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Betel Adultos – 1º Trimestre 2023 – 15-01-2023 – Lição 3 – Particularidades do Servo

16/01/2023

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

“Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.” Marcos 8.2

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Marcos 8.1-3,6 

1- Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-Ihes: 

2- Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer. 

3- E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe. 

6- E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e tendo dado graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles; e puseram-nos diante da multidão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Falar acerca da identidade de Jesus. 
  • Mostrar que a autoridade de Jesus está acima de tudo. 
  • Destacar a compaixão de Cristo.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos. Paz do Senhor.

Antes de iniciarmos, faz-se necessário comentarmos que o autor da revista escreveu a palavra servo com inicial em letra maiúscula para simbolizar um substantivo próprio, porém tal palavra não o é, haja vista, não ser um nome do Senhor e sim uma qualidade.

Cada um dos evangelhos apresenta Jesus sob a perspectiva do escritor e o Evangelho escrito por Marcos o apresenta o servo sofredor e o filho de Deus, abordando com maior ênfase a história de Jesus sob uma perspectiva de serviço e discipulado.

De uma forma bem marcante, Marcos não aborda os atos de Jesus, demonstrando que Ele era um homem de ação que tinha um lindo propósito de ensinar seus 12 discípulos a respeito do tipo de comportamento que Deus queria que eles tivessem.

Analisando os textos escritos por Marcos, verificamos que Jesus colocava em prática aquilo que deveria ser feito, ensinando os discípulos através da prática.

Esta prática está em consonância com os ensinos descritos na carta de Tiago, que demonstra a importância de colocarmos em prática tudo aquilo que aprendemos na Palavra de Deus.

“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” (Tg 1.22 – ARC)

Fica evidenciado por Marcos que Jesus não era um teórico como muitos religiosos são e que durante todo seu ministério, o Senhor fez questão de demonstrar que a aparência não é mais importante que a ação ou a prática daquilo que cremos ou professamos.

A história das religiões nos mostra que sempre existiram pessoas com uma religiosidade muito forte, deixando a prática de uma vida piedosa para viver uma vida de aparências.

O evangelista Mateus, abordando as histórias de Jesus sob uma ótica diferente, mostra que Jesus foi muito duro em relação àqueles que deveriam ser exemplos do povo, mas não eram.

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” (Mt 5.17-20 – ARC)

Existe uma frase muito conhecida, intimamente ligada ao assunto que estamos abordando, escrita pelo francês São Bernardo de Clairvaix que diz: “De boas intenções o inferno está cheio.”

O servo sofredor é descrito no livro do profeta Isaías, 700 anos antes de Jesus nascer e uma grande parte dos teólogos acredita que realmente o profeta Isaías estava falando sobre Jesus Cristo.

No link abaixo você tem uma explicação bem completa sobre os motivos que levaram a associação do texto de Isaías 52-53 com o Senhor Jesus.

https://teologiabrasileira.com.br/o-servo-sofredor-em-isaias-52-13-53-12/

O escritor brasileiro Gustavo, da Igreja Batista Maranata em São José dos Campos, traz um comentário interessante a respeito deste assunto.

“Além disso, vemos como Jesus estabelece um novo modelo de liderança — Ele lidera através do serviço. Comparando todos os Evangelhos, Marcos é quem mais destaca isso. Jesus é retratado como o Servo Sofredor de Isaías 53, que veio servir e sofrer em favor de Seus servos (Marcos 10.45). Por sermos discípulos e seguidores de Cristo, devemos imitá-lo no serviço, considerando os outros superiores a nós mesmos e ajudando-os a conhecerem a Jesus.” 

Este Jesus, descrito por Marcos, nos ensina a vivermos uma vida de serviço ao Deus todo poderoso, com o objetivo de glorificá-lo em tudo o que fizermos.

1 – A IDENTIDADE DO SERVO

A palavra identidade, vem do latim “identitas” e pode ser conceituada como o conjunto das características e dos traços próprios de um indivíduo ou de uma comunidade.

De acordo com o site http://significados.com.br, a palavra identidade é conceituada da seguinte forma:

“Identidade é a qualidade de idêntico. É o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio. É o conjunto de caracteres particulares, que identificam uma pessoa, como nome, data de nascimento, sexo, filiação, impressão digital etc.” 

