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28/04/2022
“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” 1 Tessalonicenses 1.10
DANIEL 9.24-26
24- Setentas semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.
25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26- E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
Olá, irmãos. Paz do Senhor.
As setenta semanas de Daniel fazem parte da escatologia bíblica e estão intimamente ligadas ao plano redentor da humanidade.
Quando Daniel esteve orando a favor do povo de Israel, suplicando o perdão de Deus, o Senhor o visitou enviando o anjo Gabriel que comunicou ao profeta algumas coisas que haveriam de acontecer.
Daniel havia compreendido após examinar os escritos do profeta Jeremias, que os 70 anos do cativeiro estavam prestes a se cumprir, porém, ele viu que o povo continuava distante do Senhor em alguns aspectos e isto lhe trouxe extrema preocupação.
“Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido”. (Dn 9.20-22 – ARC)
O anjo Gabriel está envolvido no processo de comunicação do Senhor para com o povo de Israel, tendo se manifestado em algumas ocasiões para revelar o que aconteceria, sendo que o ponto máximo deste tipo de ação foi a revelação do nascimento do Messias para Maria, mãe de Jesus.
“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim”. (Lc 1.26-33 – ARC)
A Bíblia nos mostra que o anjo Gabriel assiste diretamente diante de Deus (Lc 1.19). Em outras palavras, este anjo está diretamente ligado ao Senhor e trabalha como um emissário das notícias que Deus quer entregar.
O significado mais provável do nome Gabriel é “homem de Deus”, no sentido de “poderoso de Deus”; mas alguns intérpretes também sugerem “Deus é poderoso” ou “Deus mostrou-se forte”.
Ele é um dos dois únicos anjos mencionados nominalmente na Escritura Sagrada. O outro é o arcanjo Miguel (Dn 10.13,21; Jd 9; Ap 12.7).
O teólogo brasileiro Daniel Conegero traz uma importante contribuição a respeito deste assunto.
“O anjo Gabriel entra em cena na narrativa Bíblia no livro de Daniel. Num primeiro momento ele apareceu para explicar ao profeta a visão do carneiro e do bode (Daniel 8:16). Depois, Gabriel mais uma vez se encontrou com o profeta Daniel para anunciar e interpretar a profecia das 70 semanas (Daniel 9:21-27). O objetivo principal dessa profecia foi anunciar a vinda do Messias que se daria depois de quase cinco séculos. Praticamente 500 anos depois de ter aparecido ao profeta Daniel, o anjo Gabriel foi enviado à cidade de Jerusalém para anunciar o nascimento de João Batista ao sacerdote Zacarias, seu pai (Lucas 1:11,12). Nessa mesma época ele também foi até Nazaré da Galileia para anunciar a Maria o nascimento miraculoso de Jesus por obra e graça do Espírito Santo (Lucas 1:26-38). Alguns intérpretes sugerem que talvez também tenha sido ele quem falou em sonho com José tranquilizando lhe acerca da concepção de Jesus (Mateus 1:20-25). Mas o texto Bíblico não revela o nome desse anjo; por isto nada pode ser afirmado nesse sentido. Conheça a história de José, pai adotivo de Jesus.
Da mesma forma especulativa, outros pensam que Gabriel também é o anjo que sofreu oposição do príncipe da Pérsia quando trazia uma resposta de Deus ao profeta Daniel (Daniel 10:13-21). No entanto, mais uma vez o texto Bíblico não identifica nominalmente quem foi esse anjo; dessa forma não é possível afirmar que era o anjo Gabriel”.
De acordo com a carta aos hebreus, os anjos são instrumentos de Deus para servir àqueles que são dele.
Ainda que sejam seres extremamente poderosos e importantes, não devemos venerá-los, pois, também são criaturas de Deus.
“Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14 – ARC)
Em outra tradução:
“Não, pois os anjos são apenas espíritos mensageiros, enviados para ajudar e cuidar daqueles que receberão a sua salvação”. (BV)
O Senhor tem seus meios de se comunicar conosco e nós precisamos estar atentos a eles, lembrando que toda comunicação que parte de Deus está completamente associada à sua Palavra.
O assunto que o anjo Gabriel ministrou a Daniel fala sobre a libertação plena dos judeus envolvendo o nascimento do Messias prometido, ou seja, daquele que livraria o povo de seus pecados.
Tal assunto é escatológico, ou seja, relacionado aos últimos acontecimentos e envolvendo TODO o povo de Deus, judeus e cristãos.
Como assunto escatológico, deve ser estudado com muita atenção e cuidado, para não corrermos o risco de conjecturar sobre os acontecimentos, sendo que para algumas pessoas, tais assuntos se mostram assustadores, porém, para os cristãos, ele é libertador.
Conforme mencionamos, as setenta semanas de Daniel estão associadas ao tempo do fim e claramente explicadas no livro do profeta.
Como não temos uma classe homogênea em termos de conhecimento, ou seja, com um nivelamento, precisamos ter sabedoria para ministrar esta aula.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o fato de não termos tempo suficiente para abordar tudo o que gostaríamos, sendo assim, a melhor maneira de ministrar esta aula, é citando as possíveis interpretações e pontos de vista, sem fazer uma explicação sobre eles.
