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22/07/2023
Amós 5:4
4 Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei. (ARC)
Amós 7:7-9; 14-15
7 Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão.
8 E o SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então, disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
9 Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
14 E respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro e cultivador de sicômoros.
15 Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel. (ARC)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Nesta oportunidade, iremos estudar o livro do profeta Amós e a sua mensagem. O livro do profeta Amós é uma das obras proféticas do Antigo Testamento.
O livro de Amós é composto por nove capítulos e traz a mensagem profética de Amós em forma de sermões e visões.
Amós foi chamado por Deus para profetizar contra as injustiças e pecados cometidos por Israel, especialmente pelos líderes e classes mais abastadas. O profeta denunciou a opressão dos pobres, a corrupção, a idolatria e a falta de justiça social, apontando para a necessidade de arrependimento e retorno à fidelidade a Deus.
O livro de Amós também contém visões simbólicas que revelam a ira de Deus e o julgamento iminente sobre Israel. No entanto, ao mesmo tempo, oferece esperança de restauração e renovação para aqueles que se arrependem e buscam a Deus de coração.
A mensagem de Amós tem um forte apelo à justiça social e ao cuidado com os mais necessitados, enfatizando a importância da integridade moral e da adoração verdadeira. O livro de Amós é considerado uma importante contribuição para a tradição profética da Bíblia, transmitindo uma voz poderosa em defesa dos valores éticos e da responsabilidade social.
O profeta Amós escreveu o seu livro sob um panorama que aparentemente parecia espiritual, porém, o profeta desnudou o verdadeiro quadro da nação.
Warren W. Wiersbe afirma que nessa época, tanto Judá quanto Israel desfrutavam de prosperidade e de segurança. O luxo era ostentado por toda a parte (Am 3:10-1 5; 5:1-6), e a “religião” era amplamente difundida. Israel reunia-se no santuário real em Betel (Am 4:4, 5) e Judá comemorava suas festas com grande entusiasmo (Am 5:21, 22), mas os pecados das duas nações estavam corroendo o caráter moral e religioso do povo. Ganhar dinheiro era mais importante do que adorar a Deus (Am 8:5); os ricos exploravam os pobres, o sistema judiciário era corrupto e a injustiça era cada vez maior (Am 5:11-15, 24; 8:4-6).
Hernandes Dias Lopes esclarece que Amós denunciou os pecados de opressão e de injustiça social das nações ao redor de Israel, bem como os desmandos morais de seu povo. Ele denunciou a corrupção no palácio e nas altas cortes do judiciário. Ele diagnosticou os males que destruíram a nação nos centros econômicos da nação, nas mansões dos endinheirados, bem como nos templos religiosos. Ele pôs o dedo na ferida da nação e alertou para a necessidade urgente de arrependimento tanto nas praças de negócios quanto nos altares religiosos.
A mensagem de Amós também é cheia de esperança. Esse profeta ousado tem uma mensagem forte, mas um coração que se derrete em profunda compaixão e intercessão pelos impenitentes. Ele aponta uma rota de escape. Ele fala da graça que convida a todos para uma volta para Deus, em vez de uma entrega irrefletida à religiosidade sem doutrina e sem vida. Amós ainda nos alerta para que nos preparemos para o encontro com Deus.
O nome Amós significa “aquele que carrega o fardo”, ele era um boieiro e cultivava sicômoros (Am 1:1; 7:14), quando o Senhor o chamou para ser profeta. Vivia na vila de Tecoa, a dezoito quilômetros de Jerusalém, no tempo do reinado de Uzias, em Judá (790-740 a.C.), e de Jeroboão II no reino do Norte, Israel (793-753 a.C.).
Amós era um “leigo”, um humilde lavrador e pastor que não era membro oficial da religião judaica nem da instituição política.
