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Betel Adultos – 2º Trimestre 2024 – 30-06-2024 – Lição 13 – Ordenança para pregar o evangelho

27/06/2024

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

Marcos 16.15 

15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Marcos 16.15-18,20 

15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 

16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 

17 E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; 

18 pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. 

20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Mostrar que o “Ide” é uma ordenança sem contestação; 
  • Falar que o tempo de semear é ininterrupto; 
  • Ressaltar que ganhar almas é algo sublime.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

A revelação de Deus para com os seres humanos começou com a chamada de Abrão, demonstrada no livro de Gênesis e acontece desde então de forma progressiva.

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.1-3 – ARC)

O relacionamento pleno que Adão e Eva tinham com o Senhor foi cortado com a desobediência do casal e, apesar de existirem momentos em que o Senhor se revelou a algumas pessoas antes de Abrão, o plano de Deus para o futuro de seu povo começou com a chamada do primeiro patriarca.

O nome original de Abraão era Abrão (Abram), vem do termo judaico Ibrim, que significa “Excelso Pai”.

No capítulo 17 do livro de Gênesis, o Senhor muda seu nome para Abraão-Abraham (Ibrahim), (ابرَاهِيم em árabe, אברהם em hebraico), o que significa “pai de muitos”.

“E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.” (Gn 17.5,6 – ARC)

Abraão foi pai de Isaque e este de Jacó, os três patriarcas do povo judeu e, os descendentes de Jacó, começando com José, foram habitar no Egito, tornando-se escravos por 430 anos.

Quando o Senhor libertou este povo do cativeiro através da vida de Moisés, deu-se início à história de um numeroso povo conhecido como hebreus, povo este que recebeu diretamente de Deus os 10 mandamentos e toda orientação para viver neste mundo de forma a agradá-lo.

Aquele povo conquistou a Terra Prometida e viveram unidos até a morte de Salomão.

Após a divisão das tribos em Reino do Sul e Reino do Norte, o Sul decidiu seguir os mandamentos do Senhor, ainda que tenha sido com algumas dificuldades.

Havia se passado muito tempo desde Abraão até o nascimento de Jesus, conforme o evangelista Mateus nos mostra.

“De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e, desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e, desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações.” (Mt 1.17 – ARC) 

O nascimento de Jesus é o cumprimento de muitas profecias a respeito do Messias que viria libertar o povo, porém, os judeus não compreenderam o propósito de Jesus e não o reconheceram como o salvador.

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.” (Jo 1.11-13 – ARC)

Jesus esteve neste mundo por três anos e meio e preparou 12 discípulos para trabalharem após sua morte, com o objetivo de levar a salvação por Ele proporcionada a todas as pessoas que crerem.

O texto acima nos mostra que TODOS que cressem em Jesus como o Filho de Deus seriam chamados filhos de Deus.

Os ensinamentos do Mestre foram pautados na necessidade de reconhecer que somos pecadores e que por este motivo estamos separados de Deus, arrepender de nossos pecados e começar uma nova vida com Cristo, até que Ele viesse nos buscar.

A tarefa dos 12 discípulos era exatamente levar tais ensinamentos por todo o mundo, cumprindo a ordem de Jesus.

Existem dois textos importantes a respeito deste assunto que são bem conhecidos entre os leitores da Bíblia, um escrito por Marcos e outro por Mateus.

“Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.14-16 – ARC)

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.19,20 – ARC)

É necessário compreendermos que a salvação proporcionada por Jesus é o “bem” mais valioso que os seres humanos podem ter e, por este motivo, é imprescindível que levemos o Evangelho a todos os povos.

1 – IDE POR TODO O MUNDO, PREGAI O EVANGELHO

Afinal de contas, o que é pregar o Evangelho?

Para muitos, pregar é denunciar o pecado, porém, ainda que faça parte, tal afirmação é incompleta.

Para outros, pregar o Evangelho é afirmar que Jesus está à porta, porém, existem muitos que não sabem quem é Jesus, nem tampouco que existe uma porta.

De forma simples e objetiva, pregar o Evangelho, é anunciar que Jesus é o Filho de Deus, enviado para salvar todo aquele que Nele crê, demonstrando que os seres humanos estão separados de Deus e que o único caminho até o Pai é através de Jesus.

Sendo assim, é imprescindível que exista coerência nas pregações, ainda que possam ser simples, pois as pessoas precisam compreender que lhes está sendo apresentado um caminho até Deus, diferente de tudo o que já conheceram.

