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26/08/2023
“Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” Habacuque 2.4
HABACUQUE 1.1-5
1 O peso que viu o profeta Habacuque.
2 Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não me salvarás?
3 Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio.
4 Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.
5 Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai–vos, e admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada.
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
É provável que o livro do profeta Habacuque seja um dos mais citados nas pregações pentecostais, haja vista, conter um texto que fala sobre avivamento, ainda que não tenha sido escrito sobre o tipo de avivamento ao qual muitos pentecostais.
“Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto. Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.” (Hb 3.1,2 – ARC)
Avivar, neste caso, significa tornar a trazer vida e se refere ao fato de os judeus estarem distantes de Deus e de seus mandamentos, como aconteceu muitas vezes.
Outro ponto importante deste livro é que ele aborda com muita propriedade a respeito da questão do sofrimento e da provisão de Deus, haja vista, conter o célebre versículo que fala sobre a fidelidade do verdadeiro servo de Deus diante das diversas dificuldades vivenciadas nesta vida.
“Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” (Hb 3.17,18 – ARC)
Ele viveu em um período turbulento da história de Israel, durante o século VII a.C., mais especificamente durante o reinado do rei Josias. Nesse período, o reino de Judá estava passando por várias mudanças sociais, políticas e econômicas.
As condições socioeconômicas durante o tempo de Habacuque eram complexas. O reino de Judá estava enfrentando ameaças externas, como o crescente poder do Império Babilônico, e também problemas internos, como corrupção, idolatria e injustiça social.
As classes mais pobres frequentemente sofriam com a exploração por parte dos ricos e poderosos.
Além disso, a religião estava sendo corrompida por práticas idólatras e distanciando-se dos princípios originais prescritos pelo Senhor desde a instituição da Lei.
O Livro de Habacuque é composto por apenas três capítulos e destaca as preocupações do profeta em relação a esses problemas e ao sofrimento do povo.
No primeiro capítulo, Habacuque questiona por que Deus permite a injustiça e a maldade prevalecerem na sociedade e expressa sua confusão diante da aparente inação divina.
O segundo capítulo apresenta uma resposta de Deus à angústia de Habacuque, onde o Senhor afirma que a justiça prevalecerá e que aqueles que agem com arrogância e exploração serão punidos.
Ele também instrui Habacuque a escrever uma visão clara sobre tábuas para que todos possam lê-la e compreender.
O terceiro capítulo é uma oração de louvor e confiança em Deus, onde Habacuque reconhece o poder divino e sua soberania sobre a história e os eventos futuros.
Habacuque viveu em tempos dificílimos, como viveram outros profetas levantados por Deus.
Na época de Habacuque, a região estava passando por instabilidade política, social e religiosa.
O Reino de Judá, onde Habacuque estava localizado, estava sob a ameaça constante de potências estrangeiras, especialmente o Império Babilônico.
O contexto histórico do profeta Habacuque se encaixa em um momento de transição, quando o Império Assírio estava enfraquecendo e o Império Babilônico estava emergindo como uma força dominante na região.
O mapa abaixo demonstra como se deu o avanço do reino babilônico, subjugando a Assíria e o Egito.
Durante essa época, outros profetas também estavam ativos, incluindo Naum, Sofonias e Jeremias e eles compartilhavam preocupações semelhantes sobre a apostasia, a injustiça social, a corrupção religiosa e a iminente ameaça de invasão estrangeira.
O reinado do rei Josias (640-609 a.C.) é um marco importante nesse contexto, sendo elogiado por suas reformas religiosas, que buscavam reverter a idolatria e restaurar o culto ao Deus de Israel. No entanto, após sua morte, o poder político e militar do reino enfraqueceu, o que deixou o Judá vulnerável aos ataques estrangeiros.
Nabucodonosor II, o rei babilônico, liderou várias campanhas contra Judá, culminando na destruição de Jerusalém e do Templo em 586 a.C.
O livro de Habacuque reflete a ansiedade e o questionamento do profeta diante da aparente inação de Deus em face da crescente maldade e da violência na sociedade.
