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Betel Adultos – 1º Trimestre 2023 – 05-02-2023 – Lição 10 – A manifestação pública do Servo em Jerusalém

03/03/2023

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Marcos 11:10

10 Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas! (ARA)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Marcos 11:1-7

1 Quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou Jesus dois dos seus discípulos

2 e disse-lhes: Ide à aldeia que aí está diante de vós e, logo ao entrar, achareis preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendei-o e trazei-o.

4 Então, foram e acharam o jumentinho preso, junto ao portão, do lado de fora, na rua, e o desprenderam.

5 Alguns dos que ali estavam reclamaram: Que fazeis, soltando o jumentinho?

6 Eles, porém, responderam conforme as instruções de Jesus; então, os deixaram ir.

7 Levaram o jumentinho, sobre o qual puseram as suas vestes, e Jesus o montou. (ARA)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Destacar que a casa do Senhor é lugar de oração; 
  • Ressaltar o zelo que Servo tinha pela casa do Senhor; 
  • Mostrar que o Servo é Rei e o Messias.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Já vimos que a manifestação de Jesus possuía um propósito sublime e que absolutamente nada, poderia desviá-lo ou distraí-lo da sua missão.

Desde o seu nascimento, Jesus veio tratar dos negócios do seu Pai (Lc 2.49) e impreterivelmente fazer a vontade do Pai que o enviou (Jo 5.39; 6.39).

 Ao final do seu ministério terreno, Jesus se deparou com uma enérgica perseguição encabeçada pelos religiosos de sua época, motivados pela mais pura inveja.

Jerusalém era a capital espiritual do seu tempo, um lugar onde se localizava o berço do farisaísmo e onde se concentrava o radicalismo religioso. Estar ali como referência espiritual, era um desafio perigoso, no entanto, Jesus ignorou as ameaças que envolvia a sua presença em Jerusalém e se dirigiu para este lugar a fim de anunciar a Sua mensagem. Tão logo, Jerusalém se tornaria o matadouro vislumbrado por Isaías (Is 53.7).

Jesus foi intrépido e sua missão era mais preciosa do que qualquer mal que pudesse vir a padecer. 

1 – UM EVENTO QUE ENTRARIA PARA A HISTÓRIA

É sabido que o Novo Testamento possui quatro evangelhos. Três são considerados sinóticos, que nada mais é do que a visão conjunta de algo que ocorreu ou que possibilita ver determinados eventos em seus vários ângulos ou percepções, resultando em uma visão mais completa do acontecimento.

Os livros de Mateus, Marcos e Lucas são considerados sinóticos e o quarto evangelho (João) não é tratado como tal, pois sua narrativa não se prende aos eventos como nascimento de Jesus, sua genealogia, seu batismo, tentação, não narra a instituição da ceia, a agonia no Getsêmani, o julgamento pelo Sinédrio. Até mesmo os milagres possuem propósitos diferentes, pois, enquanto nos sinóticos, Jesus realiza os milagres movido pela compaixão, em João, os milagres adquirem um caráter de sinais onde se manifesta a glória de Deus. Claro que há outras considerações que difere João dos sinóticos e que poderiam ser pontuadas aqui, porém, estas, já são suficientes.

Fato é que mesmo elencando algumas distinções do evangelho de João e os demais evangelhos, o episódio que narra a entrada triunfal do Filho de Deus em Jerusalém é descrito por todos os evangelhos (Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Lc 19.29-40; Jo 12.12-19). Tal caso indica a relevância deste evento para a história da vida de Jesus Cristo.

Ressaltamos que os detalhes dessa agitada semana no final do ministério terreno de Jesus, ocupam um terço do evangelho de Marcos (capítulos 11 a 16) e quase a metade do evangelho de João (capítulos 12 a 21), demonstrando a enorme importância espiritual desse acontecimento.

O pastor Ney Maranhão destaca que nos capítulos 11 e 12, Marcos narra a atuação de Jesus nas funções de Rei, Juiz e Profeta!

