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Betel Adultos – 2º Trim. 2025 – 29-06-2025 – L13 – Dízimos e ofertas hoje: um compromisso de fé e generosidade no Reino de Deus

22/06/2025

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Malaquias 3:10 

10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Malaquias 3:10-11 

10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.

11 E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. (ARC)

2 Coríntios 9:6-7 

6 E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.

7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Reconhecer as bênçãos que sobrevêm aos dizimistas e ofertantes; 
  • Ressaltar que a entrega do dízimo e das ofertas é um privilégio dos crentes fiéis; 
  • Compreender o propósito dos dízimos e das ofertas.

INTRODUÇÃO

Nesta oportunidade, estudaremos sobre o tema: “Dízimos e ofertas hoje: um compromisso de fé e generosidade no Reino de Deus”.

A contribuição financeira, longe de ser uma invenção tardia ou uma mera formalidade eclesiástica, é uma das mais antigas expressões de adoração e aliança com Deus. Antes mesmo da Lei Mosaica ser entregue, encontramos Abraão, o pai da fé, honrando a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, com o dízimo de tudo (Gênesis 14:20). Este ato primordial não foi uma resposta a um mandamento, mas um transbordar espontâneo de gratidão e reconhecimento da soberania divina após uma grande vitória. Com a instituição da Lei, o dízimo foi sistematizado (Levítico 27:30) não como um peso, mas como a infraestrutura sagrada que sustentava a tribo levítica, cuidava dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros, e financiava as celebrações nacionais. Era, portanto, o sistema de bem-estar social, o fundo de manutenção do culto e a garantia da coesão nacional de Israel, tudo baseado no princípio de que 100% pertencia a Deus, e a devolução dos 10% era o reconhecimento prático dessa verdade. No Novo Testamento, Jesus não anula o princípio, mas eleva seu significado, criticando a hipocrisia de quem o praticava mecanicamente sem viver a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23:23). Assim, a contribuição hoje transcende a matemática; ela se torna uma liturgia de confiança, um ato de guerra contra o materialismo e uma parceria deliberada com a missão de Deus, expressando nosso amor, dependência e compromisso com o avanço do Evangelho.

1 – O DÍZIMO NO AT

O dízimo no Antigo Testamento era a espinha dorsal teológica, social e econômica de Israel. Funcionava como um sistema divinamente ordenado que, a partir do reconhecimento da soberania de Deus, financiava o culto, promovia a celebração comunitária e garantia a justiça social, criando uma nação onde a adoração e o cuidado com o próximo estavam intrinsecamente ligados pela prática da generosidade, logo, no Antigo Testamento, o dízimo era muito mais do que uma simples entrega de 10%; era a arquitetura financeira e social da aliança de Israel com Deus.

1.1 – O dízimo nos dias de Abraão

O Sacerdócio Real de Melquisedeque

O encontro de Abraão com Melquisedeque é muito mais profundo do que um simples ato de entrega de dízimo; é um encontro teológico de proporções imensas. O próprio nome “Melquisedeque” (do hebraico “Malkī-ṣedeq”) significa “meu rei é justiça”, e seu título, “rei de Salém” (provavelmente a antiga Jerusalém), o designa como “rei da paz”. Ele é uma figura singular nas Escrituras por acumular as funções de rei e sacerdote do “Deus Altíssimo” (El Elyon), algo que mais tarde seria estritamente separado na lei mosaica para a nação de Israel. Sua aparição súbita, sem registro de genealogia, pai, mãe ou descendência, é usada pelo autor de Hebreus (Hebreus 7:1-3) para estabelecê-lo como um tipo, ou prefiguração, do sacerdócio eterno e superior de Jesus Cristo, que não se baseia na linhagem levítica, mas em uma ordem celestial e perpétua.

