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Betel Adultos – 3º Trimestre de 2017 – 13/08/2017 – Lição 7: Missões no Antigo Testamento

08/08/2017

Este post é assinado por: Cláudio Roberto

TEXTO ÁUREO

Jeremias 1:7
7 Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA

Isaías 6:5-8
5 Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos!
6 Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7 e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.
8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. (ARC)

INTRODUÇÃO

A paz do Senhor diletos irmãos!
Chegamos a lição 7 deste trimestre (Missões no Antigo Testamento), portanto atingimos a metade do nosso estudo sobre Evangelismo, Missões e Discipulado.

Estude com afinco sua revista e tenha aqui no blog EBD Comentada, o seu esboço e um bom subsídio para entregar uma aula de qualidade aos seus alunos. No restante das coisas, confiemos no Senhor!

Nesta lição iremos aperfeiçoar o nosso conhecimento sobre uma doutrina muito importante do cristianismo – A Missiologia. Apesar de se parecer muito com outra disciplina teológica chamada Evangelismo e possuir assuntos correlatos, ambas se distinguem.

A missiologia é uma disciplina jovem na grade curricular dos cursos teológicos, enquanto que o evangelismo, não!

O Evangelismo é a propagação das Boas Novas de Cristo, mas Missiologia é a compreensão de que o plano de salvação proposto por Deus a humanidade é algo que ocorre desde a criação!

A missiologia nasceu em ambiente protestante do século XIX. A primeira cátedra referente a este saber foi criada na Universidade de Edimburgo, em 1867. No campo católico, o primeiro a abordar este estudo foi Joseph Schmidlin (1876-1944). Como resultado de seu trabalho, a Universidade de Münster resolveu a erigir a cátedra de missiologia em 1911. Depois da I Guerra Mundial várias universidades protestantes abriram suas cátedras. De 1916 a 1974, a Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma publicou a Bibliotheca Missionum, uma coleção contendo vários volumes de estudos sobre missiologia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Missiologia

No entanto, antes destes citados pela wilkipedia, o estudo mais profundo e sistemático deste tema ou quem realizou o primeiro estudo de Teologia de Missões, foi o protestante Gustav Warneck (alemão – 1834-1910), ele é considerado o pai da missiologia com sua obra prima intitulada “Evangelische Missionslehre” (Missão Evangélica de Ensino), dividida em cinco volumes. Ele fez a teologia da missão a partir da Bíblia conjulgando-a com a prática (tradição) e a história da missão. Ele foi o titular da cátedra de missiologia em absoluto.

A partir de 1950 houve uma significativa ampliação das discussões sobre o tema, surgindo então diversas outras literaturas, sendo que a grande maioria delas, entendem que o conceito de Missões se deu na antiga aliança e desde muito antes, Deus já tratava o assunto.

1 – O PLANEJAMENTO DE MISSÕES

O estudo desta lição se inicia no Antigo Testamento e trata missões como sendo o protoevangelho anunciado por Deus em Gn 3.15; E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Este versículo impar das Escrituras, vem em seguida a queda do homem. É a primeira revelação do projeto de Deus para a redenção da humanidade.

Deus, de antemão já tinha a solução para trazer o homem novamente a comunhão Consigo e aqui, Ele então informa previamente como isso se daria de forma definitiva. O texto aponta para o Calvário, para a crucificação de Cristo e para a vitoriosa reconciliação do homem com Deus (Gl 4.4-5; Mt 27.32-56).

1.1 – Conceito de missões no Antigo Testamento

Na lição anterior, utilizamos o termo oriundo do latin “Missio Dei” que significa “Missão de Deus”.

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A tarefa de Deus, ou seja, a sua missão está em conduzir o homem caído até a sua presença, através e somente através do Seu Filho, Jesus.

Desde os tempos mais remotos e registrado no Antigo Testamento, Deus iniciou o seu trabalho (Missio Dei) de desfazer a inimizade nascida no Éden entre Ele e sua obra mais excelente – o homem!
Satanás, os enganou, porém Deus não permitiu que permanecessem naquele estado, vindo imediatamente em seu resgate (Gn 3.8,21) – Este assunto já foi comentado na lição anterior (lição 6 – “Deus, Autor de Missões”.

Champlin afirma que em Gn 3.15 o descendente da mulher é a raça humana, mas por extensão é o Messias, o qual é o Filho do Homem. E a descendência da serpente é o seu contínuo poder maligno, através de quaisquer agentes que ela queira utilizar. O poder de Satanás não foi anulado, mas há a missão de Cristo que já derrotou e que ainda derrotará mais definitivamente o poder satânico. O resultado da cruz é a salvação, por meio do Messias e de Sua missão.

