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Betel Adultos – 2º Trim. 2025 – 27-04-2025 – L4 – O cuidado e apoio aos obreiros: um pilar essencial para a expansão do Reino de Deus

26/04/2025

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

1 Coríntios 9.14 

1 Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Coríntios 9.3-4,7,12-13 

3 Esta é a minha defesa para com os que me condenam.
4 Não temos nós direito de comer e de beber?
7 Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não come do leite do gado?
12 Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
13 Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar?

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Ressaltar o cuidado de Deus com Seus obreiros; 
  • Saber que Deus ampara quem socorre Seus obreiros; 
  • Compreender que o cuidado dos obreiros é dever da igreja.

INTRODUÇÃO

Nesta oportunidade, estudaremos sobre o cuidado e apoio aos obreiros: um pilar essencial para a expansão do Reino de Deus.

Neste estudo, iremos considerar como a Bíblia estabelece que aqueles que se dedicam integralmente ao serviço do Reino — sacerdotes, levitas e profetas — devem receber apoio material do restante do corpo de Cristo, de modo que possam cumprir sua vocação sem preocupações financeiras; veremos, por exemplo, em Deuteronômio 18:1–8 a separação do dízimo para sustentar os levitas, e em Números 18:21–24 a destinação dos primogênitos para o sustento dos sacerdotes, práticas que refletem a cultura do Antigo Oriente Médio, mas que na comunidade de Israel foram instituídas como expressão de solidariedade e compromisso com a missão divina.

Esses relatos não só garantiam a subsistência dos obreiros, mas também reforçavam o sentido de parceria espiritual entre toda a congregação, fortalecendo laços e valorizando o trabalho ministerial. Comentadores como Derek Kidner, em The Message of Numbers (IVP, 1987), e Gordon J. Wenham, em The Book of Numbers (Eerdmans, 1981), ressaltam que esse modelo promoveu a unidade do povo e assegurou que a mensagem de Deus avançasse de forma organizada e justa. Compreender esses princípios ajuda os professores de teologia a mostrar aos seus alunos que apoiar financeiramente os ministros é um mandamento bíblico que contribui para a expansão contínua do Reino de Deus.

1 – O CUIDADO DE DEUS COM OS OBREIROS

Em Números 18:9 vemos que Deus escolheu alguns homens para o sacerdócio, encarregando‑os de cuidar do tabernáculo e de interceder diretamente junto a Ele em favor de Israel; essa missão incluía zelar pelos utensílios sagrados, oferecer sacrifícios e representar a comunidade diante de Deus, algo que, embora encontrado em outros cultos do Antigo Oriente Médio, em Israel assumiu uma dimensão única de aliança e santidade (cf. Números 18:9) (Gordon J. Wenham, The Book of Numbers, Eerdmans, 1981). Ciente de que tais responsabilidades exigiam dedicação total e poderiam distrair esses obreiros de sua tarefa, o Senhor determinou que o sacerdote e sua família recebessem parte das ofertas e dízimos do povo, garantindo-lhes sustento e permitindo que se concentrassem integralmente no serviço ao tabernáculo (cf. Números 18:8) (Derek Kidner, Numbers, IVP, 1987). Esse arranjo não só atendia a uma necessidade prática de prover aos ministros o necessário para viver, mas também expressava o princípio bíblico de cuidado mútuo no Corpo de Cristo, ensinando que apoiar financeiramente quem dedica sua vida ao ministério é um ato de solidariedade e fé comunitária.

1.1 – O cuidado de Deus com os sacerdotes

O cuidado de Deus com sacerdotes e levitas 

Ao reservar indivíduos para o sacerdócio, Deus não só lhes deu a honra de intermediar Sua presença, mas também garantiu meios concretos para que pudessem viver sem preocupações materiais: em Números 18:18, 21–28, fica claro que parte dos dízimos e das ofertas dos israelitas era destinada exclusivamente aos levitas e sacerdotes, assegurando o sustento de toda a família sacerdotal; e em Deuteronômio 14:27–29, o princípio estendia‑se a aldeias sem levitas, mostrando uma preocupação comunitária que ia além das fronteiras da tribo de Levi, numa prática que refletia os mecanismos de solidariedade social no Antigo Oriente Médio (Peter C. Craigie, The Book of Deuteronomy, Eerdmans, 1976). Esse arranjo revela como o Senhor valorizava aqueles que mantinham o tabernáculo em ordem e ministravam no Lugar Santo, convertendo o sustento material num sinal de cuidado divino e laço de dependência mútua entre líderes espirituais e a comunidade.

A dedicação e excelência no serviço do Tabernáculo 

Em Êxodo 28:1, Deus determina que Arão e seus filhos se apartem para vestirem‑se com as roupas sagradas e administrarem o culto, ação que exigia total devoção e precisão nos ritos; por isso, o ministério sacerdotal não era apenas uma função honrosa, mas um chamado que demandava atenção aos detalhes—desde o manuseio dos utensílios até a perfeita execução dos sacrifícios—para preservar a santidade do lugar de encontro com Deus (Kenneth A. Mathews, Exodus, B&H Academic, 2005). Sabendo que esse zelo poderia ser comprometido por preocupações cotidianas, o Senhor afirmou que o trabalho dos levitas na tenda da congregação fosse recompensado (Nm 18:21), de modo que a dedicação exclusiva ao serviço sagrado se tornasse viável. Além de reforçar a disciplina ritual, esse modelo servia para enfatizar que a qualidade do culto não dependia apenas da técnica, mas do coração disposto.

