: “O discípulo não é um mero aprendiz, mas alguém que segue as pisadas do seu Mestre e possui íntimo relacionamento com Ele”.
1.3 – De discípulo a discipulador
O pastor Oseas Macedo, afirma que a tarefa de salvar o mundo não pode ser desassociada do enviar crentes para alcançá-lo. O processo de salvar o mundo começa com enviar. Enviar pessoas capacitadas por Deus para pregar, a fim de que todos possam ouvir, crer e invocar o nome de Jesus para serem salvos. No entanto, a tarefa da igreja não estará completa enquanto o novo crente não for integrado a vida da igreja e tornar-se capaz de ganhar outros para Cristo.
2 Timóteo 2:2
2 E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. (ARC)
Dentre os conselhos finais que o apóstolo Paulo transmite a Timóteo, apresentamos aquele que se refere ao dever de disseminar a mensagem de Deus. Crentes bem instruídos ensinariam outros e os comissionariam; estes, por sua vez, ensinariam ainda outras pessoas. Os discípulos precisam ser equipados para transmitir sua fé a outros; nosso trabalho não estará terminado até que os novos crentes sejam capazes de fazer outros discípulos (Ef 4.12-13). Desta forma, o ciclo é continuo e interminável ou melhor, findará quando Jesus voltar!
Para o Pastor Antônio Gilberto, três importantes elementos estão relacionados aos cristãos locais e devem estar vinculados ao propósito de uma igreja que deseja crescer em quantidade e qualidade: conservação; desenvolvimento e multiplicação (destaque para este último).
O discipulador educa os novos discípulos e torna-os aptos para fazer outros (multiplicação). Este é um trabalho que requer tempo, demanda oração, esforço, paciência, fé e perseverança para alcançar os resultados desejados.
A maturidade espiritual do cristão não ocorre de modo rápido e instantâneo, mas lento e progressivamente em Cristo até que seja achado capaz de discipular a outros.
Segue abaixo as etapas (ciclos) referentes ao caminho do discipulado, extraído do livro Manual de Missões de Oseas Macedo:
2 – O VALOR DO ENSINO NA VIDA DO DISCIPULADO
Muitos focam apenas os sinais operados por Jesus durante o seu ministério encarnado, porém cada milagre, cada cura, cada libertação, cada sinal, havia uma instrução espiritual a ser assimilada.
Outras vezes, Jesus não operava sinal algum, mas apenas ensinava, como a mais longa mensagem que Ele ministrou, conhecida como o Sermão da Montanha (Mt. 5.2 à Mt 7.29) ou quando também sem demonstrar nenhum milagre, dialogou com Nicodemos, príncipe dos judeus (Jo 3.1-21); afora as tantas parábolas que Ele proferiu aos ouvidos de seus discípulos.
Apesar de termos a testemunha ocular do apóstolo João que afirmou que nem mesmo todos os livros do mundo poderia conter tudo o que Jesus fez, os estudiosos contabilizaram 35 milagres operados por Jesus e registrados no Novo Testamento, e 40 ou 42 parábolas por Ele proferidas.
Perceba que o seu ministério tinha ênfase no ensino de sua doutrina. Este ensino deveria ser assimilado por todos os discípulos para que posteriormente fossem replicados aos novos conversos.
2.1 – Jesus Cristo e o ensino
Mateus 28:19-20
19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (ARC)
Bispo Oídes, sabiamente destaca o verbo ensinar antes e depois do batismo, deduzindo corretamente que o processo pedagógico do discípulo acontece antes do seu batismo nas águas e permanece depois dele, dando-nos a ideia de continuidade do aprendizado. O primeiro ensino é basilar e se restringe aos principais elementos da fé cristã, como por exemplo: a salvação, a oração, a Bíblia, a fé, o louvor, a santificação, o batismo no Espírito Santo, a mordomia cristã, o dízimo e outros…
A continuação do ensino é o aprofundamento das doutrinas, o conhecimento de outras e principalmente a manutenção delas na vida do crente.
Pastor Antônio Gilberto, diz que o texto de Mateus 28.19-20, apresenta o quadriforme método utilizado por Jesus quanto a essa questão: indo, fazendo discípulo, batizando e ensinando.
Como se pode ver, a ordem de Jesus a seus discípulos requer uma ação de natureza crescente e dinâmica.
