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Betel Adultos – 2º Trimestre 2023 – 23-04-2023 – Lição 4 – A alienação humana a partir da queda

20/04/2023

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gênesis 3.10

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 3.8-12 

8. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. 

9. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-Ihe: Onde estás? 

10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. 

11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore que te ordenei que não comesses? 

12. Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Citar os efeitos do pecado em relação a si mesmo. 
  • Mostrar o efeito do pecado em relação ao próximo. 
  • Falar acerca dos efeitos do pecado em relação a Deus.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.                                                                   

Definitivamente, o pecado afetou todas as áreas da vida.

Se observarmos a sentença aplicada por Deus, conforme estudamos em lições anteriores, tudo o que estava relacionado ao pecado original, ou seja, à desobediência de Adão e Eva teve sua estrutura profundamente abalada.

A natureza, o homem e a mulher, aquilo que estava ligado aos princípios de mordomia dos seres humanos (trabalho), os animais e o diabo foram sentenciados por Deus.

O relacionamento entre os seres humanos e Deus também foi profundamente afetado (relacionamento vertical), o relacionamento entre os próprios seres humanos (relacionamento horizontal) e até mesmo a relação que o diabo tinha com os seres humanos foi marcado.

Isto nos mostra que para qualquer ação existe uma reação e, como somos seres dotados de espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23), todo nosso ser sofreu.

O espírito humano é o elo entre a criatura e o criador e é através desta parte que compreendemos que existe um criador e que precisamos dele.

A Bíblia nos mostra que o Senhor visitava o Jardim do Éden e conversava, de alguma forma, com os primeiros habitantes.

A alma dos seres humanos foi afetada, pois passou a vivenciar emoções e sentimentos maldosos, trazendo à tona o que a Bíblia chama de obras da carne (Gl 5.19-21).

A partir do pecado, os seres humanos deixaram de ter a comunhão que os fazia ter acesso ao Pai e tornaram-se desprovidos da perfeita comunicação que existia.

Só conseguimos ter uma noção do que aconteceu, porque sentimos algo parecido quando pecamos voluntariamente contra o Senhor e somos advertidos pelo Espírito Santo que habita em nós.

O apóstolo João, transmitindo as palavras de Jesus a respeito deste assunto, escreveu:

“Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; 

da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 

e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.” (Jo 16.7-13 – ARC)

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa conceitua a palavra alienar das seguintes maneiras:

alienar – Conjugar

(latim alieno, -are) 

  1. Transferir para domínio alheio (por venda, troca, doação etc.). 
  1. Alucinar. 
  1. Malquistar. 
  1. Enlouquecer; alhear-se.

A palavra alienar está relacionada ao ato de separar, afastar e desviar e foi exatamente isto que aconteceu com Adão e Eva.

O apóstolo Tiago traz um texto importante a respeito do que aconteceu com Adão e Eva e continua acontecendo com cada ser humano.

“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tg 1.13-15 – ARC)

O texto deixa claro que o Senhor não tenta a ninguém, mas cada pessoa (em primeiro lugar Adão e Eva) é tentado quando é atraído e enganado pelos seus próprios desejos e, por causa da justiça de Deus, o resultado de darmos vazão à nossa natureza, nos afasta do Senhor.

1 – ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO A SI MESMO

Como mencionamos, existe uma relação entre os seres humanos e Deus, entre os próprios seres humanos, porém também existe um outro relacionamento tão importante quanto estes, que é o relacionamento consigo mesmo.

Trazendo o conceito de alienação para este contexto, quando Adão e Eva decidiram pecar contra o Senhor, eles se separaram de sua essência pura, se afastaram dos ideais que envolviam a perfeição e se desviaram do caminho do Senhor.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos, nos mostra que a principal consequência do pecado é a morte.

“Pois o salário do pecado é a morte, mas a dádiva gratuita de Deus é a vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 6.23 – NBV)

Esta morte abrangeu o ser humano de forma física e espiritual, pois o pecado fez com que Adão e Eva fossem lançados fora da presença de Deus e não pudessem mais voltar, ou seja, o acesso pleno a Deus foi cortado.

Se observarmos somente a questão da expulsão do casal do Jardim do Éden, não conseguiríamos mensurar a dimensão deste ato, porém, toda a história do A.T. e as revelações de Deus no N.T. deixam claro que o pecado causou a separação espiritual entre o ser humano e Deus e isto é chamado morte espiritual, haja vista, sermos seres que possuem componentes espirituais imortais.