A Filosofia utiliza-se este conceito para descrever algo que é diferente dos demais, porém idêntico a si mesmo.

O filósofo e sociólogo alemão, Jurgen Habermas traz um conceito bem interessante sobre esta palavra.

“A autoidentificação predicativa que efetua uma pessoa é, em certa medida, condição para que essa pessoa possa ser identificada genericamente e numericamente pelas demais”.

De forma simples, a identidade expressa as características de uma pessoa ou sociedade e mescla conceitos relacionados à personalidade e ao caráter.

Para a Sociologia, toda e qualquer identidade é construída pela história que cada pessoa coleciona desde seu nascimento e também por sua matéria genética.

A palavra servo também vem do latim que é a base da língua portuguesa.

De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a palavra servo tem os seguintes significados.

  1. Aquele que não dispõe da sua pessoa, nem de bens. 
  1. Homem adstrito à gleba e dependente de um senhor. ≠ SUSERANO 
  1. Pessoa que presta serviços a outrem, não tendo condição de escravo. = CRIADO, SERVENTE, SERVIÇAL 
  1. Pessoa que depende de outrem de maneira subserviente. 
  1. Que não tem direito à sua liberdade nem a ter bens. ≠ LIVRE 
  1. Que tem a condição de criado ou escravo. 
  1. Que está sob o domínio de algo ou alguém.

De acordo com o teólogo americano Norman Champlim, a palavra servo traz algumas características marcantes, tanto no hebraico como no grego.

“A palavra hebraica mais usada é ebed,  «servo»,  «escravo». Ela ocorre por quase setecentas e sessenta vezes no Antigo Testamento. Na Septuaginta e no Novo Testamento, essa palavra é traduzida por doulos, «escravo», pais, «criado», e, menos frequentemente, por therápon,  «servo  de  algum  deus»  e oikétes,  «escravo  criado  em casa». Outras palavras hebraicas usadas podem ser traduzidas por «jovem»,  «servo do templo»,  «trabalhador assalariado (em distinção a um escravo)». E outras palavras hebraicas incluem: diákonos, «mi­nistro»  ou  «ajudante»; misthíos  ou  misthotós,  «mercenário»,  e uperétes, «ajudante»,  «assistente».”

A palavra doulos vem da palavra deo que significada “atar um laço, prender, atar, prender com cadeias, lançar em cadeias.”

Sendo assim, significa “escravo, servo, homem de condição servil, alguém que se rende à vontade de outro e alguém que está permanentemente em servidão, em sujeição a um mestre.

O termo latino servus converteu-se, em português, em servo. O conceito é usado, de acordo com os dicionários, para designar todo o escravo que se destaca ao serviço de um senhor.

Apesar desta definição, costuma fazer-se a diferença entre o servo e o escravo. O servo recebia do senhor feudal uma vivenda e terra para trabalhar e podia ficar com uma percentagem da colheita. Além do mais, para a lei, era um homem livre. O escravo, no entanto, era uma propriedade do seu amo.

A figura do servo era frequente no regime feudal. Tratava-se então de uma instituição que consagrava um vínculo social conhecido como servitude, que unia um campesino (ou servo) com um nobre (o senhor feudal) através dos serviços que o primeiro prestava ao segundo. O senhor, por sua vez, recompensava o servo por essa fidelidade.

A palavra servo descreve alguém que é submisso ao seu senhor, mas que o faz por amor e gratidão pelo que ele lhe tem feito a si e aos que são de sua parentela.

O conceito apresentado por Marcos a respeito de Jesus como servo mostra um homem que entregou sua vida a serviço de Deus e favor da humanidade.

“Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. (Mc 10.45 – ARC)

Em outra tradução:

“Porque até Eu, o Messias, não estou aqui para ser servido, mas para socorrer aos outros, e para dar a minha vida a fim de salvar muitas”. (BV)

O apóstolo Paulo fala sobre Jesus como alguém que foi sujeito a Deus, sendo um exemplo de humildade e servidão.

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;  e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp 2.3-8 – ARC)

1.1 – Muitos não conheciam a identidade do Servo

A característica servil não era própria dos judeus e seus líderes religiosos tornaram-se extremamente arrogantes e prepotentes na época em que Jesus esteve neste mundo.

