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CPAD Adultos – 4º Trimestre de 2017 – 22/10/2017 – Lição 4: O amor e a misericórdia de Deus

16/10/2017

Este post é assinado por: Pastor Eliel Goulart

Texto Áureo

  • “Vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.”  – I Pedro 2.10

Verdade Prática

  • A partir de seu amor misericordioso, aprouve a Deus enviar seu Filho para morrer em lugar da humanidade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

  • I João 4. 13 – 19
    13 Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito,
    14 e vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.
    15 Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.
    16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor e quem está em 6amor está em Deus, e Deus, nele.
    17 Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no Dia do Juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo.
    18 No amor, não há temor; antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena e o que teme não é perfeito em amor.
    19 Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.

INTRODUÇÃO
Comentário do Blog

Paz do Senhor!

Continuando o estudo trimestral sobre a Doutrina da Salvação, aprenderemos juntos nesta Lição 4 sobre o amor e a misericórdia de Deus por nós.

De todas as grandes religiões do Mundo, o cristianismo é a única que, em verdade e realidade, prega a Deus como Amor.

Em geral, os deuses dos pagãos são cheios de raiva, caprichosos e irritáveis, e se encolerizam com facilidade, precisando repetidamente serem apaziguados.

O nosso Deus não é assim.

Champion: “O amor de Deus é mais abundante que a atmosfera. O ar se eleva em camada sobre a terra até à altura de cerca de cinquenta quilômetros, enquanto que o amor de Deus atinge o próprio Céu e preenche o universo.”

  • Romanos 5.8 – “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Deus não apenas sofreu juntamente com o homem, nos sofrimentos de Cristo, mas sofreu a favor do homem. A morte de Cristo, realmente, revelou o amor de Deus.

O plano de Deus para salvação do homem inclui dois aspectos:

  • 1 – O aspecto eficaz – no plano de Deus para a salvação do homem estão incluídos os acontecimentos que Ele, em Sua soberania, efetuou por meio de causas secundárias ou pelo Seu próprio agir imediato;
  • 2 – O aspecto permissivo – no plano de Deus para a salvação do homem estão incluídos os acontecimentos que Ele, em Sua soberania, permitiu que fossem efetuados pelo livre agir de outros.

O plano de salvação se fundamenta em Seu amor e se executa em Sua soberania. É o conselho de Sua vontade – Filipenses 2.12 – “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer quanto o efetuar, segundo a sua boa vontade.”

Quanto a misericórdia de Deus, nesta Introdução tão simples, reproduzo aqui o que escreveu Jeremy Taylor:

“Tomemos muita atenção, pois a misericórdia de Deus é como o arco íris que Deus colocou nas nuvens para relembrar à humanidade e que brilha aqui enquanto não é impedida. Não adianta, porém, procurá-la depois do anoitecer, e também não brilha no outro mundo. Se rejeitarmos a misericórdia aqui, lá teremos a justiça.”

I – O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS

1. Deus é amor

2. Um amor que não se pode conter

3. A certeza do amor de Deus
Comentário do Blog

Há três afirmações categóricas de Deus no Novo Testamento:

  • 1 – “Deus é espírito.” – João 4.24.
  • 2 – “Deus é luz.” – I João 1.5.
  • 3 – “Deus é amor.” – I João 4.8.
  • I João 4.8 – “Deus é amor.”

Strong: amor, do grego ágape, significando o amor que prefere. Geralmente, se refere ao amor de Deus. Ocorre 116 vezes no Novo Testamento.

É o amor sacrificial. Ama apesar de…

Léxico Grego de Thayer: “É uma palavra puramente bíblica. É notável que a palavra ágape aparece primeiro como um termo atual no Cântico dos Cânticos de Salomão, respeitando a ideia que os tradutores da Septuaginta tiveram do amor neste Cantares de Salomão. No Novo Testamento, não é encontrado em Marcos, Atos e Tiago. Ocorre uma vez em Mateus e Lucas. Duas vezes em Hebreus e Apocalipse. E frequentemente nas Cartas de Paulo, de João, de Pedro e de Judas.”

Aquele que não ama, pode até ter opiniões sobre Deus, mas não tem conhecimento de Deus. E a razão é a afirmação a seguir: “Deus é amor.” Ele não é meramente amoroso. Ele é amor.  

