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Betel Adultos – 3º Trimestre 2023 – 10-09-2023 – Lição 11 – Ageu – um chamado para despertar da inércia

07/09/2023

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos.” Ageu 1.7

TEXTOS DE REFERÊNCIA

AGEU 1.1-4 

1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo: 

2 Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada. 

3 Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 

4 É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar o cenário do profeta Ageu. 
  • Destacar a necessidade de arrependimento. 
  • Extrair lições do livro de Ageu para os nossos dias.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Ageu também é um dos profetas menores que escreveu o livro que leva seu nome nos idos do Antigo Testamento, tendo sido o primeiro profeta pós-exílio.

Ageu viveu durante o período pós-exílio babilônico, aproximadamente entre 520 e 518 a.C e é mencionado de forma específica em seu livro e também no livro de Esdras.

“E Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.” (Ed 5.1 – ARC)

Ageu profetizou para o povo de Judá que havia retornado a Jerusalém após o exílio babilônico, sendo este seu público principal.

Aquele povo estava envolvido na reconstrução do Templo de Jerusalém, que havia sido destruído pelos babilônios, 70 anos atrás.

Enquanto Ageu profetizava, outro profeta chamado Zacarias também estava ativo em Jerusalém. Eles trabalharam juntos para encorajar o povo e instigá-los a continuar a reconstrução do Templo.

“E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.” (Ed 6.14 – ARC)

A principal mensagem de Ageu era direcionada à negligência do povo judeu em reconstruir o Templo, tendo-os repreendido por priorizarem suas próprias casas e interesses pessoais em vez de restaurar a Casa de Deus.

Ageu enfatizou que as dificuldades e escassez que o povo estava enfrentando eram consequências de sua desobediência a Deus e da negligência na reconstrução do Templo.

Ele encorajou o povo a considerar seus caminhos, arrepender-se de seus pecados e voltar-se para Deus e também profetizou que Deus os abençoaria e restauraria sua prosperidade se obedecessem e completassem a construção do Templo.

As mensagens de Ageu foram ouvidas e obedecidas pelo povo, levando à retomada da construção do Templo e à conclusão bem-sucedida do projeto.

1 – CONHECENDO O CENÁRIO DO PROFETA AGEU

O período pós-exílio babilônico foi um momento crucial na história do povo judeu, haja vista, terem permanecido durante penosos 70 anos na Babilônia, sem poder viver uma vida na presença de Deus e adorá-lo no seu templo.

A Babilônia havia conquistado o Reino de Judá, incluindo a cidade de Jerusalém, no ano 586 a.C, levando a população judaica para a Babilônia, onde permaneceram por aproximadamente 7 décadas. Durante esse período, o Templo de Jerusalém foi destruído pelos babilônios.

A primeira grande deportação ocorreu no ano de 598 a.C.

Nessa fase houve o saque do templo de Jerusalém, mas não sua destruição. A destruição do templo ocorreu com a segunda leva de deportações, efetuada em 587 a.C.

Ambas foram executadas a mando do então imperador Nabucodonosor II, responsável também por destruir e subjugar o Império Assírio, que o precedeu.

Os hebreus permaneceram no cativeiro até o ano de 538 a.C., quando Ciro, o Grande, o habilidoso imperador persa, conseguiu controlar toda a região médio-oriental.

Ciro partilhava do ideal de uma política de respeito às culturas dos povos que conquistava e permitiu aos hebreus que retornassem à sua terra de origem e aos seus costumes religiosos.

Após o enfraquecimento do Império Babilônico, o rei persa Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia em 539 a.C. e emitiu um édito permitindo que os judeus retornassem a Jerusalém e reconstruíssem o Templo.

Os primeiros retornados enfrentaram desafios significativos em termos de reconstrução da cidade e do Templo, bem como a oposição dos samaritanos e outras dificuldades.

O Templo de Jerusalém era de importância central para a fé judaica, pois era o lugar onde as ofertas e sacrifícios a Deus eram feitos, e sua destruição durante o exílio babilônico representou uma perda significativa para a vida religiosa e nacional dos judeus.

Ageu surgiu como profeta em um momento em que os judeus haviam começado a reconstruir o Templo, mas logo enfrentaram desânimo e negligência, sendo que muitos estavam priorizando a construção de suas próprias casas e interesses pessoais em detrimento do Templo.

A mensagem de Ageu era clara e exortava os judeus a priorizarem a reconstrução do Templo, pois isso era essencial para sua relação com Deus e sua prosperidade como nação. Ele os repreendeu por suas prioridades equivocadas e os instigou a refletir sobre as razões para suas dificuldades e a se voltar novamente para Deus.