Existem pessoas que afirmam que não há necessidade de explicar um texto sobre Jesus, pois quem convence o pecador é o Espírito Santo, porém, o apóstolo Paulo ensina de forma diferente.

“Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.8-17 – ARC)

Vamos interpretar o texto através dele mesmo?

1) O contexto do capítulo 10 da carta de Paulo aos romanos nos mostra que o assunto era a rejeição dos judeus para com Jesus , demonstrada no capítulo 9.

“Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” (Rm 9.30-33 – ARC)

2) O texto também nos mostra que a rejeição dos judeus abriu a porta da salvação para os gentios e isto está em concordância com o texto de Jo 1.12.

3) O texto do capítulo 10 nos mostra que a Palavra que está perto do coração de quem a ouve existe por causa da pregação (10.8)

4) Também fala sobre a confissão de que Jesus é o salvador e sobre a necessidade de compreender quem Ele é (vv. 9).

Vamos abrir um parêntese aqui para demonstrar minha preocupação com as mensagens que tem sido ministradas nas igrejas pentecostais, em que Jesus nem aparece.

Talvez você já esteja pensando no que falamos anteriormente, sobre o fato de que a tarefa de convencer não ser nossa, mas do  Espírito, porém, o texto nos mostra que a salvação é proveniente da fé produzida pela pregação da Palavra.

5) Leia novamente o versículo 14.

6) Invocar, crer, ouvir e pregar. Esta ordem está invertida, haja vista, o ouvir começar depois da pregação. Sendo assim, temos: pregar, ouvir, crer e invocar.

Você já parou para pensar sobre isto?

Você ministra a Palavra? Como tem sido suas ministrações? Como tem sido as ministrações proferidas em sua igreja?

Não podemos agir por emocionalismo e acreditar que as pessoas estão sendo salvas sem a pregação da Palavra de Deus.

1.1 – Pregar o evangelho é missão da Igreja

Existe uma pergunta marcante que nos faz pensar profundamente a respeito deste tema, com base no texto de Romanos 10.14.

“Como as pessoas terão acesso a Jesus se aqueles que o conhecem não testemunharem a respeito do que Ele é?”

Mais uma vez, você já pensou sobre isto? 

Dentre todas as religiões existentes no mundo, Jesus é o único profeta que morreu e ressuscitou, permanecendo vivo ao lado do Pai, intercedendo por nós. 

“Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.34 – ARC)

O apóstolo Paulo também afirma que se Jesus não ressuscitou dos mortos, nossa fé é vã.

“E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Co 15.13-20 – ARC)

Sendo assim, a tarefa de TODOS os cristãos é mostrar às pessoas que Jesus é o Filho de Deus, enviado ao mundo por causa do amor de Deus para conosco, sendo o único que pode nos aproximar de Deus.

Você se lembra da história do eunuco da Etiópia e Filipe?

“E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.” (At 8.30,31 – ARC)

De alguma forma, aquele homem ficara sabendo que o Deus do povo judeu era o verdadeiro, a ponto de se deslocar da Etiópia para Jerusalém.

Quando o Espírito Santo faz com que Filipe o encontre pelo caminho e perceba que estava lendo o livro do profeta Isaías, impulsiona Filipe a perguntar se ele estava compreendendo o que lia.

Isto é fantástico, pois a oportunidade havia sido criada e Filipe estava preparado para falar sobre Jesus.

Não devemos nos preocupar em ensinar as doutrinas básicas da Bíblia em uma mensagem evangelística, porém, NÃO DEVEMOS pregar sem falar sobre o plano de salvação de Deus para os seres humanos, pois a Palavra de Deus pregada será usada pelo Espírito Santo para salvar os pecadores e está é a missão mais importante da Igreja.

Deixe claro aos alunos que não são todas as pessoas que receberam dons ministeriais (Ef 4) diretamente do Senhor, mas, que todos possuem as condições mínimas para falar sobre o que Jesus fez em suas vidas.

O pastor e escritor brasileiro Valdivan Conceição Nascimento nos traz um texto bem interessante sobre o que é pregar o Evangelho.

O que é pregar o Evangelho? 

Pregar o Evangelho é anunciar as boas novas de salvação. 

Pregar o Evangelho é anunciar o Cristo crucificado, que se entregou para que todos sejam salvos. 

Pregar o Evangelho é anunciar que o Reino de Deus está próximo e todos devem se arrepender. 