Observe que, numa breve frase, com poucas palavras, a tanta intensidade de significado: “Deus é amor.” Na escuridão deste mundo de pecado ao nosso redor, diante de todas as dores que atingem hoje a humanidade e diante das que ainda virão sobre os ímpios, está qual farol de esperança, a certeza de que Deus é amor, e que este Deus de amor – II Coríntios 13.11 – “…e o Deus de amor e de paz será convosco.”– Está a governar e no controle de todas as coisas.

Não se abale, amado irmão, se não podemos conciliar tudo o que acontece com esta singela declaração: “Deus é amor.” Não se abale ao ver que como pode todas as coisas que Ele permitiu acontecer são consistentes com esta declaração: “Deus é amor.”

Nossa consolação está no exercício da fé nas declarações do próprio Deus através das Escrituras Sagradas. A fé não é um salto no escuro, arriscado! A fé se exercita ao acreditar que o que Deus falou é verdade. E no meio de tudo que ocorre nesta terra de tristezas, e de consequências do pecado, está a evidência inabalável e abundante de que “Deus é amor.”

Nós sabemos que a pura luz da santidade de Deus revela a negridão de nosso pecado.

De Jó se diz em Jó 1.8, e testemunho do próprio Deus Onisciente – “E disse o Senhor a Satanás: Observaste a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.” E mesmo assim, mais tarde, em Jó 42.5 e 6, o próprio Jó diz de si: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”

Quanto mais perto da Luz, mais se destacam nossas escuridões e manchas pessoais.

  • Isaías 6.5 – “Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!”

Conheci homens que se tinham em alta conta, porque nunca se encontraram com Deus. Nada efetivamente demolirá a justiça própria do que o encontro com Deus e a visão Dele. O homem que se gaba de suas justiças, precisa conscientizar-se sobre si mesmo, chegando-se à santíssima presença de Deus.

Mas não pode chegar por si mesmo… Não existe aproximação de Deus sem perdão. E não existe perdão sem expiação. O pecado exige cobertura, cobrindo-o da contemplação santa de Deus. O pecado ofende a santidade e a justiça de Deus. Mas nada, absolutamente nada pode efetuar isso senão o sangue precioso de Cristo Jesus – Hebreus 9.22 – “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” Hebreus 10.19 – “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus.”

  • Efésios 1.7 – “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.”

Irmão em Cristo, professor e vocacionado, lembre-se que estamos a aprender juntos sobre a Doutrina da Salvação.

Observe que a santidade de Deus exalta o Amor de Deus e a Graça de Deus:

  • 1 – Amor remidor;
  • 2 – Amor providencial;
  • 3 – Amor que aproxima.

O amor de Deus permite a aceitação dos que são pecadores e até ímpios.

Ora, toda aproximação de Deus é baseada no sangue derramado. A santidade de Deus exige a expiação, qual seja, a cobertura. A razão primeira e fundamental de porque “sem derramamento de sangue não há remissão” é que Deus é Santo e o pecado precisa ser coberto antes que possa haver comunhão entre Deus e o pecador – Strong.

E a base de toda esta obra é o amor de Deus!

O amor de Deus se expressa até no castigo e punição de Seus filhos, sempre para o bem desses. Não servimos a um Deus caprichoso.

  • Hebreus 12.6 – “Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.”

Portanto, não há contradição entre o amor de Deus e a justiça de Deus.

Deus ama aos pecadores não na sua capacidade de pecar, mas como criaturas, objetos de Seu amor, que se tornaram pecadores. Ele ama apesar de seus pecados horríveis.

E quanto mais aos Seus filhos! A disciplina amorosa de Deus expressa o Seu amor em propósitos, e não por caprichos. Ezequias, em Isaías 38 quando lhe veio a mensagem profética de CORREÇÃO, ele primeira orou.

  • Isaías 38.2 – “Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor.”

Por segundo, ele se humilhou. Isaías 38.3 – “E chorou Ezequias muitíssimo.”

E por terceiro, a transformação resultante do reconhecimento da intervenção disciplinadora de Deus, que por amor, agiu na vida do rei Ezequias – Isaías 38.17 – “Eis que, para minha paz, eu estive em grande amargura; tu, porém, tão amorosamente abraçaste a minha alma, que não caiu na cova da corrupção, porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.”