O teólogo americano Norman Champlim traz uma rica contribuição a respeito deste assunto.

“Por meio de cinco discursos, datados entre os meses sexto e nono de 520 A. C., Ageu exortou Zorobabel, o governador, e Josué, o sumo sacerdote, bem como os líderes da comunidade judaica, a assumir seus deveres em favor da reconstrução do templo, e também exortou os sacerdotes a purificarem a adoração cúltica. Esses projetos gêmeos foram, antes de tudo, passos práticos que visavam a unificação da vida despedaçada da comunidade judaica. Mas Ageu via também essas coisas como preparações necessárias para a era messiânica”.

Ageu profetizou que, se o povo obedecesse e completasse a reconstrução do Templo, Deus os abençoaria e restauraria sua prosperidade, deixando claro que o que precisava acontecer era um retorno ao compromisso com Deus e a conclusão bem-sucedida da reconstrução do Templo.

1.1 – Conhecendo um pouco mais o profeta

Não existem informações detalhadas sobre o profeta Ageu na Bíblia Sagrada.

O livro que leva seu nome não descreve sua  ascendência, estado civil, nem tampouco detalhes pessoais a respeito de sua vida.

O nome “Ageu” é hebraico “hag” e pode ser traduzido como “festivo” ou “festança”.

É possível que este nome o tenha sido dado por ter nascido em algum dia importante das festas judaicas. Se for assim, isto também pode implicar que seus pais eram religiosos.

É muito provável que o profeta Ageu tenha nascido ainda na Babilônia, e tenha ido para Jerusalém após o decreto de 538 ou 537 a.C. emitido por Ciro, rei da Pérsia, o qual permitiu que os judeus retornassem à sua terra natal.

“Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem, dentre vós é de todo o seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja com ele. (2 Cr 36.22,23 – ARC).

Como o profeta Ageu não é citado antes de aproximadamente 520 a.C., alguns sugerem que ele ainda era criança na época do decreto, e que tenha retornado do exílio com seus pais.

Outros também apontam para a possibilidade de o profeta Ageu ter retornado juntamente com um novo grupo de exilados mais ou menos nessa mesma data, porém neste caso talvez já fosse um jovem ou adulto.

Sendo assim, é provável que ele tenha testemunhado a crescente apatia durante o período pós-exílio, e no momento apropriado, foi usado por Deus como profeta entre seu povo, sendo este um ponto importante a respeito da maneira como o Senhor o usou, haja vista, ter participado do período em que a adoração ao Senhor não era feita como deveria bem como da oportunidade que os judeus tiveram de retornar a fazê-la.

Pelos relatos de seu livro, podemos perceber que Ageu foi um profeta muito ativo em Judá durante o período da reconstrução do segundo Templo entre 520 e 515 a.C.

1.2 – A mensagem do profeta

A mensagem do profeta Ageu pode ser dividida da seguinte forma:

  1. Ageu 1.1-11: Sexto mês, primeiro dia. Primeiro oráculo. É mencionada a negligência do povo. Eles não haviam construído o templo (ver Esd. 3.4), enquanto concentravam os esforços em suas próprias residências (ver Ageu 1.4). Os desastres por eles sofridos, a seca e a ausência de colheita eram lembretes de Deus de que eles deveriam pôr em primeiro lugar as coisas principais.
  1. Ageu 2.1-9: Sétimo mês, vigésimo primeiro dia. O futuro templo seria maior que o de Salomão. Os próprios gentios contribuiriam para torná-lo assim. A profecia talvez inclua o templo de Herodes, que foi maior que o de Salomão; e, espiritualmente falando, poderia referir-se ao novo templo formado por judeus e gentios, encarnado na igreja, na era do evangelho (ver Efé. 2.17-22). Seja como for, o futuro referente ao templo e ao seu sentido espiritual é grande, e isso deveria encorajar-nos a fazer investimentos nessas realizações.
  1. Ageu 2.10-19: Nono mês, vigésimo quarto dia. A lei ritual nos fornece uma lição. Se um homem estivesse transportando a carne dos sacrifícios e se suas roupas tocassem em algo, a coisa tocada nem por isso tornar-se-ia santa. Mas as vestes de um homem que estivesse ritualmente impuro contaminariam tudo aquilo em que tocassem. Portanto, a imundícia contamina. As ruínas do templo eram imundas e contaminavam a nação judaica. Somente se o novo templo substituísse o antigo, mediante reconstrução, a nação poderia ficar isenta da imundícia que lhes servia de obstáculo e contra eles atraía o juízo divino. Finalmente, o reavivamento resultou no lançamento de um novo alicerce (ver Esd. 3.10), em 536 A.C. E isso foi feito segundo a filosofia do profeta.
  1. Ageu 2.20-23: Nono mês, vigésimo quarto dia. Aparece uma promessa, feita a Zorobabel, de que ele seria mantido em segurança, a despeito das perturbações que agitavam o império persa.