Pregar o Evangelho é denunciar o pecado e apresentar a solução: Jesus. 

Pregar o Evangelho é anunciar que todos são pecadores, que o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus. 

Pregar o Evangelho é anunciar o perdão de Deus para todos. 

Pregar o Evangelho é anunciar que a vida Jesus Cristo é o modelo que devemos seguir. 

Pregar o Evangelho é anunciar que o Caminho, a Verdade e a Vida é Jesus. 

Pregar o Evangelho é anunciar que todos estão condenados, mas podem ser justificados em Jesus. 

Pregar o Evangelho não é anunciar riqueza para todos por meio da fé em Jesus. 

Pregar o Evangelho não é anunciar que em Jesus não temos mais problemas. 

Pregar o Evangelho não é colocar as necessidades materiais do homem como foco principal. 

Pregar o Evangelho não é anunciar que Deus cura sempre, todas as enfermidades. 

Pregar o Evangelho não é proclamar uma mensagem de autoajuda. 

Pregar o Evangelho não é falar de tudo menos de pecado, inferno, arrependimento, confissão de fé, Reino de Deus, crucificação, renúncia etc. 

Precisamos abordar um tema interessante junto aos nossos alunos, que é o motivo pelo qual devemos pregar o Evangelho. 

1) As almas são eternas e só existem dois destinos finais, o céu ou o inferno. 

2) Deus amou o mundo e enviou Jesus para nos salvar. 

Estas são os motivos mais importantes.

Talvez você esteja se perguntando: “Por que o irmão não falou sobre a obrigação de pregar, que é o assunto desta lição?”

A resposta para esta pergunta é simples e eu lhe afirmo que se não compreendermos estes dois motivos, não teremos condições de cumprir o chamado “Ide de Jesus”.

1.2 – Fazer discípulos de todos os povos

A história do desenvolvimento do Igreja passa por uma experiência marcante a respeito do que conhecemos como segregação religiosa.

Os judeus acreditavam que a revelação de Deus era somente para eles e por isto haviam se tornado exclusivistas e não existia uma ênfase no proselitismo religioso, que é o empenho em converter pessoas a outra religião.

Porém, a proposta de Deus para com a humanidade abrange todo o mundo.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Jo 3.16,17 – ARC)

A palavra  grega “kosmos”, utilizada para mundo possui muitos significados e abraça tudo o que existe, conforme vemos abaixo.

  • uma organização ou constituição apta e harmoniosa, ordem, governo.
  • ornamento, decoração, adorno, i.e., o arranjo das estrelas, ’as hostes celestiais’ como o ornamento dos céus. 1Pe 3:3.
  • mundo, universo.
  • o círculo da terra, a terra.
  • os habitantes da terra, homens, a família humana.
  • a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de Cristo.
  • afazeres mundanos, conjunto das coisas terrenas.
  • totalidade dos bens terrestres, dotes, riquezas, vantagens, prazeres etc., que apesar de vazios, frágeis e passageiros, provocam desejos, desencaminham de Deus e são obstáculos para a causa de Cristo.
  • qualquer conjunto ou coleção geral de particulares de qualquer tipo.
  • os gentios em contraste com os judeus (Rm 11:12, etc).
  • dos crentes unicamente, Jo 1:29; 3.16; 3.17; 6.33; 12.47; 1Co 4:9; 2Co 5:19.

A experiência que Pedro teve no início da Igreja foi fundamental para que os discípulos fossem convencidos de que o Evangelho deveria ser pregado a todos os povos.

“E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: por que razão mandastes chamar-me? E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. Envia, pois, a Jope e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este está em casa de Simão, curtidor, junto do mar, e ele, vindo, te falará. E logo mandei chamar-te, e bem fizeste em vir. Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado. E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.” (At 10.28-35 – ARC)

Quando lemos o versículo 28, concluímos que se o Senhor não tivesse intervindo junto aos discípulos, eles teriam pregado o Evangelho somente aos judeus.

A extraordinária chamada de Paulo nos mostra que o Senhor realmente quer que todos sejam alcançados.

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.” (At 9.15 – ARC)

De forma simples, o mundo religioso na época de Jesus era dividido entre judeus e gentios, sendo os judeus o povo escolhido de Deus e os gentios os outros.

A revelação de Jesus para Ananias deixou claro que o chamado de Paulo era para alcançar os povos que não conheciam o Deus verdadeiro, que havia se revelado através de Jesus, seu filho.

