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Betel Adultos – 1º Trimestre de 2019 – 13-01-2019 – Lição 2: Enfrentando o sentimento de solidão

09/01/2019

Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

João 4:14
14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA

João 4:10-11;15-18
10 Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.

11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.
16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá.
17 A mulher respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido,
18 porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Explicar o que é solidão;
  • Mostrar solidão como “vazio existencial” e “vazio cósmico”;
  • Revelar como tratar a solidão.

INTRODUÇÃO

Paz seja convosco!

Neste estudo abordaremos a questão da solidão sob o aspecto de vir a se tornar uma potencial enfermidade da alma.

Trata-se de um sentimento que vem recebendo cada vez mais atenção nos dias de hoje, chegando ao ponto de o Reino Unido ter decidido criar um Ministério da Solidão, encarregado de atuar com outros órgãos do governo para enfrentar o problema.

Neste estudo, primeiramente iremos falar da solidão em si e sua diferença de solitude. Avançaremos ao falar de um dos grandes problemas pós-moderno e que atingem milhares de pessoas – o vazio existencial!

Finalizaremos este capítulo discorrendo sobre a história da mulher samaritana que nas entrelinhas de sua narrativa, percebe-se que cultivava um vazio, uma solidão que somente Cristo poderia eliminar.

Vamos juntos…

1 – ENTENDENDO A SOLIDÃO

Primeiramente iremos conceituar o termo solidão:

Do latim “solĭtas”, a solidão é a falta de companhia. É um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não porque simplesmente se isola, mas porque os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme.

Pintura de Jean Jacques Henner retratando a solidão

A solidão, por conseguinte, implica na falta de contato com outras pessoas. Trata-se de um sentimento ou estado emocional, tendo em conta que existem diferentes graus ou matizes de solidão podendo ser encarados de diferentes formas dependendo da pessoa.

Em princípio, a solidão absoluta não existe. Há sempre alguém com quem se mantenha uma certa proximidade, seja física ou emocional, no entanto, o sentimento de quem enfrenta a solidão como patologia da alma, é que realmente não exista ninguém ao seu redor.

1.1 – Sozinho por escolha pessoal

Proibida a cópia parcial ou total deste material – Sujeito a penas legais https://ebdcomentada.com

O pastor Israel Maia lança a nós o que podemos chamar de solidão controlada ou sob administração do próprio indivíduo, onde o mesmo se afasta de forma voluntariosa dos relacionamentos por um período de tempo que está sob o seu domínio. A isto se chama, solitude.

Logo, o termo solitude é o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha consciente.

Esta “solidão” para muitos, em certas ocasiões, é valorizada, havendo, aliás, quem a considere imprescindível para descansar ou se concentrar. Desta forma, estar sozinho pode ser uma experiência positiva, prazerosa e trazer alívio emocional, desde que (como já dissemos acima) esteja sob controle do indivíduo.

Podemos citar o exemplo dos monges de certas congregações quando decidem viver na solidão como uma forma de se ligarem ao seu mundo interior (espiritual). Aliás, existem grupos de monges que, apesar de viverem em comunidade, não conversam sequer uns com os outros, pois a solitude a eles, faz parte do processo de seu próprio crescimento espiritual.

Independentemente das diferenças pessoais, a solidão durante períodos extensos costuma ser considerada como algo que causa dor e insatisfação, razão pela qual as pessoas tendem a procurar contato social, seja em reuniões, passeios ou saídas.

A Bíblia demonstra que em alguns momentos, Jesus se retirava para estar só.

Mateus 14:23
23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. (Almeida Revista e Atualizada)

Estes momentos não raros de orações reservadas não eram solidão propriamente dita, mas períodos de solitude que Ele mesmo provocava para falar a sós com o Pai, buscando forças e consolo diante das tão duras batalhas que enfrentava em seu ministério terreno, no entanto, entendemos que Cristo foi aquele que experimentou em sua carne e também em sua alma, todos os aspectos do sofrimento humano (Hb 4.15), pelo que também provou da solidão conforme podemos ler:

Mateus 26:36-38
36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar;

37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.

38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. (Almeida Revista e Atualizada)

Para muitos, este texto revela que a tristeza e a angustia sentida por Jesus era reflexo do que estaria por vir, porém também era o sentimento de solidão que lhe abatera por não ter a companhia dos seus discípulos mais chegados num momento tão difícil. Por três vezes Jesus os exortou por estarem dormindo e não presentes com Ele em oração.