Ainda neste texto, temos aquilo que os estudiosos chamam de a A Explicação Remidora”. A maldição trouxe a inimizade; mas há uma solução. A cabeça da serpente seria esmagada. Isso subentende um resultado remidor como a resposta divina ao problema todo. Porém, o autor sagrado não nos oferece uma única palavra sobre como isso sucederia. Nem Moisés nem o resto do Antigo Testamento têm alguma coisa que se compare à doutrina neotestamentária da redenção, pois esta é esclarecedora.

No entanto, em Hb 8.5-6 e 10.1-9 entendemos que o Antigo Testamento projetava sombras daquilo que seria imagem real das coisas. Tais sombras apontavam para a imagem real que era Cristo e desta maneira, compreendemos com exatidão que a missão de Deus em resgatar o homem estava em plena execução no passado (sombras) e que na plenitude dos tempos se revelou em Jesus (imagem real – Gl 4.4).

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Certo é também que no Antigo Testamento, o Senhor sempre se utilizou de servos piedosos para contestar o pecado do homem, principalmente do seu povo escolhido (Israel) e paralelo as advertências, encontraremos sempre a sentença de sua justiça sendo anunciada e a intimação do povo ao arrependimento, sendo alguns deles, mortos por cumprir a missão de Deus (Lc 11.50). Mas, o destaque para as mensagens proféticas fica por conta da declaração acerca da primeira manifestação do Messias. Este na ocasião da sua primeira vinda, cumpriria toda a Escritura Veterotestamentária.

Todo o Antigo Testamento corresponde a preparação do mundo para o advento do Filho de Deus, o Salvador de todo aquele que crê (Jo 3.16). Por isso Jesus advertiu Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam (Jo 5:39).

Em Cristo, temos a consumação do plano redentor iniciado no Antigo Testamento.

Por isso sua expressão antes de expirar na cruz do calvário foi: “Tetélestai” isto é: “Está consumado.” (Jo 19.30).
Ele é a semente da mulher (Gn 3.15) e o cordeiro do sacrifício (Gn 22.7-8)!!

1.2 – Princípios da obra missionária

A Bíblia como um todo revela-nos Deus objetivando salvar o homem. O seu princípio está em Sua pronta vontade em socorrê-los de suas misérias e principalmente em dar-lhes a vida eterna. Recordemos alguns exemplos no Antigo Testamento, onde Deus manifesta tais interesses:

1. No Éden “procurou” a sua criação caída no jardim e providenciou vestes aceitáveis (sacrifício implícito – Gn 3.21);

2. Em Noé encontramos a mensagem de salvação a uma sociedade pervertida e madura para o juízo (Gn 6.5-7,11-13). Este patriarca foi um verdadeiro pregoeiro da justiça anunciando a salvação (II Pe 2.5), no entanto, a rejeição do homem a mensagem missionária foi total (I Pe 3.20);

3. Abraão é o primeiro missionário designado por Deus a sair da sua terra e parentela (Gn 3.12) a uma terra que não conhecia, forçado a aprender nova cultura, língua e se estabelecer em um lugar distante. Deus o retirou de um meio idólatra e corrompido (Ur dos Caldeus – Babilônia) para a partir dele, criar um novo povo, pelo qual todas as famílias da terra alcançariam a benção da salvação através do mais nobre nascido de sua linhagem – Jesus (Gn 12.3; Mt.1.1);

4. José pode ser considerado um missionário enviado por Deus ao Egito, e lá tornar-se o Governador do Mundo para a preservação da humanidade (Gn 45.5), assim como Abraão, traz consigo a dificuldade do missionário em ser separado da sua família e experimentar o sofrimento que a tal obra exige; José é o instrumento missionário de Deus para a conservação não somente da vida humana, mas principalmente de sua própria família, a qual descenderia o Messias;

5. Moisés, teve o melhor preparo para a missão de ser o grande libertador de Israel do julgo egípcio, pois foi educado na civilização mais adiantada do seu tempo, trazendo-nos a ideia que fazer missões exige sim o devido preparo; Em Moisés, Assim como em José, Deus revela a sua atenção sobre o seu povo; a preservação da nação nascida de Abraão era vital para a manifestação do Messias;

6. A mocinha sem nome, cativa e que trabalhava na casa do comandante do Exército do Rei da Síria – Naamã, revela-nos que a missão de Deus em abençoar o homem e fazê-lo conhecido, não está restrito a posições, a funções mais importantes ou chamadas significativas na obra do Senhor, mas em simplesmente anunciar as Boas Novas. Aqui Deus está em atividade, demonstrando o seu poder e a salvação a gentio Naamã (II Re 5.17-19);

7. Jonas retrata a manifestação do amor missionário de Deus em perdoar até mesmo os gentios (Assíria – Jn 3.4-5), ou seja, aqueles que não faziam parte do povo escolhido – Israel. Em Jonas, vislumbramos que a missão de Deus compreendia uma escala mundial e não estava restrita a um único povo! Veremos mais detalhes adiante….