1.1 – A entrada do Servo em Jerusalém se aproxima

O “gran finale” do ministério de Jesus nesta terra se aproximava do fim e Jerusalém seria o palco do maior espetáculo da terra. O Filho de Deus sofreria a mais dura crueldade imposta a um inocente que resultaria em sua morte por crucificação, no entanto, ao terceiro dia, dentre os mortos, Ele ressuscitaria de forma miraculosa.

Jesus chega ao Monte das Oliveiras, cerca de 91 metros mais alto que Jerusalém e local historicamente associado à manifestação do Messias (Ez 11.23). Ele dá ordem aos seus discípulos para que fossem até uma aldeia e trouxessem um jumentinho (Mc 11.2).

Na Bíblia, o jumento é citado mais de 130 vezes. Alguns observam a figura do jumento como sendo algo depreciativo ou vergonhoso, mas a Bíblia mostra o contrário.

Geuza Leitão (Presidente da União Internacional Protetora dos Animais) afirma que a imagem do jumento era muito cara perante o mundo cristão, desde quando aparece como testemunha muda no estábulo junto à manjedoura onde estava depositado o Menino Jesus após seu nascimento em Belém. Carregou pacientemente no seu dorso a mãe com o Filho no colo, na caminhada em fuga para o Egito. Por final, conduz no seu dorso, o Nazareno na sua entrada triunfal em Jerusalém de volta de Betânia.

No Antigo Testamento, a bênção que Jacó concedeu a Issacar afirma que ele é um jumento de fortes ossos deitado entre dois fardos (Gn 49.14). O Anjo de Deus avisa a Agar, no deserto, que ela será mãe e seu filho será forte como um jumento selvagem (Gn 16.12). Os profetas anunciam que o Messias virá montado num jumento (Zc 9.9). Leiamos:

Zacarias 9:9

9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. (ARA)

Os preparativos para sua gloriosa entrada na cidade santa diferem dos praticados pelos grandes generais romanos.

Hernandes Dias Lopes explica:

“A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi totalmente diferente daquelas celebradas pelos conquistadores romanos. Quando um general romano retornava para Roma, depois de sua vitória sobre os inimigos, era recebido por grande multidão. O general vitorioso desfilava em carruagem de ouro. Os sacerdotes queimavam incenso em sua honra e o povo gritava o seu nome, enquanto seus cativos eram levados às arenas para lutarem com animais selvagens. Essa era a entrada triunfal de um romano. 

Ao montar um jumentinho, porém, Jesus estava dizendo que sua missão era de paz e que seu reino era espiritual. Estava cumprindo a profecia de Zacarias: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (Zc 9.9). 

Ernesto Trenchard diz que o fato de Jesus montar um jumentinho definia a natureza do seu reino, que não havia de vir com força militar nem com ostentação carnal, senão por meios espirituais que o homem era incapaz de compreender à parte da iluminação do Espírito Santo. 

Jesus demonstrou onisciência, sabendo onde estava o jumentinho. Demonstrou autoridade, dando ordens para trazer o jumentinho. Demonstrou domínio sobre o reino animal, pois montou um jumentinho que ainda não havia sido amansado.”

1.2 – O Servo planejou a Sua entrada em Jerusalém

Não há surpresas nem improvisações: a vinda de Jesus foi um plano traçado desde a eternidade (Gn 3.15; Mt 25.34). O rei adentraria os portões de Jerusalém montado em seu jumentinho, como profetizado no Antigo Testamento (1 Rs 1.38-48; Zc 9.9).

Hernandes Dias Lopes pontua que a vinda de Jesus ao mundo foi um plano traçado na eternidade. Deus Pai o enviou e Ele voluntariamente se entregou. Ele veio para dar a sua vida. Ele preanunciou sua entrada em Jerusalém três vezes. Agora havia chegado o grande momento. Não tem nada de improvisação. Nada de surpresa. Ele veio para essa hora.

A entrada de Jesus em Jerusalém foi externamente despretensiosa. Não entrou cavalgando um cavalo fogoso, ou brandindo uma espada nem acompanhado de um exército. Não veio como um conquistador político, mas como o redentor da humanidade.

Sem qualquer exibicionismo militar, mas recheado de mansidão e humildade, Jesus aponta para a essência do seu Reino, isto é, espiritual e sua missão era de fato, morrer por nós, pecadores (Jo 18.36; Mc 10.33-34).

