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07/01/2023
Marcos 10.45
13 Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. (ARC)
Marcos 9.30-35
30 E, tendo partido dali, caminharam pela Galileia, e não queria que alguém o soubesse,
31 porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens e matá-lo-ão; e, morto, ele ressuscitará ao terceiro dia.
32 Mas eles não entendiam esta palavra e receavam interrogá-lo.
33E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que estáveis vós discutindo pelo caminho?
34Mas eles calaram-se, porque, pelo caminho, tinham disputado entre si qual era o maior.
35 E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos. (ARC)
Saudações em Cristo.
Entendemos que o evangelho de Marcos foi o primeiro a ser escrito e serviu de base para que outros autores compusesse os demais evangelhos, que acresceram ou editaram o seu conteúdo conforme a sua ótica de enxergar a mesma história.
Sabemos também que os evangelhos tiveram os seus respectivos destinatários e Cristo foi enfatizado de acordo com a característica de cada receptor:
Quando lemos ou estudamos sobre uma determinada biografia importante da história, são destacadas as suas realizações, ou as obras dignas de nota, no entanto, Cristo, não se limitou as obras maravilhosas que nortearam o seu ministério terreno, como as incontáveis curas miraculosas (Mc 1.40-45; 2.1-12; Mc 2.1-12), a libertação de pessoas escravizadas por demônios (Mc 1.21-28; 5.1-20); os feitos que implicaram mesmo na mudança da ordem natural das coisas, como a ressureição de Lázaro (Jo 11), reter o vento e as ondas impetuosas do mar (Mc 4.35-41), e outros tantos feitos que deixaria qualquer cético impressionado. Além de realizações sobrenaturais, Cristo se destacou por seus ensinamentos que falavam a alma e penetravam o espírito do homem. Cristo também se distingui de qualquer outro na história, por sua personalidade humilde (Mt 11.29), pelo serviço ao próximo e a total entrega para resgatar do homem caído (Jo 10.10).
Iremos tratar neste estudo a singularidade do ministério de Cristo sob a ótica daquele que veio do céu para a terra, a fim de servir e não ser servido (Mc 10.45).
Marcos 1:9
9 E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia, foi batizado por João, no rio Jordão. (ARC)
A inauguração oficial do ministério de Jesus se deu no ato do seu batismo nas águas do rio Jordão.
Surge a dúvida! Por que Ele foi batizado se não tinha pecados? Ele foi batizado por causa da natureza do seu ministério, porque identificou-se conosco e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós (Is 53.6).
No início do seu ministério, Jesus se identifica com os pecadores que necessitavam de passar pelo batismo do arrependimento, mesmo sem pecado, mas para que se cumprisse toda a justiça (Mt 3.15). Do mesmo modo, no final do seu ministério, Ele assume o lugar dos pecadores. Ele assume a nossa culpa e morre em nosso lugar (Jo 19.30).
William Barclay diz que o batismo de Jesus nos ensina quatro verdades importantes, como seguem:
Primeira, o batismo de Jesus foi o momento da decisão. Durante trinta anos, Jesus viveu como carpinteiro na cidade de Nazaré. Desde a infância, entretanto, tinha consciência da sua missão. Aos doze anos, já alertara José e Maria acerca da sua missão. Contudo, agora era tempo de agir e iniciar o seu ministério. Seu batismo foi o selo dessa decisão.
Segunda, o batismo de Jesus foi o momento da identificação. Jesus veio ao mundo como nosso representante e fiador. Ele se fez carne e habitou entre nós. Ele se fez pecado e maldição por nós. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados (1Pe 2.24). Ele não foi batizado por pecados pessoais, mas pelos nossos pecados imputados a Ele. Jesus foi batizado a fim de expressar sua identificação com o povo, diz Ernesto Trenchard.
Terceira, o batismo de Jesus foi o momento da aprovação. Quando Jesus saiu da água, o céu se abriu, o Pai falou e o Espírito Santo desceu. Ali estava a Trindade referendando o seu ministério. O Pai afirma sua filiação e declara que em Jesus e na sua obra Ele tem todo o seu prazer. A pomba deu o sinal do término do julgamento após o dilúvio na época de Noé. A pomba agora dá o sinal da vinda do Espírito Santo sobre Jesus, abrindo-nos o portal da graça.
Quarta, o batismo de Jesus foi o momento da capacitação. Nesse momento o Espírito Santo desceu sobre Ele. Ele foi cheio do Espírito Santo. Jesus como homem precisou ser revestido com o poder do Espírito Santo. Ele foi batizado com esse poder no Jordão. Ele foi guiado pelo Espírito Santo ao deserto. Ele retornou à Galiléia no poder do Espírito Santo. Ele agiu no poder do Espírito na Sinagoga. Ele foi ungido pelo Espírito para fazer o bem e curar todos os oprimidos do diabo (At 10.38).