Jesus, por diversas vezes citou as antigas Escrituras para asseverar qual era o seu papel na encarnação e como ela arremetia a Ele mesmo:

1. Jesus citou os dias de Noé como sendo semelhante aos dias que antecederá a Sua vinda definitiva. O despercebimento que havia naqueles dias será o mesmo dos últimos dias (Mt 24.33-39);

2. Jesus citou a pregação do profeta Jonas e o povo ninivita que se arrependeu ao ouvir a sua mensagem de destruição. Jesus atesta ser maior que Jonas na pessoa, no chamado e na mensagem (Mt 12.41);

3. Na Sinagoga, Jesus abriu o rolo do livro do profeta Isaías na passagem que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4:18-19) e ao fechar o livro e devolver ao assistente, sentou-se e afirmou: “Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21);

4. Jesus, afirmou aos fariseus que Abraão exultou por ver o seu dia, o viu e se alegrou (Jo 8.56). Abraão é considerado o pai da fé daqueles que creem em Deus (Rm 4.16) e quando Jesus afirma que ele viu o seu dia, Ele está dizendo que Abraão creu na promessa que Deus lhe fez (Gn 12.1-3,7; 15.4). Em Hebreus encontramos o conceito de fé… “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Desta forma, pela fé, Abraão viu o dia de Jesus e se alegrou;

A mensagem de Jesus foi anunciada primeiramente aos judeus, pois estes tinham extrema familiaridade com os textos antigos e os conhecia muito bem. Diversas vezes encontramos as sentenças proferidas pelos evangelistas (principalmente Mateus), relacionadas com citações do Antigo Testamento para que os ouvintes fizessem a associação lógica e mental com o texto antigo, ligando-os a pessoa de Jesus; na maioria das vezes utilizando-se da expressão “para que se cumprisse o que foi dito…” (Mt 1.21-23; 2.14-15,22,23; 4.13-16; 8.16-17; 12.16-21; 13.34-35; 21.2-5; 27.35; Jo 12.36-41; 19.33-37).

Os textos referidos acima, tem como objetivo conectar a obra missionária do Deus no Antigo Testamento e sua manifestação (através do Filho) no Novo Testamento.

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Após a ressurreição, Jesus esclareceu ainda mais a sua identidade messiânica, missionária e salvadora quando afirmou:

Lucas 24:27
27 E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. (ARC)

Lucas 24:44-48
44 E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.
45 Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.
46 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;
47 e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48 E dessas coisas sois vós testemunhas. (ARC)

1.3 – O texto bíblico usado por Pedro e Paulo

Já desmistificamos acima e na lição anterior que a ideia de imaginar que a obra de missões é algo nascido ou proveniente do tempo exclusivo da graça é um erro, antes o conceito se acha nos tempos longínquos da própria criação de Deus.

Quando Jesus clarificou aos discípulos que toda as Escrituras desde Moisés (entende-se aqui, todo o Pentateuco), os profetas e os Salmos (Lc 24.44) faziam alusão a Ele e sua obra redentora (entende-se agora sob o contexto missiológico), Ele trouxe a compreensão de como e a quem o evangelho deveria ser pregado.

Lucas 24:47
47 e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. (ARC)

Quanto à forma (como o evangelho necessitava ser pregado), a mensagem deveria ser em nome de Jesus e anunciar o arrependimento e a remissão dos pecados; Desta forma Jesus é posto como Salvador (seu nome), visto que “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4.12); o arrependimento indica que todos pecaram (Rm 3.23) e necessitam do perdão somente concedido por Deus; Nele, ou seja, em seu nome e em sua obra (calvário), o homem alcança a remissão, o perdão, a absolvição dos seus pecados. Em Cristo temos a culpa removida (Cl 2.14)!

Quanto ao alcance (a quem o evangelho deveria ser pregado), não há restrição ou limitação de gentes ou povos, mas a mensagem deveria ser dirigida a todas as nações.

O judaísmo é exclusivista e para eles, a benção de Deus estava reservada somente para Israel, no entanto vemos que tanto a mensagem do Antigo Testamento, como a mensagem de Jesus (seu encontro com a mulher sírio fenícia – Mc 7.24-30; a mulher samaritana – Jo 4; A cura do servo do centurião romano – Mt 8.5-13; a própria afirmação de Cristo de que ele tinha “outras ovelhas, não deste aprisco”, ou seja, do aprisco dos judeus) e por fim, a mensagem da igreja primitiva (Filipe pregou em Samaria – At 8.5; e ao eunuco etíope, pregou e o batizou nas águas – At 8.27-39; Pedro pregou a Centurião romano Cornélio e este recebeu o Espírito Santo – At 10; Paulo realizou diversas expedições missionárias pela Ásia e norte da Europa anunciando Cristo ao gentios – At 13; 14; 16; 17; 18; 20; 27 e 28), tinham como alvo, os gentios!