Ele foi chamado por Deus para anunciar a sua mensagem em Israel, o Reino do Norte. Isso foi por volta do ano 750 a.C., durante o reinado próspero de Jeroboão II. A situação de Israel era muito boa, mas havia pecado também. Em nome de Deus, Amós denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão que reinavam no país. O povo não era sincero na prática da religião, e por toda parte havia injustiça e desonestidade. O profeta apela ao povo para que se arrependa e que todos voltem para Deus, fazendo o que é bom e odiando o que é mau. Por meio de visões, Deus revela a Amós que castigará o seu povo, mas não o destruirá. Em tempos futuros, Deus fará com que a nação volte a gozar da paz e da prosperidade que tinha quando Davi era rei do povo de Deus.
Oscar F. Reed explica que há pouco mais de um século, pensava-se que Amós fosse apenas um dos profetas menores; hoje, em virtude dos estudos exegéticos e críticos, o livro recebe destacada posição na literatura bíblica. Considera-se sua linguagem um dos melhores exemplos do puro estilo hebraico.
Amós foi o primeiro dos profetas literários que se aplicou a eliminar os elementos pagãos que se insinuaram na vida religiosa e social de Israel. Ele, como os outros, teve de reavivar o ideal mosaico que advoga que Deus exige santidade de vida. Estes profetas “moralizaram” a religião e também a universalizaram. O Deus em cujo nome falavam, não era apenas o Senhor deles, mas o Deus do mundo inteiro!
O centro da vida nacional estaria em Betel, o santuário do monarca do Reino do Norte. Era este o lugar estratégico para um profeta começar seu ministério. Ali, sua mensagem produziria o efeito mais imediato e forte.
Amós nega o título de nabi (profeta profissional). Com esta atitude, quer dizer que não pertencia à ordem profética e não tinha recebido o treinamento para isso. Designa-se cidadão de posição social humilde pertencente à classe mais pobre. Em vista deste fato, imaginamos como adquiriu o grau de cultura que manifestadamente possuía. Entre os hebreus, o conhecimento e a cultura não eram peculiares aos ricos e às classes de profissionais. Mesmo o treinamento inicial de todo israelita o equipava religiosa e culturalmente, a despeito de sua posição social.
O chamado era de Deus. O próprio Amós diz que Jeová o “tirou” do serviço referente ao rebanho. Este ato indica que um poder não dele mesmo o tomava de súbito. Esta também é a implicação de Amós 3.8, onde o profeta diz: “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor JEOVÁ, quem não profetizará?” Havia um fogo ardente retido em seus ossos que o compelia a falar. Amós era um homem com uma mensagem de Jeová e tinha de livrar-se desse peso. Sua língua era como um chicote para os opressores e mel para os oprimidos.
A mensagem de Amós era desagradável para aqueles que usufruíam de regalias e que viviam as suas vidas de forma irregular. Neste contexto, a sua voz era como um alarido desafinado com os moldes de vida dos habitantes de do Reino do Norte, mas perfeitamente harmonizado e aferido com a vontade divina.
Hernandes explica que o profeta Amós anuncia três solenes juízos de Deus sobre a nação de Israel. O cálice da ira de Deus estava se enchendo, e uma devastação sem precedentes estava para chegar. Veremos quais são esses juízos:
Primeiro, os gafanhotos (Am 7.1,2). A praga dos gafanhotos sempre foi uma calamidade terrível (Dt 28.42; Jl 2.35; Na 3.15-17). O Senhor já havia mandado o gafanhoto para despertar o povo e conduzi-lo ao arrependimento (Am 4.9). A visão que Amós tem sobre os gafanhotos não era apenas de insetos destruidores que atacavam em bandos, trazendo calamidade material, mas eram também agentes de Deus.
Segundo, o fogo (Am 7.4). O fogo divino é o instrumento da Sua ira (Am 1.4,7,10,14; 2.2,5). Deus se apresenta como o Juiz que pede o comparecimento de Israel perante o tribunal, para contender com ele (Is 3.15; Jr 2.9; Os 4.1; Mq 6.1). Neste caso, porém, a nação não tem mais defesa, por isso, o profeta só pode pedir o perdão divino e a suspensão do castigo.