  • Romanos 5.6 a 8 – “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Aleluia! Como é maravilhoso o amor de Deus.

“Amor é aquele atributo de Deus pelo qual se inclina a buscar os melhores interesses de Suas criaturas e a comunicar-se a elas, a despeito do sacrifício que nisso está envolvido; ou, como definição alternativa, o amor de Deus é Seu desejo pelo bem-estar de seus amados e o deleite que tem nisso.” ( Emery H. Bancroft ).

I João 4.8 – “Deus é amor” – esta é a natureza de Deus, seu próprio Ser.
Não é questão de adjetivo – Deus é amoroso.
Nem de verbo – Deus ama.
É substantivo – Deus é amor.

O homem pensa que deve fazer alguma coisa para Deus o amar.

  • João 6.28 – “Perguntaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus?”  

O homem sempre quer fazer alguma coisa.
João 6.29 – “Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: que creiais Naquele que Ele enviou.” Não é fazer. É simplesmente CRER.

O carcereiro de Filipos tinha tal ideia arraigada: Atos 16.30 e 31 – “…Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.”
Não é fazer. É a simplicidade de CRER.

O Evangelho da salvação muda este pré-conceito“Deus é amor”.

“Deus amou o mundo de tal maneira…” – fala de Sua ação.

“Deus é amor” fala de Sua natureza.

Duvidar dessa revelação é contradizer o Evangelho!

Nós mudamos. Em Deus não há mudança – “Pois Eu, o Senhor, não mudo…” – Malaquias 3.6 – Tiago 1.17 – “…do Pai das luzes, em quem não há mudança, e nem sombra de variação.”

  • Romanos 5.8 – “Mas Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

O amor não expresso, não é completo.

Amar não é questão verbal. Amar é prática.

Nossa maior necessidade é a salvação de nossa alma:

  • “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.” – I Timóteo 1.15
  • “Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.” – Eclesiastes 7.20

O homem é incapaz de salvar-se a si mesmo:

  • “Pode um etíope mudar a própria pele? Ou um leopardo apagar as malhas de que se reveste? E vós, como podereis praticar o bem, se estais impregnados de maldade?” – Jeremias 13.23 – Versão Católica.

O amor de Deus é expressado na morte de Cristo:

  • “… Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios” – Romanos 5.6
  • “…Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” – 1 Coríntios 15.3
  • “E Ele morreu por todos…” – II Coríntios 5.15
  • “Porque Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus…” – I Pedro 3.18
  • “… quando nós éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” – Romanos 5.8

O amor de Deus não é um sentimento.

É ação. Manifestou-se. É prático.

Quanto ao AMOR DE DEUS:

  • 1 –  natureza do amor de Deus;
  • 2 –  ação do amor de Deus;
  • 3 –  expressão do amor de Deus.

O homem pecou. E Deus amou. Quando você une estes dois fatos, o evangelho da Graça de Deus se manifesta!

Geziel Gomes: “Como Deus nos ama?

  • 1 – Eternamente – Jeremias 31.3 – “Com amor eterno te amei.”
  • 2 – Soberanamente – Deuteronômio 8.5 – “Confessa, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus.”
  • 3 – Sempre – João 13.1 – “…como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.”

Efeitos do amor de Deus:

  • 1 – Nós somos salvos.
  • 2 – Nós O amamos.
  • 3 – Nós nos tornamos Seus filhos.”

II – UM DEUS MISERICORDIOSO

1. O que é misericórdia?

2. O Pai da misericórdia

3. Misericórdia com o pecador
Comentários do Blog

Em toda a Bíblia, uma variedade de palavras hebraicas e gregas são utilizadas, quanto ao significado ou sentido geral da palavra MISERICÓRDIA.

Entre elas estão termos como “amorosa bondade”, do hebraico hesed, em que a Almeida Revista e Atualizada traduz como “bondade”, “benignidade” ou “misericórdia”, ou do hebraico hãnan, quanto a “ser misericordioso” ou ainda do hebraico riham, “ter compaixão” e até mesmo a nossa conhecida palavra neotestamentária, do grego charis, ou seja, “graça.” ( W. Elchrodt, Teologia do Antigo Testamento ).