É necessário reforçarmos que a primeira regra da hermenêutica é clara quanto ao processo de interpretação dos textos bíblicos, afirmando que o próprio texto se explica e isto está visível neste texto, haja vista, o próprio anjo explicar sobre o que significa tais semanas.
Existe uma técnica que facilita o processo de interpretação de qualquer texto que consiste na divisão do mesmo em assuntos, palavras ou frases.
Estas semanas estão divididas em 3 partes:
Para auxiliar a compreensão dos alunos, desenhe esta explicação no quadro ou utilize um slide para auxiliá-los.
Se voltarmos aos primeiros versículos do capítulo 9 do livro de Daniel, veremos que ele começou a oração crendo que os 70 anos de cativeiro estavam chegando ao fim, mas, o povo ainda não estava completamente “convertido”.
Sendo assim, o anjo Gabriel revela ao profeta o plano completo de redenção para os judeus, que aconteceria no futuro.
Por diversas vezes, o Senhor disse que transformaria o coração dos judeus e que eles seriam verdadeiramente convertidos e isto acontecerá plenamente quando eles reconhecerem a supremacia de Jesus como o Messias prometido.
A Bíblia traz alguns textos importantes sobre este assunto (Ez 36.26-28; Ml 4.5,6; Rm 11.1-32).
O ponto mais importante a respeito destas semanas é que elas representam anos e não dias e isto é aceito pela maioria dos teólogos.
Daniel Conegero traz uma explicação interessante sobre este assunto.
“A expressão “setenta semanas” deve ser traduzida por “setenta setes“ e uma boa parte dos teólogos acreditam que trata-se de uma referência direta aos 70 anos de exílio que o povo foi submetido, sendo então, estes 70 anos, multiplicados sete vezes, de acordo com o padrão de tratamento pactual (cf. Lv 26:14,21,24,28). Seja como for, todos os intérpretes consideram que as 70 semanas devem ser entendidas não como semanas de dias, mas como semanas de anos, assim como está em Levítico 25:8. Desta forma, a profecia das 70 semanas se refere a um período de 490 anos (70×7). Assim, a divisão das semanas estabelecida na própria profecia seria a seguinte: 49 anos (7 semanas), 434 anos (62 semanas) e 7 anos (1 semana)”.
O gráfico abaixo foi feito pelo teólogo americano Norman Champlim e nos dá um belíssimo panorama sobre as setenta semanas de anos.
Daniel era um profeta e um homem que mantinha uma vida de oração e, por isto, sabia que a condição espiritual do povo que estava no cativeiro não era saudável.
Ter um líder que seja maduro espiritualmente é de extrema importância, haja vista, este conseguir fazer uma análise sobre como estão as pessoas.
Os pastores foram colocados por Deus como responsáveis pelo rebanho e isto nos mostra que o Senhor sempre se preocupou em cuidar do povo.
Sendo assim, os líderes que nos assistem precisam ser homens espirituais e sábios, ainda que sejam tão pecadores como qualquer pessoa.
Além disto, faz-se necessário que os dons espirituais abundem, para que a obra cresça da melhor forma possível.
Líderes que conhecem suas ovelhas e possuem visão espiritual, conseguem ajudá-las com mais propriedade.
A oração de Daniel demonstrou um profundo arrependimento pelos pecados cometidos pela nação e pelo fato deles estarem no cativeiro.
A preocupação e o motivo da oração era receber perdão e interceder para que o povo fosse perdoado.
Daniel reconhecia que fazia parte da nação e que também necessitava do perdão do Senhor.
Será que os líderes têm seguido este exemplo ou será que cresceram tanto ao ponto de acreditarem que não precisam se arrepender de seus pecados?
Infelizmente existem líderes espirituais que chegam ao absurdo de acreditar e ensinar que não possuem tempo para pecar…
Champlim nos mostra que a atitude de Daniel foi extremamente importante para que recebesse a resposta do Senhor.
“A oração de Daniel foi endereçada a Yahweh-Elohim, o Deus Eterno e Todo-poderoso, Até o melhor dos homens tem muita coisa para confessar, pelo que Daniel limpou o caminho para a bênção de Deus, ao livrar-se de seus pecados. Antes de mais nada, esta é uma oração penitencial. Cf. o vs. 20 e Nee. 1.6. A confissão era um dever religioso (ver Lev. 5.5; 16.21; 26.40; Esd. 10.1 e Nee. 9.2). Daniel, pois, confessou os próprios pecados e os pecados do povo. Yahweh, que é o grande e terrível Poder (Elohim), tinha feito um pacto com o povo de Daniel. Ver sobre o pacto abraâmico em Gên.15.18 e, no Dicionário, ver o verbete chamado Pactos. Os que “guardam os mandamentos” são favorecidos ao longo da vida, pois as condições da aliança com Deus são cumpridas pelo Senhor que estabeleceu o pacto. Israel era um povo distinto, em face de seu pacto com Deus, visto que possuía e guardava a lei de Moisés. Ver Deu. 4.4-8. O Deus terrível, o Deus espantoso, lança o medo sobre os homens (ver Deu. 10.17; Juí. 13.6; Sal. 47.2; Joel 2.11). E assim eles são dotados da mente apropriada para receber e obedecer à revelação”.
