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Betel Adultos – 2º Trimestre 2024 – 14-04-2024 – Lição 3 – O verdadeiro discípulo de Cristo exerce o seu chamado em amor

19/04/2024

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. (Rm 12.1)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Salmo 84.3,4,10 

3 Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. 

4 Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá) 

10 Porque vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da Casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade. 

Hebreus 10.25 

25 não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Mostrar que não devemos deixar de congregar. 
  • Falar sobre não perder o desejo de congregar. 
  • Destacar que precisamos prestar culto racional a Deus

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

De forma prática, cultuar é expressar adoração ao Senhor.

A palavra adoração vem do grego koiné como PROSKUNEO que significa literalmente prostrar-se, cair com o rosto em terra, render-se beijando os pés ou a mão. Denota humilhação e sentimento de inferioridade em relação ao homenageado.

A Igreja é o local onde as pessoas se reúnem para adorar a Deus e cumprir os sacramentos, ou seja, as ordenanças bíblicas.

A palavra grega ekklesia é traduzida “igreja”. A palavra é formada de uma preposição ek, fora de, e um verbo, kaleo, chamar. Significa chamar para fora, ou uma assembleia.

O teólogo e escritor norte americano R.C. Sproul traz uma conceituação interessante sobre a igreja.

“Igreja é o corpo de pessoas salvas por Jesus Cristo, regeneradas pelo Espírito Santo e que vivem para glorificar e se alegrar em Deus.”

A Igreja é composta por pessoas que congregam em um local, adorando a Deus e praticando os mandamentos bíblicos e pode ser dividida em local e universal.

A igreja local é a congregação onde se reúnem as pessoas e a igreja universal é a somatória de todas as pessoas que cultuam a Deus, em nome de Jesus.

Existem autores que definem a Igreja de outra forma, utilizando os termos “igreja militante e igreja triunfante”.

O escritor Daniel Conegero aborda este assunto de uma forma interessante.

“A Igreja é única, ou seja, ela é uma comunidade indivisível (Romanos 12:5; 1 Coríntios 10:17; 12:12,13; Gálatas 3:28). No entanto, essa comunidade é constituída por dois grupos geralmente chamados de “Igreja militante” e “Igreja triunfante”. A Igreja militante são os fiéis que ainda estão vivendo neste mundo. Já a Igreja triunfante é constituída dos redimidos que já morreram e que agora estão na glória ao lado do Senhor. Esses dois grupos, apesar de viverem realidades diferentes, possuem o mesmo grande objetivo: prestar culto a Deus (Gálatas 4:26; Hebreus 12:22-24). A Igreja militante e a Igreja triunfante finalmente se encontrarão na ocasião da segunda vinda de Cristo com a ressurreição dos mortos (1 Tessalonicenses 4:16-18).”

Agostinho de Hipona, conhecido como Santo Agostinho, trouxe outros dois termos para conceituar a Igreja, apresentando a igreja visível e a invisível.

A igreja visível é a igreja enquanto uma instituição que enxergamos visivelmente no mundo, possuindo um rol de membros e a igreja invisível é a igreja composta por todos os cristãos que estão no mundo e que, nem sempre, estão arrolados como membros em uma igreja.

É importante mencionarmos que a Igreja foi fundada por Jesus.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18 – ARC) 

Outro ponto importante a respeito de Jesus e a Igreja, é que Deus colocou Jesus como o cabeça da Igreja, ou seja, o ápice, ponto mais importante e responsável por ela.

“E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” (Ef 1.22,23 – ARC) 

E teve seu desdobramento através do trabalho dos discípulos.

“E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At 2.46,47 – ARC) 

Na época da Reforma Protestante, definia-se a igreja local visível como um lugar onde existia pregação do Evangelho e celebração das ordenanças.

De forma prática, igreja é o local onde as pessoas se reúnem para adorar, ouvir a Palavra de Deus e manter uma comunhão com os irmãos e o ato de frequentar uma igreja é fundamental para a manutenção da fé cristã.

1 – NÃO DEIXANDO DE CONGREGAR

Infelizmente, os pentecostais possuem a tendência de usar versículos bíblicos isolados e isto traz grandes prejuízos.

Especificamente neste caso, não existem graves problemas ao utilizarmos o versículo 25 do capítulo 10 da carta aos hebreus isoladamente, porém, a interpretação correta só é possível se lermos o 24 também.

“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.” (Hb 10.24,25 – ARC)

Vamos ler em outra tradução:

“Em reconhecimento por tudo quanto Ele fez por nós, suplantemos uns aos outros em ser prestativos, em ser bondosos uns para com os outros, e em fazer o bem. Não descuidemos os nossos deveres na igreja, nem as suas reuniões, como algumas pessoas fazem, mas animemo-nos e nos admoestemos uns aos outros, especialmente agora que o dia da sua volta está se aproximando.” (BV) 

O texto nos exorta a sermos atenciosos uns para com os outros, sendo bondosos e fazendo o bem e nos ensina que a igreja é um lugar de manifestarmos estas obras e é na igreja que encontramos pessoas dispostas a nos ajudar e nos animar para que continuemos buscando ao Senhor até o dia de sua vinda.