O diabo disse que se Adão e Eva comessem do fruto proibido, seriam iguais a Deus, porém como sempre fez e continua fazendo com a mentira, eles não se tornaram iguais a Deus e ainda passaram a experimentar a morte física e espiritual e tudo o que as acompanha.

O pastor e teólogo brasileiro Hernandes Dias Lopes traz um rico comentário a respeito deste assunto.

“No reinado do pecado, os homens recebem seu soldo com juros e correção. Além de todo o tormento que o pecado produz, seu pagamento final é a morte. Salário é aquilo que merecemos por aquilo que fazemos. O pecador merece a morte; ela é seu justo salário. Adolf Pohl diz que não apenas havemos de morrer, nós merecemos morrer, pois o pecado está grávido da morte. Conforme William Barclay, Paulo usa aqui dois termos militares. A palavra opsonia, “salário”, era a paga do soldado, algo que ele ganhava arriscando sua vida e com o suor do seu rosto. O salário era algo devido ao soldado e que dele não podia ser tirado. A palavra grega charisma, “dádiva”, por sua vez, significa a retribuição totalmente livre e imerecida que algumas vezes o exército recebia. Geoffrey Wilson destaca três comentários importantes sobre  salários.  Primeiro,  como  o  salário  era  pago  para suprir os custos da vida, o pecado aqui é apresentado como um  enganador  que  promete vida e  paga  com  a  morte. Segundo, porque os salários não são limitados a um único pagamento, a sombra da punição final já paira sobre a vida presente. Pois, da mesma forma que a vida eterna já é posse do crente, assim o pecado já oferece a seus escravos veneno mortal tirado do cálice da morte. Terceiro, como “salário” é um termo legal, podemos concluir que o homem só tem direitos em relação ao pecado, e esses direitos se tornam sua condenação. Assim, o homem ceifa na forma de corrupção aquilo que semeou na forma de pecado.”

1.1 – Vergonha de si mesmo

O Dicionário Priberam conceitua a palavra vergonha com propriedade e reforça que o sentimento que tomou conta de Adão e Eva após pecarem contra Deus trouxe desonra e embaraço.

vergonha

(latim verecundia, -ae)

substantivo feminino 

  1. Pudor; pejo.
  2. Opróbrio.
  3. Rubor das faces causado pelo pejo.
  4. Timidez; embaraço; acanhamento.
  5. Receio de desonra.

Quando lemos os primeiros capítulos do livro de Gênesis, verificamos que o Senhor criou os primeiros habitantes do Éden e não lhes deu roupas para vestir, haja vista, não haver motivos para cobrir seus corpos.

A história do desenvolvimento humano nos mostra que as roupas foram criadas, provavelmente, no período glacial, por necessidade de adaptação às baixas temperaturas existentes. Porém, biblicamente, elas foram criadas pelos primeiros seres humanos, com o intuito de tampar seus órgãos genitais.

“Os olhos de ambos foram abertos, e perceberam que estavam nus. Foram então juntar folhas de figueira para cobrir-se.” (Gn 3.7 – NBV) 

Até aquele momento, não era necessário que Adão e Eva utilizassem roupas, pois eles não tinham a percepção de estarem nus e muito menos de precisarem esconder-se de algo ou alguém. 

O teólogo americano Norman Champlim traz um comentário interessante a respeito deste assunto, especificamente a respeito da nudez. 

“Alguns  intérpretes  tomam  uma  posição  freudiana  quanto  a  essa  declaração.  Todo  pecado  estaria,  de  algum  modo,  encastoado  nos  impulsos  sexuais humanos.  Antes,  Adão  e  Eva  estavam  nus,  mas  não envergonhados  (Gên.  2.25), mas agora,  sim.  Agora  eles se viam  como intoleravelmente indecentes.  A  consci­ência  do  sexo  agora  viera  à  tona,  e  o  homem  foi  prontamente  contaminado  por suas  paixões  inferiores.  Deus  ordenara  o  sexo  (Gên.  2.18,21-23),  mas  agora  o homem  o  corrompera.  Naturalmente,  Adão  e  Eva  seriam  representantes  da  raça humana  inteira.  Mas outros  estudiosos  têm  uma  visão  mais  genérica  sobre  o texto.  Essa nudez representaria  a  indecência  geral,  a  maldade  geral  da  natureza pecaminosa  agora  adquirida,  e  não  apenas  a  indecência  sexual.  Agora  o  homem entrara  em  circunstâncias  deprimentes,  por  estar  internamente  degradado.  Se antes  o  homem  era  inocente  e  vivia  em  um  perfeito  meio  ambiente,  agora  ele  se fizera  culpado,  e  logo  seu  ambiente  haveria  de  adquirir  toda  forma  de  defeito, miséria e  espinhos.” 