Jesus, ao ordenar “Ide”, estava mobilizando o discipulador a ir à pessoa que se quer ensinar;
No segundo ato da ordem, “fazer discípulos”, a tarefa exige que o discipulador acompanhe e conviva com o aprendiz;
O terceiro passo do mandado inclui o ato do batismo, como uma confissão pública, resoluta e definitiva do novo seguidor de Cristo;
E por último, a ordem do Mestre à igreja já demanda que o neoconverso seja ensinado na doutrina do Senhor e conduzido a maturidade espiritual para que possa discipular outros para Jesus.
Existem muitos recursos que podem ser utilizados no ensino. Jesus por exemplo explorou abundantemente o método de ensinar por parábolas, no entanto também usou o método de questionamentos simples conhecido como método socrático (Mt 16.13), outras vezes mostrava uma verdade executando uma ação associada ao ensino que queria transmitir, como por exemplo, quando tomou uma bacia de água e uma toalha e passou a lavar os pés dos discípulos ensinando o valor da humildade para servir uns aos outros (Jo 13.2-4).
Pastor Marcos Tuler, nos apresenta excelente material sobre os métodos de ensino utilizados por Jesus. Ele diz que uma das principais características do método usado por Jesus é a sua flexibilidade, isto é, Ele sempre adaptava sua metodologia às situações especificas.
Ele diz que o Mestre raramente fazia discursos ou pregações que hoje chamamos de “comunicação unilateral”. Ele ensinava a partir de uma situação específica; uma conversa, uma pergunta, uma necessidade ou ainda, a partir da resistência de seus ouvintes.
Irei reproduzi os métodos citados pelo Pastor Marcos sem transcrever seus maiores detalhes, pois o espaço não permite. Se quiser saber mais, acesse o link abaixo:
http://prmarcostuler.blogspot.com.br/2010/10/jesus-o-maior-pedagogo-de-todos-os.html
1 – Ensino centrado nos alunos:
Jesus considerava as dúvidas, necessidades, expectativas e até os conhecimentos de seus discípulos;
2 – Ensino através de métodos e recursos variados:
Jesus não ensina através da simples memorização. Mas, usava variados métodos, tais como: repetições, parábolas, simbologias, hipérboles, trocadilhos, comparações, metáforas, provérbios, enigmas, paradoxos, ironias etc.;
3 – Ensino baseado na reflexão:
O ensino de Jesus despertava a curiosidade, o interesse e, acima de tudo, a reflexão de seus ouvintes;
4 – Ensino baseado em Relacionamentos:
Se o principal objetivo do professor é “transferir saberes” não há necessidade de se estabelecer relacionamentos. Mas, se sua meta principal é transformar o aluno a fim de que seja semelhante a Cristo, uma convivência positiva e afetuosa será essencial.
Jesus “nomeou doze para que estivessem com ele” (Mc 3.14);
5 – Ensino baseado no interesse do aluno:
Suas histórias conquistavam o coração de seus ouvintes porque vinham diretamente de encontro às suas próprias frustrações e desapontamentos;
6 – Ensino através do próprio exemplo:
A vida de Jesus era compatível com aquilo que ensinava. Ele inspirava seus discípulos a imitá-lo.
Orem como eu oro. Amem como eu vos amo. Sirvam como eu sirvo. Carreguem sua cruz como carrego a minha. Cuidem das ovelhas assim como eu o faço. Terminem a sua carreira assim como terminei a minha;
7 – Ensino personalizado:
Em nenhuma ocasião nas Escrituras vemos Jesus se sentar para ensinar, dizendo: “Hoje nossa lição será Levítico, pergaminho 3”. Seus ensinamentos fluíam das necessidades das pessoas a quem ensinava, de situações e problemas que apresentavam, das verdadeiras crises da vida.
Isso não quer dizer que será desnecessário um currículo organizado. Os organizadores de currículos proporcionam um enorme auxílio aos mestres em nossas igrejas. Os materiais, quando bem projetados, abrangem uma grande variedade de questões relevantes ao crescimento no Senhor. Mas, a ênfase de nossas aulas deve estar concentrada nas pessoas que delas estão participando, e não nas linhas da lição;
8 – Ensino focado no caráter do aluno:
Os fariseus conheciam o conteúdo. Haviam decorado os cinco livros de Moisés. Dominavam uma miríade de detalhes sobre a forma mais correta de orar, de dar esmolas e de jejuar. Sua religião era uma demonstração superficial e técnica de exibições exteriores de atos rotineiros e regras decoradas, um enfadonho livro de regulamentos que os transformava em “críticos santarrões”.
