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14/01/2022
“Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel” (Ez 3.17ª)
Ezequiel 3.18-20
18.Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
19.Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma.
20.Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei.
Paz do Senhor.
Nesta lição, estudaremos sobre a posição de atalaia que foi outorgada a Ezequiel.
Na lição passada, fizemos um rápido comentário sobre a função de um atalaia, nesta, abordaremos este assunto com mais propriedade.
A Bíblia é recheada de linguagens comparativas, que foram utilizadas com o objetivo de facilitar a compreensão dos leitores.
Jesus utilizava exemplos de seu cotidiano, como fazendas, agricultores e lavradores. Paulo utilizava exemplos relacionados às batalhas e ao esporte e assim, a compreensão era aumentada.
A palavra atalaia é de origem árabe e designa qualquer lugar mais elevado ou ponto alto de onde se vigia. O termo também designa a pessoa que está encarregada de vigiar determinada área. Neste caso, é sinônimo de sentinela ou vigia.
De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a palavra atalaia tem o seguinte significado:
A Bíblia utiliza esta palavra para comparar e também para demonstrar uma função, pois, Israel fica em uma posição alta no cenário geográfico e isto facilitava o trabalho dos atalaias.
Nos tempos bíblicos, os atalaias tinham a função de guardar uma cidade, uma aldeia, um acampamento ou mesmo um povo itinerante. Eles andavam pelas ruas da cidade como policiais, ou ficavam sobre os muros e torres das cidades fortificadas (2 Sm 18.24; 2 Rs 9.17-20; Is 62.6; Ct 3.3; 5.7). Nos acampamentos móveis, os sentinelas eram os responsáveis por vigiar e guardar o assentamento especialmente durante a noite.
O vídeo abaixo mostra de forma inteligente e prática, a ação de um atalaia físico e também espiritual.
https://www.churchofjesuschrist.org/media-library/video/2011-03-110-watchman-on-the-tower?lang=por
Em se tratando do profeta Ezequiel, o Senhor o escolheu para o ofício profético, para que o povo fosse exortado, consolado e preparado para o que estava por vir.
A Bíblia utiliza a palavra atalaia para o profeta Ezequiel porque ele estaria em uma posição de vigia de Deus, para alertar a nação sobre as diversas situações que estavam acontecendo e ainda aconteceriam.
O capítulo 3 deixa claro quais eram suas atribuições como um atalaia.
Não existem outras atribuições relacionadas a função de um atalaia tradicional, haja vista, Ezequiel ser um tipo de atalaia espiritual.
Conforme estudamos na lição 1 deste trimestre, os profetas no A.T. eram extremamente respeitados, haja vista, serem verdadeiramente homens de Deus e voz de Deus para este mundo.
Ainda que existissem vários falsos profetas, não existiam muitos profetas de Deus e, os que existiam eram bem conhecidos pelo povo, pois, os frutos permaneciam, ou seja, o que falavam realmente era proveniente de Deus.
O primeiro profeta que surge na Bíblia é Samuel, porém, existiram outras pessoas que profetizaram no A.T., antes dele, como é o caso de Abraão (Gn 20.7).
“E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias”. (At 3.24 – ARC)
O profeta Samuel foi citado pelo próprio Deus como uma figura de destaque, juntamente com Moisés.
“Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam”. (Jr 15.1 – ARC)
O sacerdote Eli reconheceu que o Senhor era com Samuel quando morava em sua casa, sendo criança (1 Sm 3.17).
O movimento pentecostal viveu e ainda vive um tempo estranho, onde o emocionalismo, a infantilidade e a falta de caráter têm rodeado as igrejas, produzindo falsos profetas.
Precisamos tomar como regra o ensino de Jesus sobre como conhecer um falso profeta.
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. (Mt 7.15-20 – ARC)
Jesus mencionou os falsos profetas porque os verdadeiros não são confundidos.
Precisamos analisar o comportamento e os frutos produzidos por TODAS as pessoas que se dizem ser homens e mulheres de Deus.