Habacuque busca compreender como Deus pode permitir que uma nação ímpia, como a Babilônia, seja usada como instrumento de punição contra o seu próprio povo.
À semelhança de Jó, ele enfrentou o problema do sofrimento dos justos.
Por que razão um Deus justo silencia e nada faz, quando os ímpios devoram aqueles que são mais justos do que eles
“Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio.” (Hb 1.3 – ARC)
Em outra tradução:
“Por que o Senhor me faz ver a injustiça e contemplar toda essa maldade? Para qualquer lugar que eu olhe, existe violência e destruição. Há luta e briga por todo lado.” (NBV)
A resposta certa é que devemos deixar a questão aos cuidados da vontade soberana de Deus, crendo que ele continua sendo soberano, e que, a Seu próprio modo e no tempo certo, usará de estrita justiça com todos os seres humanos, incluindo os ímpios.
O nome Habacuque, no hebraico, significa “abraço amoroso” ou, então, “lutador”.
Habacuque foi um dos mais distinguidos profetas judeus e sua obra aparece entre as dos chamados oito profetas menores.
Essa palavra, “menores”, nada tem que ver com a estatura do indivíduo ou com a importância de sua obra, conforme temos estudado, mas apenas com o volume dos escritos, em contraste com os “profetas maiores”, como Isaias, Jeremias e Ezequiel, cuja produção foi bem mais volumosa.
Não dispomos de informação segura sobre o lugar de nascimento, sobre a parentela e sobre a vida de Habacuque.
Não existe consenso sobre a data em que o profeta Habacuque viveu, mas o texto do capítulo 1 e versículo 6 nos dá uma pequena base.
“Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas.” (ARC)
Com base neste texto, a profecia tem sido datada do fim do século VII A.C., após a batalha de Carquêmis, ocorrida em 605 A.C.
Nessa batalha, os caldeus derrotaram os egípcios, dirigidos pelo Faraó Neco, nos vaus do rio Eufrates, e marcharam para o Ocidente, a fim de dominar Joiaquim, de Judá.
O reverendo Hernandes Dias Lopes traz um comentário interessante, citando outros autores.
“Gleason Archer diz que o nome Habacuque é raro, e seu significado, incerto. O nome Habacuque, segundo os estudiosos, significa “abraçar”. Jerônimo, o tradutor da Vulgata, entendeu que fosse “abraço”, mas de luta. Seria assim “porque ele lutou com Deus”. Habacuque tanto se agarrou a Deus buscando resposta para suas íntimas e profundas indagações quanto abraçou o povo, levando-lhe a consoladora verdade de que o inimigo opressor seria exemplarmente julgado por Deus. Enquanto o povo da aliança triunfaria sobre a crise e viveria pela fé, os soberbos caldeus seriam eliminados sem jamais serem restaurados. Nessa mesma linha de pensamento, Keil e Delitzsch dizem que Lutero entendeu que o nome Habacuque significa “um abraçador”, ou aquele que abraça outro ou toma-o em seus braços. Assim, Habacuque abraça o povo e toma-o em seus braços, isto é, conforta-o e segura-o como se abraça uma criança que chora, acalmando-o com a garantia de que, se Deus quiser, tempos melhores virão em breve.”
Habacuque profetizou durante um período tenebroso para os judeus, pois a Babilônia estava se consolidando como um reino poderoso e conquistando muitas nações, incluindo a poderosa Assíria.
Diferentemente do reino do norte, o reino do sul (Judá), com capital em Jerusalém teve períodos de fidelidade ao Senhor e de desobediência e, ao invés de aprender com a situação do reino do norte, decidiram se desviar dos caminhos de Deus.
O texto abaixo, extraído do Dicionário da Bíblia de John D. Davis, traz um apanhado geral sobre o crescimento da Babilônia como império e será útil para aqueles que gostam de história.
