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Betel Adultos – 1º Trimestre 2023 – 05-02-2023 – Lição 6 – A autoridade do Servo

04/02/2023

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Marcos 4:41

41 E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Marcos 4:35-40

35 E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem.

36 E eles, deixando a multidão, o levaram consigo,

assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos.

37 E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água.

38 E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?

39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.

40 E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Evidenciar as manifestações da autoridade do Servo; 
  • Expor a autoridade demonstrada pelo Servo; 
  • Demonstrar a abrangência da autoridade do Servo.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Nesta oportunidade iremos refletir sobre um dos aspectos mais impressionantes de Jesus Cristo – sua autoridade.

Desde a menor célula social, encontraremos a autoridade sendo exercida; na família e até entre irmãos, no trabalho, nos governos, na igreja ou em qualquer sistema organizacional.

Champlin define e explica:

“O termo «autoridade» vem do latim ‘auctoritas,’ derivada de ‘auctor’, «causa», «patrocinador», «promotor», «fiador». ‘Auctontas’ era o termo legal romano para indicar a fiança em uma transação, a responsabilidade por um menor de idade, ou o peso de uma opinião. O senado tinha uma autoridade que não podia ser ignorada. A autoridade pessoal deriva-se do reconhecimento de que alguém sabe e tem realizações em um campo específico. Autoridade oficial é aquela dada a uma pessoa em razão de uma função ou poder que lhe tenha sido conferido por outros, de acordo com a lei, com os costumes ou com outras convenções sociais. Os objetos (como um livro) podem tomar-se autoritários pelo consenso de muitos. — Ou podemos usar os termos autoridade externa ou autoridade interna. A externa é aquela conferida a uma pessoa que se tornou oficial nomeada por outros, como um governador, um policial, um professor, etc. A interna é aquela residente em um argumento convincente ou em um importante exemplo ou em uma experiência moral ou espiritual.”

Jesus, em sua manifestação corpórea ou encarnação causou o espanto de todos ao seu redor, pois sujeitou a natureza, as enfermidades e até mesmo os espíritos malignos a sua autoridade; algo jamais visto até então.

A partir de agora iremos abordar a autoridade sobrenatural de Cristo sob três aspectos (natureza, enfermidades e demônios) que o homem, simplesmente se mostra rendido, mas Jesus, não!

1 – AUTORIDADE SOBRE A NATUREZA

Dentre todos os homens que existem e já existiram ou mesmo aqueles que ainda hão de se manifestar nesta terra, jamais se ouviu algo semelhante do que saiu dos lábios de Jesus. Trata-se da expressão mais poderosa que se pode soar aos ouvidos; senhores, reis, ministros, presidentes, ditadores, governantes em geral, jamais chegaram próximos de tal afirmação. Leiamos:

Mateus 28:18

18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. (ARC)

Não há nada mais poderoso que esta afirmação. Dentre os atributos divinos, a onipotência e a soberania, são aquelas que mais se aproximam da autoridade de Jesus.

Enquanto a onipotência é o poder ilimitado de Deus, ilustrado na criação e demonstrado na sustentação da mesma (Gn 1 e 2; Cl 1.16). Ele é o Todo-Poderoso (Gn 17:1; Sl 19; 2 Co 6:18; Ap 1:8; 4:8; e 21:22); é o Seu controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que pode existir. Por outro lado, a soberania é o direito absoluto de governar suas criaturas e delas dispor como lhe apraz. (Dn 4:35; Mt 20:15; Rm. 9:21.) Ele possui esse direito em virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas, e da absoluta dependência delas perante Ele para que continuem a existir. Portanto, Jesus declara que não há absolutamente nada na terra (acima, sobre ou abaixo) ou no céu (inclui todo o universo), mais poderoso ou que exerça maior autoridade do que Ele! Aleluia!

O evangelho de Marcos dará algumas demonstrações concretas de Jesus confirmando a sua declaração de Mt 28.18 (exposto acima).

1.1 – Autoridade sobre a tempestade

É sabido que a autoridade exercida sobre algo, significa, a princípio, que aquele que exerce a autoridade está acima daquilo que está sendo controlado, dominado ou subjugado. Uma força menor não domina algo maior.

Marcos 4:39

39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. (ARC)

Na ocasião em que Jesus exerce a sua autoridade sobre a tempestade fazendo-a cessar com uma simples ordem verbal, demonstra explicitamente que a criação, isto é, tudo o que está debaixo das palavras: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Gn 1.1), está sob o domínio ou autoridade do seu Criador. Não existe nada no reino natural que escape do poderio e autoridade de Deus, Portanto, Jesus, ao repreender o vento e ordenar que o mar se acalmasse, revelou o seu aspecto divino, ou seja, a sua natureza divina e o seu relacionamento com o Pai – Ele é definitivamente, o Filho de Deus, Ele é definitivamente Deus – “Eu e o Pai, somos um.” (Jo 10.30)!