Misericórdia pode ser entendida tanto para designar o caráter quanto as ações que surgem como consequências do caráter.

Como parte do caráter, a misericórdia é expressada por qualidades como compaixão e clemência.

Como parte da ação, a misericórdia é pode envolver atos jurídicos de perdão, de absolvição ou de diminuição de penalidades.

Mas, tanto como caráter quanto como ação, a misericórdia é exercida do maior para o menor, por uma pessoa que tem outra sob seu domínio, ou debaixo de sua autoridade, ou de quem nenhuma bondade pode ser reivindicada.

Assim Deus demonstra misericórdia para com a humanidade, haja vista estar toda debaixo de Seu poder.

Um homem pode ser misericordioso para com outro, mesmo não lhe devendo nem compaixão e nem clemência. Pode exercer misericórdia por uma ação ou por iniciativa de pensamento gracioso para com o próximo.

A misericórdia está mais centralizada no Antigo Testamento, no sentido geral de bondade amorosa. A própria aliança entre Deus e Israel é um exemplo de misericórdia.

  • Isaías 63.7 – “As benignidades do Senhor mencionarei e os muitos louvores do Senhor, consoante tudo o que o Senhor nos concedeu, e a grande bondade para com a casa de Israel, que usou com eles segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades.”

No Novo Testamento, “misericórdia” é, quanto ao original grego oiktirmos, significando piedade, compaixão, graça, e tem um sentido de “compaixões viscerais” – sentimentos profundos sobre a dificuldade e infortúnio de alguém. ( Strong ).

  • II Coríntios 1.3 – “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação.”

A expressão “Pai das misericórdias” usada por Paulo aqui, é idêntico ao “Deus, o Pai misericordioso” das orações judaicas. Porém, pode-se entender melhor como afirmação de que Deus é o criador das misericórdias, a fonte donde frui todas as misericórdias. Esta expressão exatamente não ocorre em nenhuma outra parte do Novo Testamento.

Deus, o Pai das misericórdias, tem compaixão paterna e prontidão em perdoar o penitente, que sinceramente crê e se volta para Ele, e Deus é o Pai das misericórdias, de cuja fonte todas as nossas esperanças são derivadas.

H. Spurgeon, ao pregar em IIª Coríntios 1.3 e 4 assim escreveu em parte de sua pregação:

“Esta afirmação beneficia ao crente na seguinte medida:

  • 1 – Deus tira a mente do problema atual.
  • 2 – Deus eleva o coração a pensamentos celestiais.
  • 3 – Deus vislumbra o céu ao crente, pois o céu consiste em adoração e bênçãos.
  • 4 – Deus destrói a angústia com a Sua presença.

Em qualquer estado que possamos estar, Deus é o Pai das misericórdias!

Estes versículos ensinam-nos seus títulos de consolação:

  • 1 – Um nome de identidade e afinidade: “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.
  • 2 – Um nome de gratidão: “Pai das misericórdias”.
  • 3 – Um nome de esperança: “O Deus de toda consolação”.
  • 4 – Um nome de cuidado: “Que nos consola em toda a nossa tribulação..

O Senhor tem cuidado especial para com aqueles que confiam Nele.”

Não podemos separar em épocas diferentes como as do Antigo Testamento e do Novo Testamento, a misericórdia e a graça, mas na ênfase que é dada a cada período isso é biblicamente e amplamente feito.

A palavra “misericórdia” tem seu emprego mais frequente no Antigo Testamento.

Por outro lado, a palavra “graça” é mais frequentemente usada no Novo Testamento.

A misericórdia de Deus é a qualidade que ação em relação aos pecadores e sofredores, sustando as penalidades merecidas e aliviando as angústias.

A misericórdia de Deus é um santuário para quem se arrepende. Mas não é para o presunçoso, que quer a proteção de seu pecado acostumado e não a misericórdia santa de Deus para perdoar o pecado, e abandoná-lo.

  • Salmo 103.8 – “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade.”

A ênfase à misericórdia de Deus está no Velho Testamento.

Claro que há misericórdia de Deus no Novo Testamento!