Jesus descrevia a ética do reino como um “rio de vida, com a claridade de seu manancial; uma moralidade de coração”.
2.2 – Pós modernidade, um desafio ao ensino bíblico
Bispo Oídes cita 4 grandes desafios enfrentados pela igreja pós-moderna no que tange ao ensino das doutrinas bíblicas. São eles: Imediatismos, hedonismo, relativismo e a desconstrução de conceitos.
Todos eles representam grande afronta aos valores indeléveis e absolutos da Palavra de Deus. Irei me ater com mais detalhes a dois:
Imediatismo pode ser considerada uma filosofia e prática daqueles que cuidam obter vantagem imediata, não importando os meios para se chegar ao fim; característica da nossa sociedade atual.
Somos uma geração do fast-food (comida rápida), do lavar a jato, do micro-ondas, controle remoto, mensagens instantâneas, do AGORA!
O imediatismo é contrário a perseverança, é contrário a paciência, é contrário a esperança, é contrário ao discernimento, é contrário ao tempo necessário para que muitas coisas ocorram, principalmente o ensino…
O imediatismo é inimigo do ensino bíblico, pois é preciso prazo para o preparo do ensino pelo professor e prazo para a assimilação do conteúdo pelo aluno. Hoje estão mais interessados na informação do que no conhecimento. A informação é rápida e está ali nas prateleiras da internet, mas o conhecimento exige estudo, pesquisa, comparação, meditação, absorção e para o cristão, até orações e jejuns.
Apenas a título de curiosidade, particularmente gasto no mínimo 10 horas para preparar um esboço como este que estão lendo, outras lições até mais, sem contar os períodos de oração em favor deste trabalho.
Quantos ensinadores e pregadores hoje, assumem os púlpitos das igrejas sem ter debruçado horas a fio em sua Bíblia e realizado boas leituras para preparar um sermão apetitoso; antes preferem servir um pão requentado, cru e destemperado para as ovelhas de Cristo.
O cristão precisa reservar o seu tempo com Deus e cumprir o que Paulo disse aos Romanos “… Se é ensinar, haja dedicação no ensino” (Rm 12.7b), gaste tempo, se aplique, se dedique, não seja imediatista!
Relativismo; citando Gene Edwards Jr., relativismo é uma das características mais marcantes da pós-modernidade; é o rompimento com o que poderíamos chamar de universal ou geral, em prol do particular ou individual. Na modernidade se pensava na história humana de modo geral, em termos de uma história universal. Hoje em dia o que importa é a história individual, quando muito a de um grupo de pessoas, mas não se costuma falar mais em uma história da humanidade. Na modernidade se falava também em uma verdade universal e absoluta. Para nossos dias, no entanto, falar em uma verdade universal e absoluta é algo quase que inaceitável.
Contrário ao relativismo, a Bíblia apresenta uma mensagem pragmática, cabal, totalitária, uma mensagem absoluta. Nela não encontramos ideias relacionadas a pensamentos dúbios ou que venha causar dupla interpretação. Existe nela uma verdade fundamental acerca de valores morais e éticos que são inegociáveis e indeformáveis. Enquanto o relativismo abre o leque de filosofias, pensamentos e ideias segundo a mentalidade individual, Deus, através da sua Palavra, nos apresenta um parecer único sobre os principais temas da vida.
A própria Palavra de Deus, irá nos substanciar de exemplos quando o homem tentou viver a parte da verdade absoluta proposta pelo Criador. O livro de Juízes alerta o declínio espiritual de um povo “onde cada um fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6; 18.1; 19.1; 21.25).
A igreja, enquanto comunidade plantada e imersa em seu tempo histórico sofre as consequências deste relativismo. Uma das maiores evidências da influência do relativismo na igreja contemporânea é sua tendência ao ecumenismo. A defesa da aceitação indiscriminada de toda e qualquer crença revela o quanto o caráter exclusivista do evangelho soa mal aos ouvidos contemporâneos. Outra característica que tem se tornado cada vez mais comum no meio da igreja é o questionamento da necessidade e a ausência da disciplina eclesiástica. Esta prática revela que não apenas o relativismo quanto ao conhecimento tem adentrado a igreja, mas também o relativismo ético-moral.