O texto diz que uma tempestade se formou no mar da Galileia. Leiamos:

Marcos 4:37

37 E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água. (ARC)

A expressão: “grande temporal de vento” significa “tufão”, isto é, uma tempestade severa e repentina. Alguns estudiosos, creditam que tal tempestade foi causada por Satanás, mas particularmente não acredito. Perceba que a sequência dos milagres operados por Jesus registrados no contexto de Marcos 4.35-41 e 5.1-43 (acalmou a tempestade, expulsou os demônios do gadareno, curou e ressuscitou a filha de Jairo), estão assim alinhados, a  fim, de demonstrar a autoridade de Cristo sobre a natureza, os demônios e enfermidades respectivamente. Se a tempestade tivesse sido causada pelo diabo, a autoridade de Jesus seria sobre o diabo e não sobre a natureza. Reforça a minha opinião, o fato de o mar da Galileia estar localizado em uma região propícia a grandes tempestades.

A. Elwood Sanner dá alguns detalhes sobre o mar da Galileia: “Um lago de água fresca no norte da Palestina, em forma de coração, com cerca de vinte quilômetros de comprimento por treze de largura, duzentos metros abaixo do nível do mar. O mar era um lugar de beleza inspiradora: era um centro de atividade comercial na época de Jesus. Com montanhas margeando a maior parte do lago, era sujeito a violentas tempestades por causa das fortes correntes de ar frio que vinham dos níveis mais altos até os mais baixos.”

Warren W. Wiersbe, complementa: “A localização geográfica do mar da Galiléia é propícia ao aparecimento de tempestades repentinas e violentas”.

A Bíblia relata que havia outros barquinhos enfrentando a mesma tempestade e que muitos deles, senão todos, naufragaram. É importante destacar que alguns dos discípulos (Pedro, Thiago, João, André e Felipe) eram pescadores, portanto, estavam acostumados com o mau tempo do mar da Galileia, mas aquela tempestade lhes causou tamanho pavor, que temeram pela própria vida. Leiamos:

Marcos 4:38b

Mestre, não te importa que pereçamos? (ARC)

A tempestade descrita aqui deve ter sido particularmente violenta, uma vez que foi capaz de deixar até pescadores experientes, como os discípulos, em pânico.

Warren W. Wiersbe afirma que havia pelo menos três bons motivos para que nenhum deles se sentisse perturbado, apesar de a situação parecer tão ameaçadora.

Em primeiro lugar, tinham a promessa de Jesus de que chegariam ao outro lado (Mc 4:35). Sempre que o Senhor ordena que se faça algo, também capacita a obedecer, e nada impede que cumpra seus planos. Não prometeu uma viagem fácil, mas sim que chegariam à outra margem.

Em segundo lugar, Jesus estava com eles em pessoa, então por que ter medo? Já haviam visto seu poder demonstrado em vários milagres, de modo que deveriam confiar plenamente que Jesus seria capaz de lidar com aquela situação. Por algum motivo, os discípulos ainda não haviam entendido que Jesus era, de fato, o Senhor de todas as situações.

Por fim, podiam ver que, mesmo em meio à tormenta, Jesus estava absolutamente tranquilo. Esse fato, por si mesmo, deveria tê-los encorajado. Jesus fazia a vontade do Pai e sabia que Deus estava cuidando dele, então aproveitou para dormir. Jonas dormiu durante a tempestade por causa de uma falsa sensação de segurança, apesar de estar fugindo de Deus. Jesus dormiu na tempestade porque sentia-se, verdadeiramente, seguro na vontade de Deus. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (SI 4:8).

A ordem de Jesus para acalmar a tempestade é algo do tipo: Acalma-te, emudece! Literalmente, “fique quieto, fique em silêncio”; um comando para que a tempestade cessasse total e imediatamente, e não gradualmente.

Sanner explica que os milagres de Jesus, especialmente os “milagres da natureza”, são uma ofensa para aqueles que rejeitam o que é sobrenatural. Quando alguém admite o maior de todos os milagres, a Encarnação, os milagres do Novo Testamento também são aceitos. De qualquer forma, a rejeição deste milagre simplesmente não leva em consideração o responsável relato de Marcos 4.39 (“E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.”).

Tendo repreendido os elementos da natureza, Jesus se voltou aos seus perturbados seguidores e lhes repreendeu: “Por que sois tão tímidos?” (Mc 4.40) Se Ele censurou a falta de coragem deles, será que elogiaria os nossos temores? Nós vivemos em uma era de ansiedade. A preocupação não é um adversário manso. Mas em oposição ao medo, Jesus estabelece a fé. O nosso Senhor nos ajuda nesse ponto. “No dia em que eu temer, hei de confiar em ti” (SI 56.3).