O Dízimo no Contexto do Antigo Oriente Próximo

A prática de entregar um décimo não era exclusiva de Abraão ou do povo hebreu. Registros arqueológicos de civilizações como a Mesopotâmia e Ugarit mostram que o dízimo era uma prática cultural estabelecida, funcionando como um imposto real ou uma oferta religiosa aos templos de suas divindades. O que torna o ato de Abraão distinto e notável não é a prática em si, mas a confissão de fé por trás dela. Ao entregar o dízimo a Melquisedeque, Abraão não estava pagando um tributo a um rei terreno qualquer, mas reconhecendo publicamente que sua vitória esmagadora sobre uma coalizão de quatro reis poderosos foi concedida por El Elyon, o Deus Soberano e Criador dos céus e da terra (Gênesis 14:22). Era uma declaração de que sua lealdade e fonte de poder não vinham de homens, mas do Deus verdadeiro.

Um Ato de Aliança e Adoração Pública

O ato de dizimar de Abraão deve ser visto em contraste direto com sua recusa em aceitar os despojos oferecidos pelo rei de Sodoma (Gênesis 14:21-23). Ao rejeitar a riqueza de Sodoma e dedicar uma porção a Deus, Abraão traçou uma linha clara entre a fonte de sua bênção e as fontes do mundo. Ele fez um voto de não enriquecer por meios humanos para que ninguém pudesse dizer: “Eu enriqueci a Abrão”. O dízimo, nesse contexto, torna-se um ato de adoração que sela sua aliança e dependência exclusiva de Deus. Conforme aponta o teólogo Derek Kidner, “o dízimo aqui é uma resposta da fé ao Deus que Se revelou […] um reconhecimento de senhorio”. (KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. Editora Vida Nova, 2006). A sua entrega foi a expressão externa de uma convicção interna, profeticamente ligada ao sacerdócio messiânico de Cristo (Salmo 110:4).

Complementando a visão de MacArthur sobre a voluntariedade do ato, o teólogo Gordon J. Wenham aprofunda a dimensão pactual do encontro. Ele argumenta que a bênção de Melquisedeque sobre Abraão e o dízimo de Abraão a Melquisedeque funcionam como elementos de um tratado ou aliança. Wenham observa: “A bênção pronunciada por um superior e o presente (dízimo) oferecido por um inferior eram características comuns nos rituais de aliança do antigo Oriente Próximo. O dízimo de Abrão, portanto, é sua forma de jurar lealdade ao Deus de Melquisedeque, reconhecendo-O como seu suserano divino”. (WENHAM, Gordon J. Genesis 1-15, Word Biblical Commentary. Zondervan, 1987). Assim, o dízimo transcende uma mera oferta; é um juramento de fidelidade.

Aplicação: Em nossa cultura, somos constantemente bombardeados com ofertas de segurança, sucesso e provisão vindas de sistemas e valores mundanos — a “riqueza de Sodoma”. O ato de Abraão nos ensina que a verdadeira adoração envolve uma escolha deliberada e pública sobre quem é o nosso Provedor. Nossa generosidade para com a obra de Deus se torna um testemunho poderoso, uma declaração de que nossa confiança não está em nossa capacidade, em nosso emprego ou na economia, mas na soberania do Deus Altíssimo. Assim como Abraão, somos chamados a traçar uma linha e declarar, através de nossa mordomia, de onde vem a nossa verdadeira bênção.

Pergunta para Reflexão: Que as nossas contribuições não sejam meras transações, mas declarações de lealdade, proclamando ao mundo que a nossa segurança e provisão vêm do Deus Altíssimo, e não dos sistemas deste século.

1.2 – O dízimo nos dias de Jacó

O Voto em um Momento de Crise

A promessa de Jacó em Gênesis 28.20-22 ocorre em um dos pontos mais baixos de sua vida. Ele não é um patriarca estabelecido, mas um fugitivo, solitário e temeroso, fugindo da ira de seu irmão Esaú. Seu voto, “Se Deus for comigo […] de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”, precisa ser entendido no contexto cultural do Antigo Oriente Próximo. Votos condicionais eram uma prática comum, uma espécie de tratado em que um indivíduo prometia uma dádiva ou serviço a uma divindade em troca de proteção ou favor. O que distingue o voto de Jacó é o seu alvo: o mesmo Deus de seu avô Abraão e seu pai Isaque. Ele não está apenas fazendo um acordo; está, em sua imaturidade espiritual, tentando se conectar à aliança de sua família, transformando um lugar de desespero (Luz) em um lugar de encontro divino (Betel, que significa “Casa de Deus”).