Um ponto interessante sobre este assunto é que os bebês, que são seres puros no tocante à imoralidade, não sentem qualquer tipo de vergonha por estarem nus. Isto acontece porque eles não compreendem o conceito de nudez e porque ainda estão em um período em que os aspectos morais não foram aprendidos.

A vergonha está ligada ao fato de que fomos criados para viver em comunhão com o Senhor e, após o pecado, como esta comunhão foi cortada, Adão e Eva sentiram vergonha, ou seja, um sentimento de exclusão.

A pesquisadora americana Bené Brow, conhecida por sua pesquisa na área de vulnerabilidade, vergonha e liderança, traz um comentário importante sobre este assunto.

“A conexão com os outros é nossa razão de ser, é o motivo de estarmos vivos e é o que dá significado e sentido à nossa vida. Somos psicológica, emocional e cognitivamente criados para o amor, os relacionamentos e a aceitação. Sentir vergonha é ter medo de romper vínculos, medo de que algo que fizemos ou deixamos de fazer nos torne indignos de nos relacionarmos com outras pessoas. Por isso, vergonha é o sentimento intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e aceitação. A dor da vergonha é uma dor real. A importância da aceitação social e do vínculo com as pessoas é reforçada por nossa química cerebral e o sofrimento que resulta de uma rejeição social e de uma falta de conexão é genuíno.” 

O pecado afetou até mesmo as conexões do nosso cérebro…

1.2 – Culpa

A psicanálise explica a culpa como um sentimento emocional que está intimamente relacionado ao remorso e ocorre quando uma pessoa acredita, ou percebe que comprometeu seus próprios padrões de conduta, ou violou os padrões morais universais, e tem responsabilidade significativa por essa violação.

É um sentimento que todo mundo já experimentou em algum momento na vida, de diferentes formas.

O site http://dicio.com.br traz os seguintes significados desta palavra.

  • Responsabilidade por uma ação que ocasiona dano ou prejuízo a outra pessoa: não assumiu a culpa pelo atraso dos pagamentos.
  • [Jurídico] Ato ou omissão repreensível ou criminosa; falta voluntária, delito, crime: pagar por uma culpa.
  • [Jurídico] Ação que ocasiona propositalmente danos a outrem.
  • Sentimento doloroso de quem se arrependeu de suas ações: estou sofrendo porque tenho culpa.
  • [Religião] Não cumprimento de algum mandamento ou preceito religioso; pecado.
  • Motivo ou razão que dá origem a algo ruim: a culpa das enchentes é o acúmulo de água nos bueiros.

Todos estes conceitos deixam claro que os seres humanos sentem culpa quando algum tipo de regra ou padrão é quebrado.

Se nos lembrarmos das aventuras que vivenciamos na infância, traremos à memória algumas peripécias que nos fizeram sentir culpa.

Quem sabe tenhamos quebrado alguma janela ao jogarmos bola, contribuído para que algum colega se machucasse, chegamos atrasados em algum compromisso importante e muitas outras coisas.

Tudo isto trouxe até nós o sentimento de culpa pelo fato de termos infringido uma regra, ainda que fosse um simples atraso.

No caso de Adão e Eva, o Senhor os havia deixado livres para fazer o que desejassem, fazendo uma única proibição.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.” (Gn 3.1-3 – ARC)

O diabo deturpou a orientação de Deus, causando um certo tipo de curiosidade em Eva e Adão e estes decidiram desobedecer ao Senhor.

Como mencionamos, a desobediência produziu neles o sentimento de culpa, porém ao invés de confessarem a Deus que o haviam desobedecido, eles decidiram apresentar desculpas.

Hernandes Dias Lopes traz um rico comentário a respeito deste assunto.

