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Betel Adultos – 1º Trimestre de 2018 – 18/03/2018 – Lição 11: As festas de Israel e o Ano do Jubileu

14/03/2018

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Levítico 25:10

10 E santificareis o ano quinquagésimo e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; Ano de Jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e tornareis, cada um à sua família. (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA

Levítico 23:4-6

4 Estas são as solenidades do SENHOR, as santas convocações, que convocareis no seu tempo determinado:

5 no mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do SENHOR;

6 e aos quinze dias deste mês é a Festa dos Asmos do SENHOR: sete dias comereis asmos;

Levítico 25:8

8 Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. (ARC)

INTRODUÇÃO

Paz seja convosco nobres professores, vocacionados e estudantes da Palavra de Deus!

Nesta lição estudaremos as festas solenes comemoradas por Israel, mas que efetivamente eram festas solenes do Senhor conforme vemos em Levítico 3.2:

Levítico 23:2

2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades. (ARC)

Solene é tudo aquilo considerado como uma cerimônia composta de ritos e formalidades que devem ser observadas e executadas conforme estabelecidas.

Strong afirma que a palavra ‘solenidades’ no texto de Levítico 3.2 vem da palavra hebraica ‘mow`ed’ ou ‘mo`ed’ ou ‘mow`adah’ (feminino) e significa ‘lugar determinado’, ‘tempo determinado’, ‘reunião’, ‘período sagrado’, festa estabelecida’, ‘tenda do encontro’.

Logo, subtendemos pelos significados que as solenidades do Senhor eram festas que deveriam ser observadas em um tempo determinado, onde o povo de Israel se reuniriam para comemorarem aquilo que cada festa representava. Tratava-se de um período sagrado porque era realizada em um lugar sagrado – Tenda do Encontro, isto é, o Tabernáculo e posteriormente o Templo!

Os hebreus celebravam várias festas consideradas sagradas durante o ano. Como vimos em Levítico 23.2, eram chamadas de “santas convocações”. A maioria delas estavam associadas com as atividades agrícolas e os acontecimentos históricos da nação hebreia.

Donald Stamps diz que elas foram instituídas como parte do concerto no Sinai (Ex 23.14-19) e todos os varões israelitas estavam obrigados a participar das três festas dos peregrinos: Páscoa, Pentecostes e dos Tabernáculos.

Todavia nem todas as convocações santas eram realizadas com sentimentos exclusivamente de alegria que normalmente domina um ambiente festivo. Seis dentre elas eram ocasiões para celebrar e desfrutar de imensa felicidade, porém uma, como vimos na lição anterior, se observava também com sentimento de tristeza (o Dia da Expiação).

As festas eram celebradas com o duplo propósito:

1 – Refletir sobre a bondade de Deus e;

2 – Recordar que os israelitas eram o povo escolhido por Deus!

A celebração das destas solenes requeria setenta e sete dias ao ano, nos quais os israelitas deviam deixar seu trabalho e dedicar-se ao culto a Deus.

Atentaremos para as 7 principais festas ordenadas pelo Senhor e comemoradas por Israel:

1 – Páscoa – Celebrada no primeiro mês do calendário hebraico – Dia 14 do mês de Nisã – Corresponde a março e abril do nosso calendário – Lv 23.4-5; Ex 12.2-10;

2 –  Pães Asmos – Celebrada no primeiro mês do calendário hebraico – Dia 15 do mês de Nisã – Corresponde a março e abril do nosso calendário – Lv 23.6;

3 – Primícias – Celebrada no primeiro mês do calendário hebraico – Após a festa dos pães Asmos no mês de Nisã – Corresponde a março e abril do nosso calendário – Lv 23.9-14;

4 – Pentecostes – Celebrada cinquenta dias após a comemoração da Páscoa – Mês de Sivã do calendário hebraico – Corresponde a maio e junho do nosso calendário – Lv 23-15-21; Ex 23.16; 34.22;

5 – Trombetas – Celebrada no primeiro mês de Tisri do calendário hebraico – Corresponde a setembro e outubro do nosso calendário – Lv 23.23-25; Nm 29.1-6;

6 – Dia da Expiação – Celebrada no dia 10 do mês de Tisri do calendário hebraico -Corresponde a setembro e outubro do nosso calendário – Lv 23.27-32; Ex 30.10;

7 – Tabernáculos –  Celebrada no dia 15 do mês de Tisri do calendário hebraico – Corresponde a setembro e outubro do nosso calendário – Lv 23.27-43; Nm 29.12-39; Dt 16.14;

Dito isto, avancemos a lição!

1 – FESTAS: DA PÁSCOA AO PENTECOSTES

As festas que Deus instituiu a Israel seguia uma rigorosa sequência com significados espirituais profundos. Elas tanto apontavam para os momentos históricos vividos pelo povo de Israel, como também para as atividades de Cristo quando encarnou, viveu, morreu e ressuscitou!

Vale ressaltar que segundo muitos estudiosos, as festas celebradas por Israel têm forte significação escatológica. A professora Márcia Rezende (Pastora da 3ª Igreja Batista de Marília – SP, Bacharel em Teologia e Educação Religiosa) nos apresenta um material interessante sobre o tema.