Gálatas 3:8
8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. (ARC)

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O comentarista destaca que os apóstolos Pedro (At 3.25-26) e Paulo (Gl 3.8) fizeram menção do espírito missionário presente no passado, quando Deus chama de evangelho (Boas Novas) a promessa venturosa a todas as nações da Terra, confirmando que Cristo, desde o passado, isto é, desde a promessa feita a Abraão seria a descendência que traria consigo a redenção a todos os creem, independentemente da língua, povo ou nação!

2 – A CONTÍNUA AÇÃO DO DEUS MISSIONÁRIO

Deus possui em sua natureza, os atributos chamados onipresença e onisciência (também conhecidos na teologia como atributos ativos de Deus).

Resumidamente, Myer Pearlman diz acerca da onipresença de Deus: Deus é onipresente, isto é, o espaço material não o limita em ponto algum (Gên. 28:15, 16; Deut. 4:39; Jos. 2:11; Sal. 139:7-10; Prov. 15:3,11; Isa. 66:1; Jer. 23:23,24; Amós 9:2-4,6; Atos 7:48,49; Efés. 1:23.)

Quanto a consciência, diz Myer Pearlman: Deus é onisciente, porque conhece todas as coisas. (Gên. 18:18,19; 2 Reis 8:10,13; 1 Crôn. 28:9; Sal. 94:9; 139:1-16; 147:4-5; Prov. 15:3; Isa. 29:15,16; 40:28; Jer. 1:4-5; Ezeq. 11:5; Dan.2:22,28; Amós 4:13; Luc. 16:15; Atos 15:8, 18; Rom. 8:27, 29; 1 Cor. 3:20; 2 Tim. 2:19; Heb. 4:13; 1 Ped. 1:2; 1 João 3:20.) O conhecimento de Deus é perfeito, ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente — Seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantâneo.

A mente finita do homem desconhece como isto de fato acontece, no entanto, trata-se de uma verdade absoluta.

Tais atributos permite concluir que não houve nenhum segundo da história humana em que Deus estivesse alheio a ela; mais que isso, Deus sempre providenciou suas testemunhas fiéis para levar a sua mensagem de esperança mesmo em meio ao caos.

2.1 – Revelação Geral e Revelação Especial

A teologia irá explicar que existem dois tipos de revelação propiciada por Deus a humanidade, a revelação geral e a revelação especial. A teologia sistemática irá nos explicar cada uma delas de forma sucinta.

Revelação geral é a expressão da teologia cristã utilizada para designar a revelação de Deus a toda a humanidade através, especialmente, da obra da criação. Contrasta com a revelação especial, que se trata de Jesus Cristo e, em segundo nível, da Bíblia.

Em relação à revelação geral, Salmos 19:1-4 declara: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.”

De acordo com essa passagem, a existência e o poder de Deus podem ser vistos claramente através da observação do universo. A ordem, detalhes e maravilha da criação falam da existência de um Criador poderoso e glorioso.

A revelação geral também é ensinada em Romanos 1:20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Semelhante ao Salmo 19, Romanos 1:20 ensina que o poder eterno e a natureza divina de Deus “claramente se conhecem” e são “percebidos” pelo que foi criado, e não há nenhuma desculpa para negar esses fatos. Com essas Escrituras em mente, talvez uma definição de revelação geral seria: “A revelação de Deus a todas as pessoas, em todos os momentos e em todos os lugares que prova que Deus existe e que Ele é inteligente, poderoso e transcendente. ”

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Revelação especial, segundo a teologia sistemática, é aquela em que Deus se mostra aos seres humanos através de meios sobrenaturais, como milagres, encarnação de Jesus Cristo e inspiração da Bíblia. É distinta da revelação geral, que se dirige a toda a humanidade e cujo instrumento é a criação ou natureza.

A revelação especial é como Deus escolheu Se revelar através de meios milagrosos. Ela inclui aparições físicas de Deus, sonhos, visões, a Palavra escrita de Deus e mais importante – Jesus Cristo. A Bíblia registra Deus aparecendo de forma física várias vezes (alguns exemplos: Gênesis 3:8; 18:1; Êxodo 3:1-4; 34:5-7). A Bíblia registra Deus falando a pessoas através de sonhos (Gênesis 28:12; 37:5; 1 Reis 3:5; Daniel capítulo 2) e visões (Gênesis 15:1; Ezequiel 8:3-4; Daniel capítulo 7; 2 Coríntios 12:1-7).

Uma parte importante da revelação de Deus é a Sua Palavra, a Bíblia, a qual também é uma forma de revelação especial. Deus de forma milagrosa guiou os autores das Escrituras a registrarem corretamente a Sua mensagem à humanidade, ao mesmo tempo usando os seus estilos e personalidades.
https://www.gotquestions.org/Portugues/revelacao-geral-especial.html

Assim, percebe-se que os diversos personagens das Escrituras contribuíram com o seu testemunho, revelando o único Deus Salvador (no caso de Noé e sua família); aquele que dá livramentos (no caso de Raabe); quem faz companhia ao homem (Enoque); que se faz presente mesmo em situações difíceis (Daniel na cova dos leões e Hananias, Misael e Azarias na fornalha de fogo); que se apresenta forte na peleja (Davi contra Golias) e tantos outros.