Mas, observe por alguma concordância bíblica ou por alguma referência cruzada, que há mais misericórdia de Deus no Antigo Testamento.

A misericórdia surge de nossa condição presente.

A graça surge da eternidade da obra que Cristo fez por nós.

Exemplo: um filho desobedece e ofende, com sua desobediência, à sua mãe. Ela conta ao pai quando este chega do trabalho. O filho merece a sentença de punição porque é desobediente e é culpado. E o pai olha para ele… o ama tanto… vê as lágrimas do menino, ouve seus rogos, e diz – Não vou lhe castigar… – isso é misericórdia – deixar de impor o castigo que merece pela sua condição presente – e vamos ali tomar um sorvete… – isso é graça. Dar a ele mais do que merece.

É um exemplo singelo, e como a maioria das ilustrações, é fraca para o contexto maior do amor, da graça e da misericórdia de Deus.

Observe, porém, que a misericórdia tem um sentido negativo.

Deixar de punir ao culpado é misericórdia.

Dar-lhe algo precioso, além de seu merecimento e compreensão, é graça.

E o motor de tudo é isso é o amor.

Em Cristo tudo isso é superior à ilustração!

O pecado não ficou sem punição. Cristo sofreu em nosso lugar todo o castigo que nos traz a paz – Isaías 53.5

A misericórdia sozinha é apenas esperança.

Em Marcos 10. 46 a 52 está o relato da cura de um cego.

Ele clamava dizendo – “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” – Versículo 48.

Por causa de sua condição presente.

E Cristo não se limitou a apenas lhe manifestar a misericórdia. Fez mais:
“Vai, a tua fé te salvou” – versículo 52.

Quando estamos fracos e somos incapazes de crer, não pedimos graça, pedimos misericórdia!

Às vezes falta-nos ousadia em pedir graça ou amor, mas somos ousados em pedir misericórdia.

Quando encontro com alguém que manifesta tanta dificuldade em pedir graça ou amor de Deus para com ele, por causa de seu passado, de seus constantes tropeços, de seus pecados ocultos… até pela dificuldade em crer que Deus poderia dar graça a um tão pecador, tão sem merecimento… ou amor a tão indigno… percebo que é melhor conduzi-lo de imediato à misericórdia de Deus. A situação presente é de carência, a condição presente o anima tão somente a pedir misericórdia.

  • Efésios 2. 4 e 5 – “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos…”

A causa da misericórdia é o amor.

Eis a nossa condição: mortos em delitos, em nossos pecados.

Versículo 8 – “Porque pela graça sois salvos…”

A misericórdia foi dada por causa de nossa condição. A graça foi dada para nossa salvação.

É questão posicional. Saímos da posição de culpados, para a posição de salvos.

Em I Timóteo 1.13 – Paulo explica – ” A mim que noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia…”

Como ele obteve misericórdia? Por causa de sua história de vida.

Antes de ser salvo, na condição de blasfemo, insolente e perseguido, incrédulo. Nesta condição, Deus teve misericórdia dele.

Misericórdia tem este sentido negativo. E graça tem o aspecto positivo.

Tito 3.5 – “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou”.

Condição: sem justiça. E nesta condição, como resultado: Ele nos salvou.

Leia I Pedro 1.3 – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.”

Judas 21 – e reflita sobre a condição atual de nossa vida: “Conservai a vós mesmos na caridade ( amor ) de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.”

  • Hebreus 4.16 – “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

“…para que recebamos misericórdia… ” – ´receber´ é uma palavra passiva, tanto em português quanto no original grego – lambanó – aceitando o que está disponível. Aceitar com iniciativa, enfatizando a vontade assertiva de que recebe.

A misericórdia está aqui. A graça é positiva – Deus fará! É algo executado. Misericórdia é algo da condição presente.

Dicionário VINE de Grego bíblico – ´eleos´ – presume necessidade por parte daquele que a recebe e recursos adequados para satisfazer a necessidade por parte daquele que a mostra.

Aparece 20 vezes como verbo no Novo Testamento.

Meus irmãos, sempre que misericórdia e paz aparecem juntas no Novo Testamento, elas aparecem nesta ordem – exceto em Gálatas 6.16.

Misericórdia é sentir compaixão pela condição miserável do outro.