A oferta com gratidão como via de bênção 

Quando os israelitas aprendiam a contribuir “dos seus bens para o Senhor” (Nm 18:24), não agiam por mero dever, mas em resposta à generosidade divina; essa atitude de gratidão, segundo 2 Coríntios 9:6–7, configura‑se num “dar alegre”, capaz de desencadear abundância espiritual e material sobre toda a comunidade, pois Deus honra quem confia em Sua provisão (N. T. Wright, Paul for Everyone: 2 Corinthians, SPCK, 2003). Na cultura hebraica, onde o ato de ofertar estava ligado à expressão de aliança e bênção, o empenho dos fiéis em prover sustento aos obreiros ilustra como a comunhão e a generosidade se entrelaçam no fortalecimento da obra de Deus.

Matthew Henry, em seu clássico Commentary on the Whole Bible (Hendrickson Publishers, 1996), observa que a alegria ao ofertar não apenas reflete gratidão, mas também abre espaço para a provisão divina: “Aquele que dá de coração, com fé na bondade de Deus, verá Sua liberalidade multiplicar todos os recursos necessários para a tarefa do ministério” (Mt Henry, 1690). Essa ênfase na reciprocidade entre oferta e bênção ecoa perfeitamente o ensinamento de Pastor Fernando Alves sobre o caráter transformador das dádivas generosas.

Aplicação: Hoje, assim como no Antigo Testamento, nossos pastores, líderes e professores dedicam‑se integralmente ao cuidado espiritual da comunidade. Podemos praticar esse princípio por meio de ofertas regulares, voluntariado prático e palavras de encorajamento. Imagine uma professora de escola dominical que, graças ao suporte financeiro de sua igreja, consegue adquirir materiais pedagógicos específicos e desenvolver atividades interativas para crianças com dificuldade de aprendizagem—isto exemplifica como o investimento no ministério gera frutos na formação de uma nova geração de crentes.

Pergunta para Reflexão: Como você pode demonstrar, de forma concreta e criativa, o cuidado e o apoio ao seu líder espiritual para que ele exerça seu ministério com ainda mais entrega e eficácia?

1.2 – A oferta e os sacerdotes

A destinação das ofertas de cereal 

Em Levítico 2:2 Deus estabelece que, ao trazer produtos da terra — como farinha, óleo e especiarias — o adorador entregasse essa oferta diretamente aos sacerdotes, representando a entrega do fruto do seu trabalho nas mãos dos que serviam no Tabernáculo. Na cultura do Antigo Oriente Médio, as ofertas de cereais eram comuns como sinal de gratidão pelos alimentos básicos, mas em Israel ganharam significado ritual único ao serem confiadas ao clã de Arão. Segundo João Calvino, em Commentary on Leviticus (Banner of Truth, 1982), esse ato simboliza a consagração de toda a vida ao Senhor, indicando que nosso sustento diário pertence primeiramente a Deus e ao Seu serviço.

O privilégio e a função sacerdotal 

Quando o fiel apresentava seu cereal ao altar, os sacerdotes tinham direito a uma parte desse produto — não por mera conveniência, mas como reconhecimento pela dedicação integral deles ao ministério divino. Além disso, na apresentação do cereal misturado com óleo e incenso (Lv 2:2), o sacerdote queimava parte sobre o altar, criando um aroma agradável que simbolizava a aceitação da oferta por Deus. Derek Kidner observa em The Message of Numbers (IVP, 1987) que esse privilégio material reforçava o laço entre quem servia e toda a comunidade, mostrando que cuidar das coisas sagradas é um trabalho de valor inestimável, digno de ser sustentado pelo povo.

A exigência de santidade no alimento 

Para que o sacerdote degustasse sua porção da oferta, era imprescindível que ele passasse por purificação cerimonial — lavando o corpo, vestindo roupas limpas e mantendo vida íntegra (Lv 22:4–7). Essa norma não pretendia apenas higiene, mas ressaltava que aquilo que se acercava de Deus devia vir de mãos e corações puros. Gordon J. Wenham explica em The Book of Leviticus (Eerdmans, 1979) que o processo de santificação reforçava o entendimento de que, antes de se alimentar do pão do serviço divino, o ministro precisava refletir a separação e a comunhão que o Tabernáculo ensinava.

Matthew Henry destaca em seu Commentary on the Whole Bible (Hendrickson Publishers, 1996) que “ofertar a Deus por meio de Seus servos é ato de reconhecimento de nossa dependência mútua: o povo sustenta o trabalho do sacerdote, e o sacerdote torna-se canal da bênção divina” — ecoando plenamente o ensino de Pastor Fernando Alves sobre a continuidade desse princípio na Igreja contemporânea. 