A grande mensagem de Marcos é mostrar a estupenda verdade de que o Filho de Deus entrou no mundo como servo e veio para dar sua vida pelos pecadores. Jesus nasce pobre, num lar pobre, de uma mãe pobre, numa cidade pobre, para identificar-se com homens pobres. O Pai declara o seu amor pelo Filho, autentificando o seu ministério e o Espírito o enchem, a fim de capacitá-lo de poder e autoridade para decretar a chegada do Reino de Deus, a vitória sobre o mundo e Satanás.
Jesus não poderia dar início a sua grandiosa missão sem antes estar cheio do Espírito Santo. Tal enchimento era imprescindível para o cumprimento do objetivo de resgatar o homem do seu estado de inimizade contra Deus e lhe garantiria total sucesso na empreitada até o Calvário.
Admiro aqueles que sem conhecimento, tem a infeliz pretensão de fazer algo no Reino de Deus, sem a presença e capacitação do Espírito Santo. São ignorantes, tolos, não conhecem os propósitos de Deus e nem como a sua obra se desenvolve.
Lembremos que Jesus deixou a imperativa ordem aos discípulos para que não deixasse Jerusalém, até que do alto fossem revestidos do poder do Espírito Santo (Lc 24.49) – algo que aconteceu no dia de Pentecostes (At 2.1-4).
O evangelista Marcos, nos primeiros onze versículos, do capítulo primeiro fala-nos sobre dois pontos importantes: as credenciais de Jesus e sua preparação. O ministério de Cristo foi confirmado pelas Escrituras, pelos profetas, pelo precursor, pelos seus próprios predicados e pelo Pai. Contudo, antes de Jesus começar efetivamente o seu ministério, foi conduzido pelo Espírito ao deserto para vencer o diabo.
Hernandes Dias Lopes destaca algumas verdades importantes sobre a tentação de Jesus:
A ocasião (Mc 1.12) Marcos inicia, dizendo: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto” (1.12). Esta expressão “e logo” kai euthys é uma das grandes palavras de Marcos. Ele a usa 41 vezes. Não houve nenhum intervalo entre a glória do batismo de Cristo e a dureza da sua tentação. Jesus vai repentinamente do sorriso aprovador do Pai para as ciladas do maligno. Jesus saiu da água do batismo para o fogo da tentação. Consagração e provação foram os dois elementos da inauguração do ministério de Jesus. A vida cristã não é uma colônia de férias, mas um campo de batalhas. O fato de sermos filhos de Deus não nos isenta das provas, e às vezes, nos empurra para o centro delas.
William Hendriksen diz que o deserto para onde Jesus foi enviado era mais desconfortável, severo e agressivo do que o mencionado no versículo 4. Era o deserto de Jericó, um lugar ermo, cheio de montanhas e cavernas, de areias escaldantes durante o dia e frio gélido à noite. O deserto era um lugar de desolação e solidão. Aquele deserto era um lugar onde viviam hienas, lobos, serpentes, chacais, panteras e leões. A região onde Jesus jejuou e foi tentado constituía um cenário de abandono e perigo, Feras perigosas agravavam ainda mais esse tempo de prova. Não apenas no reino espiritual Jesus estava sendo tentado, mas o reino animal também conspirava contra Ele. Possivelmente Satanás tentou Jesus pelo medo e urgente desejo de voltar à civilização.
Era um meio ambiente completamente oposto ao Paraíso, onde o primeiro Adão foi tentado. É digno mencionar que Adão e Eva caíram num jardim, onde todas as suas necessidades eram supridas e todos os animais eram dóceis. Jesus triunfou sobre o diabo num deserto, onde todas as suas necessidades não estavam supridas e todos os animais eram ferozes.
A tentação de Jesus estava no plano eterno de Deus. No Jordão, o Pai testificou a seu respeito e ficou provado que ele era o Filho de Deus, mas no deserto, Ele foi tentado para provar que era o homem perfeito. No Jordão, Ele identificou-se com o homem a quem veio salvar. Mas no deserto, Ele provou que podia salvar o homem, porque ali triunfou sobre o diabo.
A plenitude do Espírito e o agrado do Pai não são garantias de uma vida fácil nem um salvo-conduto para a comodidade. Em vez da unção do Espírito e o agrado do Pai o levar para uma vida palaciana, o levou para o deserto da tentação. Muitas vezes, a vontade do Espírito de Deus nos conduzirá como conduziu a Jesus, para os lugares que nós precisamos ir, muito embora eles possam ser lugares perigosos. Não obstante, esses lugares são o palco das nossas maiores vitórias. O deserto é o campo de treinamento de Deus.