Ela sugere que as festas apontavam para algo que aconteceria no futuro, como um sinal profético do que haveria de vir. Estas sete Festas anuais aconteciam em três ciclos:

1 – Três na Primavera (Páscoa, Pães Asmos e Primícias);

2 – Uma no início do verão (Pentecostes) e;

3 – Outras três no outono (Trombeta, Expiação e Tabernáculos).

Veja abaixo o significado profético apontado em cada Festa e em cada estação.

1 – As três festas da Primavera: Páscoa, Pães Asmos e Primícias

2 – A Festa celebrada no início do Verão: Pentecostes

*Alguns creem que foram 50 dias após a festa da Páscoa

3 – O terceiro ciclo de festas no Outono: Trombetas, Expiação e Tabernáculos

Resumo: 

1 – Páscoa = Redenção – Crucificação do Cordeiro de Deus

2 – Pães Asmos = Pureza – Sepultamento de Jesus

3 – Primícias = Consagração – Ressurreição de Cristo

4 – Pentecostes = Comunhão – Descida do Espírito Santo

5 – Trombetas = Anunciação – Arrebatamento?

6 – Expiação = Arrependimento de Israel – Tribulação?

7 – Tabernáculos = Celebração – Milênio?

As três primeiras Festas representam a nossa Redenção. A quarta, a nossa santificação e o empoderamento pelo Espírito Santo e as três últimas, seriam símbolos proféticos da nossa Glorificação. “O Espírito e a Noiva dizem: Vem […]. Ora, vem, Senhor Jesus! (Ap 22.17a,20b).

1.1 – A Páscoa e a Festa dos Asmos

A Páscoa e os Pães Asmos eram festas comemoradas uma após a outra.

A Páscoa era celebrada dia 14 do primeiro mês do calendário hebraico (o final do mês de março e início de abril do nosso calendário, conforme já vimos).

A palavra portuguesa ‘páscoa’ é usada para designar a festa dos judeus que, no hebraico, é chamada pasach’, que significa ‘saltar por cima’, ‘passar por sobre’. Pesach é a forma nominal da palavra. Esse nome surgiu em face da tradição de que o anjo da morte, ou anjo destruidor, ‘passou por sobre’ as casas assinaladas com o sangue do cordeiro pascal, quando ele matou os primogênitos dos egípcios (Ex 12:21-30).

Essa foi a última das pragas que se tornaram necessárias para convencer o Faraó de permitir que Israel saísse do Egito, após séculos de escravidão naquele país. Portanto, a páscoa assumiu o sentido de livramento e o próprio êxodo foi a concretização dessa libertação.

De acordo com Êxodo 12.26,27, quando as gerações subsequentes perguntassem sobre o significado da Páscoa, deveria ser dito que essa festa comemorava a maneira pela qual o Senhor havia poupado os israelitas na noite em que feriu os primogênitos do Egito (Ex 12.29,30).

Em face do cordeiro pascal ter sido sacrificado na ocasião, o evento veio a ser integralmente associado à ideia de expiação.

Na terra de Canaã a festa da Páscoa veio a ser unida à festa agrícola dos Pães Asmos. Estritamente falando essa festa começava no décimo quinto dia do mês. O primeiro e, o sétimo dia eram dias plenamente santos, onde ninguém podia fazer qualquer trabalho.

Norman R. Champlin afirma que a Páscoa possuía dupla significação: 

1 – A redenção dos judeus da servidão no Egito, como uma questão histórica, que envolve, naturalmente, muitas implicações e símbolos morais e religiosos. Deve-se incluir aí o pão sem fermento. Esse pão é chamado matzoth. Em memória dos sofrimentos de Israel no Egito, são comidas ervas amargas (no hebraico, maror). Todo fermento é removido dos lares israelitas.

2 – Festa da Natureza. A páscoa incluía uma festa agrícola que envolvia as primícias (ver Lev. 23:10) oferecidas ao templo, em Jerusalém, em tempos posteriores. 

Essa era uma das três grandes festividades requeridas a todos os hebreus do sexo masculino, que deveriam reunir-se em Jerusalém.

Vejamos as palavras hebraicas associadas à Páscoa 

Pesach, ‘passar por sobre’, ‘saltar por cima’. Uma possível alusão a uma antiga festa de origem pastoril, onde cordeiros saltavam por cima de coisas, além de ser uma referência direta ao anjo da morte, que passou por sobre os filhos de Israel, mas destruiu todos os primogênitos do Egito. 

Abibe (vem de aviv = primavera), uma referência a essa estação do ano, bem como o nome do mês em que esse evento começava; mais tarde esse mês chamou-se Nisã. Esse tornou-se o primeiro dos meses do calendário judaico, em honra àquele momentoso acontecimento, o começo da nação de Israel.