Eles eram líderes de um movimento para trazer o povo de volta a uma submissão estrita à palavra de Deus e eram considerados geralmente como os servos mais espirituais e devotos de Deus.

A oposição vigorosa de Jesus contra eles deixava muitos perplexos, pois a maioria das pessoas daquele tempo pensava que se alguém fosse fiel ao Senhor, certamente seriam os fariseus.

Desta forma, quando Jesus se apresentou com humildade e genuíno interesse pelos menos favorecidos, estes líderes religiosos o reputaram como um falso profeta.

Para os judeus, o Messias seria alguém importante que os resgataria da servidão sócio financeira, imposta pelos romanos, porém, o propósito de Jesus era livrar os homens do fogo do inferno.

Os fariseus buscavam as honras dos homens (Mc 12.38-40); amavam o dinheiro (Mc 12.40); viviam de forma hipócrita e rejeitavam o propósito de Deus para seu povo.

Quando Jesus começou seu ministério, os judeus observaram que Ele era completamente diferente dos chamados “homens de Deus” e comprovaram que as palavras que ministrava possuíam vida.

O apóstolo Pedro, diante de um discurso muito forte de Jesus a respeito da salvação, experimentou algo sublime sobre a presença de Jesus em sua vida, reafirmando que Jesus é o Messias prometido.

“Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus.” (Jo 6.66-69 – ARC) 

O pastor John Stott, no livro “As controvérsias de Jesus”, traz um rico estudo a respeito deste assunto.

“Vemos, nos Evangelhos, a distância que separava Jesus dos fariseus. Estes evitavam o contato com todos os excluídos. Aquele, no entanto, os acolhia como amigos; Jesus tocava os intocáveis. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!”. Por que isso? Qual era a causa desse desacordo entre eles? A resposta é simples: a maior preocupação dos fariseus era com eles mesmos e com um modo de manter sua própria pureza, enquanto a prioridade de Jesus Cristo eram os outros – como “buscar e salvar o que estava perdido”. A fim de explicar e defender o que fez, Jesus recorreu a uma série de imagens ou parábolas marcantes. Para começar, ele se comparou a um médico que se dedica ao cuidado de doentes e, portanto, assume o risco de se contagiar. Foi assim que ele respondeu à pergunta indignada dos fariseus sobre o motivo de comer com publicanos e pecadores: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores”. Mais uma vez, quando os fariseus murmuraram, dizendo: “Este homem recebe pecadores e come com eles”, Cristo respondeu comparando-se com um pastor que havia perdido uma de suas cem ovelhas. Ele não abandonaria a ovelha perdida, nem aguardaria com esperança ouvir seu balido no caminho de casa. Ele preferiria abandonar as 99 que estavam seguras para sair à procura da que estava perdida e em perigo. Ele continuaria a busca até encontrá-la. Esse encontro levaria a uma alegria que ele gostaria de compartilhar com seus amigos e vizinhos. O que distinguia Jesus dos fariseus era, em uma palavra, a graça, a iniciativa divina que primeiro busca e depois salva o pecador perdido. Como explicou o estudioso judeu C. G. Montefiore, “os rabinos haviam dito que se o pecador voltar para Deus, este irá recebê-lo; eles não disseram que o amor de Deus sai à procura do pecador onde ele está. Todavia, é isso que dizem os Evangelhos”. Passemos de um pastor que perdeu uma de suas cem ovelhas para uma mulher que perdeu uma de suas dez moedas. Talvez a dracma, a moeda de prata que havia se perdido, tivesse um valor sentimental além do monetário. Talvez fosse um adorno ou uma das dez moedas de prata que as mulheres palestinas usavam naquela época para mostrar que eram casadas, assim como a aliança de casamento de nossos dias. Em todo o caso, ao perdê-la, ela sentiu falta da moeda. Não lhe ocorreu apenas aceitar a perda. Em vez disso, ela acendeu uma lâmpada e varreu toda a casa, procurando atentamente até encontrá-la. Então, mais uma vez, com a moeda recuperada, como no caso da ovelha encontrada, a descoberta levou a uma alegria que, por sua vez, levou a uma celebração da qual amigos e vizinhos foram convidados a participar. “Da mesma forma” – disse Jesus – “há alegria [no céu,] na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. Foi isso que faltou aos fariseus. Eles não se alegraram; eles murmuraram. A mais longa das três parábolas sobre perda ilustra a mesma verdade básica sobre a compaixão divina, porém vai mais fundo e acrescenta o tema do irmão mais velho. A graça de Deus no ministério de Cristo, já exibida no médico, no pastor e na mulher, agora é vista no pai. E não é difícil ver os paralelos entre, primeiro, os publicanos e o filho pródigo e, segundo, os fariseus e o irmão mais velho. Não devemos minimizar a rebeldia do filho mais novo. Quando confessou mais tarde: “Pequei”, ele estava dizendo a verdade. Ele havia perdido sua fortuna por causa da insensatez e sua honra por causa do pecado. Dificilmente poderia estar pior. Ele não só havia perdido tudo o que possuía, como também ele próprio estava perdido. Durante todo o tempo, seu pai ficou na expectativa de encontrá-lo e nunca perdeu a esperança. Sua paciência não vacilou. Seu amor não desapareceu. Ele perseverou. E quando, finalmente, avistou o filho, ainda longe, voltando para casa, imediatamente, “cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou”. Mais uma vez, a ênfase está na iniciativa da graça. O pai não esperou que o filho chegasse em casa; correu para se encontrar com ele e acolhê-lo. Não esperou que ele se reconciliasse. Não o rebaixou à vida de servo que sabia que ele merecia. Não, ele o restaurou imediatamente como filho na família e honrou-o com um anel, com sandálias e com a melhor vestimenta. Ele nem mesmo esperou que o rapaz terminasse seu pedido de desculpas; interrompeu-o para ordenar que preparassem uma festa. Entretanto, quando todos começaram a comemorar, a atitude pessimista do irmão mais velho de não querer participar da festa lançou uma sombra sobre ela. Ao descobrir o motivo da música e da dança, ele ficou com raiva e recusou-se a entrar, a despeito dos apelos que o pai lhe fez. Ficou ressentido com a recepção dada ao seu irmão, especialmente uma vez que sua própria lealdade ao pai não lhe parecia ter sido adequadamente reconhecida. Este filho representa aqueles que consideram que a religião tem a ver com o mérito das pessoas, para quem a ideia de graça é injusta e até mesmo imoral. Ele nada sabia sobre a culpa que nenhum ato humano pode remover, sobre a oferta divina de perdão imerecido, sobre a alegria celestial por pecadores que se arrependem. Foi áspero, amargo, hipócrita e insensível. Enquanto outros comemoravam, ele permaneceu à distância, aborrecido. Em suma, ele era um fariseu.”

