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12/04/2023
Salmos 139:14a
14 Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; (ARC)
Gênesis 2:20-23
20 E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. (ARC)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
O poeta e pastor inglês John Donne, disse: “nenhum homem é uma ilha”. As entrelinhas de sua declaração revelam que Deus, ao criar o homem a sua imagem e semelhança, o fez para que a criatura se relacionasse com o próprio Criador e com os seus semelhantes. Aliás, a Bíblia demonstra essa realidade quando Deus viu o homem vivendo algum tempo sem companhia e afirmou que isso não era bom (Gn 2.18).
Gênesis 2:18
18 E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. (ARC)
Deus possui diversos atributos que revelam a sua pessoalidade, seu caráter, sua vontade e outros aspectos. Para entendermos razoavelmente como o Criador se relaciona com o homem demonstrando o seu cuidado, é importante destacarmos dois importantes atributos, exclusivamente divinos – a transcendência e a imanência de Deus.
O teólogo Daniel Conegero afirma que a imanência e a transcendência de Deus dizem respeito à relação de Deus com a criação. Quando falamos que Deus é totalmente superior e está acima de Sua criação, estamos afirmando que Ele é transcendente. Já quando falamos que Deus pode ser encontrado ativamente dentro de Sua criação, estamos afirmando que Ele é imanente.
A transcendência de Deus significa que Ele é infinitamente superior à Sua criação. Nesse sentido, Ele é um ser divino e singular, totalmente diferente de qualquer uma de Suas criaturas. Como define Millard Erickson, o significado da transcendência de Deus implica que Ele não é uma mera qualidade da natureza ou da humanidade; Ele não é simplesmente o mais elevado dos seres humanos. Ele não é limitado à nossa capacidade de compreendê-lo. Seus atributos vão infinitamente além dos nossos.
A imanência de Deus significa que Ele está presente dentro de Sua criação – incluindo a raça humana – e age ativamente nela e por meio dela. No livro do profeta Jeremias, por exemplo, lemos sobre como a presença de Deus preenche todo o universo (Jr 23:24).
O profeta Isaías também fala da imanência de Deus ao dizer que contemplou os serafins diante do trono de Deus cantando que toda a terra está repleta de Sua glória (Is 6:3). O apóstolo Paulo, ao pregar para os filósofos gregos no Areópago em Atenas, explicou que Deus não está longe de cada um de nós, “pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:27,28).
A doutrina da imanência de Deus deve nos levar a ter uma maior consideração e respeito pelo reino da criação. O mundo criado pertence a Deus, que se manifesta ativamente nele – de modo que até podemos obter algum conhecimento geral da natureza de Deus.
Portanto, a imanência de Deus declara que a criação não foi abandonada pelo Criador, mas que Ele se relaciona com o que foi criado, especialmente com o homem, ajudando-o, orientando-o, admoestando-o, consolando-o, suprindo-lhe as necessidades enfim, se relacionando.
De tudo o que Deus criou, o homem é a parte nobre da composição. O homem é aquilo de mais especial e sublime criado por Deus. A excelência dessa criação se resume na expressão em que Deus afirmou que fomos criados a sua imagem e semelhança. Leiamos:
Gênesis 1:27
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. (ARC)
Hernandes Dias Lopes explica:
Deus cria o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27). Também disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança […]. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” O haja impessoal (ou seus equivalentes) dos sete atos criativos anteriores é substituído pelo “façamos” pessoal. No versículo 26, Deus disse: “Façamos” (asah) e, no versículo 27, Deus “criou” (barah). Afinal, Deus fez (asah) ou criou (barah) o ser humano? A resposta é ambos. Adão foi trazido à existência daquilo que Deus já havia criado: o pó da terra. Mas o ser humano passou a ser alma vivente (Gn 2.7) não de algo que já existia, mas pelo fôlego de vida que Deus soprou em suas narinas.
Livingston diz que o homem foi criado por Deus como um ser espiritual, apto para a imortalidade; moral, que tem a semelhança de Deus; e intelectual, com a capacidade da razão e de governo. O homem deveria ter autoconsciência, autodeterminação e santidade interior (Ec 7.29; Ef 4.24; Cl 3.10).
Na criação de Deus, o homem desfrutaria de uma bem-aventurança permanente.
Não há nada que Deus faça que o homem possa rotular como algo ruim, detestável, não aproveitável, desaprovado ou descartável. Deus não faz nada sem propósitos e quando abordamos o tema da criação registrada no capítulo primeiro do livro de Gênesis, entendemos que o próprio Deus faz a avaliação da sua criação. Ele afirma categoricamente em cada etapa daquilo que foi criado, que era bom! A expressão utilizada nos versículos 10, 12, 18, 21 e 25 é: “e viu Deus que era bom”.