Perceba que você mesmo pode notar o acolhimento do relativismo no seio da Igreja de forma sutil e maquiada por discurso “amoroso” e uma teologia deturpada da graça, mas que fere o absoluto encontrado tão somente na Bíblia. Não há mais a sadia disciplina aplicada aos violadores da lei de Deus (Mt 18.15-20; I Co 5.1-13), mas um consenso que tal auxílio a recuperação do crente não é mais relevante e sua prática é ultrapassada. Por isso temos tantos cristãos que não se firmam na verdade e vivem uma identidade dupla, sabendo que suas práticas anticristãs são toleradas convenientemente.
O relativismo é maligno porque ele tenta anular a verdade incondicional da Palavra de Deus.
Além dos desafios citados, algumas igrejas literalmente abandonaram a realização das escolas bíblicas dominicais, demonstrando total desinteresse pelo crescimento do rebanho. Como um cristão poderá desenvolver “biceps espirituais” sem que haja ensinamento? Como ele poderá crescer no seu conhecimento do Senhor (Os 6.3) sem a exposição sistemática da Palavra de Deus?
O resultado será uma igreja raquítica, anoréxica e que desconhece o significado de ser um discípulo de Jesus Cristo.
2.3 – O conteúdo do ensino
O que a igreja deve ensinar aqueles que estão sendo discipulados? Qual o manual de ensino?
A resposta é muito simples e todos nós conhecemos, a Bíblia, a Palavra de Deus.
Pastor Geziel Gomes primeiramente diz que a Palavra de Deus é:
1 – A Palavra da graça (At 20.32);
2 – A Palavra da fé (Rm 10.8);
3 – A Palavra da reconciliação (II Co 5.19);
4 – A Palavra da verdade (Jo 17.17);
5 – A Palavra incorruptível (I Pe 1.23);
6 – A Palavra de vida (Jo 6.63,68; At 5.20);
7 – A Palavra do Senhor (Jr 8.9; At 16.32).
Nela está contida toda a base do discipulado. Ela é suficiente para o ensino e adendos tais como: testemunhos pessoais, ilustrações, teatralizações e outros recursos são úteis para elucidar algum conceito, no entanto, a Palavra deve assumir a função de destaque em todo o processo.
Conheci um obreiro, um bom obreiro, que ao descobrir o recurso das ilustrações, só citava ilustrações em suas mensagens, enquanto a Bíblia se tornou apenas um anexo em seus sermões.
A Palavra de Deus deve exercer protagonismo no ensino e na pregação. É ela quem produz os resultados espirituais esperados na vida do homem.
A Palavra é a escala que mede a intensidade do nosso relacionamento com Deus. Quando há apetite por ela, o cristão demonstra fome de Deus. Ela é o alimento saudável que proporciona crescimento espiritual. Quando a Palavra está ausente, o crente definha.
Cito mais uma vez, o pastor Geziel Gomes, quando relaciona o que devemos fazer com a Palavra de Deus:
1 – Dar ouvidos (Sl 5.1);
2 – Ler (Ap 13);
3 – Guardar (Ap 3.8-10);
4 – Habitar nela (I Jo 2.14);
5 – Pregar (Jo 15.36; Mc 16.15);
6 – Desejar (I Pe 2.2);
7 – Esperar (Sl 119.74).
Logo, o conteúdo da Palavra é vital para a robustez da igreja e é ela quem deve ser exaustivamente ensinada aos novos convertidos e veteranos do evangelho, pois todos no final, são discípulos de Jesus.
3 – EXEMPLOS BÍBLICOS DE DISCIPULADO
Como incentivo àqueles que exercem o papel de ensinadores e discipuladores na obra de Deus, Bispo Oídes, traz alguns exemplos bíblicos que tem por finalidade, consolidar o ensino deste capítulo (lição).
3.1 – O discipulado de Cornélio
A biografia que a Palavra de Deus nos fornece acerca de Cornélio é suficiente para concluirmos que apesar de ser tratar de um gentio nascido de Roma, este era também um homem de grande piedade, destacada pelas esmolas que dava aos desfavorecidos. Ele também era oficial do exército romano (capitão de 100), residente de Cesareia e tinha uma boa reputação entre os judeus. O que mais pesava de positivo sobre a vida de Cornélio, é a declaração de Lucas no livro de Atos… “piedoso e temente a Deus…orava continuamente e jejuava” (At 10.2).