Terceiro, o prumo (Am 7.7-9). A terceira visão de Amós tem a ver com o prumo que Deus colocou no meio do Seu povo. Aqui Deus não apenas mostra a visão a Amós, mas é o elemento principal dela. Nessa visão, Amós vê a Deus como Juiz. Israel é provado pelo prumo da justiça. As duas primeiras visões (gafanhotos e fogo) apontam para ameaças às quais o povo não sobreviveria; a prova do prumo, para um teste no qual o povo não passaria.
J. A. Motyer afirma corretamente que não há serviço prestado a Deus sem oposição, sem perseguição e sem provação. Essa verdade jaz à superfície da história que temos diante dos olhos.
Hernandes afirma que Amós atacou o rei mais forte de Israel, o homem mais opulento, o político mais hábil e o diplomata mais experimentado, e isso não lhe ficou barato. Amós foi provado de três maneiras. A primeira foi a deturpação de suas palavras (Am 7.10,11). A segunda foi a tentação embutida nas palavras de Amazias (Am 7.12), e a terceira veio na forma de uma confrontação com as autoridades (Am 7.13). Hernandes destaca dois fatos importantes:
Em primeiro lugar, uma mensagem de Amazias ao rei (Am 7.10,11). Estado e religião estavam juntos numa aliança espúria. O sacerdote de Betei era um empregado do rei. Estava não a serviço de Deus, mas a serviço de Jeroboão.
Jalmar Bowden diz que o sacerdote, no santuário real, julgava que tinha o dever de promover o culto e de agradar ao rei, custasse o que custasse. Tinha muito interesse no ritual, no culto formal, no seu próprio prestígio e posição, mas não se interessava no bem-estar espiritual e material do povo. Por isso, ficou perturbado com a mensagem de Amós. Tentando intimidá-lo, procurou silenciar sua voz. Nesse intento enviou um relatório ao rei, cometendo dois graves erros:
Primeiro, ele fez uma avaliação mentirosa acerca do profeta (Am 7.10). Amazias torce as palavras de Amós de maneira que pareça uma acusação pessoal contra o rei. Amazias passa uma visão distorcida de Amós, de sua mensagem e de suas motivações. Ele diz que Amós estava conspirando contra o rei, no meio do povo, ou seja, provocando motins, sedição e instabilidade política. Amazias dá a impressão de que Amós chefiava uma revolução contra o rei. A. R. Crabtree diz que a acusação de Amazias é falsa, porque o sacerdote entendeu erradamente a pregação do profeta, e interpretou erradamente seu motivo e a finalidade da sua mensagem. Amazias rejeitou a mensagem de Deus e o homem de Deus. O falso sacerdote omite a base da ameaça, a esperança que o profeta apresenta ao povo no caso de arrependimento (Am 5.4,6) e a própria intercessão do profeta a favor do reino. Os olhos de Amazias estavam cegos para a verdade. Seu coração estava entorpecido para as coisas espirituais. Ele não era um mensageiro de Deus, mas um adulador do rei. Ele fez um juízo errado de Amós e de Deus. Achou que não importava a situação. Deus sempre estaria com eles.
Segundo, ele chegou a uma conclusão equivocada (Am 7.11). Sabendo das pregações candentes de Amós contra a hipocrisia dos sacerdotes (Am 3.14; 4.4,5; 5.5; 5.21,25) que tinham corrompido a religião e trazido a nação ao precipício da ruína, em vez arrepender-se, endureceu seu coração, dizendo que a terra não podia sofrer todas as palavras de Amós. Ele viu a ameaça do cativeiro como uma conspiração política, em vez de acatá-la como um alerta divino.
Em segundo lugar, uma mensagem de Amazias ao profeta (Am 7.12,13). Há quatro atitudes de Amazias que devem ser destacadas aqui:
Primeira, um preconceito identificado (Am 7.12). Amazias chama Amós apenas de vidente, uma forma desdenhosa de referir-se às suas visões. Amazias viu Amós apenas como alguém que trazia agouros quanto ao futuro, e não como um profeta, aquele que traz uma mensagem de grande peso moral para a nação. Sua atitude era preconceituosa. Para Amazias, o profeta Amós não passava de um visionário com ideias extravagantes de males imaginários.