Desta forma, precisamos ter a certeza de que Jesus quer ser conhecido em todo o mundo e que a revelação que Ele trouxe à humanidade contempla a todos.

Existe uma discussão entre aqueles que acreditam que existem os predestinados e que somente estes foram escolhidos por Deus, porém, ainda que isto fosse verdade, como saberíamos quem são os “escolhidos”?

Sendo assim, se não temos esta resposta, nossa obrigação é levar a Palavra aos confins da Terra. 

1.3 – Ser testemunha até os confins da terra

Você sabe quantas nações, povos e línguas existem no mundo?

De Norte a Sul, de Leste a Oeste, a conta dos países que existem no mundo em 2023 chega a 193, de acordo com a classificação feita pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No link abaixo você tem acesso à descrição destes países.

https://www.nsctotal.com.br/noticias/quantos-paises-existem-no-mundo-em-2023

De acordo com a Wikipedia, a divisão religiosa no mundo, com dados de 2012, acontece da seguinte forma.

De acordo com The World Factbook, elaborado pela CIA com dados de 2012, os sistemas religiosos e espirituais com maior número de adeptos em relação a população mundial são: cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); budismo (8,5%); pessoas sem religião (12%) e outros (14,5%).

O World Religion Database compila há alguns anos um censo religioso do mundo, oferecendo números extremamente interessantes para a análise. Nas estatísticas a seguir, podemos ver as mudanças na concentração das religiões mais importantes do mundo, em 100 anos:

  • Cristianismo 1910: 34,8%, 2010: 32,8% (% total da população);
  • Islã 1910: 12,6%, 2010: 22,5%;
  • Hinduísmo 1910: 12,7%, 2010: 13,8%;
  • Agnosticismo 1910: 0,2%, 2010: 9,8%;
  • Religião tradicional chinesa 1910: 22,2%, 2010: 6,3%;
  • Budismo 1910: 7,9%, 2010: 8%.

Como vemos, o Islamismo cresce de forma vertiginosa e isto acontece por vários fatores, incluindo a questão sobre a procriação.

Os dados abaixo são bem marcantes e nos mostram a realidade do campo missionário dentro do Islã.

  • 3% dos missionários vão para locais não alcançados; 97% vão para locais já alcançados ou não evangelizados.
  • 87% de todos os muçulmanos, hindus e budistas do mundo não conhecem um cristão pessoalmente.
  • Os 1,9 bilhão de muçulmanos do mundo têm apenas 5 mil missionários: um missionário para cada 400 mil muçulmanos. O Brasil, contudo, recebeu 20 mil missionários em 2010.
  • 95% dos 5,5 milhões de obreiros cristãos em tempo integral estão atuando no mundo cristianizado.
  • 82% de todas as doações de cristãos são direcionadas ao ministério da igreja local e gastos com a própria congregação local e seus pastores. Apenas 1,7% são direcionados para os povos não alcançados.

Sabemos que o investimento em missões varia muito de igreja para igreja, porém, este é um assunto que deveria ser tratado com mais vigor.

Você sabe o que significa a expressão “até os confins da Terra?”

Na época de Jesus, o mundo conhecido tinha proporções completamente diferentes da que temos hoje.

Na imagem abaixo, você pode observar como o mapa mundi foi mudando com o passar dos anos, haja vista, as expedições para descobrir novos territórios terem sido expandidas a partir do século XV.

O pastor e escritor alemão, Werner de Boor, traz uma rica contribuição a respeito deste assunto.

“Esse serviço de testemunho se desdobrará de forma crescente: Jerusalém – Judéia – Samaria – todo o mundo. Esse é simultaneamente o plano da obra que Lucas começa a escrever. Durante longos capítulos ele nos manterá em Jerusalém; depois ele passa ao grande avivamento na Samaria, e, na sequência, à conversão de Paulo, com o qual viajaremos até Roma. Com a expressão “até os confins da terra” Jesus acolhe o anúncio profético e a promessa divina de Is 49.6 nele contida. Na visão de Lucas, a promessa não registra seu primeiro cumprimento somente depois que Paulo de fato alcança a Espanha (Rm 15.23s), mas já quando Paulo anuncia o evangelho em Roma, pois esta domina os confins da terra. Tudo isso, porém, não se realiza de acordo com uma inteligente “estratégia missionária”, elaborada pelos apóstolos. Lucas há de nos mostrar muito claramente como isto “sucede”, justamente também através daquilo que não parece ser nada mais que empecilho e obstrução. Tudo acontece de acordo com o plano cuja base Jesus está comunicando aos apóstolos. 