1.3 – Convocação à reconstrução do templo

Os judeus permaneceram escravos por 70 anos na Babilônica e isto fez com que sua fé fosse colocada à prova, porém, durante todos estes anos, o Senhor usou profetas para animar seu povo, afirmando que eles voltariam para Israel e que a glória da segunda casa seria maior do que a primeira.

Assim como a ida para Babilônia ocorreu em levas distintas, o retorno também foi.

Após um decreto do rei persa Ciro, conquistador do império babilónico (538 AEC), cerca de cinquenta mil judeus partiram pela primeira vez em direção à Terra de Israel, liderados por Zorobabel, descendente da Casa de David.

“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda, e com gados, afora as dádivas voluntárias para a Casa de Deus, que habita em Jerusalém. Então, se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a Casa do Senhor, que está em Jerusalém.” (Ed 1.2-5 – ARC)

Menos de um século depois, o segundo retorno foi liderado por Esdras, o escriba e o livro que leva seu nome são bem detalhados sobre o que aconteceu.

O propósito principal deste primeiro grupo foi a construção do templo.

De uma forma difícil, os planos de reconstruir o templo de forma rápida, foram frustrados e o trabalho demorou muito mais do que esperavam.

Esdras trata destas dificuldades da perspectiva política, falando sobre a interferência dos inimigos dos judeus, enquanto Ageu e Zacarias abordam o mesmo problema do lado espiritual, incentivando os próprios judeus a serem mais fiéis ao Senhor para completar esta obra.

A construção básica do templo foi terminada por volta de 518, uns 20 anos depois da volta de Zorobabel.

A repatriação dos judeus sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do Segundo Templo no local do Primeiro Templo, a fortificação das muralhas de Jerusalém, e o estabelecimento da Knesset Hagedolah (Grande Assembleia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu, marcaram o início do período do Segundo Templo.

Dentro dos limites do Império Persa, Judá era uma nação liderada pelo sumo sacerdote e conselho de anciãos em Jerusalém.

Dá-nos a entender que o povo estava feliz, porém, não possuíam o entusiasmo e a determinação para começar a reconstrução do templo.

O capítulo 3 de Esdras fala sobre isto.

“Chegando, pois, o sétimo mês e estando os filhos de Israel já nas cidades, se ajuntou o povo, como um só homem, em Jerusalém. E levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na Lei de Moisés, o homem de Deus. E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras; e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde.” (Ed 3.1-3 – ARC) 

O versículo 8 de Esdras fala sobre isto. 

“E, no segundo ano da sua vinda à Casa de Deus, em Jerusalém, no segundo mês, começaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém e constituíram levitas da idade de vinte anos e daí para cima, para que aviassem a obra da Casa do Senhor. (ARC) 

O escritor Daniel Conegero traz uma importante contribuição a respeito deste assunto. 

“Mas tão logo a construção do templo de Zorobabel começou a enfrentar problemas. Quando a fundação foi lançada, alguns anciãos perceberam que o segundo templo seria estruturalmente inferior ao primeiro templo (Esdras 3:12). Isso acabou gerando grande desânimo no povo. Nesse tempo também começaram as investidas de povos vizinhos para obstruir as obras e frustrar a construção do templo de Zorobabel. Os samaritanos foram os maiores opositores nesse sentido. Primeiro eles tentaram oferecer sua ajuda para a construção do segundo templo. Mas quando os judeus, sob a liderança de Zorobabel e Josué, recusaram sua ajuda, os samaritanos revelaram seu verdadeiro propósito que era o de bloquear completamente a reconstrução do templo e, consequentemente, impedir a revitalização da cidade de Jerusalém. A oposição externa somada ao desânimo interno fez com que a obra de construção do segundo templo fosse completamente parada. Na verdade, houve até força armada para garantir que as obras não continuassem (Esdras 4:23). A obra de construção do templo de Zorobabel ficou paralisada até o segundo ano do reinado de Dario, o Grande (Esdras 4:24)”.

2 – A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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