Um ponto importante a mencionar é que, nos dias atuais, muitas pessoas que supostamente possuem dom espiritual ou ministerial de profeta, agem com arrogância, prepotência e uma falsa humildade. Sendo assim, DEVEMOS analisar tais frutos.
A primeira característica citada pelo pastor Valdir Alves de Oliveira é a CONFIABILIDADE.
A inconfiabilidade NÃO PODERIA fazer parte da vida de um profeta, assim como não pode fazer parte da vida de um verdadeiro cristão.
Ezequiel era um “novo” profeta que fora escolhido por Deus e isto é algo que precisa ser mencionado.
Quando Deus levanta alguém, nem sempre conseguimos perceber que aquela pessoa realmente é um vaso escolhido, pois, é necessário conhecermos a pessoa, bem como os frutos que ela produz.
Deve ter sido extremamente difícil para o profeta começar seu ministério, porém, a Bíblia deixa claro que o Senhor o revestiu de autoridade para exercer tal ofício (Ez 2).
Com o passar do tempo, os judeus que habitavam na Babilônia começaram a perceber que aquele homem tinha comportamentos pertinentes a um verdadeiro vidente, ou seja, um profeta de Deus.
Existem coisas que somente o Senhor sabe e, se fosse necessário, Ele revelava aos profetas para que as pessoas compreendessem que era Deus quem falava com elas (2 Sm 12).
Nos dias atuais, o Senhor também age desta forma, porém, temos visto muitas “presepadas” no meio pentecostal, como “adivinhar” números de identidade e cpf, endereço e outras coisas que são fáceis de descobrir pelas redes sociais.
Precisamos reforçar e compreender que estamos lidando com pessoas, que possuem almas e estas são eternas.
O Senhor deixou bem claro que aqueles que recebessem o alerta e mudasse seus caminhos seria salvo, mas, o que não o fizesse, seria condenado.
Imaginem a responsabilidade de um atalaia físico ao avistar o exército se aproximando. Ele precisava ser rápido e muito preciso, informando exatamente o que estava acontecendo, por isto, eram escolhidos a dedo, pois, não podiam agir por impulso ou emoção.
A desconfiança tem invadido o cenário pentecostal e muitos estão procurando igrejas tradicionais como meio de se ver livres deste tipo de coisa.
O apóstolo Paulo escreve aos filipenses sobre as características que precisamos buscar e praticar e mostra que eras características de Cristo e de seus discípulos e, a verdade e a honestidade estão presentes.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco”. (Fp 4.8,9 – ARC)
Será que a sociedade continua nos enxergando como cristãos pelo fato de termos o mesmo comportamento que Cristo teve?
Antigamente, a palavra de um cristão tinha um valor muito alto e hoje?
O que mudou? Aproveite para perguntar isto em sala de aula e deixe o Espírito do Senhor trabalhar em sua vida e na vida de seus alunos.
A visão que Ezequiel teve do rolo tinha um propósito muito específico para sua própria vida, pois, somente ele estava vendo.
O Senhor estava lhe mostrando que; a partir daquele momento; a palavra que era proveniente Dele, estaria com o profeta.
Observemos que o contexto deste assunto começa no capítulo 2 e termina no capítulo 3, desta forma, SEMPRE é necessário analisar todo o contexto de um texto, para que possamos compreendê-lo. NÃO devemos retirar um texto de seu contexto e utilizá-lo como ensinamento.
“Então, vi, e eis que uma mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro. E estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros, e ais. Depois, me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, e fala à casa de Israel. Então, abri a minha boca, e me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então, o comi, e era na minha boca doce como o mel. E disse-me: Filho do homem, vai, e entra na casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras. (Ez 2.9,10; 3;1-4 – ARC)
Comer a palavra simbolizava ter dentro de si o que era proveniente do Senhor, ou seja, quando o profeta falasse, o próprio Deus falaria. Aleluia.
Este deve ser o comportamento de um verdadeiro profeta. NUNCA deve falar aquilo que o Senhor não falou.
O pastor e escritor João Antônio de Souza Filho, nos traz um comentário importante sobre este assunto.