Em cada história pessoal, houve a revelação de Deus trabalhando nos bastidores de suas vidas!

2.2 – O Evangelho anunciado a Abraão

Gálatas 3:8-9
8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9 De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão. (ARC)

O texto acima, exemplifica o combate de Paulo contra os mestres judaizantes que entraram na igreja da Galácia ensinando que a salvação poderia ser obtida através das obras da Lei. Eles afirmavam que os gentios, novos convertidos tinham de aderir às leis do Antigo Testamento, especificamente as que eram relativas à circuncisão (Gl 5.6; 6.15).

Paulo passa a citar várias passagens do Antigo Testamento para provar que a salvação é pela fé em Cristo, não pelas obras da lei.

Reverendo Hernandes Dias Lopes, discorre que uma vez que os judaizantes desejavam levar os crentes de volta à lei, Paulo cita a própria lei! Uma vez que eles engrandeciam a figura de Abraão em sua religião, Paulo usa Abraão como uma das testemunhas.

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Adolf Pohl pergunta: “Quem era esse Abraão mencionado em Gálatas 3.6?” E bom notar que sua circuncisão aconteceu, conforme Gênesis 17.10-14,23-27, somente uma década depois de sua justificação. Gênesis 15.6, testemunha que foi declarado justo o Abraão incircunciso (Rm 4.11,12), justificado por fé, não pela lei.
Ainda não era um israelita, mas um “arameu errante” (Dt 26.5b), pertencendo à comunidade cultual da divindade lunar, que tinha seus centros religiosos em Ur e Harã. Segundo Romanos 4.5 era um “ímpio”. Foi a ele que Deus chamou para junto de si, começando por meio dele a história da bênção para os povos do mundo (Gn 12.1-3).

Os gentios são justificados pela fé. “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gl 3.8,9). Aqui Paulo está citando Gênesis 12.3; Gn 22.17,18; At 3.25.

Convém examinarmos que bênção era essa e como todas as nações viriam a herdá-la. A bênção é a justificação, a maior de todas as bênçãos, pois os verbos “justificar” e “abençoar” são usados como equivalentes no versículo 8 de Gálatas 3. E o meio pelo qual a bênção seria herdada é a fé. Sendo assim, os gálatas já eram filhos de Abraão, não pela circuncisão, mas pela fé.

A salvação do começo ao fim se manteve sempre do mesmo jeito. Sempre foi pela fé e jamais pelas obras. Tanto os judeus como os gentios são salvos da mesma maneira. Ambos são salvos pela fé. Por isso, Deus preanunciou o evangelho a Abraão e nele abençoou todos os povos, de tal modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.

Os filhos de Abraão não são aqueles que têm o sangue judeu correndo em suas veias, mas os que têm a fé de Abraão habitando em seu coração.

2.3 – Ação missionária na terra prometida

A despeito do orgulho judaizante pensar que a obra missionária de Deus (entende-se aqui, salvação) é algo restrito aos descendentes sanguíneos de Abraão, esse mesmo Deus salvou gentios na velha aliança e alguns deles se notabilizaram na história da redenção como testemunhas de fé, a mesma fé encontrada em Abraão (Rm 4.16).

Bispo Oídes cita o exemplo da meretriz Raabe, habitante de Canaã, residente de Jericó e praticante da idolatria e da prostituição!

Deus havia retirado o povo do Egito com braço forte (Dt 4.34; 7.19; 26.8) e após os 40 anos de peregrinação e milagres no deserto, este povo está prestes a entrar na terra prometida.

No capítulo 2 do livro de Josué, nos deparamos com a maravilhosa história do encontro de Raabe e os espias judeus.

Josué 2:9-13
9 e disse aos homens: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de vós.
10 Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seom e a Ogue, que estavam dalém do Jordão, os quais destruístes.
11 Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.
12 Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR, pois que vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência à casa de meu pai, e dai-me um sinal certo,
13 de que dareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis as nossas vidas da morte. (ARC)

Aquela mulher de vida fácil, acolheu os espias em sua casa pelo simples ato de fé. A forma como Deus retirou o seu povo do Egito, causou espanto aos moradores da terra, mas somente o espanto em si, não foi suficiente para provocar salvação, se fosse, toda a Jericó seria poupada da destruição, mas o ato de fé daquela mulher abriu o caminho para que fosse protegida do arrasamento daquela cidade.
A declaração de fé dessa mulher se acha no versículo 11 quando expressa: “porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra”.