Cornélio é uma resposta para todos aqueles que afirmam que ser bom é suficiente para adquirir herança no Reino de Deus. Apesar de todas as virtudes, Cornélio precisava de salvação por meio de Jesus Cristo e o próprio Deus se encarregou de a ele mostrar em visão através de um anjo o que deveria fazer – Chamar o apóstolo Pedro para este lhe anunciar a verdade em Cristo.
Muito sabiamente o bispo Oídes enxergou neste trecho das Escrituras que o anjo não pregou o evangelho a Cornélio, antes, porém, Pedro o fez, porque tal ordenança foi imposta aos homens e não aos anjos (Mc 16.15)!
Cornélio primeiramente creu na diretriz dada pelo anjo e depois creu na mensagem evangelizadora do apóstolo Pedro, vindo, portanto, ao conhecimento da verdade libertadora de Cristo e por fim, recebeu o Espírito Santo (At 10.44).
Impressiona como os olhos de Deus estão atentos sobre toda a terra e como Ele vai em busca daqueles que tem um coração sincero e providencia a estes a Sua salvação.
Cornélio estava em Cesareia e Pedro em Jope, no entanto, Deus providenciou ambas as visões para salvar a Cornélio e outros que estavam em sua casa.
Segue algumas lições extraídas deste texto e apresentadas pelo Bispo Oídes:
1 – A mensagem de salvação precisa chegar a todos, independentemente da condição moral, espiritual, social ou familiar, isto é, a igreja não tem o direito de usurpar o evangelho de alguns, mas a todos deve anunciá-lo, pois a grande verdade é que existe uma sede no coração dos homens pela Palavra de Deus e a igreja tem o pote que contém esta água (At 10.33);
2 – Deus designou a igreja para cumprir essa tarefa. Os lavados e remidos no sangue de Jesus, são aqueles a quem Deus capacitou para levar a mensagem de salvação. O dever é de todos que professam a fé em Jesus e todos devem estar encarregados de anunciar o Evangelho (At 10.34-48);
3 – No discipulado dependemos do Espírito Santo para nos capacitar e dirigir. O Espírito Santo continua sendo o pêndulo que inclina o servo de Deus a direção que deve ir (At 10.9-16);
4 – A nós compete anunciar a Palavra de Deus no poder do Espírito Santo. O cristão sempre deverá ter em mente que o seu papel é anunciar: “fales e não te cales” (At 18.9 – At 10.34-48);
5 – Para cumprir a missão é necessário desprendimento, prontidão, senso de responsabilidade e percepção de oportunidade. O pacote de compromisso do servo de Deus não é básico, mas completo para o desempenho do trabalho. Aqueles que estão distraídos não tem olhos para enxergar as oportunidades de anunciar a mensagem e tão pouco se sentem responsáveis e prontos para o trabalho.
3.2 – A conversão de Paulo
Sem dúvida, o acontecimento mais importante do livro de Atos foi a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Se isto não tivesse acontecido, o livro nunca teria sido escrito. Sob alguns aspectos, poderia parecer que o segundo acontecimento mais importante do livro de Atos foi a conversão de Paulo. Este é o único acontecimento que é descrito por três vezes neste livro (At 9; 22 e 26).
Em Atos 9 encontramos essa história. O então conhecido apenas por Saulo, o perseguidor da igreja (At 9.1), era para Deus na verdade, um “vaso escolhido” (At 9.15).
A conversão daquele que seria o maior vulto da igreja primitiva se deu quando ele marchava com cartas que lhe dava autorização para prender os cristãos em Damasco. Diz a Bíblia que ele, Saulo, “respirava ameaças de morte contra a igreja” (At 9.1), mas Deus tinha outros planos para ele.
O comentário de Beacon afirma que o texto grego diz “inspirando”. A frase pode provavelmente ser bem traduzida simplesmente como “respirando”. O próprio respirar na vida de Paulo estava quente pela ira que ele sentia contra os crentes.
Este homem é detido pelo próprio Deus e ali, prostrado, cego e humilhado se converte àquele que minutos atrás perseguia. Saulo é orientado por Jesus a entrar na cidade de Damasco e aguardar…
Neste ponto entra na história da conversão de Saulo, o humilde servo Ananias. Este é o tipo de cristão sempre pronto, sempre preparado para fazer a obra de Deus. É aquele tipo de servo sensível a voz do Espírito Santo e que ao ouvi-la se prontifica imediatamente “Eis me aqui, Senhor!” (At 9.10).