“Logo que Adão e Eva comeram do fruto proibido, seus olhos foram abertos e perceberam que estavam nus não apenas no sentido de sem roupas, mas no sentido de fracos, indefesos e humilhados. Seus olhos foram abertos não para ver o que esperavam: ser iguais a Deus, conforme o diabo lhes havia prometido, mas seus olhos foram abertos para ver sua nudez, para perceberem que haviam caído numa cilada e cuja consequência era culpa como herança maldita de sua escolha errada. Logo que Adão e Eva perceberam a sua nudez, coseram folhas de figueira para se vestirem. Em vez de ser iguais a Deus, caíram num estado de degradação, e em vez de alcançar um relacionamento interpessoal mais robusto, foram tomados de assalto pela vergonha um do outro. Não foi a nudez que os deixou envergonhados, pois antes do pecado eles estavam nus e não se envergonhavam (Gn 2.25); essa vergonha é o fruto maldito do pecado.”

A Bíblia nos mostra que Davi era um homem segundo o coração de Deus, porém em nenhuma passagem declara que ele era isento de pecados.

Se analisarmos a história apresentada no capítulo 12 do segundo livro do profeta Samuel, veremos que Davi foi procurado por Natã, a pedido de Deus, para exortá-lo.

A história nos mostra que ao reconhecer que havia pecado contra Deus, Davi estava pronto para pagar o preço que a Lei determinava, ou seja, a morte, porém, o texto bíblico nos mostra que o Senhor traspassou seu pecado e ele não foi morto.

Davi era pecador, mas reconhecia quando estava errado, aceitava a correção de Deus e não conseguia viver longe de Sua presença.

O Salmo 51 nos mostra um verdadeiro poema de adoração a Deus, escrito por Davi após ter pecado com Bateseba.

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.” (Sal 51.1-12 – ARC)

Adão e Eva tentaram enganar o Senhor através de suas desculpas e da terceirização do pecado, mas Davi reconheceu seu erro.

Como tem sido nossa atitude diante de nossos erros?

Este é uma pergunta que deve ser feita em sala de aula.

1.3 – Medo

Os religiosos apresentam Deus como um ser julgador e condenador, porém, a Bíblia o apresenta como longânimo, amoroso, perdoador, compassivo, dentre outras características marcantes.

Por causa do conceito errado que criamos sobre Deus, muitos possuem um tipo de medo que paralisa as decisões corretas.

Adão e Eva não conheciam o lado justo de Deus, pois ainda não haviam experimentado nenhum tipo de problemas, porém, o pecado fez com que a culpa tomasse conta deles e que o medo lhes fosse apresentado da pior forma possível.

“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.8-11 – ARC)

O medo fez com que Adão e Eva se escondessem do Senhor, algo que nunca havia acontecido.

Para algumas pessoas que não possuem conhecimento das Escrituras, parece que o Senhor não sabia onde o casal estava, pois haviam se escondido, porém, não podemos esquecer que um dos atributos de Deus é a onipresença.

É evidente que o Senhor sabia onde eles estavam, porém, queria mostrar a Adão que algo muito grave havia acontecido.

A partir da desobediência, encontrar-se com Deus passou a ser algo estranho para os dois seres humanos, pois a comunhão que existia outrora deixou de ser realidade.

Lopes escreve algo marcante sobre o medo que tomou conta dos primeiros habitantes deste mundo.

“Ao comerem o fruto proibido, Adão e Eva, em vez de se aproximarem de Deus, passaram a ter medo dEle, o que prova que o pecado é uma fraude. É atraente aos olhos, mas engana; promete liberdade, mas escraviza; promete vida, mas mata. Adão e Eva tentaram se esconder de Deus, fugindo dEle, e tentaram esconder sua nudez um do outro atrás das folhas de figueira. Todavia, aquilo eram meros arremedos para quem já havia colocado o pé na estrada da desobediência. Em terceiro lugar, o medo e a fuga de Deus (3.8). Quando Adão e Eva escutaram a voz de Deus, esconderam-se por entre as árvores do jardim, visto que a presença de Deus não era mais o deleite deles, mas o seu terror; ou seja, o medo de Deus substituiu a alegria em Deus. É impossível ter comunhão com Deus e ao mesmo tempo viver no pecado. Sempre que o homem e a mulher escutam o tentador e naufragam diante da tentação, tentam se esconder de Deus; assim, assaltados pela culpa e tomados pelo medo, buscam a rota da fuga. O pecado, entretanto, não apenas torna o homem rebelde, mas também tolo. Como esconder-se dAquele que é onipresente? Como fugir da presença dAquele que está em toda parte e tudo vê? O que adianta ficar entre as árvores se para Deus aluz e as trevas são a mesma coisa? É impossível fugir da presença de Deus (Sl139.7-12). Adão e Eva foram apanhados pelas próprias cordas de seu pecado.”

2 – ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Equipe EBD Comentada

Postado por ebd-comentada


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