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A fita escarlata posta como sinal na janela de sua casa construída nos muros da cidade, simboliza o sangue de Jesus que traz livramento, salvação e vida aqueles que creem em seu nome (Js 2.18, 21), aleluia!

O escritor aos Hebreus a insere na seleta galeria dos heróis da fé: “Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias” (Hb 11.31), isto é, a sua atitude em esconder os espias foi resultado de sua fé!

Este ato de fé além de poupá-la de ser destruída junto com os ímpios habitantes de Jericó, lhe rendeu a honrosa posição na genealogia de Cristo, pois Raabe após o episódio da queda dos muros da cidade, casou-se com Salmom, descendente de Abraão (Mt 1.5).

Outro famoso exemplo onde Deus efetua gloriosa salvação de um gentio mediante a fé no Antigo Testamento é o de Rute, que após a tragédia de perder o seu sogro, seu cunhado e principalmente o seu marido, sua sogra Noemi desejou regressar a sua terra (Belém) e assim a liberou para que pudesse seguir a sua vida, no entanto, Rute faz uma das mais belas declarações de amor a outrem e a Deus: “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus (Rt 1.16).

Estar em companhia daquela família hebreia, ainda que por pouco tempo, despertou a fé daquela mulher que veio a se casar com Boaz, filho de Raabe e desta forma, também ser relacionada a genealogia do Messias (Mt 1.5).

Ambas eram gentias, ambas eram oriundas de culturas pagãs, ambas estavam alheias a fé de Abraão, porém foram alcançadas porque decidiram crer, tornando-se mesmo não sendo israelitas, filhas de Abraão mediante a fé (Gl 3.7).

O comentarista, ainda cita o célebre Salmo 67, muito empregado em mensagens de cunho evangelístico. A epigrafe deste Salmo já fala por si só: O Reino de Deus abrange toda a terra.

Salmos 67:1-2
1 Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós. (Selá)
2 Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação. (ARC)

Os dois primeiros versículos deste Salmo são bastante similares ao que encontramos em Nm 6.24-26.

Números 6:24-25
24 O SENHOR te abençoe e te guarde;
25 o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; (ARC)

Em Números temos a benção sacerdotal concedida ou outorgada a nação de Israel, porém o Salmo, revela uma petição idêntica a encontrada em Números e que antes estava restrita este povo, mas agora é universalizada – A todas as nações!

Deus jamais foi um Deus tribal, mas a sua salvação desde sempre, foi dirigida a todos aqueles que decidem Nele crer!

3 – ISRAEL, A NAÇÃO MISSIONÁRIA

A escolha de Deus por Israel e fazer deles o povo através do qual viria a se manifestar o Messias, é o objetivo divino principal. Vimos que em Gn 3.15, Deus prometeu o Messias pela primeira vez, logo após o primeiro pecado registrado no jardim do Éden. Posteriormente, Deus confirmou a promessa de que o Messias viria através da descendência de Abraão, a ratificou a Isaque e a Jacó (Gn 12.1-3). Jesus, absolutamente, é o principal motivo pelo qual Deus elegeu Israel para ser o seu povo escolhido, mesmo não precisando constituir um povo, Ele decidiu fazer com que as coisas fossem desta maneira. Jesus deveria vir de uma nação e Deus escolheu Israel.

3.1 – Israel, a nação testemunha

O motivo de Israel ser escolhido, não foi exclusivamente o de ascender a linhagem do Messias, mas a vontade de Deus com Israel era também que eles ensinassem aos outros povos a sua Lei. Israel deveria ser uma nação de sacerdotes, profetas e missionários para o mundo (Ex 19.4-6).

O plano de Deus era que Israel fosse um povo diferente, primeiramente deveria ser uma religião monoteísta, possuir uma adoração teocêntrica, e depois ser uma nação capaz de levar outros em direção ao único Deus (Dt 6.4) e a Sua promessa do Redentor, Messias e Salvador (Is 9.6).

Sabemos que Israel em boa parte de sua história falhou nessa tarefa, porém o propósito primordial de Deus para Israel, o de trazer o Messias e Salvador ao mundo, foi cumprido perfeitamente – na Pessoa de Jesus Cristo (Mt 1.25).

Levítico 20:24-26
24 E a vós vos tenho dito: Em herança possuireis a sua terra, e eu a darei a vós para possuí-la em herança, terra que mana leite e mel. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos.
25 Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos e entre as aves imundas e as limpas; e a vossa alma não fareis abominável por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra, as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.
26 E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus. (ARC)

O Deus que no passado escolheu Israel para ser testemunho de sua obra e salvação, é o mesmo que escolheu a igreja com o mesmo propósito, testemunhar a sua obra e seu plano de salvação (At 1.8). Lembremos que o papel da Igreja não anula ou exclui Israel do plano divino. Israel ainda faz parte do plano eterno de Deus; são eles os ramos originais da oliveira (Rm 11 – O futuro de Israel) e não nós.