Na cruz, Ele experimentou o grau máximo da solidão, quando o homem não tem a companhia especial de Deus (Mt 27.46; Mc 15.34)!

A solidão se caracteriza por estamos em companhia de outros, no entanto, ainda assim, nos sentimos só!

1.2 – O perigo do distanciamento social

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Cláudia Hammond da BBC explica que sentir-se solitário não é o mesmo que estar sozinho. A solidão é uma sensação de desconexão. É a sensação de que você não é compreendido por ninguém em seu entorno e que você não possui as relações significativas de que você gostaria.

Você pode se sentir solitário em uma multidão, assim como você pode se sentir perfeitamente feliz, ou até mesmo aliviado, ao passar algum tempo sozinho e como já mencionamos, essa solidão espontânea induzida e orientada pelo próprio indivíduo, poderá produzir bons resultados.

Às vezes queremos estar sozinhos. Mas se não podemos escolher passar um tempo com pessoas que nos entendem, aí sim sentimos o impacto da solidão.

Precisamos considerar que o ser humano, em sua lida, passará por inúmeras situações que combaterão contra o seu equilíbrio emocional, entre eles, o pastor Israel Mais destaca a separação.

Esta é uma experiência que trazemos desde o nascimento, quando ao saímos do útero materno, rompeu-se a nossa ligação com a mãe que nos gerou, o cordão umbilical é cortado e a partir daí outras vivências de separação serão provadas ao longo da vida, sendo capaz de produzir em nós resultados pouco agradáveis tais como:

  • Sentimento de rejeição;
  • Sentimento de abandono;
  • Sentimento de insegurança;
  • Ressentimentos diversos.

Cada um desses sentimentos citados, quando não observados e devidamente cuidados poderão desencadear no indivíduo sérias enfermidades da alma;

Segundo a psicóloga Lia Clerot, neste ponto trazemos um conceito ainda mais profundo da solidão com característica de enfermidade. Ela aqui, é o estado em que a pessoa não se sente parte de um todo. É o isolamento não apenas físico, mas emocional. Entre as causas da solidão, estão a sensação de incapacidade para se relacionar com outras pessoas, além do medo de ser julgado ou de não ser bom o suficiente para os outros.

Como efeito a pessoa poderá desenvolver uma baixa estima, ou um sentimento de autocomiseração, um complexo de inferioridade e outros transtornos que o levarão a ter uma qualidade de vida inferior e trará preocupações a outros.

A solidão quando se torna uma crise, ela normalmente se desdobra em outras nocivas enfermidades da alma, tais como o isolamento social e a depressão.

Segundo Lia Clerot, a baixa autoestima, falta de confiança e distúrbios psicológicos como a depressão podem ser gatilhos que promovem a sensação de isolamento. “O convívio social também pode provocar a solidão, pois existe a possibilidade de frustração por não nos sentirmos parte de determinados grupos. Isto acontece principalmente entre os jovens”, explica a especialista.

De acordo com dados de pesquisa realizada pelo Cigna, uma organização americana de serviços de saúde, indivíduos com 18 a 22 anos de idade são os que mais sofrem com a solidão.

Para a psicóloga Adriana de Araújo, a intensidade da solidão também varia, podendo ser:

  • Leve: com presença de pensamentos negativos;
  • Mediana: presença de pensamentos negativos que trazem sofrimento;
  • Intensa: pensamentos negativos que trazem profundo sofrimento e a sensação de que não há esperança ou possibilidade de resolução.

Neste último caso, é imprescindível que se busque ajuda de um especialista.

Também é possível que a solidão surja como consequência de um evento externo, como o término de um relacionamento ou a morte de um ente querido.

Na Bíblia encontramos o caso do profeta Elias que após uma grande decepção e ser ameaçado de morte por uma rainha ímpia, esqueceu-se do que Deus lhe fizera no Carmelo, decidiu fugir da fúria imperial e se foi deserto adentro (1Re 19.2-4). Por duas vezes Deus teve que intervir no solitário e depressivo profeta que pedia a morte (1Re 19.4-7). 

Certo é, que uma vez a solidão sendo vista como um problema, a mesma deve ser imediatamente tratada e jamais poderá ser negligenciada, pois vimos quão sérias podem ser as suas consequências.

1.3 – Sozinho em meio à multidão

Por Cláudio Roberto de Souza

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