A religiosidade tem cegado pessoas desde os tempos primórdios e muitos cristãos, incluindo pastores de “renome”, se deixam levar pelas coisas passageiras deste mundo, tornando-se completamente diferentes de Jesus e isto traz um grande prejuízo à obra de Deus.

Precisamos compreender que Jesus é Deus e que Ele nos ensina, através do seu comportamento, que o Pai deseja que tenhamos uma vida pautada no amor e na comunhão íntima com Ele.

Quando conseguirmos agir desta forma, teremos compreendido realmente quem é Jesus.

1.2 – O Servo conhecido progressivamente

Definitivamente, Jesus foi o homem mais importante que este mundo já conheceu.

Não podemos desmerecer o que Nelson Mandela fez pelo mundo, nem tampouco o que Mahatma Gandhi fez, porém, ninguém conseguiu influenciar os seres humanos a mudar sua vida, como o fez Jesus.

Este Jesus é a revelação plena de Deus para os seres humanos e o apóstolo João nos traz um conceito muito importante sobre Ele, demonstrando aos judeus que Jesus é a manifestação de Deus para os seres humanos.

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14 – ARC)

A palavra grega para habitou é “eskenosen” que significa “tabernaculou”, fazendo menção à presença de Deus no meio do seu povo, na ocasião do Tabernáculo.

O próprio Deus tabernaculou, ou seja, passou a viver no meio dos seres humanos e esta é a revelação mais importante que já existiu sobre Jesus.

Desde os tempos antigos, o Senhor tem se revelado aos seres humanos, em especial aos judeus, demonstrando que tem interesse em viver em nossa companhia e a revelação de Jesus é o ápice disto.

O profeta Isaías, conhecido como aquele que mais falou sobre o surgimento do messias, traz um texto marcante, demonstrando como seria sua atuação.

“Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” (Is 7.14 – ARC) 

A palavra Emanuel significa “Deus conosco” e quando Jesus nasceu, Deus literalmente esteve com os judeus.

O evangelista Mateus nos mostra que antes do nascimento de Jesus, um anjo apareceu a José, marido de Maria e lhe revelou que o salvador do mundo nasceria dela.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus conosco). E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher, e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de Jesus.” (Mt 1.18-25 – ARC)

Deus sempre esteve com Seu povo, na coluna de nuvens acima do tabernáculo, na voz dos profetas, e na arca da aliança, mas Deus nunca esteve tão claramente presente com Seu povo como através de Seu Filho Jesus, nascido de uma virgem, o Messias prometido.

1.3 – Andar com o Servo nos faz conhecê-lo

Quando Deus criou o mundo, a Bíblia nos mostra que Ele colocou Adão e Eva no Jardim do Éden e começou a ter um relacionamento com eles (Gn 3.8).

Acredita-se que os primeiros seres humanos conheciam Deus como era, pois não haviam sido afetados pelo pecado.

Conhecer é sinônimo de: experimentar, perceber, saber, acatar, obedecer, aceitar e visitar.

Jesus viveu por três anos e meio junto aos discípulos, revelando-se à eles de todas as formas possíveis.

Marcos traz um texto muito marcante sobre este assunto.

“E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios” (Mc 3.13-15 – ARC)

Em outra tradução:

“Depois Jesus subiu às montanhas e convocou alguns que escolheu, e os convidou a subir e reunir-se com Ele ali; e eles foram. Então Ele selecionou doze deles para serem seus companheiros constantes e saírem para pregar e expulsar demônios.” (BV) 

Foi Jesus quem escolheu aqueles homens e não o contrário e isto também acontece com cada pessoa que se salva (Jo 15.16,17).

A partir do momento que aqueles homens viram Jesus, suas vidas foram completamente transformadas e a caminhada de aprendizado que tiveram revelou-lhes o verdadeiro Deus, que era muito diferente do que conheciam.

Da mesma forma, a caminhada cristã tem o propósito de fazer com que cada cristão tenha uma revelação plena de Deus e de seu amor e, à medida que nos dedicamos ao estudo da Bíblia Sagrada, através do Espírito Santo, este Deus nos é apresentado.

A partir do momento que nos convertemos, o Espírito Santo começa a habitar (morar) em nós e dá-se início o processo de santificação, onde este mesmo espírito transforma nossa natureza pecaminosa através da Palavra de Deus. Quanto mais nos relacionarmos com o Senhor, mais parecidos com Ele seremos.

O apóstolo Paulo abordou este assunto de uma forma sublime em sua carta aos coríntios, demonstrando que, em Cristo, nossa natureza é transformada.

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.” (2 Co 5.17-20 – ARC)

Neste texto, Paulo também fala que o Senhor nos transformou em embaixadores ou representantes de Deus neste mundo com o intuito de sermos propagadores do amor de Deus.

O escritor brasileiro, Leonardo Carvalho, nos traz um rico comentário sobre este assunto.

“O termo discípulo no grego é traduzido por aluno, mas a informalidade de Cristo e como ele apresenta sua mensagem, quase exclui a relação mestre e aluno estabelecida nas escolas judaicas. Seus seguidores não estavam em busca da sua interpretação da lei, mas da sua mensagem do reino. Sua maneira como interpelava as antigas tradições, trazendo à tona em cada uma de suas parábolas os valores do reino, demonstra a perspectiva de esperança da sua mensagem. Jesus tinha uma radicalidade em sua mensagem que confrontava e desafiava aqueles que se colocavam a caminho com ele. A comunhão de vida do discípulo com Jesus é comunhão de destino. Ela vai ao ponto de exigir do discípulo estar disposto a sofrer o mesmo que Jesus – até perseguição e execução. Essa é a nossa relação com Cristo e esse é o nosso desafio radical. Ser discípulo é arcar com a responsabilidade das escolhas, mas ao mesmo tempo, vivenciar a esperança do evangelho. Deus tem nos chamado a isso. Responda a sua voz e o busque. Há muito a ser feito, e nós somos instrumentos de mudança em nossa comunidade. Pense nisso!”

2 – A AUTORIDADE DO SERVO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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