Misericórdia é ato de Deus pela nossa condição presente.

Paz é a experiência resultante da misericórdia. Amém!

III – AMOR, BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO

1. Amor como adoração a Deus
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Quanto ao amor, como “sentimento de profunda devoção do coração”, conforme está na lição, no sub tópico 1, é oportuno expormos ilustrativamente a história de Mefibosete, narrada em II Samuel 9.

No versículo primeiro: “E disse Davi: Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?”

Mesmo Jônatas sendo mais velho do que o jovem Davi, em I Samuel 18.3, lemos que os dois fizeram aliança e nutriam amor fraternal profundo um pelo outro.

Saul perseguiu a Davi implacavelmente. Sem tréguas, Davi foi perseguido por quase dez anos. Quando Mefibosete nasceu, portanto, ele era de família inimiga de Davi. Mas, Davi tomou a iniciativa de beneficiar a ele, por amor de Jônatas.

Nós também nascemos da descendência de Adão, e nascemos inimigos de Deus por natureza. Por amor de Jesus, Deus nos beneficia com as bênçãos que acompanham a salvação. A iniciativa de reconciliação foi do próprio Deus.

O rei Davi assim agiu: “Não há ainda algum da casa de Saul para que use com ele de beneficência de Deus?” – versículo 3.

  • “Então, disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés.”

Observe o destaque que Ziba dá ao defeito físico de Mefibosete. Porém, Davi não se atentou ao fato dele ser coxo de ambos os pés.

Versículo 4 – “E disse-lhe o rei: Onde está?”

Mefibosete caiu do colo de sua ama, quando tinha cinco anos de idade. II Samuel 4.4. Ele caiu e ficou coxo.

Em Adão nós caímos, e andamos errados, coxeando e desviando-nos dos retos caminhos do Senhor. E os nossos defeitos se manifestam nas nossas ações, nas nossas conversações e nos nossos pensamentos. Nós somos espiritualmente e moralmente coxos.

Porém, por amor de Jesus, o Senhor Deus usa de beneficência para conosco. Amou-nos primeiro. Usou de misericórdia para conosco. E transbordou em graça para com nossa situação de condenação.

  • II Samuel 9.7 – “E disse-lhe Davi: Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu de contínuo comerás pão à minha mesa.”

Aleluia! Por amor de Jesus, nós fomos reconciliados com Deus. E hoje nos assentamos à mesa do Senhor, comemos do pão e bebemos do cálice, renovando sempre nossa comunhão com Ele. E o Senhor restitui-nos as bênçãos perdidas na nossa triste queda em Adão.

Mefibosete era coxo de ambos os pés. A natureza adâmica pulsa e conflita em nós. Mas, quando assentamos à mesa do Rei dos reis, e ceamos com Ele, o toalhado da graça cobre nosso defeito da natureza caída. E de contínuo vivemos na presença do Senhor.

  • I João 4.19 – “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.”

“Logo, mediante o amor divino, o salvo em Cristo é levado a demonstrar, em atitudes e palavras o quanto ele ama a Deus, sabendo que isso só foi possível porque o Pai amou-o primeiro.” ( Claiton Ivan Pommerening ).

2. Amar ao próximo
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  • Mateus 5.44 – “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.”

Há o mandamento de amar o próximo, em Levítico 19.18 – “…amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”

E em Mateus 5.44 citado acima, há a extensão do mandamento por nosso Senhor Jesus, incluindo o dever de amar mesmo aqueles que o impulso natural nos leva a odiar.

Aqui há a necessidade de amar com:

  • 1 – Disposição;
  • 2 – Palavra;
  • 3 – Ato;
  • 4 – Intercessão.

Há uma separação entre a pessoa do inimigo e a sua disposição hostil contra nós. Esta sua disposição de hostilidade contra nós, não nos impede de amar a pessoa que se faz nosso inimigo. E mais, o amor nos dispõe a abençoá-lo, e agir para com ele com atos de bondade e de intercessão.