Champlim nos traz algumas considerações importantes a respeito do relacionamento interpessoal.

“1. Em certo sentido, cada indivíduo é uma ilha, porquanto é responsável diante de Deus por seus próprios atos, não havendo quem possa substituí-lo nessa responsabilidade. Outrossim, dentro daquela sorte que cabe ao homem, envolvendo sofrimento e tragédia, por muitas vezes cada um de nós tem que se firmar sozinho. 2. Em um outro sentido, não obstante, nenhum homem é uma ilha isolada, porquanto a sua vida está em contacto com as vidas de outras pessoas, sendo ele responsável pela influência—boa ou má—que exerce sobre elas. 3. Por razões assim, é que a frequência à igreja se faz necessária. Precisamos «unir-nos com a comunidade», juntando o nosso peso ao dos demais, a fim de deixar uma segura impressão sobre este mundo de trevas. 4. As operações do Espírito são facilitadas quando «um ensina a outro», e quando todos compartilham de suas experiências e de seu conhecimento espiritual. Acresça-se a isso que precisamos do poder da opinião sobre as nossas vidas, pois é possível, com frequência, que outras pessoas possam perceber onde labutamos em erro, naqueles pontos onde temos conseguido enganar a nós mesmos, no tocante às nossas qualidades espirituais. 5. A força do exemplo se reveste de suprema importância. Precisamos oferecer nosso exemplo bom a nossos semelhantes, e também receber deles o seu bom exemplo de fé sincera.” 

Saindo do campo eclesiástico e entrando na área de relações humanas, a Psicologia e a Sociologia definem as relações interpessoais como um vínculo ou conexão entre as pessoas em determinados locais e circunstâncias.

Sendo assim, elas existem em uma infinidade de momentos, junto aos familiares, no trabalho, nos ambientes religiosos etc. e são fundamentais para o desenvolvimento pessoal, e profissional de todo indivíduo.

Segundo Moscovici (1985, p. 27) “a competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”, ou seja, é a forma como a pessoa se relaciona com os outros, está relacionada aos comportamentos e atitudes que interferem no convívio com as pessoas. De acordo com a mesma autora, o processo de interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre pessoas, sendo a forma mais frequente e usual representada pelo processo de comunicação, seja verbal ou não verbal.

Precisamos compreender que os seres humanos são seres sociais e que o relacionamento interpessoal, quando bem administrado, traz inúmeros benefícios.

1.1 – O que significa igreja e sua missão

Já aprendemos que a Igreja é composta por um conjunto de pessoas que reconheceram a fé em Jesus e se reúnem para adorá-lo.

Neste ponto, a igreja local compõe a igreja universal e é através de cada um de nós que a missão de Jesus toma forma, haja vista, sermos individualmente as partes da Igreja de Cristo.

De forma simples, a grande missão da Igreja é fazer com que Cristo seja conhecido por todos os povos, cumprindo o que o Mestre determinou.

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.19,20 – ARC)

Jesus veio a este mundo (Jo 1.14), comissionou 12 discípulos e os enviou aos confins da Terra para fazer com que seus ensinamentos e propósitos fossem conhecidos.

O livro de Atos nos mostra que através da pregação do Evangelho, ou seja, dos ensinamentos de Jesus, as pessoas eram salvas e a Igreja crescia.

Joao Calvino disse que a tarefa da Igreja é tornar visível o reino invisível de Deus e é através da Igreja que isto acontece.

O apóstolo Paulo fala sobre isto em sua carta aos efésios.

“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.” (Ef 3.8-12 – ARC)

É provável que Paulo tenha sido um dos apóstolos de maior sucesso em termos de alcance de almas, haja vista, ter investido na tarefa de evangelizar e formar novas igrejas, exercendo literalmente a tarefa de um apóstolo.

Um ponto importante, que merece destaque em sala de aula, é que a ordem de Jesus não é somente ir, mas também fazer discípulos.

Isto nos mostra que a Igreja, através de seus ministros eclesiásticos, precisa se ocupar da pregação da Palavra e também do ensino das doutrinas básicas da Bíblia, haja vista, que o ensino bíblico produz crescimento.

Infelizmente, muitas igrejas se esquecem da segunda parte e focam somente na tarefa da evangelização.

De uma certa forma, as igrejas pentecostais investiram muitos esforços na tarefa de evangelização, deixando o ensino de lado e isto é a causa das grandes distorções no tocante à compreensão bíblica, que existe nestas.