O apóstolo Pedro é apanhando citando Ex 19.4-6 em I Pe 2.9; aqui simplesmente relaciona os atributos da igreja da nova aliança como sendo fiel aos atributos de Israel na antiga aliança.

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Wiersbe afirma que no tempo do Antigo Testamento, o povo de Deus possuía um sacerdócio, mas agora é um sacerdócio. Todo cristão tem o privilégio de entrar na presença de Deus (Hb 10:19-25). Ninguém se achega a Deus por meio de alguma pessoa aqui da terra, mas pelo único Mediador, Jesus Cristo (1 Tm 2:18). Uma vez que ele está vivo na glória, intercedendo por nós, é possível ministrar como sacerdotes santos.

Logo, a igreja, assim como Israel, deve ser santa para que haja comunhão com o seu Deus e deve ser sacerdotal, ou seja, intercessora e anunciadora das verdades eternas achadas em Cristo e nas Escrituras que Dele testificam (Lc 24.44; Jo 5.39).

3.2 – Ação missionária dos profetas

Profetas foram pessoas capacitadas por Deus a falarem da parte de Deus. Quando um genuíno profeta falava ao povo era como o próprio Deus estivesse falando.

A história bíblica está recheada de pessoas assim, que em nome de Deus, anunciavam a mensagem de Deus.

Tais mensagens, normalmente possuíam cunho exortativo, de juízo ou de despertamento ao povo de Israel, sem, contudo, se restringir somente a eles, pois podemos identificar tanto o profeta Jeremias como o profeta Isaías, Ezequiel e Daniel sentenciando outras nações por causa dos seus pecados.

1. Jeremias foi dado como profeta as nações (Jr 1.5); Ele profetizou para Judá, Babilônia, Edom, Moabe, Amon, Tiro, Sidom (Jr 27.3,6);

2. Isaías profetizou contra Judá e Jerusalém (Is capítulos 3 a 5), contra Israel, o reino do Norte (Is 7; 8; 9.8-21) mas também a outros onze povos – Síria, Babilônia, Assíria, Filisteus, Moabe, Damasco e Samaria, Etiópia, Egito, Edom, Arábia e Tiro (Is 7, 8, 13.1 a 23.18);

3. Ezequiel profetizou à apóstata Judá e Jerusalém (Ez capítulos 1 a 24), mas também a sete nações estrangeiras ao seu redor – Amom, Moabe, Edom, Filisteus, Tiro, Sidom e Egito (Ez capítulos 25 a 32);

4. Daniel teve visões proféticas acerca de Israel (Dn 9 e 11) e quanto aos grandes impérios – Babilônia, Medo Persa, Grécia e Roma (Dn 7.1-28), e outras nações – Egito e Síria (Dn 11.5-35).

A lição destaca o profeta Jonas, cujo caráter missionário é questionável (Jn 4.4,9-11), no entanto Deus o enviou a anunciar a destruição da capital do império Assírio (a cidade de Nínive). Os assírios se destacavam pela crueldade e malignidade em suas ações imperialistas, quando em muitas ocasiões de suas conquistas, não apenas subjugavam seus vassalos, mas arrancava-lhes os olhos e outras vezes tiravam o couro para cobrir pequenas embarcações. Tudo isto trazia pânico e terror a qualquer que ouvia falar dos temidos assírios.
Como não bastasse essas características tão ruins, eles respiravam ameaças de guerra contra Israel. O povo de Deus estava na alça de mira da Assíria; eles desejam invadir!

Foi nessas circunstâncias que Jonas fora enviado a profetizar contra aquele povo em sua capital e agora pode até parecer razoável a resistência do profeta em obedecer a vontade divina de fazer o seu amor conhecido a todas as nações.

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O relutante profeta chegou a Nínive e realizou a cruzada evangelística de maior sucesso da história com 100% de sucesso. Pregou a destruição e toda a cidade, desde o maior até o menor se arrependeram, fazendo Deus mudar a Sua sentença, vindo a perdoá-los (Jn 3.10).

O que nos chama a atenção nessa história é que Deus enviou o seu profeta a falar não somente a uma nação gentílica, mas também inimiga de Israel, mostrando que o Deus missionário do Antigo Testamento, verdadeiramente é o mesmo Deus da dispensação da graça. O mesmo amor que Deus demonstra hoje, Ele demonstrou também no Antigo Testamento porque Nele “não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17) e que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hb 13.8).

3.3 – O reino de Judá disperso e exilado

No decorrer da sua história, Israel, muito aborreceu ao Senhor com o seu comportamento; vivendo aquém dos propósitos que Deus estabeleceu a eles e que fora revelado em sua Lei.

Os filhos de Israel se misturaram com os povos canaanitas, praticaram os seus costumes e se curvaram aos seus deuses.
Israel, não guardou a lei do Senhor, e nesta atitude de infidelidade, foram levados ao cativeiro – primeiro o reino do Norte pela Assíria e depois o reino do Sul pela Babilônica.