O agente (Mc 1.12) J. R. Thompson diz que o mesmo Espírito que desceu sobre Jesus como uma pomba, agora o impele para o deserto, com o impulso de um leão, na força das asas de uma águia para ser tentado. O propósito dessa batalha espiritual era para que Jesus não apenas tivesse a natureza humana, mas também a experiência humana. O propósito era que Ele fosse não apenas o nosso modelo, mas o nosso refúgio e consolador. O autor aos Hebreus esclarece:
Hebreus 2:17-18
17 Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
18 Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. (ARC)
Hebreus 4:15-16
15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (ARC)
Nós não devemos procurar a tentação, pensando que ela seja o propósito de Deus para nós, antes devemos orar: “Não nos deixes cair em tentação” (Mt 6.13). Todos os evangelhos mostram que Jesus não procurou a tentação, mas foi conduzido a ela pelo Espírito. Jesus não foi compelido contra sua vontade, Ele foi conduzido pelo Espírito porque esta era a vontade do Pai. Deus tem um único Filho sem pecado, mas nenhum filho sem tentação.
O propósito: William Barclay afirma que o propósito da tentação, visto pelo ângulo de Deus, não é nos fazer cair, mas nos fortalecer; não visa nossa ruína, mas nosso bem.
Quais são os propósitos da tentação de Jesus?
Em primeiro lugar, Jesus foi tentado para provar sua perfeita humanidade. Porque Jesus era perfeitamente homem, Ele foi realmente tentado. Suas tentações foram reais. Ele se tornou semelhante a nós em todas as coisas, exceto no pecado (Hb 2.17). Ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (Hb 4.15). Jesus não foi tentado para revelar-nos a possibilidade de pecar, mas para provar-nos sua vitória sobre o diabo e o pecado.
Em segundo lugar, Jesus foi tentado para ser o nosso exemplo. Jesus nos socorre em nossas fraquezas porque conhece o que passamos e também porque venceu as mesmas tentações que nos assediam. Assim, Ele pode compadecer-se de nós.
Em terceiro lugar, Jesus foi tentado para derrotar o diabo. A tentação de Jesus fazia parte do plano e propósito de Deus, visto que antes de Jesus iniciar seu ministério Ele precisava apresentar a credencial de um vencedor.
Lutamos contra um inimigo derrotado. Jesus já triunfou sobre ele. O evangelho de Marcos apresenta o rei vitorioso sobre a natureza, o diabo, as enfermidades e a morte. Porque Jesus venceu Satanás, podemos cantar enquanto lutamos.
Em qualquer tempo ou circunstâncias, nunca houve vitória sem a utilização das armas da oração. Nem mesmo Jesus, sendo o Filho de Deus, negligenciou o fator oração em seu ministério. Foi na oração que ele ensinou a termos comunhão com o Pai, na oração, Ele encontrou direção, discernimento, poder e pôde resistir as tentações e aflições experimentadas.
Para definir quem seria os discípulos que o acompanharia nos próximos três anos do seu ministério, Ele orou. Leiamos:
Lucas 6:12
12 E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. (ARC)
Jesus posicionava a oração na prateleira mais alta da sua vida. Antes de qualquer grande acontecimento que vivenciaria, Jesus orava. A escolha dos Doze era tão importante que Jesus não somente orou, mas Ele passou a noite em oração a Deus. Para Charles L. Childers, o Mestre nos deu um exemplo importante para seguir. Nunca devemos tomar qualquer decisão importante sem uma temporada de sinceras orações.
Warren W. Wiersbe explica porque Jesus orou a noite toda. Ele sabia que a oposição contra ele aumentaria e resultaria em sua crucificação. Assim, pediu forças para enfrentar o que o esperava. Além disso, desejava receber a orientação do Pai, a fim de escolher seus doze apóstolos, pois neles se encontrava o futuro da Igreja. É importante lembrar que um dos doze o trairia, e Jesus sabia disso desde o começo (Jo 6:64). Cristo possuía emoções humanas verdadeiras (Lc 22:41-44; Hb 5:7, 8), e ele fez essa escolha difícil por meio da oração.
Para Hernandes Dias Lopes, os doze apóstolos ocupam uma posição de suprema importância na história da redenção e na vida da igreja cristã. A igreja seria edificada sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20). Eles seriam os responsáveis imediatos pela expansão do evangelho no mundo inteiro, dando ao mesmo tempo os fundamentos doutrinários da igreja.
Jesus não prescindiu da oração antes de tomar essa magna decisão. Passou uma noite inteira orando, submetendo- -se à vontade do Pai, antes de escolher aqueles que deveriam ocupar a posição de liderança da igreja. A atitude de Jesus deve constituir-se em exemplo e inspiração para a igreja na escolha de seus líderes.
Lamentavelmente, a maioria de nós não seguimos o exemplo de orar como Cristo orou. Somos precipitados e ansiosos nas decisões e depois nos lamentamos pelos frutos colhidos de uma atitude que não se fundamentou na oração.
O pior acontece, quando a liderança desatenta, omite este recurso tão necessário e poderoso para o sucesso do ministério. Consagrações desastrosas, caminhos equivocados, decisões danosas que culminam em frustrações.
Voltemos a oração. Ela é a respiração da alma e a solução para todos os nossos dilemas.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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