O nome Ananias significa “O Senhor é amoroso”. Ananias estava prestes a vislumbrar o amor de Deus manifesto tal qual era o seu próprio nome, mas a princípio resistiu (At 9.13.14), no entanto mesmo reticente, decidiu confiar em Deus porque o amor a alma sempre deve prevalecer sobre qualquer temor.
Atos 9:15
15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. (ARC)
Mesmo diante das objeções de Ananias, a ordem de Deus é VAI! em semelhança ao IDE, esta expressão não aceita desculpas, ponderações ou questionamentos. O Servo fiel simplesmente obedece, pois, a Deus é submisso. Como Cristo o tinha escolhido, Ananias não podia rejeitá-lo.
Atos 9:17
17 E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. (ARC)
Saulo tinha uma necessidade física e, ao mesmo tempo, uma necessidade espiritual ainda mais profunda. Ambas seriam satisfeitas. Ananias vem… “para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo” (At 9.17).
Note que o discipulador exerce dupla função no exercício da evangelização e ensino das Escrituras. Em Jesus e através do poder do Espírito Santo, ele pode sanar problemas físicos, tais como enfermidades, disfunções e outros, bem como conduzir o discipulado a ser cheio do Espírito Santo de Deus… Quanta responsabilidade!
Me recordo que há muitos anos atrás eu voltava para casa a pé e sozinho em rua da cidade de Uberaba. Como era tarde da noite, eu tinha pressa de chegar, mas no caminho me deparei com uma silhueta masculina que vinha em minha direção. Passei para o outro lado da calçada e aquele personagem também. Enquanto nos aproximávamos, voltei para a outra calçada e ele fez o mesmo. Meu coração acelerou e comecei a clamar o sangue de Jesus (Pentecostal é assim mesmo…). Quando íamos nos cruzar, aquele homem caiu de joelhos aos meus pés clamando por sua vida… Ele chorava e dizia que era um pecador e que para ele não havia perdão. Aquele homem parecia ter feito alguma coisa muito terrível, porém, mesmo apavorado, apresentei a ele o perdão de Deus, orei por ele ali no meio da rua mesmo e o aconselhei a procurar a igreja, apontando para uma que havia bem próxima de onde estávamos. Aquele homem se levantou me agradecendo e dizendo que se sentia leve e queria voar…
Quantos testemunhos não conhecemos de pessoas valentes e inimigas da cruz que foram atraídas por ela e se tornaram cristãos? Não conhecemos o terreno que a semente do evangelho repousará, por isso compete a cada um de nós, pregarmos a Palavra indistintamente, em tempo e fora de tempo (II Tm 4.2), tendo a confiança que Deus dará o retorno da semeadura (Ec 11.6).
Não somente Ananias, mas qualquer um de nós, naquelas circunstâncias jamais iria imaginar que Saulo se tornaria um discípulo de Jesus. Por isso se tornar para nós hoje, tão importante esse testemunho de conversão, pois devemos estar preparados para obedecer a ordem do Espírito Santo, mesmo que pareça absurda. Os propósitos de Deus sempre prevalecem sobre qualquer ocasião!
3.3 – O discípulo Barnabé
Apesar de pouco citado ou conhecido, Barnabé é um dos discípulos que mais admiro nas páginas do livro de Atos.
Sempre parece estar agindo nos bastidores em prol da obra de Deus.
Seu nome significa “Filho do descanso” ou ainda, mais conhecidamente “Filho da consolação”. Barnabé foi um dos primeiros a crer na conversão de Paulo e assim o defendeu entre os principais apóstolos em Jerusalém (At 9.27).
Foi Barnabé quem exerceu o papel de discipulador do apóstolo Paulo, quem o lapidou para o ministério.
Ralph Earle afirma que Barnabé já havia representado um papel menor, porém significativo em Atos. Ele é citado pela primeira vez por causa de sua generosa oferta à igreja (At 4.36-37). Foi ele quem se tornou o responsável por Saulo perante a desconfiada congregação de Jerusalém At (9.27). Quando confrontado com o tremendo desafio de Antioquia, logo no início dos trabalhos que lá se realizaram, Barnabé procurou Saulo, um gigante intelectual e um fervoroso convertido, e o levou a Antioquia como principal mestre da igreja (At 11.22-26). Ele tinha sido enviado juntamente com Saulo a Jerusalém com uma oferta de alívio para os cristãos que estavam sendo afligidos pela fome (At 11.30). Sem dúvida, aqui seu nome é mencionado em primeiro lugar por ser o principal líder da igreja de Antioquia.