Nós, contudo, não podemos olhar retrospectivamente para aquilo que Atos dos Apóstolos nos descreve como sendo uma história distante e concluída, que pode ser “contemplada” de maneira serena e edificante. Essa história continua e nos envolve pessoalmente em seu desenrolar, requisitando nossa oração, nossa contribuição e nosso empenho pessoal. De acordo com a providência de Deus, o “fim da terra” se dilatou cada vez mais, quanto mais globalmente vínhamos a conhecer o mundo. Ele foi alcançado e, por outro lado, ainda não alcançado de acordo com a ordem de Jesus. Mt 24.14 foi cumprido e ainda não cumprido definitivamente. Por conseguinte, ainda nos encontramos nesses “tempos e prazos”, nessa era da convocação do corpo de Cristo, nesse serviço de testemunhas “até o fim da terra”. Somente compreenderemos a “igreja” e sua história, suas tarefas e suas promessas quando compreendermos essa verdade. Também no nosso caso não se trata de nosso próprio querer, de nossos próprios pensamentos, interesses e planos. Também hoje toda “missão” e “evangelização” ainda está enraizada na majestosa palavra do próprio Senhor, que constitui ao mesmo tempo uma ordem e uma promessa: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém e na Judéia e Samaria, e até o fim da terra.” E também nós somente cumpriremos o sentido de nosso serviço se compreendermos sempre que nisso tudo há somente um único fato realmente decisivo: o poder do Espírito Santo que veio sobre nós.” 

Fica claro que o texto que o versículo 7 do capítulo 1 de Atos nos mostra é progressivo e envolve a totalidade do mundo conhecido. 

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8 – ARC) 

Em outra tradução: 

“Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra”. (NVT) 

De acordo com o teólogo e escritor brasileiro Stefano Raschietti, a expressão tem um alcance universal. 

“A expressão “até os confins da terra” comunica algo muito peculiar: – revela o plano literário do livro dos Atos dos Apóstolos, descrevendo a progressão de uma saída da primeira comunidade de Jerusalém até os confins da terra; – manifesta uma ideia de totalidade da missão, que abarca o universo e o sentido último das realidades humanas. – aponta para um compromisso eclesial de se lançar às realidades mais extremas tanto geográficas como existenciais. De Jerusalém até os confins da terra: Em primeiro lugar, essa expressão retrata a caminhada sofrida e titubeante da primeira comunidade em se abrir aos não-judeus, até compreender que os “outros” – os pobres considerados pecadores; os samaritanos considerados “impuros”; os tementes a Deus considerados “impedidos”; os pagãos considerados “idólatras” – pudessem ser também merecedores das promessas de Deus ao seu povo, sem se converter ao judaísmo. A segunda acepção da palavra “confins” vem da palavra grega utilizada por Lucas: eschátou, que significa os “últimos”. A mesma palavra é aplicada para falar dos “últimos tempos”, dos “últimos dias”, de onde deriva a palavra “escatologia”. A palavra “confins” nesse caso transmite uma realidade última, junto a um sentido de finalidade e de totalidade espaço-temporal: trata-se das últimas coisas, do “fim último” que é Deus “do centro e do fim de toda a história humana, que a Igreja acredita ser o seu Senhor e Mestre”. O compromisso eclesial que deriva dessa abertura e dessa finalidade última, pode ser entendido ambiguamente segundo o canto do Servo de Javé: “Faço de você uma luz para as nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra” (Is 49,6; At 13,47). Mas não é a Igreja a luz das nações: é Cristo a luz das nações! É algo que nos supera, é algo que se distingue da pura identificação com a Igreja. É preciso deixar Jesus ser Jesus, mistério jamais engaiolado em qualquer de nossas estruturas, cuja função é fazer com que as pessoas possam encontrar o Senhor. Os confins da terra representam até hoje para a Igreja caminhos de abertura, aprendizagem e aproximação: abertura positiva a todos os horizontes e a todos os saberes; aprendizagem com os outros porque “cada vez que nos encontramos com um ser humano no amor, ficamos capazes de descobrir algo de novo sobre Deus”; aproximação que leva a habitar as periferias, para “despertar a esperança no meio às situações mais difíceis, porque, se não há esperança para os pobres, não haverá pra ninguém.”

2 – PREGAR A PALAVRA EM TODO TEMPO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Equipe EBD Comentada

Postado por ebd-comentada


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