Daniel recebeu do Senhor a resposta para sua oração e ainda foi agraciado com a profecia a respeito do futuro de Israel que aconteceria séculos mais tarde.
Isto nos traz à memória o texto escrito pelo profeta Jeremias com as palavras do Senhor a respeito da oração.
“Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes”. (Jr 33.3 – ARC)
Em outra tradução:
“E Deus continuou: —Jeremias, se você me chamar, eu responderei e lhe contarei coisas misteriosas e maravilhosas que você não conhece”. (NTLH)
Que o Senhor tenha misericórdia de nós…
Existem 3 possíveis interpretações sobre estas semanas.
Acreditamos que a interpretação que mais condiz com a realidade seja a literal e futurista.
Para aqueles que querem exatidão nos números, existem algumas particularidades que devem ser levadas em consideração para que não incorramos em erros. Porém, mesmo se analisarmos todos os detalhes, não conseguiremos ter exatidão nestas datas e isto deve ser mencionado.
Conegero traz uma conclusão interessante sobre este assunto.
“Particularmente, prefiro considerar como sendo mais provável, a ordem de 444 a.C., de forma com que “os tempos angustiosos” citados na profecia, são aqueles registrados no relato de Neemias. Assim sendo, de 444 a.C. devem ser contados 483 anos, resultando então em 37 ou 38 d.C. Considerando o erro de cálculo nas contas Dionísius Exiguus entre 4 e 7 anos, então chegaremos a uma data aproximada entre os anos 31 e 34 d.C., o que provavelmente corresponde ao período do ministério de Jesus”.
A última semana de anos refere-se aos últimos 7 anos que completarão as 70 semanas reveladas ao profeta Daniel.
O livro de Daniel e o livro de Apocalipse devem ser lidos em conjunto e suas profecias analisadas em associação.
Existe um termo importante neste estudo denominado “parentético” que literalmente é um parêntese aberto em uma situação.
Esta situação está relacionada à Igreja que deixará de fazer parte da história das semanas e Israel que voltará a fazer parte desta história.
Neste período, a Igreja estará na glória com o Senhor e a nação de Israel começará a perceber algumas questões importantes.
Este período está relacionado aos capítulo 6 a 19 do livro de Apocalipse.
Se interpretarmos a profecia de Daniel utilizando o modelo futurista, teremos a última semana de anos, ou seja, os últimos 7 anos começando com a volta de Cristo para buscar a Igreja.
Está interpretação está em consonância com o texto de Daniel 9.27.
“E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”. (ARC)
Champlim faz um comentário sensato sobre este texto.
“O ponto de vista histórico vê Antioco Epifânio aqui, com exclusividade, e toda essa profecia como tendo ocorrido no passado. Mas a interpretação futurista vê Antioco Epifânio como apenas um símbolo do futuro anticristo. O pacto, dentro do ponto de vista histórico, seria aquele feito por Antioco com os judeus helenistas, que eram apóstatas do culto de Yahweh (I Macabeus 1.11-15). Durante metade desse tempo, a meia semana do última semana, os sacrifícios prosseguirão; mas então Antioco, durante a segunda metade da semana, fará cessar esses sacrifícios. Essa questão é referida em I Macabeus 1.54 ss. Ver também Dan. 8.11 e 11.31. De acordo com a posição futurista, o pacto é de paz entre o anticristo e Israel. Mas esse pacto será rompido na metade dos sete anos, com grande aumento da perseguição religiosa. “A coisa horrível que destrói será posta no pináculo do templo, mas Deus ordenou que essa coisa fosse destruída” (NCV).De acordo com a interpretação histórica, porém, isso fala da idolatria e da pior manifestação possível da idolatria, a deificação do próprio Antioco Epifânio. Mas, de acordo com o ponto de vista futurista, essa abominação será o anticristo, que se apresentará como se fosse o próprio Deus. O fim de ambos é a destruição. Cf. Mat. 24.15, onde temos a imagem da besta (o anticristo) estabelecido para ser adorado por seu falso profeta. Um severo julgamento divino cairá sobre ambos, e ambos serão lançados no lago do fogo (ver Apo. 19.20. Cf. Dan. 7.11,26). De acordo com a opinião futurista, haverá um pacto entre o anticristo e Israel e, durante algum tempo, esse povo aceitará a Abominação como seu Messias. Parte da interpretação futurista é identificar esse período final de sete anos (última semana) com os 1.260 dias e os 42 meses do Apocalipse, o primeiro em11.3 e o segundo em 11.2 e 13.5. Quanto desse esquema não passa de cálculos sagazes e quanto combina com a verdade, resta ser visto nos anos vindouros, e no que daí resultará. A tendência entre os intérpretes é explicar a profecia como se eles soubessem mais do que sabem, e ser muito dogmáticos em seus pronunciamentos. Talvez o melhor que possamos dizer é: “Será algo como isto”.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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