A Transformação do Voto em Testemunho

Anos mais tarde, ao retornar e reencontrar Esaú (Gênesis 33), vemos um Jacó transformado. O voto condicional feito em Betel amadureceu e se tornou um testemunho vivo. Quando ele insiste que Esaú aceite seu presente, sua linguagem é reveladora. Ele não diz: “Aceite, pois tenho muito”, mas sim: “porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo” (Gn 33.11). A palavra hebraica para “bênção” que ele usa aqui (berakah) é a mesma usada na promessa da aliança. Jacó não está apenas dando animais; ele está compartilhando um transbordar da graça que reconhece ter recebido. Sua generosidade não é mais o pagamento de uma promessa condicional, mas a expressão de uma vida que experimentou a fidelidade incondicional de Deus.

O Princípio da Lembrança e da Adoração

O ato de Jacó de erguer uma coluna de pedra e ungi-la com óleo (Gn 28.18) é fundamental para entender sua promessa do dízimo. A pedra era um memorial, um ponto de referência para a fidelidade de Deus. O dízimo, portanto, torna-se uma extensão desse memorial: uma prática contínua de lembrança. Como destaca o teólogo Victor P. Hamilton, em sua obra The Book of Genesis, Chapters 18-50 (NICOT, Eerdmans, 1995), o voto de Jacó, embora pareça um “negócio”, é na verdade o início de sua adoração pessoal a Yahweh. Ele está se comprometendo a reconhecer perpetuamente que sua prosperidade, segurança e futuro dependem exclusivamente da mão graciosa de Deus, um princípio que transcende o simples ato de dar 10%.

Complementando a visão de Matthew Henry, o teólogo Derek Kidner, em seu comentário Gênesis: Introdução e Comentário (Série Cultura Bíblica, Vida Nova, 2009), oferece uma perspectiva realista sobre a fé de Jacó naquele momento. Kidner aponta que o voto de Jacó, com seu tom de “barganha”, reflete a fé imatura e, por vezes, interesseira que todos podemos ter em algum ponto de nossa jornada. No entanto, ele ressalta que Deus não despreza esse começo vacilante. Pelo contrário, Deus aceita o voto de Jacó e o usa como um ponto de partida para moldar seu caráter ao longo de vinte anos, mostrando que a fidelidade de Deus é infinitamente maior do que a nossa fé condicional.

Aplicação: A jornada de Jacó nos ensina que nosso relacionamento com Deus muitas vezes começa com uma fé “condicional”: “Senhor, se me abençoares nisto, eu farei aquilo”. Contudo, a verdadeira maturidade cristã nos move para além disso. Somos desafiados a olhar para trás, para os nossos “Betéis” — os momentos em que Deus nos encontrou em nossa angústia — e permitir que nossa generosidade hoje não seja o pagamento de uma dívida, mas a celebração de uma graça já recebida. A nossa contribuição se torna um memorial, uma declaração de que, como Jacó, podemos dizer: “tenho de tudo, porque Deus graciosamente me tem dado”.

Pergunta para Reflexão: Que a nossa jornada de fé transforme nossas “condições” em “convicções”, movendo-nos de um Deus que “pode” nos abençoar para um Deus que “já” nos abençoou abundantemente em Cristo.