Sem palavras, os discípulos agora “sentiram um grande temor” (Mc 4.41). Literalmente: “Estavam apavorados com grande medo”. Sanner afirma que os discípulos fizeram a maior pergunta da vida: “Mas quem é este?” A resposta correta para esta pergunta é a única solução para a questão dos milagres. O singular do verbo obedecer no texto original indica que se pensou em cada elemento separadamente. Até mesmo o vento, até mesmo o mar, obedecem a Ele.” (Mc 4.40). Isto é, tanto o vento, como o mar, obedecem ao comando de Jesus do mesmo modo – Aleluia!

Essa foi apenas uma das muitas lições que Jesus ainda ensinaria a seus discípulos nos arredores do mar da Galiléia, e cada lição revelaria uma verdade nova e maravilhosa sobre o Senhor Jesus. Os discípulos já sabiam que ele tinha autoridade para perdoar pecados, expulsar demônios e realizar curas. Com essa experiência, descobriram que Ele possuía autoridade até mesmo sobre o vento e o mar. Assim, não tinham motivos para temer, pois o Senhor estava sempre no controle de toda situação.

Portanto, é possível confiar em Jesus durante as tempestades da vida.

1.2 – Autoridade sobre o vento

Como já dissemos repetidas vezes, o evangelho de Marcos trata das ações de Cristo. Ele sai de um cenário e se move rapidamente para outro.

Jesus acabara de alimentar uma multidão com cinco pães e dois peixes e logo ordenou que os discípulos entrassem no barco e retornassem para Betsaida e Ele subiu ao monte para orar (Mc 6.45.46).

Sanner esclarece que aparentemente, o rigor da ordem de Jesus aos discípulos para entrarem no barco (que pode significar obrigação) era necessário por causa da excitação messiânica que pairava no ar. Jesus, “sabendo, pois… que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei” (Jo 6.15), não queria que os discípulos encorajassem esse movimento.

Existe um problema geográfico por causa do seu destino, Betsaida. Os discípulos estavam partindo de uma praia localizada a nordeste do mar da Galiléia. Aparentemente, o outro lado não seria Betsaida, que estava localizada exatamente do lado leste da foz do Jordão. Além disso, a terra onde eles chegaram era Genesaré (Mc 6.53), que ficava a uma curta distância da margem ocidental de Cafarnaum. Entretanto, por causa do contorno oval desse lago, Betsaida poderia ter sido descrita como estando no outro lado da praia oriental. O efeito do vento contrário (Mc 6.48) pode ter levado os discípulos a perder o curso e chegar no lado ocidental do lago em Genesaré.

Sanner afirma que a morte de João e a atitude das pessoas provocaram uma outra crise em sua carreira que exigia oração e concentração. Será que mais uma vez Ele enfrentava a tentação de conquistar as pessoas através da aclamação popular e não pelo caminho da cruz (Lc 4.5-8)? Dessa forma, durante algum tempo os discípulos ficaram separados do seu Senhor, eles no meio do mar, e ele, sozinho em terra (Mc 6.47).

Das montanhas que contemplam o mar da Galiléia, Jesus podia ver os discípulos que se fatigavam a remar (Mc 6.48), enfrentando um vento contrário. A linguagem é bastante forte: “Eles estavam aflitos ao remar” (RSV). Moffatt traduz o texto dizendo que “se fatigavam enquanto remavam”. A palavra ‘fatigavam’ (basanizomenous) significa literalmente que estavam “sendo provados pela tortura”, portanto, “atormentados” ou “aflitos”. Eles estavam, sem dúvida, fatigados não só pelo vento, mas também por verificarem que uma tempestade havia se colocado no caminho do dever, e que Aquele que os havia enviado estava “ausente”.

Perto da quarta vigília da noite (3 horas da madrugada), Jesus se aproximou de seus fatigados discípulos andando sobre o mar, e literalmente, com o propósito de passar-lhes adiante.

Swete afirma que, “como no caso dos discípulos de Emaús (Lc 24.28), a finalidade era testar e, pela provação, fortalecer-lhes a fé (cf. Jo 6.6)”.

Assustados pelo que parecia ser um fantasma, e alarmados com medo de que Ele simplesmente passasse por eles, os discípulos gritaram (Mc 6.49). Mas não era uma aparição. Todos o viram e perturbaram-se (Mc 6.50), pois não podiam compreender esse Homem que havia acalmado a tempestade, alimentado milhares de famintos e que agora andava sobre o mar. Como a fé cresce devagar!