Deus não terceirizou a sua obra. Tudo o que Deus fez e faz possuí um selo de qualidade posto por Ele mesmo.
Na criação, tudo que concebeu recebeu o visto de que era bom (Gn 1.4,10,12,18,21,25) e após o término de toda a obra da criação, o Senhor observou tudo e conclui afirmando que era “muito bom” – “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.” (Gn 1.31).
O Dicionário Strong explica os temos de Gênesis 1.31 “muito bom”.
Logo, Conforme os significados originais da expressão “muito bom”, concluímos que a obra de Deus pode ser classificada como sendo: “extremamente agradável” e “grandemente valiosa” e “abundantemente excelente”, contemplá-la, causa um “excessivo bem-estar”!
Esta obra é classificada como boa porque em primeiro lugar, o próprio Deus está associado a ela; segundo, porque a Palavra a qualifica como tal.
A criação anterior ao homem foi reputada como muito boa, mas serviria de propósitos nobres, já que o homem desfrutaria dessa criação anterior. Ou seja, tudo que dantes fora criado, o foram para o desfrute do homem, a coroa da criação de Deus.
7 E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. (ARC)
James Montgomery Boice captou bem a compreensão do versículo quando diz que a criação do homem é uma combinação de pó e glória, daquilo que é de baixo e daquilo que é de cima. Ao mesmo tempo que o homem é feito do pó, ele recebe o sopro divino; nesse sentido, se o pó fala de sua humilhação, o sopro divino fala de sua exaltação. Vamos destacar esses dois aspectos:
Em primeiro lugar, a parte física do homem (Gn 2.7a). “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra…” Deus, como o divino oleiro, põe a mão no pó para criar o homem e se deleita em Sua obra prima. Há na língua hebraica uma estreita relação entre Adão [adam] e pó da terra [adama]. Esse jogo de palavras mostra a estreita relação do homem com o solo, sua infância, seu lar, sua sepultura (Gn 2.5,15; 3.19).
Em segundo lugar, a parte espiritual do homem (2.7b). “[…] e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Como vida só pode proceder de vida, o Deus vivo deu vida ao homem. Nenhuma criatura de Deus recebeu, particularmente, o Seu sopro, e foi justamente esse sopro divino fez do homem um ser distinto das demais criaturas, uma vez que comunicou ao homem sua singularidade espiritual, como um ser criado à imagem e semelhança de Deus. Sendo assim, podemos dizer que o homem não é apenas um ser vivo, mas um ser espiritual, que pode relacionar-se com o Criador.
Warren W. Wiersbe afirma que o verbo “formou” faz lembrar o oleiro criando uma obra de arte com suas mãos habilidosas. O corpo humano é, de fato, uma obra de arte, um organismo incrivelmente complexo, que só teria sido idealizado pela sabedoria de Deus e criado pelo seu poder.
A matéria física do corpo de Adão veio da terra, pois o nome “Adão” significa “tirado da terra”; a vida de Adão, porém, veio de Deus. É claro que Deus é espírito e não tem pulmões para respirar e soprar. Essa declaração consiste em algo que os teólogos chamam de “antropomorfismo”, o uso de características humanas para explicar uma obra ou atributo divino.
Há vários fatos importantes a observar sobre a origem dos seres humanos.
Em primeiro lugar, fomos criados por Deus. Não somos produto de algum acidente galáctico nem ocupamos o degrau mais alto da escada evolutiva. Foi Deus quem nos fez, o que significa que somos criaturas e dependemos inteiramente dele. “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). Lucas 3:38 chama Adão de “filho de Deus”.
Em segundo lugar, fomos criados à imagem de Deus (Gn 2:26, 27). Diferentemente dos anjos e dos animais, os seres humanos podem ter um relacionamento muito especial com Deus. Não apenas nos deu personalidade – a mente para pensar, emoções para sentir, arbítrio para tomar decisões –, mas também nos concedeu uma natureza espiritual interior que nos permite conhecê-lo e adorá-lo. A imagem de Deus presente nos homens e nas mulheres foi desfigurada pelo pecado (Ef 4:18,19), mas por meio da fé em Cristo e da submissão à obra do Espírito Santo, os cristãos podem ter a natureza divina renovada dentro de si (2 Pe 1:4; Ef 4:20-24; Cl 3:9, 10; Rm 12:2; 2 Co 3:18). Um dia, quando virem Jesus, todos os filhos de Deus compartilharão da gloriosa imagem de Cristo (1 Jo 3:1-3; Rm 8:29; 1 Co 15:49).