Era tempo de Páscoa, quando a esperança de libertação do povo judeu se revigorava. Ao tempo que os judeus tinham o sentimento de se verem livres da opressão romana, estes últimos ficavam apreensivos, preocupados com uma possível rebelião motivada pelo sentimento de patriotismo e pelo simbolismo que representava a festa da Páscoa, pois tal festa foi instituída pelo próprio Deus, na ocasião em que libertou o povo de Israel da opressão dos egípcios (Ex 12).

John Charles Ryle diz que foi nessa maior festa pública dos judeus que Jesus veio a Jerusalém para morrer, e Ele desejou que toda a cidade pudesse saber isso.

Algumas coisas, Jesus fez e falou fora dos olhares expectantes da multidão, mas quando o tempo chegou para Ele morrer, Ele fez sua entrada pública em Jerusalém.

Ele chamou a atenção das autoridades, dos sacerdotes, dos anciãos, dos mestres da lei, dos gregos e romanos para si.

Na festa da Páscoa, o grande cordeiro da Páscoa estava pronto para ser sacrificado.

1.3 – Um momento especial para uma Pessoa especial

A vinda do Filho de Deus à Terra não foi o “Plano B” do céu nem uma decisão apressada do Pai depois que nossos primeiros antepassados pecaram. O plano da redenção havia sido determinado na eternidade, antes mesmo de a criação existir. A vinda do Cordeiro de Deus foi “[conhecida], com efeito, antes da fundação do mundo” (1 Pe 1:20), pois ele era o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).

Zacarias é o profeta veterotestamentário que pronuncia com exuberante clareza que Jesus viria montado em um jumentinho. No entanto, antes desta profecia, o mesmo Zacarias, descreveu a marcha de Alexandre, o Grande e seu exército pela região Norte e Leste da Palestina (Zc 9.1-8).

Warren W. Wiersbe afirma que Alexandre derrotou os persas em 333 a.C. na Batalha de Issus e, então, voltou para conquistar as principais cidades da Fenícia. Daniel havia previsto o sucesso de Alexandre e comparou-o a um leopardo (Dn 7:6) e a um carneiro lutador (Dn 8). Já foi dito que a profecia é a história escrita de antemão, e tanto Daniel quanto Zacarias escreveram parte dessa história.  

A partir do versículo 9 do capítulo 9, Zacarias se volta para o Messias. Leiamos o texto novamente:

Zacarias 9:9

9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. (ARA)

Essa profecia cumpriu-se quando Jesus Cristo entrou em Jerusalém montado num jumento no dia que chamamos tradicionalmente de “Domingo de Ramos”, e como dito, acontecimento registrado nos quatro Evangelhos (Mt 21:1-11; Mc 11:1-11; Lc 19:29-44; e Jo 12:12-19). Essa foi a única manifestação pública que Jesus permitiu durante seu ministério, e o fez para cumprir as Escrituras.

Wiersbe explica que Zacarias colocou essa profecia sobre Jesus logo depois da profecia sobre Alexandre, o Grande. Ele estava, obviamente, convidando seus leitores a comparar os dois conquistadores. A chegada de Alexandre trouxe medo ao povo, mas os judeus receberam a ordem de alegrar-se e de exultar, pois seu Rei estava vindo.

Jesus foi justo em tudo o que fez, e o propósito de sua vinda foi trazer a salvação àqueles que cressem nele.

Alexandre cavalgava um poderoso corcel liderando altivamente um grande exército em vitórias consecutivas, mas Jesus montou um simples jumento e veio em humildade.

A multidão que o recebeu era composta de camponeses que colocaram ramos de palmeira e vestes diante dele na estrada. Os cidadãos ilustres de Jerusalém não o receberam, mas as criancinhas cantaram para ele no templo. Jesus poderia ter trazido julgamento, mas em vez disso trouxe graça e perdão (Jo 3:1 7). Em vez de realizar um grande discurso, Jesus contemplou a cidade e chorou sobre ela; em vez de exterminar seus inimigos, ele foi até a cruz e morreu por eles.

Que diferença entre Alexandre e Cristo!

2 – É CHEGADO O GRANDE MOMENTO

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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