A razão era a recorrente dureza de coração deles (Mc 8.17). A palavra ‘endurecido’ (peporomene) sugere o endurecimento do concreto, de modo que eles não eram impressionáveis. De modo superficial, ficavam frequentemente admirados e maravilhados, mas essa admiração durava pouco e era apenas exterior. Essa tendência de voltar a uma dureza espiritual representa uma das inclinações mais profundas do coração humano. Depois do Pentecostes, essa recorrência desapareceu. Uma das importantes promessas que fazem parte da nova aliança é a declaração: “Tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne” (Ez 36.26).

Se esse milagre parece misterioso para nós, devemos nos lembrar de que aqueles que o testemunharam ficaram extremamente impressionados, e se maravilharam (Mc 6.51) Entretanto, Jesus se aproximou deles em meio àquela aflição, dizendo: “Tende bom ânimo, sou eu; não temais.” E quando Ele subiu no barco, o vento se aquietou.

Barclay conclui: “Trata-se de um simples fato da vida… quando Cristo está presente a tempestade se acalma, o insuportável se torna suportável e os homens ultrapassam seus limites sem se despedaçar”.

Sob o comando da voz de Jesus Cristo, tudo lhe obedece, até mesmo os eventos relacionados a natureza, como o caso do vento, registrado nessas linhas.

1.3 – Autoridade sobre as árvores

Marcos 11:12-14; 20-21

12 E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome.

13 Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.

14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso.

20 E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes.

21 E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira que tu amaldiçoaste se secou. (ARC) 

Marcos registra que na manhã (Mc 11.20) do dia seguinte à purificação do Templo (Mc 11.15-19), passando pelo caminho de volta a Jerusalém, os discípulos viram que a figueira se tinha secado desde as raízes (Mc 11.20). No dia anterior, Jesus havia amaldiçoado a árvore pela sua pretensão de ter folhas, mas não ter frutos (Mc 11.12-14). E Pedro, lembrando-se desse acontecimento (Mc 11.21), provavelmente com alguma agitação, chamou a atenção de Jesus para a figueira que agora havia secado totalmente. A destruição da árvore era tão completa que chamava a atenção.

Os frutos das figueiras normalmente cresciam com as folhas verdes (Os 9.10). No caso, a figueira ostentava abundância de folhas e estava em um solo aparentemente bom, pois sua folhagem havia crescido antes da temporada (Mc 11.13b). Contudo, essa era uma árvore com muitos sinais de fruto, mas sem um fruto sequer!

Esse intrigante episódio de Jesus e a figueira estéril, detém forte sentido simbólico: a maldição da figueira representa o juízo de Deus sobre a hipocrisia. Nesta ocasião, Ele estava preocupado em mostrar o Seu descontentamento com a mentira, a hipocrisia, a infrutuosidade da liderança espiritual de Israel e do templo, apesar da exuberância e suntuosidade das aparências. Assim, Jesus não amaldiçoou a figueira apenas porque não tinha frutos, antes, ele a usou para proclamar um sinal profético, como antigos profetas já haviam feito (Jr 29.17; Jl 1.7).

Imediatamente após amaldiçoar a figueira, Jesus entrou no templo e expulsou os que vendiam e compravam por lá, derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que comercializavam pombas (Mc 11.15).

Conforme destaca o reverendo Hernandes Dias Lopes, apesar de seus muitos privilégios e oportunidades, Israel estava externamente sem frutos (figueira) e internamente corrompida (templo): tinha pomba, mas não vida; tinha rituais, mas não comunhão com Deus.

O resultado da maldição da figueira provocou a morte da árvore e ofereceu uma ocasião para outro assunto: o poder da fé, aliada a uma oração eficaz.

“Tende fé em Deus” (Mc 11.22), Jesus disse, e mais do que isso será possível. Talvez apontando para o monte das Oliveiras, sobre o qual se encontravam, e olhando para o mar Morto à distância, Jesus ensinou que “qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito” (Mc 11.23).

Entre os judeus, as montanhas eram geralmente consideradas símbolos de grandes dificuldades e obstáculos. Na literatura rabínica, o mestre que conseguia explicar uma passagem obscura era chamado de “removedor-de-montanhas.

Jesus, uma vez mais demonstra a sua autoridade sobre a natureza e aproveita para ensinar que chegaria o dia em que os discípulos teriam que enfrentar problemas tão grandes quanto uma montanha. Jesus os desafiou a fazer a “oração da fé” (Tg 5.15). Essa oração leva as dificuldades a Deus para que Ele dê a solução, e se move em um espírito de expectativa e fé.

Barclay diz: “Acredite que você recebeu tudo aquilo pelo que orou e pediu, e isso lhe será feito”.

Jesus não estabeleceu limites para as possibilidades da oração. Da mesma forma que ficaram espantados ao se depararem com a figueira completamente seca, nos espantamos quando milagres acontecem mediante a oração da fé.

2 – AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Equipe EBD Comentada

Postado por ebd-comentada


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