Aplicação: Em nossas congregações atuais, podemos honrar esse modelo bíblico ao direcionar com agradecimento recursos financeiros, tempo e talentos para aqueles cuja função é pastorear, ensinar ou apoiar o culto. Imagine, por exemplo, uma musicista voluntária que, ao receber apoio da comunidade — aluguel de equipamentos ou substituição de instrumentos —, consegue oferecer um louvor de qualidade e encorajar irmãos com música bem preparada. Tal prática fortalece o senso de família espiritual, estimula o compromisso mútuo e colabora para que o ministério floresça com excelência.

Pergunta para Reflexão: De que maneiras práticas você pode demonstrar reverência e cuidado pelos seus líderes espirituais, assegurando que tenham o apoio necessário para cumprir seu chamado com dedicação plena?

1.3 – A responsabilidade dos obreiros com as ofertas

A seriedade da administração do santo 

No contexto do Antigo Testamento, os sacerdotes não apenas ofereciam sacrifícios, mas também tinham a responsabilidade de zelar para que tudo relacionado ao culto fosse feito com reverência e obediência às instruções divinas. Levítico 2.3 mostra que o “restante” da oferta, ou seja, o que sobrava após a parte queimada no altar, era destinado aos sacerdotes como sustento. Esse detalhe revela o cuidado de Deus com os ministros, mas também exige deles santidade e responsabilidade. A negligência com esse dever — como foi o caso de Nadabe e Abiú — não era vista apenas como um erro cerimonial, mas como uma afronta à santidade de Deus. Como aponta Matthew Henry em seu Commentary on the Whole Bible (Hendrickson Publishers, 1996), “os sacerdotes estavam em posição elevada de honra e influência, e por isso seu pecado era mais grave, pois maculava o que havia de mais sagrado diante do povo”.

Nadabe e Abiú: o erro da irreverência 

Nadabe e Abiú, apesar de pertencerem à elite espiritual de Israel e testemunharem os milagres de Deus de perto, se perderam por tratar o ministério com desleixo. Em Levítico 10.1-2, eles oferecem “fogo estranho” diante do Senhor — ou seja, uma prática litúrgica que Deus não havia ordenado. O texto não esclarece se estavam embriagados, se usaram incenso impróprio ou se desobedeceram diretamente uma ordem, mas deixa evidente que o ato foi interpretado como rebelião. O comentarista Gordon J. Wenham, em The Book of Leviticus (Eerdmans, 1979), observa que “o castigo imediato e severo mostra que não há espaço para informalidade diante da presença do Santo”. A severidade do julgamento não tem a ver com Deus sendo impiedoso, mas com a exigência de que Seus representantes O honrem com temor e zelo.

O peso da vocação 

Ser chamado por Deus para servir em Sua casa é uma bênção, mas também uma carga de grande responsabilidade. Os sacerdotes não apenas representavam o povo diante de Deus, mas também ensinavam, julgavam e conduziam o culto. Isso exigia um coração consagrado, vida íntegra e profunda reverência ao serviço prestado. Quando Nadabe e Abiú desprezaram essas exigências, perderam o direito de representar o povo e de permanecer vivos diante do Senhor. A comparação do pecado da rebelião com feitiçaria, feita em 1 Samuel 15.23, ajuda a entender o grau de gravidade que Deus dá à desobediência. John MacArthur, em sua Study Bible (Thomas Nelson, 2010), afirma que “a liderança espiritual exige não apenas habilidades, mas, acima de tudo, caráter moldado pela obediência irrestrita à Palavra de Deus”. 

Albert Barnes, em seu Notes on the Bible (Public Domain, 1870), ao comentar Levítico 10, escreve: “Nadabe e Abiú tinham mais luz e mais responsabilidade que o restante do povo. Sua irreverência foi um reflexo de corações endurecidos, mesmo tendo vivido tão perto dos atos de Deus. É um lembrete de que intimidade com o sagrado não imuniza contra o pecado — pelo contrário, exige vigilância redobrada”. Isso está em total sintonia com o que foi destacado na Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal.

Aplicação: Hoje, muitos líderes espirituais têm amplo acesso ao conhecimento bíblico, à história da Igreja e a ferramentas ministeriais, mas isso não os torna automaticamente fiéis. A responsabilidade espiritual exige que aqueles que servem não apenas conheçam, mas respeitem a santidade do seu ofício. Imagine um eletricista experiente que decide ignorar os protocolos de segurança por estar “acostumado” com seu trabalho: basta um erro para que tudo se torne fatal. Da mesma forma, quando alguém que serve na obra de Deus perde o temor santo e age com indiferença, os resultados podem ser destrutivos não só para si, mas também para aqueles a quem ministra. A fidelidade no serviço é medida pelo zelo, não pelo tempo de experiência.

Pergunta para Reflexão: Você tem tratado as coisas de Deus com o temor e a reverência que elas exigem, ou a familiaridade com o ministério tem roubado seu senso de santidade? “Quem se aproxima do altar precisa saber: Deus não compartilha Sua glória com a negligência.”

2 – DANDO HONRA AOS OBREIROS

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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