Seguem abaixo como exemplo, alguns pecados listados de Judá:

  1. Idolatria (Jr 7.18; 9.13);
  2. Exploração (Jr 9.2, 4);
  3. Não pagar salário (Jr 33.13);
  4. Desprezo pelos órfãos e viúvas (Jr 7.6; 22.3);
  5. Mentira (Jr 8.10);
  6. Assassinato de inocentes (Jr 22.17);
  7. Sacrifício de crianças e falsos deuses (Jr 19.4; 7.31; 22.3);

Distantes de sua pátria, do Templo que havia sido destruído e agora em terras distantes, os piedosos judeus que estavam cativos se põem a cultuar a Deus na Babilônia e assim improvisam lugares de adoração que por eles foram chamados de Sinagogas.

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Nas traduções mais usuais da Bíblia, o termo sinagoga é encontrado apenas no Novo Testamento.

O Dicionário Enciclopédico da Bíblia explica que a palavra grega significa originariamente tanto o povo reunido (Ex 16,1; At 13,43; Tg 2,2) como a própria comunidade do povo (Ex 12.19; At 9.2; Ap 2.9; 3.9); nos tempos posteriores, sinagoga é também o nome do edifício em que os judeus celebravam as suas reuniões religiosas (Mt 4.23; 6.2, etc.). O líder da sinagoga tinha o dever de selecionar os leitores ou mestres na sinagoga, examinar os discursos dos oradores públicos, e ver que todas as coisas fossem feitas com decência e de acordo com o costume ancestral (tradição judaica).

Strong conceitua também a palavra sinagoga da seguinte maneira: Ela vem da palavra grega συναγωγη – sunagoge” e um dos seus significados é: “Uma assembleia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembleia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos”.

Conclui-se que as Sinagogas então, eram lugares separados para que o povo de Deus viesse a se reunir com o propósito de ler e explanar as Escrituras e obviamente, adorá-lo e desta forma manter a sua cultura religiosa e o seu contato com o verdadeiro Deus em meio a um povo de costume pagão declarado. Nelas era possível disseminar a Lei do Senhor e o seu conselho, tanto para os vieram cativos de Jerusalém como para as gerações que lá nasciam. Desta forma, mantinham viva a ideia do Libertador, do profeta maior que Moisés que viria e a quem eles deveriam ouvir (Dt 18.15; At 3.22).

As sinagogas parecem ter sido bem aceita por Deus, já que o próprio Jesus as frequentava (Mt 4.23; 9.35; Mc 1.39; Lc 4.15,44; 13.10; Jo 18.20), e o cuidado em manter a Palavra de Deus viva é notável, no entanto os seus principais líderes representados pelos escribas e fariseus tiveram sua conduta reprovada por Jesus, chegando a ser classificados como hipócritas por no mínimo sete vezes no capítulo 23 do evangelho de Mateus.

Os apóstolos também costumavam estar presentes nelas (At 9.2,20; 13.5,14,43; 17.10; 18.4; 22.19; 26.11) e foram a partir delas que Paulo, por exemplo, estabeleceu algumas igrejas, como bem frisou o Bispo Oídes.

Mesmo em cativeiro, Deus mantinha a chama do projeto missionário acessa – O Redentor viria!

CONCLUSÃO

Esta lição evidenciou quão presente esteve no Antigo Testamento, o plano missionário de Deus (A Missio Dei).

As promessas, os profetas, os sacerdotes, o seu plano de salvar os gentios exemplificado em diversas histórias registradas ali, bem como, ainda presos e sob a ira de Deus no cativeiro, pulsava no interior da nação, a benção prometida a Abraão de que todas as famílias da terra seriam bem-aventuradas.

Cristo se manifestou, cumpriu o propósito e nos deixou a incumbência de participarmos do projeto missionário de Deus que visa a salvação de todos os povos…

Encerro com a frase de John Eliot quando enunciou: “Deus é Senhor Soberano das missões”.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Bíblia Eletrônica Olive Tree – Versão Revista e Corrigida / Revista e Atualizada / NVI;
Bíblia de Estudo NVI – Editora Vida Nova;
Dicionário da língua portuguesa;
Comentário VT – Norman Champlin – Editora Hagnos;
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer Pearlman – Editora Vida;
Gálatas – Comentário Expositivo – Hernandes Dias Lopes – Editora Hagnos;
Comentário Bíblico Expositivo Warren Wiersbe – Editora Central Gospel;
Dicionário Enciclopédico da Bíblia – Editora Hagnos;
Dicionário Bíblico Strong – James Strong – Sociedade Bíblica do Brasil;
Site da internet mencionado quando citado no texto;
Todos os direitos de imagens são de seus respectivos proprietários;

Por Cláudio Roberto

Postado por ebd-comentada


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