Por que separar a pessoa da conduta? Porque é impossível amar a conduta da pessoa que nos maltrata e nos insulta, que traz mal a nós ou a nossa propriedade, ou que vive cotidianamente a violar os mandamentos de Deus. Mesmo odiando sua conduta, e até sofrer intensamente quando somos atingidos e afetados por ela, ainda assim podemos usar de benignidade ( que é o amor agindo ) para com a pessoa. Temos pena da loucura de seus atos, mas podemos devolver com bem ao mal.

  • Gênesis 50.20 – “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem.”

O melhor que pode acontecer, é esta pessoa se converter de seus maus caminhos.

  • Romanos 12.17 – 21 – “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas perante todos os homens.
    Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
    Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
    Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
    Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”

Ilustração – Quando eu era adolescente, memorizei o que ouvi do inesquecível pastor João de Oliveira, quando nos contou o seguinte:

Havia um fazendeiro que muito maltratava ao seu vizinho crente. Ele prejudicava, agia com insultos, arrogância e maldade contra o crente, servo do Senhor Jesus. Que sempre respondia com brandura, e ensinava seus filhos a agirem com amor e paciência para com o vizinho intratável e provocador. Um dia, vindo pela estrada de terra que cortava as fazendas, viu ao longe a carroça do vizinho mau, parada à beira do caminho. O fazendeiro crente estava com seus filhos homens, noutra carroça. A do fazendeiro maldoso, carregada de fardos de cereais. Muito pesada era a carga. Ao se aproximar, cumprimentou ao vizinho, que não lhe respondeu. E observou que a roda havia se quebrado. E o homem sozinho não conseguiria nem consertar e nem descarregar aquela carga pesada. Parou sua carroça, pediu aos filhos que ajudassem a descarregar toda aquela carga, pondo-a cuidadosamente no chão. E levantaram a carroça, consertando a roda quebrada. E o vizinho mau nada falava… silencioso. Semblante fechado. Terminado de consertar a roda, puseram de volta toda a carga, dispondo-a conforme antes estava.

Despediu-se. E o vizinho carrancudo nada respondeu ainda. E o crente seguiu caminho com os seus filhos.

Poderia ter passado ao largo. Não ajudado. Porque o vizinho era teimoso e de gênio irado. Mas, parou. Ajudou. E tudo voluntariamente.

  • II Coríntios 5.14 – “Porque o amor de Cristo nos constrange.”

A nota triste, é que aquele vizinho se sentiu tão amargurado com a situação, e foi relatado que então andava calado e fechado em si mesmo naquela semana. E morreu poucos dias depois, inesperadamente.

“Embora as relações sociais estejam precárias no contexto moderno, devemos amar o outro sem esperar algo em troca.” ( Claiton Ivan Pommerening ).

3. Amor como serviço diaconal
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  • João 13.14 – “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.”

O padrão de Cristo é o amor.

João 13.15 – “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”, expressa o princípio do ato e não o ato propriamente dito, qual seja, o de lavar os pés uns dos outros.

Este versículo é melhor explicado ao lermos João 4.4 – “Levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.”

Cingir-se é amarrar um pano em torno de si mesmo, para ligar ( Léxico Grego de Thayer ). Amarrar um cinto em torno de si mesmo ( Strong ).

Eram os escravos, ou os servos da casa, quem lavavam os pés aos convidados. E estes servos eram distinguidos justamente por terem cingidos em si um pano branco de linho.

Era a marca que identificava um servo da casa.

Por isso, a reação de Pedro – João 13.6 – “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?”

E Pedro não esqueceu este caráter ( marca ) de Jesus, ao escrever em sua carta, I Pedro 5.5 – “…e revesti-vos de humildade…”. Revestir – grego – egkomboomai – amarrar um pano em torno de si, dando um nó. O Léxico Grego de Thayer nos ensina que esta expressão trata-se de um avental branco usado pelos escravos que os diferenciava dos homens livres. E Pedro ao usar tal palavra, acredito pessoalmente, que em sua mente está a lembrança da cena de João 13.

“Revesti-vos de humildade…”, ou seja, como Cristo se cingiu e nos ensinou o princípio da submissão, de considerar o outro superior a nós mesmos.

Strong explica que este avental era o emblema da servidão.

O que move um crente humilde é o amor.

CONCLUSÃO
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Deus nos ama tanto que quer passar a eternidade conosco!

Pastor Eliel Goulart

Postado por ebd-comentada


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