Mesmo sendo de pouco destaque ou ainda alguém não tão conhecido quando comparado a outros, Barnabé exerceu atribuições importantes na vida do maior apóstolo Neo Testamentário.
Em Atos 13.2,7, o nome de Barnabé aparece primeiro que o nome de Paulo, no entanto, após isso, sempre o nome de Paulo aparece primeiro que o nome de Barnabé (At 13.43,46,50; 14.1; 15.2,22,35), em uma natural transição de importância no contexto da igreja. As duas únicas exceções estão relacionadas com o Concilio de Jerusalém (At 15.12,25), onde os líderes judeus naturalmente chamariam primeiro Barnabé, e em Listra (At 14.14), onde Barnabé foi confundido com Júpiter, o maior deus.
Não se acha Barnabé lamentando o fato de seu nome ter ficado em segundo plano.
Muitos líderes hoje, deveriam aprender a reconhecer como Barnabé fez, a chamada de seus liderados. Deixá-los crescer, se desenvolverem ao invés de ficarem puxando-os para trás. Suas motivações normalmente são ciúmes e invejas.
Me recordo agora de um pastor que proibiu o seu obreiro fazer o curso médio de teologia sob o argumento que simplesmente, ele não queria que fizesse. Não havia uma causa justificável, um porque ou uma razão que explicasse, ele não queria e ponto. Depois ficou comprovado que este pastor possuía uma inveja doentia do seu obreiro, o perseguiu até arrancá-lo do redil.
No capítulo 15 de Atos, Barnabé ainda se destacou na ocasião em que Paulo não aceitou a ida de João Marcos (primo de Barnabé) com eles na segunda viagem missionária, isto porque João Marcos, retornou a Jerusalém em meio a primeira viagem missionária. Para Paulo, João Marcos não servia, pois os havia abandonado, mas para Barnabé, o “filho da consolação”, João Marcos merecia outra chance.
Barnabé decidiu ficar com seu primo João Marcos, pondo fim àquela discussão. Acredito piamente que assim como Barnabé lapidou a Paulo, ele tenha feito o mesmo com seu primo, João Marcos, pois passado algum tempo, João Marcos recuperou a confiança de Paulo, que o recomendou à igreja colossense (Cl 4.10), mencionando-o como um de seus “cooperadores” (Fm 24). Finalmente, o apóstolo escreveu a Timóteo em sua última epístola: “Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério” (2 Tm 4.11). Por fim, João Marcos foi completamente perdoado.
Este servo de Deus de fato foi um homem singular e de total confiança ministerial, apto a ensinar e discipular, disponível para os trabalhos da igreja, pacificador, consolador e conciliador. Assim como Barnabé, devemos ser abnegados servos do Senhor. Solícitos na incumbência de anunciar o evangelho e a preparar outros para o ministério e a obra.
CONCLUSÃO
Discipular é fazer discípulos não para nós ou para a denominação que pertencemos, mas para Jesus.
É natural e prazeroso sentir-se lisonjeado ao ver pessoas frutificando na obra por intermédio do seu auxílio. A participação na formação de novos crentes, capacitação de obreiros, professores, pastores e novos líderes é sempre uma grande satisfação produzida no interior do servo de Deus.
Que o Senhor te abençoe amado professor da EBD, pois através da sua instrução dominical, bons crentes são produzidos para a Seara e a glória de Deus!
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Bíblia Eletrônica Olive Tree – Versão Revista e Corrigida / Revista e Atualizada / NVI;
Dicionário da língua portuguesa;
Dicionário Bíblico Strong – James Strong – Sociedade Bíblica do Brasil;
Lições Bíblicas Dominicais – Antônio Gilberto – 1 Trimestre de 2007 – Lição 4 – CPAD;
Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento – Willian MacDonald – Editora Mundo Cristão;
Manual de Missões – Oseas Macedo – CPAD;
Tempos pós-modernos – Gene Edward Jr. – Editora Cultura Cristã;
Pequena Enciclopédia Temática da Bíblia – Geziel Gomes – CPAD;
Comentário Bíblico Beacon – Volume 7 – Vários autores – CPAD;
Site da internet mencionado quando citado no texto;
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Por Cláudio Roberto
Postado por ebd-comentada
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