O escritor de Atos é o mesmo que escreveu o terceiro evangelho, ou seja, Lucas.

“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus.” (At 1.1-3 – ARC)

Lucas foi um exímio estudioso da história de Jesus e tratou de pesquisar tudo o que podia a respeito do que Jesus veio fazer neste mundo, tornando-se um poderoso instrumento nas mãos do Senhor.

Ele demonstra que Jesus foi o modelo vivo de como Deus quer que seu povo viva neste mundo, com o intuito de TESTEMUNHAR de forma viva, a mudança que o Evangelho traz para aqueles que creem.

1.2 – Os que habitam na casa do Senhor são bem-aventurados

Se compreendermos que o local de culto, ou seja, a igreja física é um ponto onde nos reunimos para adorar a Deus e nos dedicar a este nobre serviço, aprenderemos a desejar ardentemente estar na presença de Deus.

É verdade que somos o Templo do Espírito de Deus e por isto, estamos em sua presença durante as 24 horas do dia, porém, por causa de nossos afazeres diários, nem sempre estamos em sintonia com Ele e a Igreja faz um papel brilhante de nos prover um local onde possamos nos desligar de tudo e “nos ligar” no Senhor.

No A.T. não existiam igrejas como temos hoje, mas existiam locais de adoração e isto começou com a construção do Tabernáculo.

Foi o próprio Deus que orientou Moisés a respeito da construção de um lugar para que a presença do Senhor se manifestasse no meio do povo.

“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.” (Ex 25.8 – ARC)

O Tabernáculo é o protótipo do templo que viria com Salomão e era um tipo móvel de templo.

No Tabernáculo estava a Arca da Aliança, que simbolizava a presença do Deus todo poderoso e ele existiu até a construção do Templo de Salomão.

Tanto no Tabernáculo como no Templo, o Senhor era adorado através dos louvores e dos sacrifícios.

No N.T., com a inauguração da Igreja, os cristãos começaram a reunir-se em casas, haja vista, terem sido perseguidos pelos judeus, pelo fato de que eles não acreditavam que Jesus era o Messias prometido.

É importante mencionarmos que quando Paulo visitava uma cidade com o intuito de pregar o Evangelho de Jesus, os trabalhos começavam nas sinagogas.

O pastor e teólogo americano John Crotts traz um comentário interessante a respeito deste assunto.

“Para Paulo, a sinagoga não era simplesmente um lugar para adorar ou desfrutar um pouco da cultura judaica que lhe era familiar, enquanto viajava pelo Império Romano. Ao contrário disso, Paulo estava em missão. Ele visitava as sinagogas com o único propósito de discutir as Escrituras, a fim de provar que Jesus era o Messias que os judeus antecipavam. Como veremos mais adiante, há algo neste padrão que podemos aplicar.”

A história nos mostra que a necessidade de construir igrejas surgiu do crescimento expressivo do número de cristãos.

Não temos exatidão quanto ao local onde foi construída a primeira igreja cristã, porém, de acordo com especialistas, as igrejas mais antigas conhecidas datam do século 3 da era cristã, sendo que o local é uma caverna subterrânea datada do período entre 33 d.C. e 70 d.C. encontrada embaixo da Igreja de São Jorge, na cidade de Rihab, no norte da Jordânia.

Existe um grande debate se o apóstolo Pedro chegou a fixar residência em Roma ou não, porém, podemos afirmar que a igreja em Roma não foi fundada por ele; pois Paulo não o cita em sua epístola aos romanos.

Sendo assim, a igreja começou nas casas e posteriormente começou a existir os templos físicos, sendo estes os locais escolhidos para a adoração congregacional.

O salmista escreve um texto, ainda que não seja específico para uma igreja, mas sim para um local de adoração, que deixa claro que sua satisfação era estar na casa de Deus, ou seja, em um local onde seu nome era adorado.

“Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá)! (Sl 84.1-4 – ARC)

Em outra tradução:

“COMO É GOSTOSO estar no teu templo, ó Senhor do Universo! A minha alma suspira, sente muita saudade do templo do Senhor! Meu coração e meu corpo vibram de emoção quando me aproximo de Deus! Os pardais e andorinhas fazem seus ninhos para proteger seus filhotes. O meu ninho, Senhor do Universo, meu Rei e meu Deus, são os teus altares! Como são felizes as pessoas que freqüentemente estão em tua casa, louvando o teu nome para sempre!” (BV)

A pergunta que devemos fazer é: Por que o salmista gostava de estar na Casa de Deus?

O texto é autoexplicativo e nos mostra que aquele local era um local de adoração a Deus e isto era feito através dos louvores, ou seja, dos cânticos e dos instrumentos musicais.