“Filho de Nabopolassar e rei de Babilônia. Seu pai encabeçou uma revolta bem-sucedida dos babilônios contra a Assíria e fundou o império babilônico em 625A. C. Faraó Neco, que ascendeu ao trono do Egito em 610 A. C., achando o poder da Assíria debilitado, levou um exército para o Eufrates a fim de proteger interesses egípcios (2 Rs 23.29; 2 Cr 35.20). Mas Nínive, a capital da Assíria, foi tomada pela Média, aliada de Nabopolassar, 612 ou 606 A. C., e os egípcios tiveram que contar com os novos pretendentes da dependência Assíria. Nabopolassar enviou ao seu encontro seu filho Nabucodonosor. O príncipe derrotou-os em 605 A. C. com grande matança na batalha de Carquemis, impelindo-os de retorno ao seu país, e subjugou as regiões intermediárias (2 Rs 24.7; Jr 46.2). Mas chegaram notícias de que seu pai havia morrido. Comissionando os interesses do ocidente a seus generais, voltou apressadamente para Babilônia e ascendeu ao trono em 605 A. C. (Cont. Apion 1.19). As informações concernentes a seu reinado derivam-se principalmente dos escritores sagrados judeus, incluindo Jeremias, contemporâneo de Nabucodonosor, Ezequiel e Daniel, suplementadas pelas inscrições em tijolos, e a declaração de Berosus historiador babilônico, que viveu aproximadamente 250 anos depois de Nabucodonosor. Depois de sua sujeição, Judá prestou tributo a ele durante três anos e então se revoltou (2 Rs 24.1). Nabucodonosor voltou à Palestina depois de um tempo, suprimiu a revolta, jogou um rei na prisão, ordenou então que o novo rei fosse levado cativo para a Babilônia, e ainda colocou outro rei no trono (2 Cr 36.6,10). Zedequias permaneceu proficientemente leal por mais ou menos oito anos; no ano nono ele partiu para a independência, sendo ajudado pelo avanço de um exército egípcio (Jr 37.5). Resultando por fim que Jerusalém foi sitiada e tomada em 587 A. C., o Templo foi incendiado, e os principais habitantes da capital e do país levados cativos (2 Rs caps. 24 e 25; 2 Cr 36.5-21; Jr caps. 39 e 52). Desta vez, provavelmente no sétimo ano do reinado de Itobalos, rei de Tiro, Nabucodonosor começou o assédio a Tiro que durou treze anos (Ez 29.18; Cont. Apion, 1. 21; Antig. 10.11, 1). No vigésimo terceiro ano de seu reinado, 582 A. C., ele guerreou contra Coelesíria, Moabe e Amom, e deportou centenas de judeus (Jr 52.30; Antig. 10. 9, 7). Depois castigou o Egito pela parte que tinha tomado na guerra judaica cerca de 572 A. C., invadindo o Egito (cp. Ez 29.19), e no trigésimo sétimo ano de seu reinado, 569 ou 568 A. C., ele conduziu outra vez seu exército contra os egípcios. É provável que Nabucodonosor empreendeu outras campanhas militares, entretanto o registro delas se perdeu. Costumeiramente transportava os habitantes dos países conquistados a outras partes do império, sujeitando-os deste modo a muito trabalho servil, que capacitou-o levar avante trabalhos importantes. Construiu as grandes muralhas de Babilônia, erigiu para si um magnífico palácio, reparou o grande templo de Merodaque na Babilônia, e o templo de Nebo em Borsipa, e muitos outros santuários. É dito ter construído jardins suspensos para que sua esposa Amuia lembrasse das colinas nativas de Midiã (Cont. Apion 1.19; Antig. 10.11,1), Construiu ainda próximo a Sipara um enorme reservatório para irrigação, cuja reputação era que possuía 140 milhas de circunferência e 180 pés em profundidade, além de muitos canais pelo país, e cais e quebra-mar no golfo Pérsico. A forma de loucura que ele sofreu quando o orgulho subverteu sua razão era chamada licantropia [zoantropia], em que o paciente imagina-se um animal inferior, e age como tal. Nabucodonosor imaginou que tinha se tornado um boi, e passou a comer grama como outro gado (Dan 4). Reinou por mais de quarenta e três anos e morreu depois de breve doença no ano de 562 A. C., deixando seu filho Evilmerodaque ascender ao trono.”