Em terceiro lugar, fomos criados para ter domínio sobre a Terra (Gn 2:26, 28). Adão e Eva foram os primeiros regentes da criação de Deus (SI 8:6-8). “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (SI 115:16). No entanto, quando Adão acreditou na mentira de Satanás e comeu do fruto proibido, perdeu seu domínio, e agora o pecado e a morte é que reinam sobre a Terra (Rm 5:12-21). Quando Jesus Cristo, o último Adão (1 Co 15:45), veio à Terra, exerceu o domínio que o primeiro Adão havia perdido. Demonstrou ter autoridade sobre os peixes (Lc 5:17; Jo 21:1-6; Mt 1 7:24-27), as aves (Mt 26:69-75) e outros animais (Mc 1:13; 11:37). Quando morreu na cruz, conquistou o pecado e a morte, de modo que agora a graça pode reinar (Rm 5:21), e o povo de Deus “reinará em vida” (Rm 5:17) por meio de Jesus Cristo. Um dia, quando voltar, Jesus irá devolver aos seus o domínio perdido em função do pecado de Adão (Hb 2:5ss).
Em quarto lugar, esse Criador maravilhoso é digno do nosso louvor, da nossa adoração e obediência. Quando Deus fez um levantamento de sua criação, viu que tudo era “muito bom” (Gn 1:31). Ao contrário do que algumas religiões e filosofias ensinam, a criação não é um mal, e não é pecado gozar as boas dádivas que Deus compartilha conosco (1 Tm 6:1 7). Davi observou toda a criação de Deus e perguntou: “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?” (SI 8:4). A Terra não passa de um pequeno planeta orbitando dentro de uma imensa galáxia e, ainda assim: “Ao Senhor pertence a terra” (SI 24:1). Foi o planeta que ele escolheu para visitar e remir!
As criaturas celestiais diante do trono de Deus o louvam por sua criação, e nós devemos fazer o mesmo. “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
Por fim, devemos ser bons despenseiros da criação. Isso significa que devemos respeitar os outros seres humanos também feitos à imagem de Deus (Gn 9:6). Significa apreciar as dádivas que recebemos da criação e não as desperdiçar nem abusar delas. Devemos aceitar a criação como uma dádiva e empregá-la para a glória de Deus.
O fato de termos sido criados a imagem e semelhança de Deus, concede-nos o status único dentre toda a criação de sermos capazes de relacionarmos com Deus. Nenhuma outra criatura tem a habilidade ou a possibilidade de se relacionar com o Criador, exceto o homem. Nessa relação, podemos desenvolver a comunhão com Deus através do Seu filho, Jesus Cristo e desta forma, honrá-lo e reverenciá-lo através do serviço e adoração.
Neste ponto do nosso estudo é interessante destacar que Deus usou uma expressão hebraica denominada “bara” que significa “criar”, mas não apenas criar. Este termo se aprofunda em um conceito de se criar algo a partir do absoluto nada. Trazer a existência, algo que jamais existiu e não usar outro que já fora criado anteriormente para fazer qualquer outra coisa nova. Deus simplesmente trouxe tudo a existência com apenas a sua palavra!
Deus criou homem e mulher, macho e fêmea, e só assim a raça humana pode, à semelhança de outras espécies, procriar-se, no entanto, a relação macho e fêmea entre o homem e a mulher é a única que pode gerar outra espécie conforme a imagem e semelhança de Deus. Quanta honra temos de nos tornar participantes da perpetuidade da criação iniciada no próprio Deus – Aleluia!
Sobre o fato de o homem ter sido criado a imagem e a semelhança de Deus, Hernandes Dias Lopes pergunta e ele mesmo responde sobre que o que o texto bíblico quer dizer por imagem e semelhança? As palavras imagem e semelhança se reforçam mutuamente. Imagem é a indelével constituição do homem como ser racional e moralmente responsável, e semelhança é aquela harmonia com a vontade de Deus, perdida na queda.
Bruce Waltke diz que a expressão imagem de Deus é usada unicamente com referência aos seres humanos e, assim, os separa das demais criaturas. Enquanto as demais criaturas são criadas segundo as suas espécies (Gn 1.21,24,25), a humanidade é feita à imagem de Deus.
James Montgomery Boice destaca que a expressão à imagem de Deus significa que o homem tem personalidade (conhecimento, sentimento e vontade), moralidade (liberdade e responsabilidade) e espiritualidade (foi feito para ter comunhão com Deus).
Concordo com Bräumer quando diz que o ser humano é obra nova, livre e exclusiva de Deus. Nenhuma teoria da evolução humana do reino animal, qualquer que seja a sua versão, é compatível com essa declaração bíblica.
A procriação é uma dádiva e uma bênção de Deus. Dentre a criação, os seres viventes, isto é, os animais, foram capacitados por Deus a se multiplicarem e produzirem outras criaturas sempre conforme a sua espécie. A ordem e a bênção de Deus tornam fecundos os seres criados, mas nenhum deles eram aptos a conceber algo que representasse a imagem e a semelhança de Deus. Mas em Gênesis 1.28, lemos:
Gênesis 1:28
28 E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. (ARC)
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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