Segunda, uma prepotência declarada (Am 7.12b). Amazias, em vez de acatar as palavras de Amós, olhou-o apenas como um membro do reino rival, um estrangeiro intruso que deveria voltar à sua terra se quisesse viver e pregar. Ele tentou igualar Amós a si, um profissional da religião, que fazia de seu sacerdócio um meio de vida. O sacerdote do rei era mercenário e insinua que o profeta de Deus também o é.
Terceira, uma ordem descabida (Am 7.13). Amazias não apenas expulsa Amós de Betei, mas também o proíbe de pregar no centro religioso do Reino do Norte. Betei era uma Capela Real e uma Catedral Nacional, onde Amós não podia pregar.
Quarta, uma apostasia diagnosticada (Am 7.13b). Amazias declara com todas as letras o concubinato espúrio entre a política e a religião. Betei não era mais a Casa de Deus, mas o santuário do rei. Champlin diz que Jeroboão estabeleceu altares idólatras em Dã e Betel, especialmente para competir com o templo de Jerusalém. Betel, assim, não era mais a casa do Rei dos reis, mas apenas um lugar para a bajulação de um rei ímpio. A religião de Israel era eminentemente humanista. Tinha sua origem no homem e era voltada para o homem. Deus fora excluído da religião em Betel.
Amazias empenha todo o esforço para deter o profeta Amós e sua mensagem, ele se utiliza da influência política e da amizade com o Rei, porém a convicção do profeta de que o Senhor o chamara para esta tarefa é inabalável. Quando a Palavra de Deus está em nós (coração, mente e lábios), o seu anúncio torna-se irresistível.
Hernandes afirma que Amós responde às palavras insolentes de Amazias, afirmando sua tríplice autoridade (Am 7.14-17).
Primeiro, a autoridade da vocação: “O Senhor me disse: Vai”.
Segundo, a autoridade da revelação, a posse de uma palavra vinda de Deus para falar: “Vai, profetiza”.
Terceiro, a autoridade do comissionamento: “Vai […] ao meu povo Israel”. Há verdades aqui que precisam ser enfatizadas:
Primeira, Amós destaca sua vocação (Am 7.14,15). Amós não é um profeta tradicional. Ele não provém da escola de profetas, onde os jovens recebiam preparo para instruir a nação (1Sm 19.24). Ele não procedia de uma família aristocrata. Ao contrário, era um pastor de ovelhas e um agricultor. Todavia, Deus o tirou dos prados toscos de Tecoa e o enviou ao centro nevrálgico da nação de Israel para denunciar seus graves pecados. Amós não é um profeta da conveniência. Ele não está atrás de sucesso nem de riqueza. Ele foi chamado por Deus para ser boca de Deus.
Segunda, Amós acentuou o alvo de sua profecia (Am 7.15). Amós não profetiza em Israel por um capricho pessoal nem por uma rivalidade política. Ele profetiza em Israel por obediência ao chamado divino. Israel estava doente de morte, e só esse estrangeiro sabia diagnosticar seus males e indicar o caminho que o conduziria à saúde, Amós já anunciara a queda da cidade e o exílio do povo. Agora, Amós chega a vaticinar a morte do próprio monarca Jeroboão II. Tudo indica, porém, que o rei pouco se importou com a notícia. O rei não mandou prender o profeta sedicioso, apenas o mandou embora pela instrumentalidade do capelão de Betel.
Terceira, Amós revela que quem teme a Deus não tem medo dos homens (Am 7.16,17). Nenhum profeta verdadeiro deixa se intimidar por ameaças humanas. Cumpre-lhe ser fiel ao seu chamado. E mais importante ser fiel a Deus do que viver. Como Neemias, Amós podia dizer: “Um homem como eu fugiria?” (Ne 6.11).
Quarta, Amós em vez de fugir reafirma o juízo de Deus sobre Israel (Am 7.17). Em vez de a arenga de Amazias contra Amós calar a boca do profeta, trouxe o juízo para mais perto. A profecia agora o cita individualmente. O juízo de Deus cai sobre o sacerdote apóstata e sua família. A sentença divina atinge toda a terra de Israel e o povo que vivia longe de Deus, agora vai também para uma terra longínqua em seu amargo desterro.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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