A profecia de Habacuque apresenta três estilos literários distintos:
Por causa dessa grande variedade de estilos, muitos têm pensado que o livro, na verdade, seja uma compilação, que gira em torno do tema comum da teodicéia, isto é, a justificação dos caminhos de Deus, em face de tanta maldade como há no mundo.
Habacuque nos ensina a confiar no Senhor mesmo diante das mais terríveis adversidades e se soma a outros textos bíblicos que abordam este assunto, deixando claro que a batuta (instrumento de reger) de Deus sempre esteve em suas mãos.
Como nação, o Brasil encontra-se em uma situação muito ruim, onde o povo escolhe o que é mal e zomba do Senhor de forma parecida com o que acontecia na época de Habacuque.
Como povo de Deus, devemos implorar ao Senhor para que Ele nos ouça e muda a situação em que estamos.
É hora de clamar por misericórdia até que o Senhor nos ouça.
“Ó Jerusalém! Sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite se não calarão; ó vós que fazeis menção do Senhor, não haja silêncio em vós, nem estejais em silêncio, até que confirme e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra.” (Is 62.6,7 – ARC)
O livro do profeta Habacuque começa com um questionamento marcante.
“O peso que viu o profeta Habacuque. Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.” (Hb 1.1-4 – ARC)
Nesses versículos, Habacuque expressa uma série de questionamentos a Deus sobre a injustiça e a opressão que ele observa à sua volta. Ele começa perguntando a Deus por quanto tempo ele clamará e Deus não ouvirá, indicando sua frustração com a aparente falta de resposta divina diante das condições difíceis em que o povo de Judá se encontra.
Habacuque também questiona por que Deus permite que ele veja tanta iniquidade e opressão, observando a destruição, violência, contendas e litígios em sua sociedade, o que parece indicar uma deterioração moral e social.
Ele está perplexo com o fato de que a lei parece ser negligenciada e a justiça não é manifestada.
Além disso, Habacuque observa que os ímpios estão cercando os justos, e a justiça parece estar sendo distorcida. Ele está buscando entender por que Deus permite que a impiedade prevaleça e por que a justiça não está sendo executada.
Esses questionamentos iniciais de Habacuque estabelecem o tom para o restante do livro, no qual Deus responde às preocupações do profeta, revelando seus planos e propósitos, mesmo que possam ser difíceis de compreender à primeira vista.
A jornada de Habacuque é uma busca sincera por compreender a justiça e a vontade de Deus em meio a um cenário de confusão e sofrimento.
Habacuque teve coragem de abrir o coração para Deus e fazer perguntas que chegam a nos constranger, questionando a situação moral e espiritual do seu povo e depois os métodos de Deus.
Ele pode ser classificado como um profeta corajoso e verdadeiro, porém, somente quando ele se colocou na torre de vigia e entendeu que os ímpios serão julgados, mas os justos vivem pela fé, seu coração se aquietou e começou a cantar quando percebeu que Deus é o soberano absoluto do universo.
Diferentemente de outros profetas, Habacuque se colocou diante de Deus questionando os motivos pelos quais a situação do povo estava daquela forma e por quais motivos as nações ímpias estavam prosperando contra os judeus.
Tais questionamentos fazem parte da vida de todo aquele que deseja ver o povo na presença de Deus, vivendo de forma abençoada.
Existem homens e mulheres que possuem o mesmo comportamento de Habacuque e estão indignados com o que estamos vivendo no Brasil e no mundo, porém, devemos agir da mesma forma que ele fez, orando até que sejamos respondidos, de acordo com a vontade do Senhor.
A conversa de Habacuque como Senhor não demonstra arrogância nem tampouco rebeldia, mas sim um coração amargurado pela situação em que seu povo se encontrava.
Sua situação era a de um atalaia que observava que a destruição estava se aproximando e nada podia fazer a não ser clamar por socorro.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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