Matzoth, os pães sem fermento, ou pães asmos, associados à páscoa. Muitos eruditos acreditam que a Páscoa e a festa dos Pães Asmos eram, originalmente, festas separadas, mas que acabaram associadas, e então celebradas como se fossem uma só. O Novo Testamento combina as palavras distintas, ‘pascha’, ‘páscoa’, e ‘ta adzuma’, ‘pães asmos’, em uma única referência conforme se lê em Mateus 26.2,17; Lc 2.41; 22.1. O evangelho de João emprega somente ‘pascha’: 

João 2:13
13 E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. (ARC)
 

João 2:23
23 E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. (ARC)
 

João 6:4
4 E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. (ARC)
 

João não usa o termo ‘Pães Asmos’, mas combinou os termos ao referir-se a uma única celebração!

Seder, a ingestão de ervas amargas (no hebraico, Maror = amargo), para que os israelitas se lembrassem de quão amargos tinham sido a escravidão e os sofrimentos no Egito.

Considerando como de fato era a festa da Páscoa e a festa dos Pães Asmos uma seguida a outra ou como muitos as consideram com uma festa simultânea, a festa de Pães Asmos durava uma semana. No contexto do livro do Êxodo, comer pão sem fermento significava “preparação rápida” e prontidão para partir. O fermento que era cuidadosamente evitado durante essa festa, tornou-se símbolo da influência penetrante do mal (Mc 8.15).

Ambas as festas aludem o sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro que foi sacrificado por nós a fim de nos livrar da condenação da morte e os pães asmos apontam da nova vida separada do pecado simbolizado pelo fermento.

1 Coríntios 5:7-8
7 Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.
8 Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade. (ARC) 

Sobre o texto acima, Donald S. Metz afirma que a razão para a preocupação de Paulo concernente a purificação do fermento velho da “corrupção pagã e natural”, era que os coríntios poderiam perceber seu potencial espiritual em Cristo: “para que sejais uma nova massa”. A remoção deste resíduo de corrupção natural resultaria em um novo tipo de vida (vida cristã). 

Nova (neos) significa novo no sentido de que a coisa ou a condição não existiam antes.

Uma outra palavra para nova (kainos) significa novo no sentido de diferir do que é velho. Os coríntios já eram novos no sentido de diferirem do seu velho modo de vida. Mas agora eles deveriam ser novos em um sentido diferente – “Sua vida e caráter cristãos devem ser como um começo inteiramente novo”.

Kling escreve sobre a nova massa: “Não há fermento; portanto, temos como consequência uma totalidade moralmente renovada pela purificação – uma igreja santa e livre do pecado, evidenciando o seu primeiro amor e zelo”

Paulo lembra aos coríntios o potencial que tem por meio de uma referência ao ideal cristão: “assim como estais sem fermento”, isto e, sem o fermento velho do pecado. O método das Escrituras consiste em fazer referências aos cristãos em seu ideal, em vez de ao seu estado real. No caso dos coríntios, a referência de Paulo serve como um lembrete de que eles deveriam “alcançar o seu verdadeiro ideal”. Este potencial espiritual e percebido através do poder de Cristo. O que o cristão precisa fazer é tornar-se, na verdade, o que ele já é em potencial. “Ele deve se tornar santo de fato, assim como o é idealmente”.

A base do potencial espiritual da igreja é encontrada nas palavras: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. O verbo foi sacrificado” e um aoristo, indicando um ato definitivo e completo. Os benefícios do sacrifício consumado ainda se estendem e se aplicam ao cristão, tanto nos dias de Paulo como nos dias atuais.

No versículo 8, Paulo espiritualizou a festa da Páscoa para a igreja. “Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade”. Desse modo, a igreja é convocada a “romper com todas as más disposições do coração natural, ou com aquilo que em outra passagem e chamado de “o velho homem”. A frase “façamos festa” significa observar uma festividade. Fazer festa sugere a vida contínua do cristão, um andar diário em santidade, força e alegria.

Mas o cristão não pode fazer de sua vida uma festa diária do Espírito, enquanto a velha natureza permanecer, porque esta velha natureza é a malícia (kakia) e a maldade (poneria).

‘Malícia’ significa “um desejo e esforço para injuriar o próximo”, ou “um vício deliberado”.
‘Maldade’ significa “a execução do mal com persistência e prazer”.

A nova moralidade que Paulo associa com a revelação de Deus em Cristo é expressa pela sinceridade (elikrineias), que significa “puro, genuíno”, ou “consistindo de substâncias não misturadas”. De acordo com Godet, a palavra significava originalmente “julgar pela luz do sol”, dessa forma denotando transparência, e “assim a pureza de um coração perfeitamente sincero diante de Deus”. 

Verdade significa ‘realidade’, ou aquilo que está em harmonia com a revelação de Deus em Cristo. Sinceridade e… verdade são a fonte constante de alimentação na edificação de uma vida santa em Cristo!

Por fim, nos chama atenção, em analogismo, com a nossa saída do “Egito” (que representa o sistema do mundo que jaz em trevas, afastado de Deus) para a plena liberdade. A celebração da Páscoa reforça nossa lembrança que não somos mais escravos do pecado (Rm 6.14). Agora somos livres em Jesus Cristo!

Por Cláudio Roberto de Souza

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