Outro ponto importante é que durante as cerimônias de adoração, a Lei era lida em voz alta e, se fizermos uma adaptação para o tempo da Igreja, chegaremos à conclusão que é bom estar no templo para adorarmos a Deus e ouvirmos a exposição da sua Palavra.

Sendo assim, não consigo compreender um culto onde a ministração da Palavra não é a prioridade.

Paulo, falando aos corintos sobre como deveria ser o ajuntamento de cristãos para a adoração, expressa as seguintes informações.

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1 Co 14.26 – ARC)

1.3 – Como é bom e agradável que os irmãos vivam em união

A igreja reúne um povo que está aprendendo e se preparando para morar no céu eternamente.

Já pensou nisto?

Como é possível não conseguirmos viver em comunhão com alguém que viverá a eternidade ao nosso lado?

É por isto que devemos nos esforçar e orar a Deus para vivermos da melhor forma com nossos irmãos, compreendendo que somos seres complexos em estado de aperfeiçoamento, ou seja, de santificação.

Se compreendermos que cada cristão está em uma fase neste processo de santificação, aprenderemos a amar o próximo e a viver em comunhão.

O escritor aos hebreus escreve sobre isto, nos trazendo um conselho sensacional, demonstrando que a tarefa de nos relacionarmos com o próximo é de nossa responsabilidade.

“Esforçai-vos para viver em paz com todas as pessoas e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14 – KJA) 

Champlim nos traz um rico comentário a respeito deste assunto. 

A paz precisa ser cultivada: nunca fará parte da igreja, automaticamente. A maneira mais certa de cultivar a paz é mediante a santidade pessoal. Quando surgem as contendas, sempre haverá manifestações de carnalidade, de interesses próprios, de desrespeito pelos direitos e sentimentos alheios, para que somente o próprio contencioso seja exaltado. A ausência de paz na igreja indica a ausência de santidade. Alguém, ou várias pessoas, se têm mostrado indolentes em seu desenvolvimento espiritual; têm permitido a intrusão de certos pecados, que desvirtuam nossa «harmonia» com Deus. E isso não demora a perturbar a harmonia no seio da igreja local. Um número demasiadamente grande de cristãos, como se fossem pessoas mundanas, consideram a igreja como uma instituição para servi-los, e não como lugar onde o interesse mútuo é de suma importância. A contenda é excelente evidência de que os homens não amam. «Para que se viva em paz é mister o discernimento imaginativo do amor. Sem esse amor, a igreja deixa de ser a igreja. A pior de todas as heresias é o ódio. O teste exposto por Jesus é simples: ‘Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros’ (João 13:35). Contudo, sem a gravitação moral, o amor degenera em aquiescência sem alvo, amigável, com os homens, conforme eles são. Na igreja, devemo-nos esforçar por obter ‘santidade’ (purificação, santificação), sem o que ninguém verá ao Senhor». (Cotton, in loc.). «…Segui a paz…» O verbo grego é «dioko», que significa «perseguir», «pressionar», «correr após», «esforçar-se por». Essa palavra era usada figuradamente, indicando uma busca moral e espiritual bem definida, ou indicando um alvo ou uma realização espiritual que é buscada. (Ver Rom. 9:30,31; 12:13; I Cor. 14:1; Fil. 3:12,14; I Tes. 5:15; I Tim. 6:11 e II Tim. 2:22).

É por isto que Paulo escreve a respeito do amor fraternal.

“Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia.” 1 Ts 4.9,10ª – ARC) 

Outro texto marcante sobre este assunto encontra-se na carta aos efésios. 

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.” (Ef 5.18-21 – ARC) 

Também temos, na mesma carta, outro texto importante. 

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Ef 4.29-32 – ARC) 

Talvez você se pergunte, mas Paulo não tinha que conviver com o tipo de cristão que eu convivo, porém, quando lemos a história do livro de Atos, verificamos que o apóstolo teve vários problemas interpessoais e teve que aprender a lidar com eles, baseando-se no amor de Jesus.

Uma das histórias mais marcantes a respeito disto é a de João Marcos, parente de Barnabé, companheiro de Paulo, que foi levado na primeira viagem missionária de Paulo, mas o abandonou.

“E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.” (At 13,13 – ARC)

É provável que esta situação tenha incomodado muito a Paulo, mas, a Bíblia nos mostra que tudo foi superado e que Paulo terminou sua vida em plena comunhão com este irmão.

“E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra.” (At 14.37,38 – ARC)

No final da vida de Paulo, ele deixa isto bem claro. 

“Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.” (2 Tm 4.11 – ARC) 

Desta forma, precisamos agir com base no amor, aprendendo a suportar uns aos outros, sendo verdadeiros, como Paulo, e deixando o Senhor trabalhar em nossa vida.

2 – NÃO PERDENDO O DESEJO DE CONGREGAR

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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