“O verdadeiro profeta tem sempre em mente o eterno propósito de Deus. Sempre que adverte uma nação ou uma igreja ele o faz sob a ótica do propósito eterno de Deus, e não sob a ótica dos interesses humanos, denominacionais ou políticos. E se prepara para o choque, porque a mensagem de Deus sempre bate de frente com o interesse dos homens. Sua palavra está sempre alinhada com o plano do Eterno e não com os planos dos homens”.
Precisamos reforçar em sala de aula, que não temos mais profetas como Ezequiel, Jeremias, Daniel ou outros do A.T., que viviam uma vida totalmente consagrada a Deus e exclusivamente para este propósito, diante dos judeus, pois, este ministério cessou com Cristo.
Isto é necessário para que as pessoas sejam alertadas sobre os falsos profetas.
Existe uma questão que também deve ser abordada, associada a este assunto.
Algumas pessoas; incluindo líderes religiosos de grande alcance; afirmam que o verdadeiro profeta de Deus não precisa estudar a Palavra, haja vista, serem usados por Deus quando abrem a boca.
Se isto é verdade, eu lhes pergunto: “Porque muitos dos que se dizem profetas, proferem coisas contra os ensinamentos bíblicos? Porque muitos destes são desonestos, mentirosos, caluniadores e promíscuos?
É a Palavra de Deus que transforma o caráter dos cristãos, através da ação sobrenatural do Espírito Santo.
Em se tratando do dom espiritual de profecia (1 Co 12-14), o Senhor pode usar a boca de um homem para um propósito específico, porém, no tocante ao ministério profético (Ef 4.11-13), é necessário que conheçamos profundamente a Bíblia Sagrada.
O profeta Ezequiel conhecia o Senhor, pois, havia sido preparado para atuar no ofício sacerdotal e, TODOS os sacerdotes precisavam conhecer a Lei e ter um relacionamento com Deus.
Estando cativo com seu povo, ele sentiu na pele o que isto significava, desta forma, quando o Senhor se revelou a ele, foi o primeiro a ser alcançado.
Como é bom conversar com pessoas que já vivenciaram situações semelhantes àquelas que estamos passando, pois, os conselhos são vivos e recheados de amor e compaixão.
Não ter vivenciado não invalida a Palavra de Deus, porém, a experiência é de extrema importância na vida de um homem de Deus.
O apóstolo Paulo nos mostra que existem frutos produzidos pelas tribulações.
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5.3-5 – ARC)
Os atalaias no período do A.T. seriam profundamente atingidos se não fizessem seu trabalho da melhor forma possível, com consciência do perigo que sofria, assim como todos os que habitavam na região.
Ele deveria tocar o alarme; que provavelmente era um tipo de sino ou um instrumento musical; e providenciar o máximo possível de informações sobre o que estava acontecendo.
Souza Filho, comenta sobre este importante assunto.
“O profeta que fala da parte de Deus tem um profundo senso de justiça social. A paixão pela justiça social mantinha o profeta de Deus atento às necessidades das pessoas. O pobre, o injustiçado, o sofredor, o perseguido, o sem-terra, o sem-teto e aqueles que são vítimas dos sistemas políticos e judiciais precisam ser acolhidos na igreja e defendidos pelo verdadeiro profeta”.
Da mesma forma que o Senhor disse que Ezequiel não seria acusado da morte de alguém que não aceitasse a orientação do Senhor, realizada através de sua vida, os atalaias físicos não eram culpados da morte de quem não ouvisse o sinal de alerta e se preparasse para uma possível batalha.
Cristo foi um atalaia para a nação de Israel, porém, eles não o ouviram e não o reconheceram como o Messias.
A Igreja de Jesus é um atalaia para este mundo e, ao pregar a Palavra de Deus e a salvação através de Jesus, o Cristo, também não será culpada da condenação daqueles que não aceitarem a Cristo como salvador.
Se todas as pessoas que ministram a Palavra de Deus tivessem tal responsabilidade, o teor das mensagens em um culto de domingo seria bem diferente.
2 – DEUS NÃO TEM PRAZER NA MORTE DO ÍMPIO
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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