1.3 – O dízimo nos dias de Moisés

De Voto Pessoal à Ordenança Nacional

A transição do dízimo patriarcal (Abraão e Jacó) para a era Mosaica representa um salto de uma prática devocional pessoal para uma ordenança legal e estruturante da nação. Em Levítico 27, a lei não institui o dízimo como uma novidade, mas o regulamenta como algo que já pertence a Deus. A expressão hebraica para dízimo, ma’aser (מַעֲשֵׂר), significa simplesmente “a décima parte”. Contudo, o texto o qualifica como qodesh laYHWH (קֹדֶשׁ לַיהוָה), “santo ao SENHOR”. Isso significa que o dízimo não era uma doação que o israelita escolhia fazer, mas uma porção que já tinha um dono divino e deveria ser devolvida. Culturalmente, isso distinguia Israel das nações vizinhas, onde os tributos eram primariamente para o rei e o sustento do império. Em Israel, a primeira e principal lealdade financeira era declarada diretamente a Deus, o verdadeiro Rei e Dono da terra (Lv 25:23).

O Dízimo como Estrutura Social e Sacerdotal

O livro de Números 18 revela a função pragmática e teológica do dízimo: sustentar a tribo de Levi. Como os levitas não receberam herança de terra, sua dedicação ao serviço do Tabernáculo (e mais tarde do Templo) era integral. O dízimo das outras onze tribos funcionava como seu “salário” e sua “herança” (Nm 18:21, 24). Este sistema criava uma interdependência santa: o povo dependia dos levitas para o serviço espiritual, e os levitas dependiam da fidelidade do povo para seu sustento material. Uma curiosidade notável é o “dízimo dos dízimos” (Nm 18:26), onde os próprios levitas deviam entregar a décima parte do que recebiam aos sacerdotes (descendentes de Arão). Isso demonstra que ninguém, independentemente de sua função, estava isento do princípio de honrar a Deus com a primazia de seus bens, reforçando a universalidade da lei.

O Dízimo Festivo: Adoração, Alegria e Justiça Social

Deuteronômio 14 introduz uma dimensão fascinante e muitas vezes esquecida: o dízimo festivo. Diferente do dízimo levítico, esta segunda décima parte deveria ser levada pela própria família a Jerusalém para ser consumida em uma celebração de adoração “perante o SENHOR” (Dt 14:23). O ato de dizimar estava, portanto, intrinsecamente ligado à alegria, comunhão e gratidão. Mais do que isso, essa celebração deveria incluir “o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva” (Dt 14:29). A cada três anos, esse dízimo era armazenado nas cidades locais para funcionar como um sistema de bem-estar social, cuidando dos mais vulneráveis. O teólogo Timothy Keller, em sua obra Justiça Generosa (Edições Vida Nova, 2013), argumenta que essa prática demonstra como a adoração a Deus em Israel era inseparável da justiça social e do cuidado comunitário.

Complementando a visão de Matthew Henry sobre o reconhecimento da soberania de Deus, o teólogo anglicano Gordon J. Wenham, em seu renomado comentário The Book of Leviticus (Eerdmans, 1979), destaca a dimensão pactual do dízimo. Wenham explica que as leis de Levítico, incluindo a do dízimo, não são meros códigos legais, mas termos da aliança entre Deus e Israel. Ao devolver o dízimo, o israelita não apenas reconhecia a Deus como provedor, mas reafirmava ativamente sua participação na aliança, declarando sua lealdade ao Senhor e sua confiança nas promessas do pacto, em vez de confiar em sua própria força para a prosperidade.

Aplicação: A lei mosaica nos ensina que a contribuição financeira é um pilar que sustenta três áreas vitais da vida cristã:

  • 1 – O ministério (sustento dos obreiros, como os levitas);
  • 2 – A comunhão (celebração e alegria, como no dízimo festivo) e,
  • 3 – A justiça (cuidado com os necessitados).

Assim como um tripé, se uma dessas pernas for negligenciada, nossa estrutura de mordomia se torna instável. Nossa entrega hoje deve ser vista não como o pagamento de uma conta, mas como um investimento integral no avanço do Reino de Deus em todas as suas facetas.

Pergunta para Reflexão: Que nossa entrega financeira deixe de ser um ato isolado de obrigação para se tornar uma declaração pública e alegre de que pertencemos a um Deus que é o nosso Provedor, a nossa Herança e o centro da nossa celebração.

2 – O DÍZIMO NO NT

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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